O Ministério da Saúde atualizou para 11 o número de casos confirmados de contaminação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. De acordo com a pasta, há outras 48 notificações de casos suspeitos. O balanço foi apresentado pelo ministro Alexandre Padilha, em entrevista à imprensa na Sala de Situação, instalada pelo governo para monitorar os casos e coordenar as medidas de resposta. 

Inicialmente, o ministro havia confirmado um 12º caso em Brasília. Mas o ministério recuou e informou que o caso do rapper Hungria ainda é contabilizado como suspeito.
"Neste momento, nós temos 59 casos notificados entre suspeitos ou confirmados. Desses 59 casos, 11 deles o Cievs [Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde] traz para o Ministério da Saúde a confirmação com a detecção laboratorial da presença do metanol", afirmou Padilha.
Apenas uma morte decorrente desse tipo de intoxicação foi confirmada pelo Ministério da Saúde no estado de São Paulo. Mais sete óbitos seguem em investigação, sendo dois em Pernambuco e os outros cinco também em São Paulo.
Rapper Hungria
De acordo com o Hospital DF Star, Hungria deu entrada na unidade nesta quinta-feira (2), com quadro de cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. Em boletim médico divulgado na tarde hoje, o hospital afirma que o rapper está internado em unidade de terapia intensiva, sem alterações visuais e com quadro clínico estável, consciente, orientado e com respiração espontânea.
"Iniciou tratamento específico e hemodiálise para eliminação da substância tóxica. Não há previsão de alta hospitalar", diz nota assinada pelos médicos Antônio Aurélio, Leandro Machado, Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges.
Gustavo Hungria das Neves é da periferia de Brasília, da Ceilândia, e ganhou projeção nacional com suas músicas. Nas redes sociais, a equipe do músico disse que ele está sendo acompanhado pelos médicos e “fora de risco iminente”. Informou ainda que a agenda de shows para o fim de semana está cancelada e agradeceu o apoio dos fãs.
Por - Agência Brasil
A Covid-19 foi a principal causa de óbitos nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por vírus nas últimas quatro semanas epidemiológicas, entre 31 de agosto e 27 de setembro. A informação consta no boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (2).

A análise mostra que, em Goiás e no Distrito Federal, o crescimento dos casos de SRAG continua a ser impulsionado pela infecção do coronavírus, que tem impactado no aumento das hospitalizações especialmente entre os idosos. A gripe do influenza A também tem elevado o número de internações em quase todas as faixas etárias nessas regiões.
Além dos 50,9% dos óbitos por SRAG causados por Sars-CoV-2 (Covid-19), o estudo aponta que, no mesmo recorte temporal, 25,7% dos casos foram por rinovírus; 15,8% por influenza A; 5% por vírus sincicial respiratório (VSR); e 1,8% por influenza B.
A pesquisadora responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, ressalta que Goiás, o DF e o Espírito Santo registraram aumento de casos graves de Covid-19 e que algumas unidades federativas do Centro-Oeste (Goiás e DF) estão passando por uma segunda temporada do vírus influenza A, fator atípico para esta época do ano na região.
“A gente pede que as pessoas, especialmente integrantes dos grupos de risco, verifiquem se estão com a vacinação em dia. A vacina continua sendo a principal forma de proteção contra casos graves e óbitos. Nós recomendamos o isolamento em caso de sintomas de gripe ou resfriado ou, se não for possível, que a pessoa saia de casa usando uma boa máscara”, alerta Tatiana.
Ao longo de 2025, já foram registrados 11.161 óbitos de SRAG, sendo 5.798 (51,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.331 (38,8%) negativos e cerca de 188 (1,7%) aguardando resultado laboratorial.
Quanto aos óbitos de SRAG por vírus neste ano epidemiológico, verificou-se 51% por influenza A; 22,4% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 13,9% por rinovírus; 11,9% por VSR; e 1,8% por influenza B.
Por - Agência Brasil
O Ministério da Saúde, por meio de portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico Industrial da Saúde (Sectics), incorporou no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a prostatectomia radical assistida por robô para o tratamento de pacientes com câncer de próstata clinicamente avançado.

A prostatectomia radical é uma cirurgia para remover a próstata e as vesículas seminais, sendo um tratamento curativo para o câncer de próstata, principalmente em estágios iniciais. Nesse procedimento, a próstata é removida completamente, juntamente com os tecidos ao seu redor, como as vesículas seminais e, em alguns casos, os linfonodos pélvicos, para eliminar o tumor e reduzir o risco de recorrência.
De acordo com a portaria, as áreas técnicas terão o prazo máximo de 180 dias para efetivar a oferta no SUS. Deverá constar também o relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) sobre essa tecnologia.
A Conitec aprovou, em parecer final, a incorporação da prostatectomia radical robótica para pacientes com câncer de próstata clinicamente localizado ou localmente avançado.
"Reconhecemos que há um esforço por parte da equipe técnica em promover equidade no tratamento e assegurar que mais pacientes possam se beneficiar dos melhores cuidados disponíveis”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro.
Pinheiro explicou que “os próximos passos para que a cirurgia robótica esteja amplamente disponível nos hospitais conveniados ao SUS incluem a definição de protocolos, de centros de referência e treinamento das equipes com foco na garantia de segurança e qualidade dos procedimentos. Segundo ele, a técnica robótica tem mostrado sua eficácia na formação de novos profissionais, reduzindo a curva de aprendizado ao permitir treinamentos em ambientes controlados e supervisionados.
Por- Agência Brasil
O Ministério da Saúde monitora os casos de intoxicação por metanol no estado de São Paulo.
A orientação é que todas as unidades de saúde, em especial a rede de urgência e emergência, sigam o protocolo de notificação para casos suspeitos de intoxicação exógena (com agente tóxico de origem externa).

Em reunião extraordinária do Comitê Técnico do Sistema de Alerta Rápido (SAR) do Governo Federal, nesta segunda-feira (29), foi confirmado o décimo caso de intoxicação por metanol relacionado ao consumo de bebida alcoólica no estado de São Paulo. Até o final do dia, três óbitos haviam sido confirmados.
O encontro foi coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em nota, a pasta informou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) vai emitir alerta aos Procons de todo o país com orientações a fornecedores e consumidores sobre a segurança na comercialização e no consumo de bebidas alcoólicas.
Ainda de acordo com o comunicado, o Ministério da Agricultura e Pecuária levanta informações para avaliar eventuais ações de fiscalização.
“Os casos apresentam padrão inédito e diverso aos que eram, até então, registrados. As ocorrências de intoxicação por metanol estavam, majoritariamente, associadas a pessoas em extrema vulnerabilidade ou população em situação de rua, ambos a partir de ingestão de álcool em postos de gasolina adulterados com a substância”, informou a nota.
“No entanto, a partir do início do mês de setembro, em um curto intervalo de tempo, os pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky, vodka, entre outros”, completou o texto.
Diante do caráter inédito da situação, o Ministério da Justiça e Segurança Pública alertou para a possibilidade de existirem casos ainda não notificados, além de casos que seguem sob investigação ou que aguardam confirmação laboratorial.
Participaram do encontro representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura e Pecuária, da Polícia Federal, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Receita Federal, da Polícia Científica de São Paulo, do Instituto Médico Legal de São Paulo e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Na manhã desta terça-feira (30), os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; da Saúde, Alexandre Padilha; e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, concedem coletiva de imprensa para dar mais detalhes sobre o plano de ação do Governo Federal.
Entenda
De acordo com o comunicado, a intoxicação por metanol caracteriza emergência médica de extrema gravidade. A substância, quando ingerida, é metabolizada no organismo em produtos tóxicos (como formaldeído e ácido fórmico), que podem levar ao óbito.
Os principais sintomas são visão turva ou perda de visão, podendo levar à cegueira, e mal-estar generalizado, incluindo náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese.
Em caso de identificação dos sintomas, a orientação do governo federal é buscar imediatamente um serviço de emergência médica e contatar pelo menos uma das instituições a seguir:
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001;
- Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da cidade, para orientação especializada: contatos disponíveis aqui;
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – de qualquer lugar do país.
“É importante identificar e orientar possíveis contatos que tenham consumido a mesma bebida, recomendando que procurem imediatamente um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequado. A demora no atendimento e identificação da intoxicação aumenta a probabilidade do desfecho mais grave, com o óbito do paciente.”
Por - Agência Brasil
Para saber como o vírus da chikungunya afeta crianças e adolescentes, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizou durante quatro anos, no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, uma pesquisa com 348 pessoas nessa faixa de idade. Os pesquisadores concluíram que a maioria das infecções por chikungunya é sintomática e que a doença pode deixar sequelas mesmo nesses indivíduos.

O trabalho ocorreu no andamento de um ensaio clínico de fase III da vacina Butantan-Dengue. Os pesquisadores analisaram a taxa de pacientes sem sintomas clínicos (infecção assintomática), a resposta imunológica (soroconversão) e os casos de dores nas articulações após a infecção pelo vírus (sintomas crônicos).
A chikungunya é uma doença viral transmitida pelo Aedes aegypti que costuma causar febre alta e dores intensas nas articulações durante e após a fase aguda da infecção. Embora os efeitos em adultos sejam mais conhecidos, pouco se sabe como a doença se manifesta em crianças e adolescentes.
Eles monitoraram os participantes com idades entre 2 e 17 anos, realizando coletas periódicas de sangue e acompanhando sintomas em consultas médicas regulares, em casos de febre ou outros sinais clínicos.
“As amostras foram testadas para a chikungunya, dengue e zika por meio de RT-PCR (que detecta o material genético dos vírus), sorologia (Elisa) e ensaio de neutralização viral, que avaliam a presença e a eficácia dos anticorpos protetores no organismo”, informou a Fiocruz.
A pesquisadora Viviane Boaventura, da Fiocruz Bahia, foi quem coordenou a pesquisa. De acordo com ela, nos casos com suspeita de infecção, sintomas e sinais foram registrados por meio de um questionário.
“Os casos de chikungunya foram então analisados para fornecer informações sobre o impacto da doença nesse grupo, incluindo a intensidade dos sintomas e o tempo de duração da resposta imunológica após a infecção”, disse.
Segundo os pesquisadores, “no início do estudo, 23 indivíduos já apresentavam anticorpos IgG protetores contra o vírus da chikungunya. Entre os 311 que completaram o acompanhamento, 17% testaram para o vírus, sendo 25 casos confirmados por RT-PCR e 28 casos por sorologia. Desses, 9,4% não apresentaram sintomas e 3 (12%) desenvolveram artralgia crônica, ou seja, dores nas articulações que persistiram por meses, impedindo a realização de atividades diárias. A taxa de soroconversão entre os casos positivos foi de 84%”.
Esses resultados indicaram que a maioria desenvolveu anticorpos após a infecção, embora uma parcela significativa não tenha apresentado resposta imunológica detectável, informou a Fiocruz. A pesquisa constatou ainda que, “apesar de surtos locais durante o estudo, apenas um quinto (20%) dos participantes foi exposto ao vírus, o que levanta questões sobre a vulnerabilidade da população pediátrica e a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes”.
Por - Agência Brasil
Apesar de quimicamente muito parecido com o etanol - o álcool comum presente nas bebidas -, o metanol tem dinâmica de degradação no corpo humano muito diferente e perigosa, podendo causar danos permanentes ou levar à morte mesmo em doses baixas. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil falam sobre os perigos mais comuns e a dinâmica da intoxicação por esse agente.

O metanol não é metabolizado da mesma maneira que o etanol, que compõe as bebidas alcoólicas, O etanol se transforma em molécula conhecida como acetaldeído, que é tóxico mas com a qual o nosso fígado consegue geralmente trabalhar, convertendo-o em ácido acético (o mesmo do vinagre). O ritmo e a capacidade de cada pessoa para lidar com o álcool varia de acordo com fatores como idade, peso e saúde do fígado. Ele pode causar dependência, intoxicação e mesmo a morte, se em quantidades acima da capacidade de metabolismo do organismo, além de ser fator de risco para doenças do fígado, do coração e dos rins.
Para o metanol, a dinâmica segue o mesmo caminho, mas produz formaldeído. Esse composto é transformado em ácido fórmico (encontrado na natureza em algumas formigas, abelhas e plantas). O passo seguinte é seu metabolismo com ácido fólico, gerando água e gás carbônico, o que pode ser muito lento e causar acúmulo em alguns órgãos. Ai começam os problemas: o acúmulo sobrecarrega inicialmente o sistema nervoso, principalmente o nervo óptico, e um dos sintomas mais característicos são as alterações na visão ou mesmo cegueira, que podem ser breves, duradouras ou até permanentes.
O pior dos cenários, porém, é de uma intoxicação severa, onde a concentração de ácido fórmico no sangue leva a uma sobrecarga no metabolismo intracelular, afetando as mitocôndrias. Elas são responsáveis pela geração de energia dentro das células e qualquer coisa que as afete terá impacto em todo o corpo.
Os sintomas iniciais aparecem, em média, de 12 a 14 horas após a ingestão, informou Hanna Flávia Gomes, oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos do Distrito Federal, e variam entre dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores abdominais, confusão mental, visão turva repentina ou cegueira. Quem tem esses sintomas não irá apresentar necessariamente todos eles, nem irão aparecer em ordem específica.
"É importante procurar um médico logo, pois o tratamento adequado depende dos exames iniciais e da confirmação no laboratório. Doses a partir de 10 ml já podem causar cegueira", alerta a especialista.
Entre os tratamentos possíveis estão o uso de corretores de acidez, como bicarbonato, o tratamento com vitaminas, como ácido fólico e com antídotos, como etanol venoso, ou mesmo a hemodiálise em casos graves, mas não se deve tentar soluções caseiras, pois a situação tende a piorar com o acúmulo no organismo e se agravar em pouco tempo após os primeiros sintomas.
A diferença nos sintomas talvez seja a melhor forma de identificar se a bebida continha uma mistura de etanol e metanol. Enquanto o primeiro gera desconforto e impactos rapidamente, mesmo os mais graves, os sintomas do metanol vão aparecer aos poucos, pois o corpo metaboliza a substância lentamente, explicou o neurocirurgião André Meireles Borba. Os sintomas, segundo ele, tendem a aparecer algumas horas depois da ingestão e vão se agravando.
"Mesmo que você tenha ingerido álcool, se horas depois da ingestão você começar a sentir sintomas que sejam diferentes dos habituais, especialmente se envolvem a alteração da parte visual, deve haver alguma preocupação. Especialmente se os sintomas, em vez de diminuírem, forem piorando ao longo das horas".
Entre os sintomas possíveis estão cegueira, névoa na visão, intolerância à luz e aparecimento de manchas.
Apesar dos sinais relacionados ao nervo óptico serem os mais comuns, Borba esclarece que o mais perigoso são os sintomas do que seria a "intoxicação das mitocôndrias".
"Normalmente, elas fazem a respiração bioquímica, que é a produção de energia dentro das células, por meio do metabolismo do açúcar no sangue (que não é o açúcar que comemos, já é um produto dele, geralmente açúcares menores e gorduras). Esse processo é regulado por um mecanismo bioquímico que envolve sais e é desequilibrado pelo metabólito do metanol, o formaldeído. "Na prática ele 'gruda' no citocromo, o que faz com que pare de funcionar. Se a gente comparar esse funcionamento com o pistão do motor de um carro, é como você encher o pistão de água, e isso impede seu funcionamento", ilustra o médico. É como um processo de asfixia em nível celular, muito difícil de tratar e, a partir de um certo ponto, irreversível. "As células deixam de produzir energia, não tem como a gente trocar isso", conclui.
A orientação dos especialistas, assim como de todos os órgãos técnicos, é procurar o atendimento em serviços de urgência próximos imediatamente. As unidades trabalham com protocolos de triagem e podem diferenciar rapidamente tipos distintos de intoxicação. Mesmo serviços locais de saúde têm redes de referência que podem orientar os profissionais para o atendimento rápido e adequado.
Por - Agência Brasil


















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