Festas de fim de ano significam reencontros, calor, comida farta —e muitas vezes mais álcool do que o habitual. Nesse cenário, uma orientação aparece de forma quase intuitiva: beber água entre os drinks e manter o corpo hidratado para evitar mal-estar no dia seguinte. Mas isso realmente funciona? E até que ponto a hidratação interfere na digestão, na ressaca e na pressão arterial?
O g1 ouviu especialistas para responder às perguntas. As respostas convergem: a água não impede os efeitos do álcool, mas reduz danos, melhora sintomas e ajuda o organismo a lidar melhor com os excessos típicos da temporada.
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Divulgação — Foto: Brinde com Prosecco - Divulgação.
Por que a hidratação importa mais nas festas
Segundo a médica nutróloga integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer Andrea Pereira, o conjunto de fatores das festas —excesso de açúcar, gordura, calor e álcool— representa um pacote de desafios metabólicos.
“Nesse período, a ingestão calórica aumenta muito, especialmente a de carboidratos simples. A água ajuda a diluir a concentração de glicose no sangue e a manter o corpo em equilíbrio”, explica.
Andrea relembra que o organismo tem uma perda natural de cerca de 2 litros de água por dia, diferença entre o que produz e o que absorve. “Por isso a recomendação diária gira em torno de 2 litros. É o mínimo para manter as funções fisiológicas operando bem —e durante as festas, essa necessidade fica ainda mais evidente.”
O cardiologista e médico do esporte Bruno Sthefan, detentor de títulos reconhecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), reforça a ideia:
“Nas festas, somamos três fatores que desidratam o organismo: álcool, calor e refeições ricas em sal, gordura e açúcar. Isso piora a circulação, sobrecarrega o coração e aumenta o risco de tontura, dor de cabeça e mal-estar.”
Intercalar água com álcool ajuda? Sim, e por mais de um motivo
O álcool tem efeito diurético: aumenta a urina, acelera a perda de líquidos e contribui para sintomas clássicos da ressaca, como boca seca, dor de cabeça e sonolência.
Por isso, segundo a nutróloga Andrea Pereira, alternar água entre os drinks ajuda de duas maneiras: compensa parte da desidratação e reduz a velocidade de ingestão alcoólica, o que já diminui a intensidade dos sintomas no dia seguinte.
Nutricionista do Hospital Samaritano Higienópolis, da Rede Américas, Thais Fernanda reforça que essa estratégia não impede os efeitos do álcool, mas atenua tontura, cefaleia e mal-estar. é um hábito simples e eficaz:
“A água não evita a embriaguez, mas ameniza náuseas e boca seca. É uma forma de proteger o organismo.”
Embora não exista recomendação oficial, Sthefan sugere uma regra prática fácil de seguir: um copo grande de água para cada drink alcoólico. Em festas longas ou ambientes muito quentes, ele orienta aumentar a reposição para cerca de 500 ml por hora.
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— Foto: Adobe Stock
Hidratação não ‘protege’ o fígado, mas reduz estrago
Um mito comum é imaginar que beber água acelera o metabolismo do álcool. Não é verdade. “A água não afeta a metabolização do álcool pelo fígado”, ressalta Andrea. “O que ela faz é reduzir sintomas e ajudar o corpo a lidar melhor com os efeitos da desidratação.”
O processo de quebra do álcool continua acontecendo no ritmo do organismo —principalmente no fígado—, independentemente da quantidade de água ingerida. Ou seja: água ajuda na ressaca, não na eliminação do álcool.
Os pratos típicos de fim de ano, recheados de gordura, sal e carboidratos, exigem mais do sistema digestivo. Uma pessoa desidratada tem digestão mais lenta e maior chance de azia, estufamento e desconforto.
Thaís explica que “beber água em quantidade adequada auxilia na digestão e evita sintomas como azia e estufamento”. Andrea acrescenta que a hidratação ajuda indiretamente ao reduzir a ingestão de bebidas calóricas durante as refeições.
Os efeitos da desidratação
A desidratação gera sintomas físicos, como tontura, dor de cabeça e mal-estar. A explicação para eles é simples: sangue é, em grande parte, água. Com menos líquido circulando, diminui o volume sanguíneo e chega menos oxigênio ao cérebro e a outros órgãos.
“Isso piora a irrigação cerebral, causando tontura, fraqueza e dor de cabeça, especialmente no calor”, diz Sthefan.
Além disso, o corpo também precisa de água para regular a temperatura; por isso, os sintomas ficam mais fortes nas festas ao ar livre ou sob sol intenso.
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Sintomas da desidratação — Foto: Max Francioli/arte g1
Quem precisa de atenção redobrada?
- Idosos,
- hipertensos,
- pessoas que usam diuréticos,
- quem tem enxaqueca,
- doenças cardiovasculares
- quem faz atividade física.
Água de coco, isotônicos e outras bebidas ajudam?
Água é sempre a primeira escolha.
Água de coco e isotônicos entram em situações específicas, como sudorese intensa, atividade física prolongada ou exposição ao calor por muitas horas. “Eles ajudam a repor eletrólitos perdidos no suor, como sódio e potássio”, explica Thaís. Mas, para o dia a dia das festas, água é suficiente.
O ideal é beber aos poucos ao longo do dia, dizem os três especialistas. Grandes volumes de uma só vez não corrigem a desidratação e podem causar desconforto.
“O corpo funciona melhor com reposição contínua”, resume Sthefan.
Guia rápido para sobreviver às festas sem desidratar
- Comece o dia hidratado.
- Beba 6 a 8 copos de água por dia como base.
- Intercale 1 copo de água por drink alcoólico.
- No calor, aumente a ingestão para compensar o suor.
Por - G1
A gigante farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk anunciou na segunda-feira (22) que a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) autorizou que o popular fármaco antiobesidade GLP-1 Wegovy seja administrado em comprimidos para a perda de peso.
"Com a aprovação de hoje da pílula de Wegovy, os pacientes terão um comprimido prático de uma dose diária que pode ajudá-los a perder tanto peso quanto a injeção original de Wegovy", disse Mike Doustdar, presidente e diretor-executivo da Novo Nordisk, em comunicado.
Essa autorização deveria permitir que mais americanos tenham acesso a esses tratamentos para emagrecer, considerados por muitos especialistas como revolucionários.
Uma nova geração de fármacos supressores do apetite chamados agonistas de GLP-1 se tornou popular nos últimos anos.
Conhecidos por seus nomes comerciais Ozempic, Wegovy e Mounjaro, esses fármacos surgiram há uma década como tratamentos contra a diabetes e, mais recentemente, têm sido utilizados para facilitar a perda de peso.
O comprimido da Novo Nordisk será autorizado para a perda de peso e sua manutenção em adultos com obesidade ou para pessoas com excesso de peso que apresentem pelo menos uma comorbidade relacionada ao sobrepeso, como, por exemplo, um problema cardíaco, informou a empresa.
A notícia foi celebrada pela rede norte-americana 'Obesity Care Advocacy Network', que defende os pacientes com obesidade, uma doença crônica que afeta quase 40% dos adultos nos Estados Unidos.
"O avanço representa uma oportunidade importante para as pessoas que vivem com obesidade ao oferecer uma alternativa para quem hesita em iniciar uma terapia injetável e ao proporcionar uma opção potencialmente menos cara", destacou a rede em um comunicado enviado à AFP.
A empresa Novo Nordisk assinou em novembro um acordo com o governo dos Estados Unidos no qual previa a oferta de tratamento em comprimidos a partir de 150 dólares (838 reais) por mês, ou seja, muito abaixo do custo atual das versões injetáveis.
O preço das injeções, incluindo as populares Ozempic e Zepbound, pode superar 1.000 dólares (5.590 reais) por mês nos Estados Unidos, o que afasta muitos pacientes.
O laboratório dinamarquês não revelou detalhes sobre o preço final, mas indicou que planeja comercializar a pílula a partir de janeiro de 2026.
O tratamento foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início de dezembro, com o respaldo aos fármacos GLP-1, eficazes contra o sobrepeso e a diabetes. A organização assegurou que poderiam se tornar uma ferramenta-chave para reduzir a obesidade, que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.
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Medicamento Wegovy, composto pela semaglutida — Foto: Reprodução/RBS TV
Por France Presse
Casos de acidente vascular cerebral (AVC) tendem a aumentar no verão, disse à Agência Brasil o neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista do Hospital Quali Ipanema, no Rio de Janeiro, Orlando Maia.

Segundo o médico, uma série de fatores predispõem o ser humano nessa época do ano ao AVC. Um dos principais é o próprio calor que gera uma desidratação natural das células que, por sua vez, causam um aumento da possibilidade de coagulação do sangue. “E isso tem um maior potencial de gerar AVC, porque o AVC está ligado a coágulo”, disse o médico.
Existem dois tipos de AVC. Um é o AVC hemorrágico, que é o rompimento de um vaso cerebral e representa a minoria dos casos, em torno de 20%. O outro tipo, que domina o número de casos, é o AVC isquêmico, causado pela formação de um coágulo e entupimento de um vaso. Orlando Maia explicou que, como o sangue fica mais espesso, mais concentrado devido à desidratação, isso favorece a trombose, que é a formação de um coágulo e, por isso, tem maior predisposição ao AVC.
Pressão arterial
Há outras causas que seriam relacionadas à pressão arterial. “A nossa pressão arterial no verão tem uma tendência, pelo calor, a diminuir por conta da vasodilatação. Ou seja, nossos vasos, para poder compensar o calor, se dilatam. E essa dilatação causa uma diminuição da pressão, o que favorece também a formação de coágulo e de uma outra situação cardiológica, chamada arritmia. É o coração batendo fora do ritmo”, explica o médico.
Quando isso acontece, favorece também no coração a formação de um coágulo que, entrando dentro da circulação sanguínea, tem grande predisposição de ir ao cérebro porque 30% de todo o sangue que sai do coração vão para o cérebro.
Uma outra causa do AVC, também comum no verão, é que as pessoas se cuidam menos por conta das férias, o que promove um aumento do consumo de bebida alcoólica, que, por sua vez, amplia a desidratação.
Orlando Maia afirmou que a bebida alcoólica também aumenta a possibilidade de arritmia. A negligência pode levar ainda a pessoa a esquecer de tomar remédio, o que contribui para elevar o risco de um AVC.
Doenças típicas
A isso se somam as doenças típicas de verão, como gastroenterite relacionada ao calor, o que dá diarreia, insolação e esforço físico. “Tudo isso associado faz com que a pessoa tenha uma maior tendência a ter um AVC no verão”, enfatiza.
O neurocirurgião lembrou que o tabagismo também colabora para isso. “O tabagismo hoje é uma das maiores causas externas para AVC”. O fumo contribui para a formação de uma doença cerebrovascular chamada aneurisma, que está muito ligada à nicotina.
“A nicotina bloqueia uma proteína do nosso vaso chamado elastina, diminui a elasticidade do vaso, então pode favorecer ao AVC hemorrágico, como também causa um processo inflamatório no vaso em si, favorecendo a aderir as placas de colesterol a longo prazo e o entupimento dos vasos. Então, o tabaco é diretamente proporcional à situação tanto do AVC hemorrágico como do AVC isquêmico”, preconiza o médico.
Para o médico, o estilo de vida moderno - aliado ao tabagismo e a doenças crônicas não controladas - faz com que cada vez mais pessoas com menos de 45 anos desenvolvam a doença.
Nessa época de verão, o Hospital Quali Ipanema, por exemplo, atende cerca de 30 pacientes por mês, o dobro de épocas normais do ano. Maia diz que o AVC é uma doença muito comum.
“Se você pegar o AVC como uma doença isolada, esquecendo que há vários tipos de câncer que podem ser separados, a doença mais frequente na humanidade é o AVC. E uma em cada seis pessoas vai ter um AVC na vida”, salienta. O médico disse ser muito importante a pessoa averiguar na sua família, entre os amigos, quem teve AVC porque não são casos isolados.
Mortes
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. “Quando não mata, deixa a pessoa incapaz. Eu digo que é uma doença que não é na pessoa, mas na família, porque pelo menos duas pessoas vão ter que se dedicar a cuidar daquele doente com AVC. Além da mortalidade, ela é uma doença extremamente desabilitadora. A pessoa fica sem andar direito, sem falar direito, sem condições de se alimentar sozinha. É uma doença extremamente crítica. Quando você vê uma pessoa andando com dificuldade é porque ela já teve uma sequela ou consequência de um AVC. Ficou paralisada de um lado ou sem conseguir falar direito, sem enxergar, se pegar a área da visão, porque o cérebro é um grande computador. Vai depender da área afetada pelo problema”, assegura o médico.
De acordo com Orlando Maia, a prevenção pode evitar um AVC. “É uma doença que a gente tem que gritar para todo mundo ouvir que há prevenção e tratamento. A prevenção [envolve] o hábito de vida saudável, prática de exercício físico regular pelo menos três vezes na semana, alimentação saudável, controle da pressão arterial, tomar os remédios direitinho e não fumar. E existe tratamento”.
No passado, como não havia tratamento, quando a pessoa chegava com AVC, não havia o que fazer, a não ser controlar a pressão. Hoje, há duas formas de tratamento e quanto mais rápido a pessoa chegar a um hospital, mais eficaz será o tratamento. O primeiro é a infusão de um remédio. “Você coloca um remédio na veia que dissolve o coágulo e, na maioria dos casos, o remédio resolve”, ensina.
Quando isso não acontece, ou em outros casos mais selecionados, Maia disse que os médicos entram com um cateter na virilha da pessoa e passam um desentupidor. Esse método retira aquele coágulo, por meio de uma aspiração dentro do vaso, liberando a circulação de volta. Com isso, a pessoa retorna ao normal.
Cateter
Orlando Maia esclarece, também, que o remédio tem uma característica: “só pode ser dado até quatro horas e meia desde o início dos sintomas. Já o cateter que aspira entra em um vaso na virilha, através de um aparelho e, em casos selecionados, pode ser usado até 24 horas a partir do início dos sintomas”. Ele frisou que quanto antes a pessoa tiver o sintoma e for a um hospital, melhor poderá ser o resultado.
Os sintomas indicando que uma pessoa está tendo ou vai ter um AVC incluem paralisia súbita de um membro ou dos dois membros de um lado, ou a fala fica enrolada, ou a pessoa perde a visão de um dos lados, ou tem uma tonteira extrema.
“Esses são os sintomas principais de uma pessoa que está tendo um AVC. Ela vai ter dificuldade de movimento, de fala, de visão ou uma perda súbita da consciência. É uma doença que acontece, na maioria das vezes, de uma hora para outra. Nessa situação, não tem que esperar nada. A pessoa tem que ser levada a um hospital porque é uma emergência médica”, finaliza o neurocirurgião.
Por - Agência Brasil
A identificação no Brasil de um novo tipo do vírus influenza A (H3N2), conhecido como “vírus K”, ainda não é motivo para preocupação, avalia o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. Segundo o especialista, a circulação de variantes do influenza faz parte da dinâmica natural do vírus e, neste momento, não há elementos suficientes para prever impacto maior na próxima temporada de gripe.

Qualquer estimativa sobre gravidade, duração ou intensidade da próxima temporada seria prematura.
“Não sabe se essa vai ser a variante circulante e predominante ainda no mundo. Está começando a temporada no Hemisfério Norte. Nem sabemos se vai ser a temporada do H3N2 ou se vai vir outro H1N1. Isso é tudo muito teórico ainda”, disse Kfouri.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde emitiu nota informativa em que chama atenção para o aumento rápido da circulação da variante K do Influenza A no Hemisfério Norte, em especial na Europa, América do Norte e Leste Asiático.
Na Europa, a atividade da influenza iniciou mais cedo do que o habitual. A variante K representou quase metade dos casos de infecções reportadas entre maio e novembro de 2025. Não foi registrada ainda nenhuma mudança significativa na gravidade clínica, em termos de internação hospitalar, admissões em cuidados intensivos ou óbito.
O Ministério da Saúde publicou nesta semana informe sobre a situação epidemiológica do país e destacou, pela primeira vez, a identificação de um caso da variante K no Brasil, no estado do Pará.
Nesta quarta-feira (17), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trouxe mais detalhes sobre o registro. A amostra com a presença da nova variante foi coletada em Belém (PA), no dia 26 de novembro, e inicialmente analisada pelo Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen-PA).
Depois da confirmação de influenza A (H3N2), o material foi encaminhado ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde passou por sequenciamento genético.
O caso refere-se a uma paciente adulta, do sexo feminino, estrangeira, oriunda das ilhas Fiji, e foi classificado como importado. Até o momento, não há evidências de transmissão local associada à variante no Brasil.
Para Kfouri, a detecção de novas variantes é esperada.
“Todo ano temos novidade do influenza. É da natureza do vírus sofrer mutações e causar epidemias anuais. Por isso, que precisamos tomar vacina todo ano. As vacinas são atualizadas conforme o que se consegue prever do que vai circular na temporada seguinte”, explicou.
O especialista destaca que, mesmo quando há alguma distância genética entre a vacina e o vírus circulante, a proteção permanece, especialmente contra formas graves da doença. “O que faz às vezes com que a efetividade da vacina seja um pouco maior no ano do que no outro ano, mas nunca se perde a efetividade. Há sempre alguma perspectiva ou expectativa de proteção, especialmente contra desfechos mais graves de hospitalização e morte”, disse.
Especialistas da Fiocruz reforçam que a vacinação segue como a principal ferramenta de prevenção. A composição da vacina recomendada pela OMS foi atualizada em setembro, com cepas mais próximas das atualmente em circulação, incluindo o subclado K.
“A composição da vacina de influenza recomendada pela Organização Mundial de Saúde foi atualizada em setembro para o próximo ano, com cepas mais próximas dos clados atualmente em circulação, incluindo o subclado K”, diz Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC.
Além da vacinação, as recomendações incluem higienização frequente das mãos, evitar contato próximo em caso de sintomas respiratórios, uso de máscara e busca por atendimento médico, especialmente diante de febre. Para os serviços de saúde, a principal orientação é manter o fortalecimento contínuo da vigilância epidemiológica, laboratorial e genômica.
Por - Agência Brasil
A redução na velocidade ao mudar de direção durante uma caminhada pode revelar um risco de desenvolver doença de Parkinson. Isso é o que mostrou um estudo alemão com dados coletados ao longo de uma década.
🧠O Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos do paciente. Entre os principais sintomas estão tremores, lentidão de movimentos e desequilíbrio. (veja mais abaixo)
➡️A pesquisa, publicada na revista científica "Annals of Neurology", acompanhou 1.051 pacientes com mais de 50 anos durante dez anos. O objetivo era analisar a relação da taxa de alteração no desempenho dos giros durante uma caminhada e um futuro diagnóstico de Parkinson.
Os resultados mostraram que uma "velocidade angular mais lenta", isto é, a velocidade com que alguém gira no ponto de maior velocidade ao andar, esteve ligada a uma maior probabilidade de desenvolver a doença no futuro.
Os pesquisadores também atestaram que as velocidades de giro começaram a diminuir cerca de 8,8 anos antes do diagnóstico clínico de Parkinson, o que pode indicar que esse seria um dos primeiros sinais motores detectáveis da doença.
Brook Galna, professor associado da Escola de Saúde Aliada da Murdoch University, na Alemanha, e um dos autores do estudo, afirma que as descobertas abrem caminho para intervenções precoces relacionadas ao problema.
"A detecção precoce de pessoas em risco de desenvolver Parkinson acelerará a descoberta e o teste de tratamentos neuroprotetores, desenvolvidos para retardar a progressão da doença, e pode manter as pessoas vivendo de forma independente por mais tempo", projeta.
Sensor nas costas
Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram um sensor na parte inferior das costas dos participantes.
O dispositivo era responsável por medir os movimentos de giro durante uma caminhada de cerca de um minuto por um corredor de 20 metros.
O aparelho registrava ângulo, duração e velocidade da virada, fornecendo dados que posteriormente foram relacionados ao desenvolvimento ou não de Parkinson.
Do total de participantes, 23 foram diagnosticados com a doença em média 5,3 anos após a avaliação inicial. Mas o sinais de redução na velocidade foram observados aproximadamente 8,8 anos antes do diagnóstico.
"Ao detectar mudanças na velocidade da virada por meio de sensores vestíveis, em combinação com outros sinais iniciais de Parkinson, podemos identificar indivíduos em risco muito antes de os sintomas se tornarem clinicamente aparentes", afirmou Galna.
Sintomas e diagnóstico do Parkinson
A doença de Parkinson acontece por causa da degeneração das células localizadas em uma região do cérebro conhecida como substância negra.
Essas células produzem a dopamina, responsável por conduzir as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. Por isso, a falta ou diminuição dessa substância no corpo afeta os movimentos.
👉Os sintomas mais característicos da doença são:
- Tremores
- Lentidão de movimentos
- Rigidez muscular
- Desequilíbrio
- Alterações na fala e na escrita
Atualmente, o diagnóstico é feito a partir do histórico clínico do paciente e por meio de um exame neurológico. Ainda não há nenhum teste específico para o diagnóstico ou prevenção da doença.
Também não há cura. O tratamento normalmente busca combater os sintomas, além de retardar o progresso da doença.
Limitações do estudo
Apesar dos resultados indicarem uma possível nova forma de detecção precoce do Parkinson, os pesquisadores ponderam que o estudo ainda traz algumas limitações.
👉Entre elas:
- Utilização de somente sete medidas de giro
- Número limitado de participantes
- Limitações do algoritmo para detecção do ângulo de giro
Na discussão da pesquisa, o grupo sinaliza que os "achados indicam que avaliações quantitativas e digitais dos movimentos de giro podem ser mais um componente útil em uma bateria diagnóstica para identificar pré-diagnóstico de Parkinson".
Apesar disso, eles recomendam futuras análises para aprofundar as descobertas.
"O trabalho futuro deve buscar aumentar a sensibilidade e especificidade dos modelos de aprendizado de máquina, avançando em direção a ferramentas de triagem mais eficientes e clinicamente relevantes", destacam.
Por - G1
A longevidade, segundo a Harvard Health Publishing, depende em grande parte de decisões cotidianas que influenciam a saúde física e emocional.
Embora a genética explique cerca de 25% da expectativa de vida, uma análise da instituição destaca que um hábito simples e diário, como a socialização regular, apresenta relação direta com maior longevidade, de acordo com um estudo realizado com 28 mil pessoas.
A pesquisa enfatiza que viver mais e com melhor qualidade é resultado de práticas mantidas ao longo do tempo. Entre elas, a interação social frequente é identificada como um dos comportamentos com maior impacto na sobrevivência e na proteção contra o declínio emocional e cognitivo.
O artigo de Lisa Catanese explica que quanto mais frequentes são os encontros e atividades com outras pessoas, maior é a probabilidade de um envelhecimento saudável. A instituição alerta que o isolamento prolongado está associado a maior estresse, sintomas depressivos e aceleração da perda do bem-estar geral.
O que Harvard diz sobre alimentação, sono e hidratação?
O documento também ressalta que uma dieta baseada em vegetais favorece o funcionamento celular e reduz o risco de doenças crônicas, e cita um estudo da JAMA Network Open, que identificou uma redução de 23% na mortalidade entre mulheres que seguiam um padrão alimentar mediterrâneo.
Outro destaque é que adultos precisam de sete a nove horas de sono por noite para proteger a saúde cardiovascular, metabólica e cerebral. Em relação à hidratação, uma pesquisa com mais de 11 mil pessoas mostrou que aquelas que mantêm níveis adequados de líquidos desenvolvem menos doenças crônicas e vivem mais.
Atividade física: quanto ela realmente influencia na longevidade
A instituição reconhece a importância do movimento e retoma as diretrizes das Physical Activity Guidelines for Americans de 2018, que recomendam 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de exercício vigoroso, além de treinamento de força duas vezes por semana.
Caminhar, pedalar, nadar, realizar tarefas domésticas ou jardinagem também contribuem para melhorar as funções muscular, cardiovascular e pulmonar, embora Harvard ressalte que o exercício não é o único determinante da longevidade.
Outros três comportamentos cotidianos que ajudam a viver mais, segundo Harvard
Além da alimentação, hidratação, descanso, socialização e atividade física, o artigo identifica outros três hábitos com impacto comprovado na saúde a longo prazo:
Não fumar: Harvard aponta o tabaco como um dos fatores mais prejudiciais à expectativa de vida. Fumar encurta a vida e afeta diversos sistemas do organismo, comprometendo a função pulmonar, o coração, a saúde da pele e da boca, além de aumentar significativamente o risco de vários tipos de câncer. A instituição destaca que existem métodos eficazes para parar de fumar, incluindo tratamentos médicos que elevam as taxas de sucesso.
Limitar o consumo de álcool: o consumo excessivo aumenta o risco de danos ao fígado, câncer, acidentes graves e enfraquecimento do sistema imunológico, além de favorecer quadros depressivos. Harvard considera “moderado” o consumo de uma bebida por dia para mulheres ou duas para homens, mas enfatiza que beber menos (ou não beber) é mais seguro, já que mesmo pequenas quantidades podem representar riscos à saúde.
Pensar de forma positiva: a pesquisa explica que o otimismo também influencia a duração da vida. Dois estudos recentes mostraram que uma atitude positiva está associada a maior longevidade em mulheres de diferentes grupos raciais e étnicos e a melhor saúde emocional em homens mais velhos. A instituição conclui que uma perspectiva otimista pode trazer benefícios duradouros para o bem-estar físico e mental.
Por - O Globo



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