Governo envia à Assembleia projeto de lei que cria Fundo Estratégico do Paraná

O Governo do Estado encaminhou nesta segunda-feira (1º) à Assembleia Legislativa (Alep) o projeto de lei que cria o Fundo Estratégico do Paraná (FEPR) , um fundo soberano voltado à gestão fiscal, sustentabilidade, enfrentamento de desastres e investimentos a longo prazo. O texto estabelece os objetivos do fundo, assim como define as fontes de recursos e suas regras de gestão.

De acordo com a proposta de lei, o FEPR será vinculado à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e será baseado em três pilares: Desenvolvimento Socioeconômico, Sustentabilidade Fiscal e Enfrentamento de Desastres. Com isso, o Paraná passa a ter um dispositivo sólido de consolidação de um ambiente de negócios, concatenando a segurança fiscal, financeira, econômica e social com a atração e execução de investimentos.

Como explica o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, a criação do fundo é uma peça importante para o desenvolvimento do Estado ao longo dos próximos anos. “O Fundo Estratégico é o nosso legado para o Paraná do futuro. Ele consolida toda a boa gestão que construímos até aqui, criando mecanismos para que o ritmo de investimentos não pare ao mesmo tempo em que prepara o Estado para os desafios que estão por vir”, diz.

Para isso, o FEPR será dividido em três reservas, cada uma com finalidades e regras próprias. A primeira delas é a chamada Reserva de Investimento Estratégico (RIE), que será focada no financiamento de projetos estruturantes que promovam o desenvolvimento do Estado. A ideia é que os recursos dessa "caixa” sejam usados em investimentos de infraestrutura e logística, de inovação tecnológica, de adensamento e diversificação da produção. 

Isso inclui tanto obras em estradas, por exemplo, como em iniciativas para atrair empresas para se estabelecer no Paraná. A partir de 2028, com a Reforma Tributária, os estados não poderão mais oferecer benefícios fiscais para atrair investimentos. Assim, essa reserva estratégica servirá para compensar essa perda, garantindo a continuidade de políticas de incentivo — como o programa Paraná Competitivo, que atraiu mais de R$ 13,8 bilhões em investimentos apenas em 2025.

Dessa forma, explica Ortigara, o Governo Estadual mantém sua autonomia para a atração de investimentos. “É uma medida ousada e que dá ao Paraná o poder de fomentar novos empregos e turbinar nossa economia, mesmo diante das mudanças impostas pela Reforma Tributária”, aponta.

Já a Reserva para Sustentabilidade Fiscal (RSF) é, como o próprio nome diz, o “colchão” que o Estado terá à disposição para manter suas contas em dia, garantindo sua saúde fiscal a médio e longo prazo. Assim, um dos objetivos centrais do FEPR é garantir que o Paraná mantenha o seu Índice de Liquidez Relativa em, pelo menos, 5%. 

Isso significa, na prática, ter recursos guardados para formar uma poupança pública que podem ser usados apenas em condições específicas, como o pagamento de despesas obrigatórias que não puderem ser cobertas pelas receitas correntes ou pelo saldo da Conta Única do Tesouro Estadual. Porém, não é um mero colchão de liquidez: é uma poupança que, quando não utilizada, poderá ser capaz de criar receitas e garantir redução nas despesas, mantendo a solidez fiscal do Estado.

A diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda, compara esses recursos do Fundo Estratégico com a poupança de emergência que muitas famílias fazem para lidar com cenários de crise.

“O Estado também precisa de uma poupança sólida para enfrentar momentos de instabilidade. O Fundo Estratégico cumpre exatamente essa função”, explica. “Ele nos permite preservar a saúde fiscal, reduzir riscos e garantir que nenhum serviço essencial seja comprometido, mesmo em cenários adversos. Mais do que um colchão de segurança, é uma ferramenta moderna de gestão pública: quando não utilizado, esse recurso pode ser investido de forma inteligente, gerando receita, reduzindo custos futuros e fortalecendo ainda mais a posição fiscal do Paraná.”

A terceira “caixa” criada pelo Fundo Estratégico do Paraná é a Reserva para Enfrentamento de Desastres (RED). O objetivo é criar uma poupança para o enfrentamento de calamidades, garantindo recursos que poderão ser prontamente usados em episódios do tipo. A estimativa é aplicar R$ 350 milhões.

“O enfrentamento a desastres é um assunto cada vez mais urgente em um cenário de mudanças climáticas e o Estado precisa estar pronto para responder de imediato sua população em casos assim”, aponta o secretário Ortigara. “Vimos há poucas semanas um tornado devastar Rio Bonito do Iguaçu, então o Fundo vem para lidar com casos assim, garantindo celeridade no apoio ao cidadão atingido”.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Governo envia à Assembleia Legislativa projeto de lei que institui o Programa Bons Olhos

O Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que transforma em política permanente o Programa Bons Olhos Paraná, iniciativa voltada à promoção da saúde ocular de crianças e adolescentes da rede pública.

A proposta busca garantir avaliação oftalmológica precoce, combater desigualdades educacionais e contribuir para a redução da evasão escolar relacionada a problemas de visão.

De acordo com o texto enviado ao Legislativo, o programa passa a integrar oficialmente as ações estaduais de saúde, educação e assistência social, com caráter itinerante e foco em estudantes de escolas municipais e estaduais. A iniciativa prevê desde triagens e consultas com profissionais de oftalmologia ou optometria até a emissão de receituário e a doação gratuita de óculos para os alunos que necessitarem.

O projeto destaca que a política pública tem impacto direto na garantia de direitos fundamentais, ao ampliar o acesso de famílias paranaenses a atendimentos especializados. Além das consultas e exames, o programa inclui acompanhamento da evolução dos tratamentos por meio da rede de saúde local.

A gestão e o monitoramento do Bons Olhos Paraná serão realizados por uma comissão formada pelas secretarias estaduais do Desenvolvimento Social e Família (Sedef), da Saúde (Sesa), e da Educação (Seed), podendo incluir outras pastas.

Criado pelo Governo do Paraná e financiado com recursos do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA), o Bons Olhos oferece óculos de grau gratuitos a estudantes de 6 a 17 anos da rede pública. Na primeira fase foram abrangidos 93 municípios, com a entrega de 8,3 mil óculos e um investimento de R$ 5 milhões. Até agora, o programa atendeu mais de 84 mil crianças e adolescentes.

Recentemente, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná (Cedca/PR) aprovou a ampliação da iniciativa para mais 275 municípios do Estado. Com isso, 539 mil alunos de escolas estaduais passarão por triagens e exames e, se necessário, receberão óculos gratuitamente. Com a ampliação, o programa foi estendido para praticamente todo o território paranaense. Serão investidos mais R$ 64,7 milhões na nova fase da ação, também com recursos do FIA.

“Transformar o Programa Bons Olhos Paraná em lei significa garantir que essa política pública essencial continue alcançando nossas crianças e adolescentes. Estamos falando de acesso à saúde, de permanência na escola e de oportunidades iguais para todos”, afirma o secretário estadual do Desenvolvimento Social e Família, Rogério Carboni.

“Quando identificamos precocemente problemas de visão e oferecemos acompanhamento e óculos gratuitamente, estamos protegendo o direito ao aprendizado e ao desenvolvimento pleno das nossas crianças. Tornar o Bons Olhos Paraná uma política de Estado é um passo decisivo para reduzir desigualdades e fortalecer o futuro do Paraná”, acrescenta.

OBJETIVOS – Entre os objetivos previstos pelo texto estão a prevenção da cegueira e da baixa visão, especialmente na população infantil; a identificação precoce de doenças oculares; a melhoria do desempenho escolar; e o desenvolvimento global das crianças e adolescentes atendidos. O projeto também prevê estímulo a tecnologias assistivas que promovam inclusão e redução das desigualdades.

A estrutura do programa contempla etapas como triagem, acuidade visual, consulta, emissão de receita, escolha da armação e entrega dos óculos. Caso o responsável legal opte por não receber o equipamento fornecido, deverá assinar termo de abdicação.

As secretarias envolvidas também ficam autorizadas a firmar parcerias com organizações da sociedade civil, empresas privadas e demais entidades para garantir a execução do programa. As despesas decorrentes da implementação da lei correrão por dotação orçamentária própria, com possibilidade de suplementação.

 

 

 

 

Por - AEN

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