O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), intensificou em 2025 a estratégia de mutirões para reduzir filas por cirurgias eletivas, consultas e exames.
Foram realizados 83 mutirões neste ano, mobilizando equipes extras, horários estendidos e estruturas adicionais exclusivamente dedicadas a acelerar o atendimento da população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os mutirões não atrapalham o fluxo normal dos hospitais pois são feitos fora do horário de rotina, utilizam salas cirúrgicas e equipes extras, não interferem nas cirurgias de urgência e emergência, não ocupam vagas que seriam usadas nos atendimentos do dia a dia e são planejados para não sobrecarregar os profissionais que atuam na linha de frente.
Eles integram o Opera Paraná, programa estadual que já recebeu mais de R$ 1,3 bilhão em investimentos e que tem como foco principal reduzir o tempo de espera por procedimentos de média e alta complexidade, contemplando procedimentos de cirurgia geral, ortopedia, ginecologia, urologia, dermatologia, vascular, entre outras especialidades
Desde o final de 2024, as Secretarias de Estado da Saúde (Sesa) e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) intensificaram ações para acelerar consultas, exames e cirurgias em toda a rede hospitalar do Paraná. Além dos mutirões marcados, realizados em dias específicos, os hospitais universitários também elevaram sua produção em modelos diferenciados, garantindo atendimento acelerado em várias áreas.
“Por trás de cada número há um paciente que esperava por uma consulta ou cirurgia. Os mutirões têm cumprido esse papel: devolver qualidade de vida com agilidade, sem interromper o funcionamento dos hospitais”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Com o esforço conjunto de equipes médicas, administrativas e de regulação, as ações têm ampliado a capacidade assistencial e reduzido o tempo de espera em diversos municípios.
ESPECIALIDADES – Somente no Dr. Eulalino Ignácio de Andrade, conhecido como Hospital Zona Sul de Londrina (HZS), e nos hospitais que compõem o Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT) foram realizadas 650 cirurgias no formato de mutirão.
O HZS fechará o ano com três mutirões de cirurgias infantis. Dois deles já realizados (12/04 e 02/08) e que resultaram em 44 procedimentos; 32 postectomia e 12 de amígdala e adenóide (A+A). O terceiro mutirão está previsto para acontecer no dia 6 de dezembro.
O CHT frequentemente organiza mutirões de cirurgias eletivas de média e grande complexidade, em regime de caráter especial. Pela complexidade dos casos, a ação envolve uma equipe médica de oito profissionais altamente especializados, que ocupam cinco salas cirúrgicas da unidade.
Desde o início do ano até esta segunda-feira (24), foram realizados 79 mutirões na unidade; 100 cirurgias de joelho, 60 de cirurgia geral, 53 de mão, 108 de membro superior, 63 cirurgias coloproctológicas, 42 procedimentos para tratamento de deformidades craniofaciais — incluindo fissuras labiopalatinas — e outras 180 cirurgias de próteses.
Já no mês de setembro, o Mutirão de Atendimentos de Avaliação de Lesões Suspeitas de Câncer de Pele para os municípios da 2ª Regional de Saúde de Curitiba realizou 148 consultas de agendamento de pacientes que estavam na fila de espera para a especialidade de dermatologia ou casos de lesões suspeitas de câncer de pele.
HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS – O Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná também realizou mutirões nas áreas da cirurgia pediátrica; oftalmologia e Cirurgia do Aparelho Digestivo (CAD). O “mutirão da pediatria” ocorreu em 21 de março e os demais foram encaixados nos dias das agendas das especialidades.
De novembro de 2024 a julho de 2025 o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, ligado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizou a maior ação de aceleração ortopédica já realizada pela unidade.
Embora não tenha ocorrido em um único dia, como nos mutirões tradicionais, a iniciativa funcionou como um mutirão contínuo, com reforço de equipes, agendas ampliadas e produção extra dentro do programa estadual.
Esse esforço inédito permitiu reduzir a fila de 306 pacientes que aguardavam por cirurgias de quadril, joelho e mão — incluindo prótese de quadril, prótese total de joelho, lesões ligamentares, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho e dedo em martelo.
Em Cascavel, no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), entrou em vigor, em setembro de 2024, um contrato anual de aceleração de procedimentos cirúrgicos. A iniciativa permite produção ampliada e contínua, com reforço diário nas agendas das especialidades. A parceria entre a Sesa e a Seti vem garantindo um avanço significativo na fila de atendimento: entre setembro e o momento atual, já foram realizadas 4.983 cirurgias de ortopedia, urologia, cirurgia geral e vascular.
Já os Hospitais Universitários Regionais de Maringá, vinculado à Universidade Estadual de Maringá (UEM) e de Londrina, vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL), também registraram crescimento expressivo em sua produção assistencial ao longo de 2025, impulsionado pelo fortalecimento das equipes e pela ampliação das agendas.
REDUÇÃO DAS FILAS – O Opera Paraná, implementado pelo Governo do Estado e desenvolvido pela Sesa, está progressivamente diminuindo as filas das cirurgias eletivas e regionalizou os atendimentos, facilitando o acesso da população. Apenas no último ano e meio mais de 1 milhão de procedimentos foram realizados (686 mil em 2024 e 370 mil no primeiro semestre de 2025).
“A ampliação das ações do Opera Paraná tem acelerado de forma consistente a redução das filas por cirurgias eletivas. As parcerias entre hospitais estaduais, municipais e unidades contratualizadas fortalecem o trabalho em rede, permitindo o uso mais eficiente de equipes e estruturas já existentes”, destaca a diretora de Contratualização e Regulação da Sesa, Raquel Mazetti Castro.
“Esse esforço conjunto garante que o acesso à saúde siga os princípios do SUS, oferecendo atendimento universal, integral e com equidade para toda a população.”
Por - AEN
A saúde pública do Paraná dá um salto em planejamento reprodutivo com a incorporação do implante subdérmico contraceptivo de etonogestrel no Sistema Único de Saúde (SUS).
O método, conhecido comercialmente como Implanon NXT, pode custar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil no setor privado e agora passa a ser oferecido gratuitamente na rede pública, o que amplia significativamente o acesso a uma tecnologia de ponta para adolescentes e mulheres.
Para garantir a segurança e o cuidado com a nova tecnologia, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com o Ministério da Saúde (MS), realizou uma oficina terça-feira (25) de qualificação de profissionais dos 38 municípios referências das 22 Regionais de Saúde.
O implante subdérmico de etonogestrel é um contraceptivo reversível de longa duração (LARC), com eficácia de até três anos e retorno rápido da fertilidade após a remoção. Considerado altamente eficaz, o método reduz falhas comuns relacionadas ao uso contínuo de anticoncepcionais diários ou mensais. A incorporação ao SUS foi estabelecida pelas Portarias MS nº 47 e 48, de 8 de julho de 2025, com previsão de distribuição nacional de 500 mil unidades ainda em 2025 e expansão para 1,8 milhão até 2026.
Incorporar métodos contraceptivos de alta eficácia como o implante é uma estratégia fundamental para o enfrentamento da gestação não intencional. Dados da Pesquisa Nascer no Brasil II (2021/2023) indicam que entre 33% e 40% das gestantes avaliadas não planejaram a gravidez. Em 2022, os partos de parturientes até 19 anos representaram 12,3% de todos os nascimentos no Brasil.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, destacou que a iniciativa representa um avanço significativo na oferta de métodos contraceptivos e no fortalecimento dos direitos sexuais e reprodutivos. “Ampliar o acesso ao implante é dar mais autonomia e segurança às mulheres paranaenses. Estamos garantindo uma rede preparada, com profissionais qualificados e um método moderno, eficaz e seguro. Investir em planejamento reprodutivo é investir em saúde, dignidade e futuro”, afirmou.
O dispositivo será disponibilizado para adolescentes e mulheres em idade fértil, conforme critérios de elegibilidade definidos pelo Ministério da Saúde. Ele se soma ao conjunto de métodos já ofertados pelo SUS, como DIU de cobre, pílulas, injetáveis, preservativos, laqueadura e vasectomia.
OFICINA E TREINAMENTO – A oficina de qualificação reuniu cerca de 150 profissionais entre médicos, enfermeiros e gestores das 22 Regionais de Saúde, além de representantes do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren/PR) e do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/PR).
Durante a oficina, foram distribuídos kits contendo cartilhas, aplicadores e placebos, assim como um treinamento em braços anatômicos com materiais de simulação para a prática das técnicas de inserção e retirada. Os gestores municipais também participaram de discussões sobre organização da oferta, fluxos assistenciais e planejamento territorial.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, reforçou o impacto da iniciativa na Atenção Primária à Saúde na redução das desigualdades regionais. “A qualificação dos profissionais e a organização dos serviços são fundamentais para que esse novo método chegue a quem mais precisa. A inserção do implante amplia o cuidado, reduz desigualdades e fortalece os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres e adolescentes”, afirmou.
A enfermeira e consultora técnica da Coordenação Geral de Atenção à Saúde das Mulheres (CGESMU) do Ministério da Saúde, Camila Farias, destacou que a ampliação de ofertas é uma estratégia do Ministério da Saúde para dar mais liberdade e autonomia às mulheres. Segundo ela, o implante é o método reversível de longa duração mais seguro e eficaz disponível atualmente e o objetivo é oferecer essa segurança para toda a população brasileira, para que possa se prevenir contra as gestações não planejadas.
"Estamos aqui para reforçar a importância da habilidade técnica, fornecer o insumo e a informação adequada para a população. Temos que fortalecer todos os métodos [contraceptivos] e entender qual o melhor para aquela pessoa que busca a unidade de saúde. O objetivo é fortalecer o que temos no SUS e reforçar que estamos incorporando novas tecnologias para dar acesso à população", concluiu Camila.
DISTRIBUIÇÃO – O Paraná já recebeu 25.620 unidades do implante contraceptivo, que foram integralmente distribuídas aos municípios. Inicialmente, 38 cidades com mais de 50 mil habitantes foram contempladas, conforme diretrizes federais. A previsão é de que, no próximo semestre, o método esteja disponível em todas as 22 Regionais de Saúde, ampliando o acesso ao planejamento reprodutivo em todo o Estado. O dispositivo será disponibilizado para adolescentes e mulheres em idade fértil, conforme critérios de elegibilidade definidos pelo Ministério da Saúde.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Poliquesi, destacou que o Paraná já estrutura os próximos passos da implantação. As Regionais de Saúde, em conjunto com os municípios, organizarão os fluxos, definirão as equipes qualificadas e ampliarão gradualmente a oferta do implante.
“A incorporação representa uma garantia de direitos na escolha e no momento de ter filhos e para aquelas mulheres que muitas vezes não podem fazer uso de outros métodos já disponíveis no SUS. A mensagem é de ampliação do acesso, acolhimento e utilização das consultas de planejamento sexual e reprodutivo como uma oportunidade de promoção à saúde das mulheres”, afirmou Carolina.
Entre os 38 municípios contemplados nessa primeira fase estão Almirante Tamandaré, Apucarana, Arapongas, Araucária, Cambé, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Mourão, Cascavel, Castro, Cianorte, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Ibiporã, Irati, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Medianeira, Palmas, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Pinhais, Piraquara, Ponta Grossa, Prudentópolis, Rolândia, São José dos Pinhais, Sarandi, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória.
Por -AEN
O Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), finalizou a edição 2025 da Caravana ICMS Ecológico e Pagamento por Serviços Ambientais Municipal – RPPN. Ao longo de oito meses, a ação percorreu os 21 escritórios do órgão ambiental, em diferentes regiões do Paraná, com o objetivo de aproximar o Estado dos municípios e fortalecer a implementação das políticas ambientais de conservação.
Ao todo, a caravana impactou 234 municípios e reuniu 824 participantes, entre gestores, técnicos municipais e equipes regionais. A iniciativa buscou ampliar o entendimento sobre o funcionamento do ICMS Ecológico (ICMS-E) e dos programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), além de orientar a gestão das Unidades de Conservação nos territórios municipais.
“A proposta entregou o que o Paraná precisa: orientação técnica sólida, presença nos municípios e alinhamento entre equipes. Ouvimos gestores, entendemos as realidades locais e reforçamos os critérios que sustentam a política ambiental do Estado”, destacou o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto.
A programação contou com uma série de encontros técnicos voltados para esclarecer os benefícios e o processo de implantação do PSA Municipal em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). As equipes também detalharam os critérios utilizados na avaliação do ICMS-E Biodiversidade e o papel dos municípios na manutenção e na gestão das áreas protegidas, reforçando como esses fatores influenciam diretamente no cálculo do repasse anual.
Outro ponto importante foi a explicação do processo de inclusão de novas áreas no ICMS-E por Biodiversidade, especialmente com a entrada em vigor das Portarias IAT nº 04/2025 e nº 05/2025 . As capacitações buscaram orientar os municípios sobre procedimentos técnicos, documentação, prazos e exigências para assegurar conformidade e otimizar resultados.
A ação foi conduzida pela Diretoria do Patrimônio Natural (DIPAN) – responsável pelo PSA para RPPNs e pelo ICMS-E Biodiversidade – e pela Diretoria de Saneamento e Recursos Hídricos (DISAR), que gerencia o PSA Hídrico e o ICMS-E Mananciais. A presença das duas diretorias proporcionou uma abordagem integrada, alinhando informações e fortalecendo a capacidade técnica das equipes regionais para que atuem em conjunto aos municípios.
“A Caravana se consolidou como um espaço de escuta ativa e troca de experiências, permitindo entender realidades locais, esclarecer dúvidas e incentivar uma gestão municipal mais ativa, estratégica e comprometida com a conservação ambiental. A iniciativa ainda reforçou a importância da relação institucional entre Estado e municípios, elemento fundamental para o avanço das políticas públicas ambientais”, afirmou a gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Accioly Calderari.
PROGRAMAS – O ICMS Ecológico é aplicado no Paraná há 34 anos e tem o propósito de incentivar a proteção de áreas de conservação ambiental no Estado. Os valores repassados representam 5% do total do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) destinado aos municípios paranaenses. Metade desses 5%, ou seja, 2,5%, é destinada aos municípios que abrigam mananciais de abastecimento de municípios vizinhos. A outra metade é repassada na modalidade Biodiversidade – para municípios que abrigam Unidades de Conservação (UCs).
O programa é um instrumento que ajuda as prefeituras e, por consequência, toda a população. É uma política pública que tem como objetivo estimular o incremento da área protegida e a melhora na gestão do patrimônio natural no Paraná.
Atualmente, 229 dos 399 municípios do Paraná (57%) são recompensados por incentivar a adoção de medidas de conservação ambiental nas cidades na modalidade biodiversidade, enquanto 102 municípios (25%) recebem o benefício na modalidade mananciais. Em 2024, a transferência de total de recursos foi de R$ 635.071.226,70, incremento de 12% em relação ao ano anterior (R$ 566.794.275,70).
“A caravana fortaleceu a relação entre estado e municípios. Houve compartilhamento de experiências e esclarecimento de dúvidas de dois programas que contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade ambiental, social e tributária dos municípios paranaenses”, explicou Mariane Veiga, uma das técnicas ambientais que acompanhou a caravana.
SIMULADOR – O IAT disponibiliza também uma ferramenta online que permite às prefeituras simularem os repasses de ICMS Ecológico, para facilitar o planejamento das ações de conservação dos municípios. O programa é interativo e apresenta cenários de arrecadação municipal em resposta aos dados das Unidades de Conservação.
Basta preencher os dados sobre a categoria da área protegida e o tamanho em hectares. O simulador apresenta três resultados, com o valor mínimo, médio e máximo ao ano. A plataforma pode ser acessada AQUI.
O programa conta, ainda, com o dashboard do ICMS Ecológico, que contempla tanto o ICMS Ecológico por Biodiversidade quanto o por Mananciais e apresenta de forma interativa os dados e repasses.
POr - AEn
Mesmo com o fim da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, os olhos do mundo continuam no Brasil e suas ações diante do desafio climático global.
O Paraná, que já foi eleito por quatro vezes consecutivas o estado mais sustentável do País, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados, tem três iniciativas estratégicas nesse horizonte: o Plano Estadual de Descarbonização, o Plano ABC+ Paraná e o Programa de Segurança Hídrica, que consolidam a atuação como referência em políticas ambientais e climáticas.
“O modelo adotado no Estado mostra que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos. A sustentabilidade no Paraná não está apenas no discurso, mas em práticas diárias e planejadas, construídas com base na ciência, na inovação e no compromisso com as futuras gerações”, analisa o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
“Avançamos em projetos de biogás, energia solar, economia circular e reflorestamento. Com isso, reafirmamos a posição de liderança do Paraná no enfrentamento às mudanças climáticas e na construção de um modelo de desenvolvimento que alia inovação, produtividade e responsabilidade ambiental”, diz. "Mas queremos mais e por isso implementamos um planejamento voltado para o futuro".
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL – O Plano ABC+ Paraná, coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), representa uma das estratégias do Estado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no campo e ampliar a resiliência da agropecuária diante das mudanças climáticas.
A iniciativa faz parte de uma política nacional de agricultura de baixa emissão de carbono, lançada em 2021, como evolução do Plano ABC original, criado em 2010 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O novo plano ampliou de seis para dez as ferramentas de descarbonização do agro e estabeleceu metas até 2030 para aumentar a adoção de tecnologias sustentáveis em todo o território brasileiro.
No Paraná, o programa tem como foco incentivar práticas produtivas que conciliam eficiência e preservação ambiental, como a integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio direto (que dispensa o revolvimento do solo), a recuperação de pastagens degradadas, o uso de bioinsumos, o manejo de dejetos animais e a expansão de florestas plantadas.
No documento, o Estado está se propondo a recuperar 350 mil hectares de pastagens degradadas, qualificar o uso de Sistema de Plantio Direto de Grãos em 400 mil hectares e ampliar em quatro mil hectares o uso do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. A tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também deve ser estendida para mais 500 mil hectares.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destaca que o Estado é um dos líderes nacionais na implementação dessas ações. “O Paraná é caracterizado por uma grande diversidade produtiva e possui sistemas que contemplam todas as ferramentas do Plano ABC+. Nossas principais frentes estão no plantio direto, nas florestas plantadas, no tratamento de dejetos, na recuperação de pastagens e na integração lavoura-pecuária-floresta”, explica.
Ele ressalta, ainda, que o avanço se deve também a novos programas estaduais, como o Irriga Paraná e o Integra Paraná, que fomentam práticas sustentáveis no campo. “Mesmo ocupando apenas 2,3% do território nacional, o Paraná deve contribuir com mais de 15% da meta brasileira de mitigação de emissões de gases do efeito estufa por meio da adoção de boas práticas agropecuárias”, afirma o secretário.
Já o diretor do Departamento de Florestas Plantadas e Sustentabilidade da Seab, Breno Campos, destacou que o Grupo Gestor Estadual ABC+, formado por cerca de 30 instituições, acompanha a execução das metas e já registra resultados expressivos. Boa parte delas inclusive já superou expectativas iniciais.
“Já ultrapassamos a meta de terminação intensiva de bovinos, que é a forma de engorda em que o gado recebe alimentação controlada e balanceada, gerando menor impacto ambiental, e em sistemas irrigados e avanços significativos em outras áreas, como o sistema de plantio direto de hortaliças. Isso mostra que algumas metas definidas em 2022 foram superadas em pouco tempo, o que reforça a capacidade técnica e produtiva do Estado”, detalha.

ÁGUA PARA TODOS – Outro destaque é o Programa de Segurança Hídrica, conduzido pela Secretaria do Planejamento e que tem a parceria com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O objetivo geral do programa é promover a segurança hídrica para os usos múltiplos da água em todo o Estado, ou seja, garantir que haja disponibilidade e qualidade do recurso para o abastecimento humano, o saneamento, a produção agrícola e industrial, além da conservação ambiental.
“Quando falamos em usos múltiplos, estamos falando de todos os usos que a sociedade faz da água: para beber, produzir, limpar, irrigar, enfim, para viver”, explica a coordenadora do programa, Jaqueline Dorneles de Souza.
O projeto está estruturado em três grandes eixos. O primeiro trata do fortalecimento da gestão e da governança dos recursos hídricos, com ações voltadas à modernização das redes de monitoramento de águas superficiais e subterrâneas, ao aprimoramento dos instrumentos de gestão, como os sistemas de informação, os planos de recursos hídricos e os processos de outorga pelo uso da água, e à regularização dos usuários de recursos hídricos.
O segundo eixo é voltado à segurança hídrica para a agricultura, com foco especial nos agricultores familiares. A ideia é ampliar o acesso à água para produção rural e estimular práticas sustentáveis de manejo do solo e da água. Para isso, a Seab e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) prestarão assistência técnica e financeira para que os produtores adotem tecnologias como proteção de nascentes, recuperação de áreas de preservação permanente, plantio direto, terraceamento e irrigação sustentável.
A terceira vertente abrange a área de saneamento, dividida entre as frentes urbana e rural. Na parte urbana, a Sanepar atua no programa Água Segura, que tem como objetivo implementar ações e parcerias para o uso sustentável dos recursos hídricos, com vistas a garantir a disponibilidade e qualidade da água bruta para tratamento e abastecimento público no Paraná.
Já no saneamento rural, as ações serão executadas em parceria entre o IAT, o IDR-Paraná, a Secretaria das Cidades e a Sanepar, e envolvem tanto a formulação de uma política estadual de saneamento rural quanto a instalação de sistemas coletivos de abastecimento de água em comunidades rurais e sistemas individuais de tratamento de esgoto em propriedades rurais. Essas medidas visam reduzir desigualdades e garantir o acesso à água potável e ao saneamento básico em todo o território paranaense.
Segundo Jaqueline Dorneles, o programa reforça a preparação do Estado diante dos efeitos das mudanças climáticas, ajudando a mitigar os impactos de secas e enchentes e a gerir melhor os recursos disponíveis. “O Programa de Segurança Hídrica foca na melhoria da gestão dos recursos hídricos no Estado como um todo, mas prioriza intervenções em áreas críticas para os setores da agricultura e do saneamento”, salienta.
Ela destacou, ainda, que a elaboração do projeto começou no ano passado, com a Carta Consulta que abriu o processo de financiamento internacional junto ao Banco Mundial. “Esse documento é o primeiro passo para a contratação de um empréstimo externo e passa por várias etapas de análise dentro do Estado e do Governo Federal”, afirma.
A fase de detalhamento técnico está sendo finalizada e deve ser concluída até o fim de novembro. “Depois, o projeto será avaliado pela diretoria do Banco Mundial, que convida o Governo do Estado para a negociação final. Nossa expectativa é concluir essa etapa em 2026, para então assinar o contrato e começar a acessar os recursos”, completa.
O programa contará com US$ 263 milhões em investimentos, cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo US$ 186 milhões do Banco Mundial e US$ 77 milhões de contrapartida do Estado. Parte desses recursos já começou a ser aplicada pelo IAT e a Sanepar, que executam ações preliminares enquanto o contrato de financiamento é finalizado.
Para o secretário do Planejamento, Ulisses Maia, o programa consolida o Paraná como Estado inovador. “Nossos investimentos estratégicos em tecnologia e no ecossistema de inovação garantem que o crescimento econômico caminhe lado a lado com a responsabilidade ambiental. Estamos construindo um Paraná mais resiliente, moderno e preparado para os desafios globais, priorizando o bem-estar da nossa população”, diz.

CARBONO ZERO – O Paraná conta, ainda, com o Plano Estadual de Descarbonização da Economia Paranaense (Pedep), que será lançado oficialmente em dezembro e representa um marco na estratégia climática do Estado. A coordenadora de Ação Climática da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Walquíria Letícia Biscaia de Andrade, explica que o plano foi contratado em 2024 para atender o Plano de Ação Climática do Paraná (PAC-PR 2024–2050), que estabeleceu como meta prioritária a elaboração de planos de descarbonização.
“O Pedep está alinhado às campanhas globais ‘Race to Zero’ e ‘Race to Resilience’, aderidas oficialmente pelo Paraná em 2021, e tem como objetivo central permitir que o Estado alcance a neutralidade climática até 2050, equilibrando emissões e remoções de gases de efeito estufa”, explica.
De acordo com Walquíria, o plano considera cinco setores estratégicos da economia paranaense: agricultura, energia, transportes, processos industriais e resíduos, e busca não apenas reduzir emissões, mas também gerar inovação e competitividade. “O plano pretende atrair investimentos, criar empregos qualificados e ampliar a competitividade das cadeias produtivas locais em um contexto de economia global em transformação, reduzindo vulnerabilidades e construindo um território mais resiliente”, diz.
Os trabalhos de elaboração do Pedep começaram em junho de 2024 e, desde então, foram produzidos 17 estudos técnicos. O documento foi apresentado em outubro e resultou de um amplo processo de construção participativa, com análise de diferentes instituições do Estado e consultas públicas. “O principal resultado até agora é o relatório técnico final, um estudo robusto que traduz uma estratégia técnica, política e institucional voltada à neutralidade de carbono no Paraná. Ele se baseia em análises setoriais detalhadas, modelagem de cenários e avaliações multicritério”, destaca Walquíria.
A próxima etapa será o lançamento oficial do plano. A Sedest ficará responsável pela coordenação e gestão de sua execução, que contempla medidas de descarbonização em três horizontes: curto prazo (2030), médio prazo (2040) e longo prazo (2050).
Por - AEn
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostrou que, entre janeiro e outubro deste ano, o serviço aeromédico do Paraná contabilizou 3.201 atendimentos, o que corresponde a uma média diária de 10,56 ocorrências. No ano passado inteiro, foram 3.932 atendimentos. Com 18 anos de funcionamento, o serviço é reconhecido nacionalmente e opera com aeronaves custeadas integralmente pelo Governo do Estado.
Desde 2007, ano de sua implantação, o serviço aeromédico já registrou 35.180 atendimentos. As ações abrangem resgates de vítimas de acidentes, emergências clínicas como infarto e AVC, transporte de recém-nascidos que necessitam de UTI e transporte aéreo de órgãos para transplante.
A operação é conduzida pelo Sistema Estadual de Regulação de Urgência e suas centrais. O modelo paranaense se destaca pela quantidade de aeronaves, pela formação técnica das equipes e por ser o único totalmente coordenado e executado exclusivamente para demandas de saúde. O acionamento ocorre a partir da avaliação de médicos reguladores do sistema de Urgência e Emergência, sempre que há indicação clínica de gravidade.
A frota inclui seis helicópteros e um avião distribuídos em cinco bases estratégicas situadas em Curitiba, Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa, garantindo cobertura integral do Estado. As aeronaves contam com, no mínimo, um piloto, um médico e um enfermeiro. O serviço é autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e segue as orientações do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 90.
“O serviço é uma parte essencial do atendimento pré-hospitalar e leva assistência especializada de forma imediata para quem mais precisa”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “Seguindo a orientação do governador Ratinho Junior, reforçamos ainda mais o serviço para garantir que cada vida seja atendida com a máxima agilidade e segurança”.
BASES – Cada base é responsável por uma área de atendimento com raio de até 250 quilômetros a partir do ponto de origem. Os voos têm duração máxima de duas horas, permitindo ida e retorno sem necessidade de reabastecimento. As cinco bases atuam de maneira coordenada para garantir cobertura total do território paranaense.
Em Curitiba estão alocados dois helicópteros, pertencentes à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e ao Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas do Paraná (BPMOA), além de um avião da Sesa. O coordenador Guilherme Zammar diz que, para ele, ser aeromédico é transformar os minutos que seriam fatais em tempo de vida. “É uma atuação que exige muito preparo e uma imensa responsabilidade. Quando estamos em trânsito somos nós e o paciente e a luta para chegarem a salvo no hospital”.
As bases de Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa operam com um helicóptero cada, contratados pela Sesa junto à Helisul. As equipes médicas e de enfermagem são fornecidas pelos Samus Regionais.
Etore Moscardi atua na base de Maringá como coordenador. Ele lembra que foram muitos atendimentos emocionantes, entre traumas, acidentes de rodovia e atendimentos clínicos. “Foram mais de 8.700 atendimentos de excelência, incluindo traumas, casos clínicos (infarto, AVC), transportes de recém-nascidos e captação de órgãos. Todos nós agradecemos ao Estado e à Secretaria da Saúde pela oportunidade de salvar vidas”.
Durante o Verão Maior Paraná, uma aeronave adicional passa a operar a partir de Matinhos para reforçar o atendimento no Litoral, em parceria entre a Sesa e a Secretaria de Estado da Segurança Pública.
O trabalho conjunto mudou a vida de José Marcos Francisco, de 59 anos, curitibano e morador do bairro Fazendinha. Ele estava em Minas Gerais e se acidentou com fraturas na coluna cervical. O tratamento necessário era cirúrgico e a família foi avisada de que poderia acionar a Central de Leitos em Curitiba. A partir daí a transferência do paciente começou a ser planejada.
José Marcos se emociona ao lembrar no momento em que viria para casa. “Eu sou muito grato por tudo. Estou recebendo tratamento porque foram me buscar. Eu poderia ter sido ignorado, mas fui trazido para casa e fui muito bem tratado”, elogiou.
INVESTIMENTO – Todos os serviços aeromédicos do Estado são mantidos com recursos da Sesa. O contrato anual referente aos helicópteros de Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa, além do avião que opera em Curitiba, prevê investimento de até R$ 85,5 milhões, conforme o volume de uso. Este ano, o BPMOA recebeu R$ 16 milhões do Fundo Estadual de Saúde, além do custeio das equipes médicas do Samu, que soma cerca de R$ 4,5 milhões.
Desde 2020, a Sesa também passou a adquirir, com recursos próprios, um medicamento trombolítico utilizado no tratamento de ataque cardíaco. Cada ampola custa R$ 9 mil e está disponível tanto nas ambulâncias quanto nas aeronaves de urgência. O uso do medicamento contribui para estabilizar o paciente até a chegada ao hospital. Até o momento, cerca de 1.561 ampolas foram aplicadas, em um investimento de mais de R$ 7 milhões só neste ano.
TRANSFUSÕES DE SANGUE – Há três anos o serviço aeromédico iniciou um projeto inovador para transfusões de sangue em pacientes graves diretamente no local da ocorrência, antes mesmo da chegada ao hospital. Em parceria com a Helisul, foi instalada na base de Maringá uma sala específica para armazenamento de bolsas de sangue tipo O negativo, considerado universal.
O procedimento segue rigorosamente as normas de segurança e controle definidas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa. Desde a implantação, 50 pacientes em estado gravíssimo receberam transfusão no atendimento inicial ou durante o voo até a unidade especializada.
HISTÓRIA – Quando foi criado, em agosto de 2007, o serviço aeromédico contava com apenas um helicóptero da PRF e com equipe e equipamentos da Sesa, em parceria com o Siate de Curitiba. A atuação era coordenada pelas forças militares e voltada principalmente ao atendimento e remoção de vítimas de trauma.
A expansão começou em 2014, quando a Sesa passou a operar aeronaves próprias, incluindo um avião em Curitiba e um helicóptero em Cascavel, com equipes e estrutura para atendimentos de trauma, emergências clínicas, infartos, AVCs e neonatos. Nesta fase, o serviço passou a ser acionado diretamente pelas Centrais de Regulação Médica do Complexo Regulador Estadual.
Em 2016 foram implantados helicópteros em Londrina e Maringá, e em 2018 em Ponta Grossa, consolidando o modelo atual do serviço. O diretor de Planejamento da Atenção Especializada da Sesa e gestor da Unidade Aérea Pública (UAP), Vinícius Filipak, responsável pela coordenação do serviço, foi o primeiro médico a atuar nos resgates aéreos do Paraná. Com mais de 40 anos de profissão, Filipak tinha 46 anos quando fez seu primeiro voo de resgate em 2007. Na época, ele integrava a equipe do Siate e voava com piloto e enfermeiro da PRF para atendimentos de trauma em Curitiba e Região Metropolitana.
“Anteriormente o atendimento era restrito a uma região do Estado apenas para trauma e hoje ele é prestado a qualquer tipo de intercorrência de urgência ou de pacientes graves, sejam de trauma e urgências clínicas ou mesmo transferência de pacientes críticos entre todas as cidades do estado Paraná”, ressalta Filipak.
Ele ainda diz se orgulhar em fazer parte desse processo complementando que “todos os dias da nossa vida a gente constrói um pouquinho e quando percebemos que essa construção foi efetiva e deixou uma herança para as gerações que vêm pra frente, dá uma tranquilidade do serviço dever cumprido”.
Por - AEN
A mãe do motorista suspeito de provocar o acidente que matou o soldado Ariel Júlio Rubenich, do 6º Batalhão da Polícia Militar, morreu após passar mal no momento em que o filho era preso em Cascavel, na noite desta terça-feira (25).
Segundo informações apuradas, a mulher acompanhava a ação policial e sofreu um mal súbito ao presenciar a detenção. Ela teria sentido fortes dores e caiu desacordada ainda no local onde o filho era imobilizado pelas equipes da PM.
A equipe de socorro foi acionada imediatamente, e a mulher chegou a ser encaminhada para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Tancredo, mas não resistiu ao infarto e morreu pouco depois de dar entrada na unidade.
O suspeito teria furado diversas preferenciais e fechou a motocicleta do policial, que perdeu o controle, bateu contra árvore e não resistiu aos ferimentos.
A mulher de aproximadamente 60 anos tinha problemas cardíacos, segundo familiares.
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