Casos de acidente vascular cerebral (AVC) tendem a aumentar no verão, disse à Agência Brasil o neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista do Hospital Quali Ipanema, no Rio de Janeiro, Orlando Maia.

Segundo o médico, uma série de fatores predispõem o ser humano nessa época do ano ao AVC. Um dos principais é o próprio calor que gera uma desidratação natural das células que, por sua vez, causam um aumento da possibilidade de coagulação do sangue. “E isso tem um maior potencial de gerar AVC, porque o AVC está ligado a coágulo”, disse o médico.
Existem dois tipos de AVC. Um é o AVC hemorrágico, que é o rompimento de um vaso cerebral e representa a minoria dos casos, em torno de 20%. O outro tipo, que domina o número de casos, é o AVC isquêmico, causado pela formação de um coágulo e entupimento de um vaso. Orlando Maia explicou que, como o sangue fica mais espesso, mais concentrado devido à desidratação, isso favorece a trombose, que é a formação de um coágulo e, por isso, tem maior predisposição ao AVC.
Pressão arterial
Há outras causas que seriam relacionadas à pressão arterial. “A nossa pressão arterial no verão tem uma tendência, pelo calor, a diminuir por conta da vasodilatação. Ou seja, nossos vasos, para poder compensar o calor, se dilatam. E essa dilatação causa uma diminuição da pressão, o que favorece também a formação de coágulo e de uma outra situação cardiológica, chamada arritmia. É o coração batendo fora do ritmo”, explica o médico.
Quando isso acontece, favorece também no coração a formação de um coágulo que, entrando dentro da circulação sanguínea, tem grande predisposição de ir ao cérebro porque 30% de todo o sangue que sai do coração vão para o cérebro.
Uma outra causa do AVC, também comum no verão, é que as pessoas se cuidam menos por conta das férias, o que promove um aumento do consumo de bebida alcoólica, que, por sua vez, amplia a desidratação.
Orlando Maia afirmou que a bebida alcoólica também aumenta a possibilidade de arritmia. A negligência pode levar ainda a pessoa a esquecer de tomar remédio, o que contribui para elevar o risco de um AVC.
Doenças típicas
A isso se somam as doenças típicas de verão, como gastroenterite relacionada ao calor, o que dá diarreia, insolação e esforço físico. “Tudo isso associado faz com que a pessoa tenha uma maior tendência a ter um AVC no verão”, enfatiza.
O neurocirurgião lembrou que o tabagismo também colabora para isso. “O tabagismo hoje é uma das maiores causas externas para AVC”. O fumo contribui para a formação de uma doença cerebrovascular chamada aneurisma, que está muito ligada à nicotina.
“A nicotina bloqueia uma proteína do nosso vaso chamado elastina, diminui a elasticidade do vaso, então pode favorecer ao AVC hemorrágico, como também causa um processo inflamatório no vaso em si, favorecendo a aderir as placas de colesterol a longo prazo e o entupimento dos vasos. Então, o tabaco é diretamente proporcional à situação tanto do AVC hemorrágico como do AVC isquêmico”, preconiza o médico.
Para o médico, o estilo de vida moderno - aliado ao tabagismo e a doenças crônicas não controladas - faz com que cada vez mais pessoas com menos de 45 anos desenvolvam a doença.
Nessa época de verão, o Hospital Quali Ipanema, por exemplo, atende cerca de 30 pacientes por mês, o dobro de épocas normais do ano. Maia diz que o AVC é uma doença muito comum.
“Se você pegar o AVC como uma doença isolada, esquecendo que há vários tipos de câncer que podem ser separados, a doença mais frequente na humanidade é o AVC. E uma em cada seis pessoas vai ter um AVC na vida”, salienta. O médico disse ser muito importante a pessoa averiguar na sua família, entre os amigos, quem teve AVC porque não são casos isolados.
Mortes
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. “Quando não mata, deixa a pessoa incapaz. Eu digo que é uma doença que não é na pessoa, mas na família, porque pelo menos duas pessoas vão ter que se dedicar a cuidar daquele doente com AVC. Além da mortalidade, ela é uma doença extremamente desabilitadora. A pessoa fica sem andar direito, sem falar direito, sem condições de se alimentar sozinha. É uma doença extremamente crítica. Quando você vê uma pessoa andando com dificuldade é porque ela já teve uma sequela ou consequência de um AVC. Ficou paralisada de um lado ou sem conseguir falar direito, sem enxergar, se pegar a área da visão, porque o cérebro é um grande computador. Vai depender da área afetada pelo problema”, assegura o médico.
De acordo com Orlando Maia, a prevenção pode evitar um AVC. “É uma doença que a gente tem que gritar para todo mundo ouvir que há prevenção e tratamento. A prevenção [envolve] o hábito de vida saudável, prática de exercício físico regular pelo menos três vezes na semana, alimentação saudável, controle da pressão arterial, tomar os remédios direitinho e não fumar. E existe tratamento”.
No passado, como não havia tratamento, quando a pessoa chegava com AVC, não havia o que fazer, a não ser controlar a pressão. Hoje, há duas formas de tratamento e quanto mais rápido a pessoa chegar a um hospital, mais eficaz será o tratamento. O primeiro é a infusão de um remédio. “Você coloca um remédio na veia que dissolve o coágulo e, na maioria dos casos, o remédio resolve”, ensina.
Quando isso não acontece, ou em outros casos mais selecionados, Maia disse que os médicos entram com um cateter na virilha da pessoa e passam um desentupidor. Esse método retira aquele coágulo, por meio de uma aspiração dentro do vaso, liberando a circulação de volta. Com isso, a pessoa retorna ao normal.
Cateter
Orlando Maia esclarece, também, que o remédio tem uma característica: “só pode ser dado até quatro horas e meia desde o início dos sintomas. Já o cateter que aspira entra em um vaso na virilha, através de um aparelho e, em casos selecionados, pode ser usado até 24 horas a partir do início dos sintomas”. Ele frisou que quanto antes a pessoa tiver o sintoma e for a um hospital, melhor poderá ser o resultado.
Os sintomas indicando que uma pessoa está tendo ou vai ter um AVC incluem paralisia súbita de um membro ou dos dois membros de um lado, ou a fala fica enrolada, ou a pessoa perde a visão de um dos lados, ou tem uma tonteira extrema.
“Esses são os sintomas principais de uma pessoa que está tendo um AVC. Ela vai ter dificuldade de movimento, de fala, de visão ou uma perda súbita da consciência. É uma doença que acontece, na maioria das vezes, de uma hora para outra. Nessa situação, não tem que esperar nada. A pessoa tem que ser levada a um hospital porque é uma emergência médica”, finaliza o neurocirurgião.
Por - Agência Brasil
A identificação no Brasil de um novo tipo do vírus influenza A (H3N2), conhecido como “vírus K”, ainda não é motivo para preocupação, avalia o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. Segundo o especialista, a circulação de variantes do influenza faz parte da dinâmica natural do vírus e, neste momento, não há elementos suficientes para prever impacto maior na próxima temporada de gripe.

Qualquer estimativa sobre gravidade, duração ou intensidade da próxima temporada seria prematura.
“Não sabe se essa vai ser a variante circulante e predominante ainda no mundo. Está começando a temporada no Hemisfério Norte. Nem sabemos se vai ser a temporada do H3N2 ou se vai vir outro H1N1. Isso é tudo muito teórico ainda”, disse Kfouri.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde emitiu nota informativa em que chama atenção para o aumento rápido da circulação da variante K do Influenza A no Hemisfério Norte, em especial na Europa, América do Norte e Leste Asiático.
Na Europa, a atividade da influenza iniciou mais cedo do que o habitual. A variante K representou quase metade dos casos de infecções reportadas entre maio e novembro de 2025. Não foi registrada ainda nenhuma mudança significativa na gravidade clínica, em termos de internação hospitalar, admissões em cuidados intensivos ou óbito.
O Ministério da Saúde publicou nesta semana informe sobre a situação epidemiológica do país e destacou, pela primeira vez, a identificação de um caso da variante K no Brasil, no estado do Pará.
Nesta quarta-feira (17), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trouxe mais detalhes sobre o registro. A amostra com a presença da nova variante foi coletada em Belém (PA), no dia 26 de novembro, e inicialmente analisada pelo Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen-PA).
Depois da confirmação de influenza A (H3N2), o material foi encaminhado ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde passou por sequenciamento genético.
O caso refere-se a uma paciente adulta, do sexo feminino, estrangeira, oriunda das ilhas Fiji, e foi classificado como importado. Até o momento, não há evidências de transmissão local associada à variante no Brasil.
Para Kfouri, a detecção de novas variantes é esperada.
“Todo ano temos novidade do influenza. É da natureza do vírus sofrer mutações e causar epidemias anuais. Por isso, que precisamos tomar vacina todo ano. As vacinas são atualizadas conforme o que se consegue prever do que vai circular na temporada seguinte”, explicou.
O especialista destaca que, mesmo quando há alguma distância genética entre a vacina e o vírus circulante, a proteção permanece, especialmente contra formas graves da doença. “O que faz às vezes com que a efetividade da vacina seja um pouco maior no ano do que no outro ano, mas nunca se perde a efetividade. Há sempre alguma perspectiva ou expectativa de proteção, especialmente contra desfechos mais graves de hospitalização e morte”, disse.
Especialistas da Fiocruz reforçam que a vacinação segue como a principal ferramenta de prevenção. A composição da vacina recomendada pela OMS foi atualizada em setembro, com cepas mais próximas das atualmente em circulação, incluindo o subclado K.
“A composição da vacina de influenza recomendada pela Organização Mundial de Saúde foi atualizada em setembro para o próximo ano, com cepas mais próximas dos clados atualmente em circulação, incluindo o subclado K”, diz Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC.
Além da vacinação, as recomendações incluem higienização frequente das mãos, evitar contato próximo em caso de sintomas respiratórios, uso de máscara e busca por atendimento médico, especialmente diante de febre. Para os serviços de saúde, a principal orientação é manter o fortalecimento contínuo da vigilância epidemiológica, laboratorial e genômica.
Por - Agência Brasil
A redução na velocidade ao mudar de direção durante uma caminhada pode revelar um risco de desenvolver doença de Parkinson. Isso é o que mostrou um estudo alemão com dados coletados ao longo de uma década.
🧠O Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos do paciente. Entre os principais sintomas estão tremores, lentidão de movimentos e desequilíbrio. (veja mais abaixo)
➡️A pesquisa, publicada na revista científica "Annals of Neurology", acompanhou 1.051 pacientes com mais de 50 anos durante dez anos. O objetivo era analisar a relação da taxa de alteração no desempenho dos giros durante uma caminhada e um futuro diagnóstico de Parkinson.
Os resultados mostraram que uma "velocidade angular mais lenta", isto é, a velocidade com que alguém gira no ponto de maior velocidade ao andar, esteve ligada a uma maior probabilidade de desenvolver a doença no futuro.
Os pesquisadores também atestaram que as velocidades de giro começaram a diminuir cerca de 8,8 anos antes do diagnóstico clínico de Parkinson, o que pode indicar que esse seria um dos primeiros sinais motores detectáveis da doença.
Brook Galna, professor associado da Escola de Saúde Aliada da Murdoch University, na Alemanha, e um dos autores do estudo, afirma que as descobertas abrem caminho para intervenções precoces relacionadas ao problema.
"A detecção precoce de pessoas em risco de desenvolver Parkinson acelerará a descoberta e o teste de tratamentos neuroprotetores, desenvolvidos para retardar a progressão da doença, e pode manter as pessoas vivendo de forma independente por mais tempo", projeta.
Sensor nas costas
Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram um sensor na parte inferior das costas dos participantes.
O dispositivo era responsável por medir os movimentos de giro durante uma caminhada de cerca de um minuto por um corredor de 20 metros.
O aparelho registrava ângulo, duração e velocidade da virada, fornecendo dados que posteriormente foram relacionados ao desenvolvimento ou não de Parkinson.
Do total de participantes, 23 foram diagnosticados com a doença em média 5,3 anos após a avaliação inicial. Mas o sinais de redução na velocidade foram observados aproximadamente 8,8 anos antes do diagnóstico.
"Ao detectar mudanças na velocidade da virada por meio de sensores vestíveis, em combinação com outros sinais iniciais de Parkinson, podemos identificar indivíduos em risco muito antes de os sintomas se tornarem clinicamente aparentes", afirmou Galna.
Sintomas e diagnóstico do Parkinson
A doença de Parkinson acontece por causa da degeneração das células localizadas em uma região do cérebro conhecida como substância negra.
Essas células produzem a dopamina, responsável por conduzir as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. Por isso, a falta ou diminuição dessa substância no corpo afeta os movimentos.
👉Os sintomas mais característicos da doença são:
- Tremores
- Lentidão de movimentos
- Rigidez muscular
- Desequilíbrio
- Alterações na fala e na escrita
Atualmente, o diagnóstico é feito a partir do histórico clínico do paciente e por meio de um exame neurológico. Ainda não há nenhum teste específico para o diagnóstico ou prevenção da doença.
Também não há cura. O tratamento normalmente busca combater os sintomas, além de retardar o progresso da doença.
Limitações do estudo
Apesar dos resultados indicarem uma possível nova forma de detecção precoce do Parkinson, os pesquisadores ponderam que o estudo ainda traz algumas limitações.
👉Entre elas:
- Utilização de somente sete medidas de giro
- Número limitado de participantes
- Limitações do algoritmo para detecção do ângulo de giro
Na discussão da pesquisa, o grupo sinaliza que os "achados indicam que avaliações quantitativas e digitais dos movimentos de giro podem ser mais um componente útil em uma bateria diagnóstica para identificar pré-diagnóstico de Parkinson".
Apesar disso, eles recomendam futuras análises para aprofundar as descobertas.
"O trabalho futuro deve buscar aumentar a sensibilidade e especificidade dos modelos de aprendizado de máquina, avançando em direção a ferramentas de triagem mais eficientes e clinicamente relevantes", destacam.
Por - G1
A longevidade, segundo a Harvard Health Publishing, depende em grande parte de decisões cotidianas que influenciam a saúde física e emocional.
Embora a genética explique cerca de 25% da expectativa de vida, uma análise da instituição destaca que um hábito simples e diário, como a socialização regular, apresenta relação direta com maior longevidade, de acordo com um estudo realizado com 28 mil pessoas.
A pesquisa enfatiza que viver mais e com melhor qualidade é resultado de práticas mantidas ao longo do tempo. Entre elas, a interação social frequente é identificada como um dos comportamentos com maior impacto na sobrevivência e na proteção contra o declínio emocional e cognitivo.
O artigo de Lisa Catanese explica que quanto mais frequentes são os encontros e atividades com outras pessoas, maior é a probabilidade de um envelhecimento saudável. A instituição alerta que o isolamento prolongado está associado a maior estresse, sintomas depressivos e aceleração da perda do bem-estar geral.
O que Harvard diz sobre alimentação, sono e hidratação?
O documento também ressalta que uma dieta baseada em vegetais favorece o funcionamento celular e reduz o risco de doenças crônicas, e cita um estudo da JAMA Network Open, que identificou uma redução de 23% na mortalidade entre mulheres que seguiam um padrão alimentar mediterrâneo.
Outro destaque é que adultos precisam de sete a nove horas de sono por noite para proteger a saúde cardiovascular, metabólica e cerebral. Em relação à hidratação, uma pesquisa com mais de 11 mil pessoas mostrou que aquelas que mantêm níveis adequados de líquidos desenvolvem menos doenças crônicas e vivem mais.
Atividade física: quanto ela realmente influencia na longevidade
A instituição reconhece a importância do movimento e retoma as diretrizes das Physical Activity Guidelines for Americans de 2018, que recomendam 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de exercício vigoroso, além de treinamento de força duas vezes por semana.
Caminhar, pedalar, nadar, realizar tarefas domésticas ou jardinagem também contribuem para melhorar as funções muscular, cardiovascular e pulmonar, embora Harvard ressalte que o exercício não é o único determinante da longevidade.
Outros três comportamentos cotidianos que ajudam a viver mais, segundo Harvard
Além da alimentação, hidratação, descanso, socialização e atividade física, o artigo identifica outros três hábitos com impacto comprovado na saúde a longo prazo:
Não fumar: Harvard aponta o tabaco como um dos fatores mais prejudiciais à expectativa de vida. Fumar encurta a vida e afeta diversos sistemas do organismo, comprometendo a função pulmonar, o coração, a saúde da pele e da boca, além de aumentar significativamente o risco de vários tipos de câncer. A instituição destaca que existem métodos eficazes para parar de fumar, incluindo tratamentos médicos que elevam as taxas de sucesso.
Limitar o consumo de álcool: o consumo excessivo aumenta o risco de danos ao fígado, câncer, acidentes graves e enfraquecimento do sistema imunológico, além de favorecer quadros depressivos. Harvard considera “moderado” o consumo de uma bebida por dia para mulheres ou duas para homens, mas enfatiza que beber menos (ou não beber) é mais seguro, já que mesmo pequenas quantidades podem representar riscos à saúde.
Pensar de forma positiva: a pesquisa explica que o otimismo também influencia a duração da vida. Dois estudos recentes mostraram que uma atitude positiva está associada a maior longevidade em mulheres de diferentes grupos raciais e étnicos e a melhor saúde emocional em homens mais velhos. A instituição conclui que uma perspectiva otimista pode trazer benefícios duradouros para o bem-estar físico e mental.
Por - O Globo
Já dormiu mal e sentiu que seu dia começou com o pé esquerdo? Todos sabemos que é durante o sono que recuperamos as energias.
Portanto, se esse descanso não foi suficiente, você vai para o próximo dia com menos bateria que o necessário. No entanto, alguns alimentos podem ajudar você a enfrentar o dia seguinte, aumentando a disposição e o melhorando o humor.
Não descansar o suficiente durante a noite afeta diretamente o humor, aumentando o risco de se sentir irritado, deprimido ou ansioso. Um estudo feito por pesquisadores da da Universidade de Oxford, no Reino Unido, comprovou que a perda de sono causa mudanças emocionais.
Frutas
A banana, por exemplo, é rica em triptofano — um aminoácido essencial para o corpo e fundamental na produção de serotonina "conhecida como o hormônio da felicidade". Este neurotransmissor ajuda na sensação de bem-estar (muito afetada após uma noite mal dormida) e regula o sono da próxima noite.
O kiwi também é uma fonte de serotonina, o que ajuda a manter a disposição durante o dia e contribui para uma noite de sono reparadora.
Frutas vermelhas, maçã e abacate também possuem compostos bioativos que proporcionam um descanso pronfundo durante o sono.
Ovos
Os ovos também são uma fonte de triptofano, além de possuírem vitaminas, proteínas, gorduras boas e nutrientes essenciais para o corpo. Tudo isso contribui para o aumento de energia no corpo.
Alimentos com fibras
As fibras são encontradas em frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Elas ajudam no funcionamento e equilíbrio do trato gastrointestinal — promovendo o aumento de bactérias benéficas e ajudando na formação do bolo fecal. A serotonina é, em sua maioria, produzida no intestino. Por isso, o bom funcionamento intestinal é fundamental para regular o sono e melhorar o humor.
Leguminosas
As leguminosas, como ervilha, feijão e soja, possuem triptofano e ajudam na produção de serotonina. Por conta disso, elas contribuem para uma noite de sono mais tranquila e reparadora.
Água
Quem dormiu pouco à noite, tende a ficar com dor de cabeça durante o dia seguinte, devido ao excesso de fatores estressores ao cérebro. O sono reparador elimina toxinas nocivas ao principal órgão do corpo humano. Manter-se hidratado — consequentemente hidratando também as células cerebrais — diminui as chances de dores de cabeça. Além disso, o corpo precisa de água suficiente para funcionar adequadamente, inclusive para produzir hormônios como a serotonina.
Alimentos e bebidas estimulantes
Você deve estar se perguntando: e o café? Sim, para quem precisa de energia após uma noite de sono mal dormida, bebidas com cafeína podem ajudar. Guaraná, chá mate, chá verde, chá preto e chocolate também são bons estimulantes e podem contribuir na melhoria da disposição.
Mas é preciso ter cuidado no consumo dessas bebidas e alimentos. Evite consumi-los à noite, pois podem prejudicar seu próximo sono. Especialistas remendam que produtos que contenham cafeína sejam ingeridos até oito horas antes do momento de ir para a cama, já que cada organismo tem seu próprio ritmo metabólico e elimina a substância de maneira diferente.
Por - Revista Extra
A curitibana Lúcia* somente entendeu que havia sofrido abusos sexuais por parte do próprio marido depois do processo de recuperação da dependência em álcool. “A mulher alcoólica é extremamente vulnerável”, lamentou, em entrevista à Agência Brasil. No país, mais de 7% das mulheres adultas têm diagnóstico de alcoolismo.

Lúcia, que procurou apoio no Alcoólicos Anônimos (AA), só entendeu a gravidade da situação em que se encontrava no processo de recuperação. Ela defende que são fundamentais serviços especiais em políticas públicas para amparar quem passa por esse problema. Inclusive, diante desse cenário de urgência, a Lei 15.281, sancionada esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determina que se promova a assistência multiprofissional específica para mulheres usuárias e dependentes de álcool.
De acordo com a psiquiatra Natalia Haddad, vice-presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), é fundamental que exista atenção especial para esse público. Entre os números alarmantes, a pesquisadora relata que as mortes associadas ao consumo de álcool entre as mulheres cresceram 27% no período de 2010 a 2023.
“A gente precisa ver o que vai ser implicado com essa lei, quais ações que vão ser implantadas e um prazo para essa implementação”, ponderou.
A pesquisadora ressalta ser necessário observar como deve ocorrer o apoio profissional em diferentes situações de vida. “É muito diferente tratar uma mulher alcoolista do que um homem alcoolista, uma gestante alcoolista do que uma não-gestante. Uma adolescente do que uma adulta”, exemplificou.
Outra ponderação feita pela psiquiatra é que as mortes de mulheres causadas pelos transtornos de uso de álcool são em sua maioria entre pretas e pardas (70%). "Existe um recorte de gênero e também social que precisamos olhar para direcionar melhor esse tratamento", afirma.
Diferenças biológicas
A pesquisadora contextualiza que as características biológicas da mulher são diferentes em relação ao impacto do álcool no organismo. Como as mulheres têm menos quantidade de água no corpo e também menos enzimas hepáticas que conseguem metabolizar o álcool, elas conseguem ingerir a substância em uma quantidade inferior à do homem.
Além das condições orgânicas, a psiquiatra aborda que questões sociais e relacionadas a estigmas também fazem com que a dependência tenha um impacto diferenciado para as mulheres.
“Elas, muitas vezes, têm jornadas duplas ou triplas, incluindo carreira profissional e atribuições em casa”, explica.
Outra atenção especial que políticas públicas devem ter, segundo acredita a especialista, relaciona-se a mulheres que estão gestantes ou amamentando. Nesses casos, a dependência pode gerar doenças para a mãe e para o feto.
“Nós sabemos que a mulher tem mais dificuldade de procurar ajuda do que o homem”, diz, acrescentando que pode ser em decorrência de sentimento de culpa e o estigma social.
Grupos femininos
A psiquiatra do Cisa recomenda que as mulheres tenham a opção de pedir apoio em grupos exclusivos para elas. Ela ressalta que o alcoolismo é uma doença crônica caracterizada principalmente pela incapacidade de interromper ou controlar o uso da substância.
No caso de Lúcia*, ela buscou apoio na irmandade dos Alcoólicos Anônimos para ter tranquilidade em falar sobre toda e qualquer situação sem receio ou vergonha.
Outra mulher ouvida pela reportagem, que prefere se identificar como Kika*, moradora do Rio de Janeiro, diz que é fundamental ter um ambiente em que se possa falar sem julgamentos.
“É isso que encontramos nas salas femininas das reuniões de AA. As histórias são tão parecidas que, no final, juntando um pedacinho da fala de cada companheira, vejo ali a minha história sendo contada”, explica.
Sandra*, de São Paulo, diz que há 24 anos não vai ao primeiro gole e que a realidade de muitas mulheres é de preconceitos até mesmo em família
Visibilidade
No Alcoólicos Anônimos, inclusive, cerca de 6,5 mil mulheres entraram em contato pelos canais de ajuda da Colcha de Retalhos, iniciativa que promove atividades com profissionais de diversas áreas sobre alcoolismo em mulheres para garantir maior visibilidade ao tema.
Segundo o AA, com a chegada de mais mulheres, as reuniões de composição feminina aumentaram 47,7%, comparando os períodos pré e pós-pandemia. Atualmente são 65 reuniões femininas realizadas semanalmente. A irmandade disponibiliza canais para pedido de ajuda.
“Relatos de muitas mulheres alcoólicas confirmam que, no espaço oferecido pelas reuniões de composição feminina, elas puderam expressar seus sentimentos, suas dores e os abusos que sofreram durante o período do uso compulsivo da bebida alcoólica”, disse a psicóloga Jaira Adamczyk, pesquisadora em tratamento e prevenção à dependência química.
Confira aqui onde há reuniões do Colcha de Retalhos para mulheres.
Saiba mais sobre a lei que promove a assistência multiprofissional específica para mulheres usuárias e dependentes de álcool.
Por - Agência Brasil


.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)



_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
-PortalCantu-21-12-2025_large.png)
-1-PortalCantu-21-12-2025_large.png)




_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)
_large.jpg)