Paraná

Perícia criminal é fundamental para esclarecer ocorrências de trânsito; veja como funciona

 Perícia criminal é fundamental para esclarecer ocorrências de trânsito; veja como funciona

A Polícia Científica tem um papel essencial na elucidação de ocorrências, sendo fundamental na análise técnica e científica de situações que exigem uma investigação detalhada.

Nos casos de acidentes de trânsito, por exemplo, os peritos utilizam uma combinação de técnicas precisas e recursos tecnológicos para reconstruir a dinâmica do ocorrido.

Um recente laudo divulgado pela Polícia Científica do Paraná (PCIPR) sobre um acidente fatal em Maringá é um exemplo claro de como esses processos são aplicados na prática. Ele revelou que o carro envolvido no acidente estava trafegando a aproximadamente 67,3 km/h no momento do impacto. A velocidade foi estimada por meio de uma análise minuciosa da cena, com medições precisas da distância percorrida pelo veículo e o uso de imagens registradas por câmeras de segurança nas proximidades.

Essas imagens foram essenciais para calcular o tempo exato da colisão, permitindo que os peritos aplicassem princípios de física para determinar a velocidade do veículo com grande precisão.

“Fizemos um trabalho multidisciplinar, começando pela perícia de local, com o objetivo de esclarecer a dinâmica do acidente", explica a perita oficial da PCIPR Larissa Costa. “Para isso, foi necessário um exame minucioso que consistiu na análise preliminar do local imediatamente após o fato, um retorno posterior em um dia com menor fluxo de veículos e uso de drone para complementar a análise”. 

A perícia em sinistros de trânsito envolve uma série de etapas específicas. Os peritos começam com a avaliação detalhada do local, registrando vestígios como marcas de pneus, danos nos veículos e a posição final dos envolvidos. A análise de fatores como as condições da via, sinalização, iluminação e meteorologia também é crucial para entender as circunstâncias do acidente. 

“Cabe ao profissional realizar uma avaliação tridimensional do local dos fatos, anotar aferições, buscar vestígios relacionados com o acidente, analisar os danos produzidos nos veículos, recolher objetos de relevância para estudos complementares e registrar as velocidades para análise minuciosa, além de analisar outros fatores, como as condições meteorológicas”, explica o perito oficial da PICPR Luís Noboru Marukawa.

Para auxiliar nesse processo, a instituição tem incorporado novas tecnologias, como drones e softwares de modelagem tridimensional, que oferecem uma visão mais precisa e detalhada da cena do acidente. “O uso de drone facilita e agiliza registro de dados que auxiliam na elaboração mais rápida de laudos, pois em diversos casos o esboço pode ser confeccionado com melhor clareza para o leitor desses trabalhos”, explica o perito.

A preservação do local do acidente também é fundamental para garantir a integridade dos vestígios, o que permite uma análise mais confiável. Embora em algumas situações emergenciais a cena precise ser alterada para o atendimento das vítimas ou para mitigar riscos, os peritos sempre fazem o possível para manter a qualidade das informações coletadas. “Quanto mais preservada a cena do crime, mais elementos confiáveis terá o profissional para observação, coleta e interpretação dos fatos ali ocorridos", afirma Marukawa. 

IDENTIFICAÇÃO – Além da reconstrução da dinâmica da ocorrência, o trabalho da Polícia Científica envolve a identificação da vítima e a realização de outros exames fundamentais para esclarecer o caso. No caso do acidente em Maringá, por exemplo, após as análises feitas no local, a equipe prosseguiu com os procedimentos de identificação do corpo, primeira etapa obrigatória antes de qualquer conclusão pericial. 

“É de praxe que todos os corpos admitidos na instituição sejam identificados por um método científico. Neste caso, foi necessário a identificação pelo método odontológico, comparando exames de imagem com radiografias realizadas na sede da PCIPR. Assim, uma identificação complexa pode ser concluída em apenas 20 minutos, proporcionando agilidade na liberação”, conclui a perita Larissa Costa, oficial da PCIPR.

 

 

 

 

 

Por - AEN

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