Mais de 100 anos depois, novos trabalhos mostram que não existem diferenças significativas no desenvolvimento emocional dos filhos criados sozinhos daqueles educados com irmãos. Um estudo realizado pela Universidade de Essex, na Grã-Bretanha, foi mais além e afirmou que filhos únicos são até mais felizes.
Para chegar à conclusão os pesquisadores ouviram mais de 100 mil pessoas em 40 mil lares. Segundo a coordenadora do estudo Mas Gundi Knies, as principais razões para chegar a esse resultado é que o filho único não precisa lutar pela atenção dos pais, não sofre bullying dos irmãos mais velhos, nem recebe apelidos maldosos. Além disso, com apenas um filho sobra mais dinheiro para os pais investirem na educação da criança.
Teoricamente, o grande dificuldade dos filhos únicos era aprender a dividir. No entanto, segundo Rita Calegari, psicóloga infantil do Hospital São Camilo (SP) e colunista da revista Crescer, é preciso levar em conta que após um século a realidade mudou. Hoje quase todas as mães trabalham fora e não se dedicam exclusivamente à educação do filho. Mesmo sendo o único em casa, o filho precisa dividir os pais com outras prioridades e já não tem toda atenção para si.
Outra mudança está na idade em que as crianças entram na escola. Se antes elas começam a estudar aos 6 anos; hoje, é comum irem para o berçário ainda bebês. E essa é uma nova chance de conviver com outras crianças, fazer amigos e, de novo, aprender a compartilhar.
Ainda de acordo com Rita, outra vantagem dos filhos únicos é que eles sabem como lidar com a solidão, aproveitando esses momentos para pensar, imaginar e formar a própria identidade. A colunista acrescenta que, com ou sem irmãos, o mais importante é que a família seja unida. "Isso, sim, é garantia de felicidade!", diz ela. (Com Revista Crescer)