Com dois projetos aprovados, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será o único laboratório público fornecedor de vacinas contra a raiva humana e varicela para o Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde (MS) formalizou nesta segunda-feira (24) o acordo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Tecpar e demais laboratórios públicos selecionados para fornecer produtos estratégicos para o SUS.
O abastecimento de vacina antirrábica humana se dará por meio da parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, enquanto a produção da vacina da varicela contará com a participação da Sinovac e da multinacional brasileira Eurofarma.
A solenidade de assinatura dos Termos de Compromisso aconteceu durante a reunião do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), em São Paulo, e contou com a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. O diretor-presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, assinou o acordo do Instituto com o MS.
“Mantemos sempre o nosso compromisso com a população para ofertar a melhor assistência, com profissionais qualificados e tecnologia de ponta. Essas parcerias significam um novo marco regulatório para a produção de tecnologias de saúde no Brasil", disse o ministro da Saúde. "Utilizamos o poder de compra do SUS para fomentar a soberania, reduzindo a dependência do mercado externo e garantindo cada vez mais o acesso a medicamentos, vacinas e equipamentos na rede pública de saúde do Brasil. O SUS está cada vez mais fortalecido”, destacou.
Para o diretor-presidente do Tecpar, a formalização da PDP fortalece a contribuição do instituto junto ao Complexo Econômico-Industrial do País, reforçando sua vocação histórica como fornecedor de produtos essenciais para a saúde pública.
“Essa nova frente de atuação assumida pelo Tecpar também vai fortalecer a indústria da Saúde no Paraná, trazendo desenvolvimento tecnológico, científico e econômico. Para isso, já estamos construindo um novo câmpus em Maringá, no Noroeste do Estado, que será usado para a produção das vacinas, fruto do processo de transferência de tecnologia”, salientou.
No mês de novembro, a obra de implantação da infraestrutura do Parque Tecnológico Industrial da Saúde em Maringá alcançou 50% de execução e segue avançando com a expectativa de ser finalizada até 2026. A intenção é que as duas vacinas contempladas na PDP – contra raiva humana e contra varicela – sejam fabricadas na cidade do Noroeste do Paraná.
COMO FUNCIONA – O Programa de PDP é uma política pública que visa a transferência de tecnologia de laboratórios privados para um laboratório público, com o objetivo de fabricar determinado medicamento em território nacional.
Nessa parceria tríplice, o Ministério da Saúde atua como regulador do programa e comprador do medicamento, enquanto o laboratório público trabalha como incubador da tecnologia no Brasil. As empresas parceiras são responsáveis por fornecer o produto por determinado período, até a transferência da tecnologia para a produção nacional.
A PDP se desenvolve em fases. Ela prevê o desenvolvimento, transferência tecnológica, absorção de tecnologia, capacitação produtiva e tecnológica. Após a aprovação do projeto, laboratório público e parceiros privados iniciam o fornecimento do produto fabricado pelo laboratório farmacêutico privado, enquanto inicia-se, simultaneamente, o processo de transferência e internalização da tecnologia.
A partir da finalização dessa etapa, que tem como prazo máximo dez anos, o Ministério da Saúde verifica o processo de transferência de tecnologia efetiva e mantém a aquisição do produto diretamente do laboratório público participante da política.
PRESENÇAS – Além dos laboratórios públicos selecionados, o evento contou com a presença de representantes dos laboratórios privados que farão parte das PDP’s formalizadas. O diretor industrial da Saúde do Tecpar, Iram de Rezende, também esteve na solenidade.
POr - AEN
A soja em grão foi a commodity com maior volume movimentado nos portos paranaenses entre os meses de janeiro e outubro deste ano, de acordo com o relatório operacional da Portos do Paraná divulgado nesta segunda-feira (24). No acumulado, são 13.015.446 toneladas embarcadas, que representam, em valor FOB (valor do produto no ponto de embarque), US$ 5,2 bilhões. O volume corresponde a 21,2% de todas as cargas movimentadas em 2025 pelos portos paranaenses (61.213.363 toneladas).
O Brasil é o maior exportador do produto e o Paraná se destaca nessa movimentação. Ao todo, 91% da soja que sai de Paranaguá tem como destino o mercado chinês. “Estamos confiantes de que as movimentações de soja sigam em alta nos próximos meses”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O mês de outubro apresentou um crescimento de 60% na movimentação da commodity em relação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 508.876 toneladas em 2024 para 815.327 toneladas em 2025. Atualmente, 15 terminais podem movimentar soja em grão pelos portos paranaenses.
Entre os principais motivos do aumento da exportação de soja estão a produção recorde da safra brasileira e a alta demanda chinesa, que praticamente parou de importar o produto dos Estados Unidos após os embates tarifários.
COMPLEXO SOJA – O Porto de Paranaguá tem a segunda maior movimentação de farelo de soja do Brasil, com 28% da exportação nacional. De janeiro a outubro deste ano, foram movimentadas 5.517.043 toneladas de farelo, que representam US$ 1,8 bilhão em valor FOB. O produto, utilizado na produção de ração animal, teve aumento de 3% em relação ao ano passado (5.333.259 toneladas). Países Baixos (Holanda), França, Espanha e Coreia do Sul foram os principais importadores.
Paranaguá segue como líder nacional na exportação de óleo de soja. Até o fim de outubro, o Porto foi responsável pelo envio de 63% de toda a produção nacional, destinada a países que totalizam mais de 860 mil toneladas. O óleo pode ser utilizado nas indústrias alimentícia, farmacêutica, química e têxtil, entre outras.
MAIS CARGA EM MENOS TEMPO – O Porto de Paranaguá se prepara para aumentar ainda mais a capacidade de movimentação dentro do complexo soja. A construção do Moegão — a maior obra portuária pública do país em andamento — prevista para janeiro de 2026, vai possibilitar o aumento na recepção de grãos e farelos nos próximos anos.
O complexo vai centralizar o descarregamento ferroviário de granéis sólidos, conectando 11 terminais por um sistema de correias. A soja será uma das commodities mais beneficiadas com esse investimento.
Atualmente, cerca de 550 vagões podem ser descarregados diariamente nos terminais de exportação. Com o Moegão, esse processo será padronizado em um único ponto de descarga, aumentando para até 900 vagões por dia.
“Com a obra concluída, o Moegão poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste e ampliando a produtividade, principalmente na exportação de soja”, afirmou o diretor de Operações Portuárias, Gabriel Vieira.
Outro projeto que começará a ser desenvolvido é a construção do Píer em ‘T’, que contará com quatro novos berços e um sistema de carregamento considerado o mais rápido do mundo. Os equipamentos atualmente em funcionamento conseguem levar três mil toneladas de grãos e farelos para os porões dos navios a cada hora. A nova estrutura terá condições de despejar até oito mil toneladas por hora dentro de uma embarcação.
O terceiro fator que vai ampliar ainda mais as exportações é o aprofundamento do canal de acesso, pois permitirá a atracação de navios maiores e com espaço para levar ainda mais produtos. Isso será possível com a concessão do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá, viabilizada por meio de leilão público na Bolsa de Valores do Brasil — B3.
O consórcio que venceu o certame terá que realizar todos os investimentos necessários em até cinco anos após assumir o contrato. Isso inclui o aumento do calado — que é o ponto mais profundo do navio até a superfície da água — passando dos atuais 13,3 metros para 15,5 metros em até cinco anos.
Os 2 metros e 20 centímetros de acréscimo no calado permitirão que um navio consiga carregar 14 mil toneladas de granéis vegetais sólidos a mais, sem custo adicional na operação.
Todas essas mudanças vão ampliar consideravelmente a competitividade do Porto de Paranaguá, que é um dos principais portos graneleiros do mundo. Outro acréscimo vantajoso será o aumento da segurança nas manobras dos navios e o tempo menor de operação, que reduz consideravelmente o custo do transporte das cargas que saem do Paraná.
Por - AEN
A receita gerada em 2025 foi de US$ 757,7 milhões – quase três vezes mais que em 2024, quando esse valor foi de US$ 268,2 milhões. A receita expressiva foi favorecida, também, por um leve incremento no preço internacional, que passou de US$ 210,58 para US$ 213,43 por tonelada.
Os dados são do último Boletim Conjuntural do Departamento de Economia Rural (Deral) – da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). O documento aponta que esse salto ocorreu pelo grande volume exportado em decorrência da safra recorde do ciclo anterior.
Além disso, resulta da estratégia adotada pelos produtores de escoarem o milho primeiro, já que é menos atrativo comercialmente do que a soja. Segundo analistas do Deral, isso demonstra um agronegócio dinâmico, em que o avanço das exportações sinaliza a importância dos mercados globais para o equilíbrio das cadeias internas.
SOJA E MEL – O Boletim do Deral também aborda a diversidade produtiva do Paraná e o desempenho robusto de setores como suínos, carne bovina e mel, que reforçam a resiliência do campo diante de oscilações climáticas, tarifárias e de demanda mundial.
Enquanto o milho sustenta o crescimento das exportações, a soja enfrenta um período de ajuste, com redução de 10% nos embarques do complexo (farelo, óleo e grãos). Foram exportados nos primeiros 10 meses do ano 13,56 milhões de toneladas resultando em uma receita financeira de U$ 5,53 bilhões de dólares.
Mesmo assim, alguns segmentos registraram evolução positiva: o óleo de soja – com maior valor agregado – teve aumento de 18% nas exportações, e o farelo cresceu 2%. A queda se concentra na soja em grão, com retração de 15%.
Somando as exportações de soja e milho, o Paraná exportou 17,1 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2025, representando uma alta de 4,1%. Para os técnicos do Deral, isso evidencia que, mesmo com a queda no volume de soja, o embarque de granéis aumentou pela priorização do milho. A expectativa é que nos próximos três meses haja um embarque maior de soja para liberação dos armazéns pois em janeiro já começa a colheita da nova safra.
O mel brasileiro aparece entre os produtos mais impactados pelo cenário internacional. As exportações nacionais cresceram 1,5% em volume e 31,2% em receita até outubro, mas o avanço foi marcado por forte volatilidade após os Estados Unidos imporem tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o mel.
O Paraná segue como terceiro maior exportador, com 5,57 mil toneladas e US$ 18,6 milhões, quase o dobro da receita do ano anterior. A antecipação de compras pelos EUA, seguido por uma queda nos volumes após agosto evidenciam os efeitos imediatos da nova tarifa, mas a valorização dos preços do mel brasileiro tem mitigado parte das perdas financeiras. Junto com os EUA, os principais importadores do mel brasileiro são Canadá, Reino Unido, Alemanha e Países Baixos.
MANDIOCA – No campo, a mandioca mantém trajetória favorável em 2025. As chuvas de novembro impulsionaram o desenvolvimento das lavouras e aceleraram o chamado “arranquio”, reduzindo atrasos causados pelo período mais seco registrado entre agosto e outubro. A produção deve atingir novo recorde, estimada em 4,2 milhões de toneladas, acima das 3,7 milhões do ano passado.
Os preços pagos ao produtor em outubro, próximos de R$ 543,57 por tonelada, representam recuperação em relação a setembro e garantem cobertura dos custos operacionais, animando os produtores e estimulando o aumento da área para 2026.
OLERÍCOLAS – A diversidade produtiva das olerícolas segue como uma das marcas do Paraná. Em 2024, todos os 399 municípios registraram cultivos comerciais, movimentando R$ 7,1 bilhões em Valor Bruto da Produção (VBP). São José dos Pinhais, Guarapuava, Marilândia do Sul, Contenda e Araucária lideram o segmento, somando 805,6 mil toneladas colhidas e R$ 1,8 bilhão em VBP. A produção abrange principalmente batata, cebola, repolho e couve-flor, e ainda uma ampla gama de folhosas, sustentadas pela demanda dos principais centros urbanos.
FRANGO – Entre as proteínas animais, o frango apresenta alívio parcial nos custos. Em outubro, o custo de produção no Paraná caiu para R$ 4,55/kg, redução de 1,7% frente ao mês anterior e 2,8% em relação a outubro de 2024. Isso foi influenciado principalmente pela queda nos gastos com ração – que representa 63% dos gastos com produção. O Índice de Custos de Produção de Frango também mostra retração acumulada de 4,9% no ano, ajudando a equilibrar a atividade em meio à oscilação dos preços pagos ao produtor.
BOVINOS – Na bovinocultura, o cenário externo segue determinante. As exportações brasileiras de carne bovina já alcançam 96% do total embarcado em 2024, ritmo que mantém o mercado doméstico com oferta ajustada e preços firmes, apesar de sinais de resistência por parte dos compradores. O envio de animais vivos ao exterior também cresceu, somando 842 mil toneladas no ano, alta de 12,4% sobre 2024.
SUÍNOS – A suinocultura, por sua vez, vive um ciclo histórico. No terceiro trimestre, o país registrou recordes simultâneos de produção, exportação, importação e disponibilidade interna. Foram produzidas 1,49 milhão de toneladas de carne suína, incremento de 6,1% comparado a 2024. As exportações somaram 391,97 mil toneladas, representando 26,3% da produção nacional, e também alcançaram volume recorde.
COGUMELOS – No segmento de cogumelos, o Paraná mantém a terceira posição nacional, com produção de 982 mil quilos em 2024 e VBP superior a R$ 21 milhões. Os principais cultivos são dos cogumelos comestíveis Champignon de Paris, Shiitake e Shimeji. A atividade, ainda concentrada em pequenos e médios produtores, cresce impulsionada pela maior demanda por alimentos saudáveis, gastronomia oriental e proteínas alternativas.
Segundo a Seab/Deral os maiores polos produtores ficam nas regiões de Curitiba, Guarapuava, Irati, Ponta Grossa, Londrina, União da Vitória, Umuarama, Dois Vizinhos, Cornélio Procópio e Maringá.
No Paraná também é cultivado o cogumelo Agaricus blazei, conhecido como “Champignon do Brasil” e “cogumelo-do-sol”, entre outras denominações. Segundo a Associação Nacional de Produtores de Cogumelos (ANPC), ele é mundialmente apreciado por suas qualidades gastronômicas e propriedades medicinais.
Por - AEN
Uma pesquisa divulgada pela IRG Pesquisas nesta segunda-feira (24) mostra que 84,3% dos paranaenses aprovaram a resposta rápida do Governo do Estado diante do tornado que destruiu grande parte de Rio Bonito do Iguaçu no dia 7 de novembro. A sondagem também mostra que 92,1% dos paranaenses acompanharam as notícias e os desdobramentos da crise nos últimos dias.
Logo após o tornado, equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil do Paraná e médicos organizados pela Secretaria de Estado da Saúde chegaram à cidade para localizar vítimas, atender feridos e garantir segurança nas áreas mais afetadas. Somente nos primeiros dias foram mais de 50 bombeiros mobilizados, com viaturas, aeronaves e suporte técnico especializado.
A partir da estabilização da fase emergencial, a força-tarefa passou a atuar na limpeza dos terrenos, retirada de entulhos e recuperação das residências que tiveram os telhados arrancados, além de laudos técnicos e cadastramento das famílias. Luz e água foram retomadas em poucos dias. O Governo do Estado também destinou 11.440 telhas ao município, permitindo que praticamente todas as casas parcialmente danificadas recuperassem a proteção estrutural.
O Governo do Estado também implementou em menos de duas semanas medidas como o pagamento de R$ 1 mil para famílias em condição de vulnerabilidade social da cidade, dentro do programa Superação; auxílio de até R$ 50 mil para reconstrução das casas; e construção de casas novas no modelo woodframe, permitindo que famílias que perderam tudo possam continuar na cidade com dignidade e segurança.
O Estado mantém equipes na cidade para ajudar a prefeitura em todas as novas etapas da reconstrução, inclusive com uma unidade do Poupatempo e equipes das secretarias para ajudar as famílias com documentação e acesso aos benefícios. Nos próximos dias também vai apresentar um plano de recuperação econômica de longo prazo para a cidade.
O levantamento entrevistou 1.200 pessoas entre os dias 17 e 19 de novembro, com margem de erro de 2,7% e grau de confiança de 95%.
Por - AEN
Vários sistemas meteorológicos ao mesmo tempo impactaram o Paraná neste domingo (23), causando chuvas volumosas, fortes rajadas de vento e precipitação de granizo. O tempo segue chuvoso nesta segunda-feira (24). A partir da terça-feira (25), a instabilidade atmosférica diminui em todo o Paraná, com o avanço de uma massa de ar mais seco, informa o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Com o volume de chuvas acumulado até domingo, 32 estações meteorológicas do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) atingiram a média histórica para o mês. Oito estações meteorológicas tiveram o volume de chuvas para novembro mais alto dos últimos dez anos.
Os acumulados de chuva de domingo chegaram a 145,4 mm em Pontal do Paraná, 108,8 mm em Guaratuba, e 98,8 mm em Matinhos. Cidades como Guarapuava, Pinhão e Nova Laranjeiras, além de Laranjeiras do Sul, tiveram registro de precipitação de granizo.
“No oceano, uma área de baixa pressão bem distante do continente favoreceu a passagem de uma frente fria. Os efeitos dessa frente foram amplificados por um sistema de alta pressão localizado próximo à costa do Uruguai. A borda desse sistema de alta pressão ficou localizada entre Santa Catarina e o Paraná, reforçando a entrada de ventos provenientes do sudeste, que aumentaram as instabilidades e a entrada de umidade proveniente do oceano”, explica Bianca de Ângelo, meteorologista do Simepar.
Além disso, um cavado atmosférico próximo ao Paraguai intensificou a entrada de ar quente para o Paraná. “Quando esse ar mais aquecido encontrou o ar frio e úmido vindo do oceano, ocorreu um choque de massas que favoreceu o desenvolvimento vertical das nuvens. As nuvens de topo elevado resultaram na formação de granizo, além de volumes significativos de chuva e rajadas de vento fortes”, detalha Bianca.
As temperaturas elevadas registradas no Estado neste domingo (23) atuaram como combustível adicional para a formação dos eventos. A temperatura mais alta foi em Guaíra: 34°C, seguida de Loanda: 33,8°C. Ficaram na casa dos 32°C nas cidades de Altônia, Cambará, Paranavaí e Umuarama. Já Apucarana, Campo Mourão, Capanema, Cornélio Procópio, Cândido de Abreu, Formosa do Oeste (Inmet), Foz do Iguaçu, Joaquim Távora (Inmet), Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Nova Tebas (Inmet), Planalto (Inmet), Santa Helena, Santo Antônio da Platina, São Miguel do Iguaçu e Ubiratã tiveram máximas entre 30°C e 31°C.
Com relação às rajadas de vento, destacam-se os registros de Nova Tebas (Inmet), Joaquim Távora (Inmet), Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Santa Maria do Oeste e Santo Antônio da Platina, com valores acima dos 60 km/h. Todas as regiões estavam sob aviso meteorológico desde sexta-feira (21) e receberam alertas da Defesa Civil.
VOLUME HISTÓRICO DE CHUVA – Contando o volume de chuva acumulado em novembro até domingo, 32 estações meteorológicas do Simepar com mais de seis anos de instalação atingiram a média histórica de chuva uma semana antes de o mês acabar.
São elas Altônia, Apucarana, Capanema, Campo Mourão, Cândido de Abreu, Cascavel, Cerro Azul, Cianorte, Cornélio Procópio, Curitiba, Distrito de Entre Rios em Guarapuava, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Irati, Jaguariaíva, Lapa, Laranjeiras do Sul, Loanda, Londrina, Maringá, Distrito de Horizonte em Palmas, Palotina, Paranavaí, Pinhão, Santa Helena, Santo Antônio da Platina, São Miguel do Iguaçu, Telêmaco Borba, Toledo, e Ubiratã.
O destaque fica para cidades como Campo Mourão, Cândido de Abreu, Cianorte, Cornélio Procópio, Londrina e Santa Helena, onde o volume de chuvas já superou em mais de 100 mm a média histórica (confira abaixo a lista completa).
Em Cornélio Procópio, este é o volume de chuvas mais alto da série histórica, ou seja, desde a instalação da estação meteorológica no município, em 2018. Em Apucarana, Cândido de Abreu, Campo Mourão, Cianorte, Guaratuba, Lapa, Londrina e Santa Helena, foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2015. No caso de Campo Mourão e Cianorte, que tiveram novas estações meteorológicas instaladas em 2017 e 2016, respectivamente, é o volume de chuvas mais alto da série histórica.
Em Cerro Azul, foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2020. Em Palotina foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2017. Em Pinhão e em Telêmaco Borba foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2019.
PREVISÃO – Por conta da chuva, as temperaturas tiveram acentuado declínio entre sábado (22) e domingo (23), principalmente na faixa Leste. Em Curitiba, sábado a máxima foi de 25,7°C e domingo caiu para 19,2°C. A capital amanheceu com 14°C nesta segunda-feira (24). No sábado Guaraqueçaba teve máxima de 27,3°C e domingo a temperatura a tarde foi para 22,8°C. A cidade registrou 18°C de temperatura mínima nesta segunda-feira. Já Guaratuba no sábado teve 26,7°C de máxima, domingo teve 20,7°C, e nesta segunda-feira a mínima foi de 17,6°C.
Na região Sul a diminuição das temperaturas também foi expressiva. General Carneiro (INMET) registrou temperatura máxima de 29,8°C no sábado (22) e apenas 18,1°C no domingo (23). Nesta segunda-feira (24), a mínima foi de 13,1°C. Em Palmas, a máxima de sábado foi de 27,2°C, de domingo foi de 21,2°C, e a mínima desta segunda-feira foi de 12,9°C.
As temperaturas seguem amenas no início desta semana, pois a chuva permanece. No Centro e no Leste as temperaturas máximas não deverão ultrapassar os 22ºC nesta segunda-feira, por conta da maior cobertura de nuvens ao longo do dia. Já nas faixas Oeste e Norte, as temperaturas máximas chegam perto dos 30ºC.
“Nesta segunda-feira, o cavado meteorológico em médios níveis da atmosfera mantém as chuvas em todas as regiões do Estado, com pancadas que pontualmente podem ser fortes, acompanhadas de raios e distribuídas de maneira irregular, sobretudo na metade Leste. Há também o risco para ocorrência de tempestades isoladas, que podem vir acompanhadas de raios, rajadas de vento e também queda de granizo em alguns municípios”, explica Júlia Munhoz, meteorologista do Simepar.
A parte Sul do Litoral paranaense está sob aviso meteorológico de atenção, com risco alto para possíveis alagamentos, enxurradas e movimento de massa. Os dados são do Boletim de Gestão de Riscos, emitido pelo Simepar em parceria com a Defesa Civil. De acordo com o documento, a chuva deve ser manter presente por boa parte do dia no Leste do Paraná devido ao forte transporte de umidade do oceano para o continente, que poderá proporcionar acumulados expressivos de chuva em todo o Litoral e serra do mar, destacando-se o Litoral Sul, onde os acumulados de chuva em 24h poderão ultrapassar os 150 mm.
Já ao longo da tarde, principalmente, novas tempestades isoladas podem ser observadas nas demais áreas do Estado. No extremo Oeste e extremo Noroeste, o risco é baixo para tempestades isoladas, chuva volumosa e persistente, descargas elétricas, rajadas de vento e precipitação de granizo localizado. O resto do Paraná está em aviso meteorológico de observação, com risco moderado para estas ocorrências.
A partir da terça-feira (25), quando a instabilidade atmosférica diminui em todo o Paraná, espera-se o predomínio de sol no Interior do Estado. “Já no Centro-Sul, Campos Gerais, Sudoeste e Leste, há maior cobertura de nuvens baixas durante o amanhecer e ao final do dia, e com isso há possibilidade de chuva fraca e ocasional ao longo do dia, principalmente entre a Serra do Mar e as praias”, explica Júlia.
As temperaturas mínimas diminuem no início da manhã, ficando perto dos 10°C em cidades do Centro, Sul e Leste, e entre 12°C e 14°C no Oeste e no Norte. À tarde, o sol aparece entre nuvens, favorecendo a elevação das temperaturas em todo o Paraná. No Leste, Campos Gerais, Sudoeste e Centro-Sul, as máximas ficam entre 23ºC e 25ºC, enquanto no Oeste e Norte variam entre 28ºC e 30ºC.
Na quarta e na quinta-feira (26 e 27), desde o Litoral até as áreas centrais, haverá maior cobertura de nuvens baixas, mas ao longo do dia espera-se o predomínio de sol em todas as regiões do Estado. Entre o Centro-Sul, Sudoeste, Campos Gerais e Região Metropolitana de Curitiba, as temperaturas mínimas deverão ficar em torno de 11ºC e 13ºC.
No período da tarde, aquece mais. As máximas deverão se aproximar dos 25ºC em todo o Paraná, com cerca de 30ºC e 32ºC nas faixas oeste e norte. “Em ambos os dias, não se descarta alguma pancada de chuva localizada e de curta duração, especialmente na metade sul do Paraná. situações bem típicas da primavera, ressalta Júlia.
Já a sexta-feira (28) será marcada pelo aquecimento expressivo em todo o território paranaense. À tarde, as temperaturas máximas deverão se aproximar dos 30ºC em todas as regiões, até mesmo atingir 35ºC em municípios das metades oeste e norte. Algumas áreas de instabilidade irregulares com raios não estão descartadas no período de maior aquecimento, à tarde.
Estações meteorológicas com mais de seis anos de instalação que atingiram a média histórica de chuva uma semana antes do mês acabar:
Estação / Média histórica de acumulado de chuva para novembro / Volume acumulado de chuva em novembro de 2025 até domingo (23)
Altônia / 139,6 mm / 209,6 mm
Apucarana / 160,6 mm / 259,8 mm
Capanema / 149,9 mm / 210,4 mm
Campo Mourão / 145,1 mm / 294,2 mm
Cândido de Abreu / 130,1 mm / 303,2 mm
Cascavel / 176,6 mm / 184,2 mm
Cerro Azul / 105,9 mm / 127 mm
Cianorte / 114,9 mm / 275,6 mm
Cornélio Procópio / 139,3 mm / 282,6 mm
Curitiba / 121,3 mm / 134 mm
Distrito de Entre Rios, em Guarapuava / 142,6 mm / 142,4 mm (já se considera dentro da média)
Foz do Iguaçu / 148,3 mm / 155,4 mm
Guaíra / 153,1 mm / 229,8 mm
Guarapuava / 134 mm / 179,2 mm
Guaratuba / 218,1 mm / 313,8 mm
Irati / 102,1 mm / 104,8 mm
Jaguariaíva / 157,1 mm / 196 mm
Lapa / 109,3 mm / 154,8 mm
Laranjeiras do Sul / 140,3 mm / 145,6 mm
Loanda / 77,5 mm / 92,2 mm
Londrina / 154,5 mm / 269,4 mm
Maringá / 125,7 mm / 174,6 mm
Distrito de Horizonte, em Palmas / 103,4 mm / 121 mm
Palotina / 142,1 mm / 187 mm
Paranavaí / 136,2 mm / 145,2 mm
Pinhão / 149,7 mm / 180,4 mm
Santa Helena / 156,0 mm / 310,8 mm
Santo Antônio da Platina / 130,1 mm / 184,2 mm
São Miguel do Iguaçu / 169,9 mm / 189,4 mm
Telêmaco Borba / 136,1 mm / 148,4 mm
Toledo / 168,4 mm / 194 mm
Ubiratã / 115,4 mm / 204,4 mm.
POR - AEN
Mapeamento aéreo contratado pelo Estado ajudará na reconstrução das cidades atingidas pelos tornados
Os produtos contratados pelo Instituto Água e Terra (IAT) neste ano para organizar o novo mapeamento aéreo do Paraná já estão sendo essenciais para a reconstrução dos municípios atingidos por tornados no início deste mês que causaram estragos significativos na região Centro-Sul do Estado.
Rio Bonito do Iguaçu foi a cidade mais atingida e terá de recuperar cerca de 90% do território. O projeto coordenado pelo Governo do Estado conta com investimento de R$ 120 milhões e é executado pelo Consórcio ParanaMap, vencedor da licitação pública.
Uma das aeronaves que integra o projeto sobrevoou toda a área atingida na segunda-feira (10) depois do evento, incluindo os municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava, Turvo, Candói e Porto Barreiro, a partir de um traçado elaborado por técnicos do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).
As imagens produzidas em alta definição, com resolução de 25 centímetros, além de mostrar o antes e o depois da passagem do tornado, servirão agora de balizador para planejar o reordenamento urbano da região. A área percorrida foi de aproximadamente 438 mil hectares.
“A boa engenharia está servindo o Paraná, fazendo com que as decisões sejam rápidas, corretas e assertivas na busca pela preservação ambiental, pela segurança e pela melhoria da qualidade de vida das pessoas atingidas. É a dinâmica e a eficiência que o governador Ratinho Junior pede”, disse o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.
O objetivo é ter o levantamento aéreo de todo o Paraná até 2027. “Esse é mais uma resposta que o Governo do Paraná traz para a gestão ambiental, com o benefício direto de diferentes áreas da administração pública como é o caso agora de Rio Bonito do Iguaçu”, afirmou o diretor-presidente do Instituto, Everton Souza.
A tecnologia é baseada em imagens de alta resolução, produzidas com o suporte de aeronaves de médio porte e sensores aerofotogramétricos. O equipamento, além de coletar imagens normais coloridas, produz fotografias na banda infravermelha. A tecnologia utilizada no mapeamento estadual combina imagens multiespectrais com o levantamento laser com densidade de 4 pontos/m2. Isso significa que o sensor digital de grande formato captura retratos extremamente nítidas do solo, além do levantamento do relevo e visualização do território em 3D — inclusive sob vegetação.
Juntas, essas ferramentas permitem enxergar o território com riqueza de detalhes, apoiando em decisões rápidas. Ao todo já foram mobilizadas dez aeronaves para o mapeamento completo do Estado, que será cinco vezes mais nítido do que a anterior, configurado a partir de um estudo realizado em 2011 pela Copel (Companhia Paranaense de Energia) na proporção 1:50.000, o que significa que cada unidade mostrada na imagem é referente a 50 mil unidades reais.
Segundo o diretor de Gestão Territorial do IAT, Amílcar Cabral, o Paraná conta, agora, com uma ferramenta de planejamento para diversas áreas do Governo, seja ambiental, de infraestrutura, logística ou educacional. “Eixos essenciais para a reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu e região. A partir dessas imagens, o Estado consegue ser mais assertivo na adoção das políticas públicas necessárias para o município”, destacou.
ATENDIMENTO DA CIDADE – No fim de semana, o Governo do Estado começou a enviar as casas pré-fabricadas que ajudarão as famílias atingidas com novas moradias. Ao todo, serão investidos R$ 44 milhões do Tesouro do Estado para a aquisição das 320 residências. O Estado também deu início a entrega dos primeiros 165 cartões que poderão ser utilizados para a compra de materiais de construção e contratação de mão de obra. O benefício de até R$ 50 mil é voltado às famílias que tiveram suas moradias destruídas ou danificadas pelo tornado que atingiu a cidade no dia 7 de novembro.
Por - AEN





























