A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou esta semana um caso de sarampo: uma mulher com idade entre 30 e 39 anos e histórico de viagens internacionais.
Em nota, a pasta informou que a paciente não precisou ser hospitalizada e a doença evoluiu sem complicações.
"A paciente apresentou os primeiros sintomas em 27 de fevereiro e as manchas vermelhas na pele surgiram em 1º de março. A confirmação ocorreu após exames laboratoriais realizados no Laboratório Central do Distrito Federal (Lace-DF) e na Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz-RJ)."
De acordo com a secretaria, no ano de 2020 foram registrados cinco casos de sarampo, todos importados, como o registrado esta semana. Já o último caso da doença com transmissão local foi identificado no Distrito Federal no ano de 1999.
Orientações
A orientação da pasta é para que a população mantenha o cartão de vacinação em dia, independentemente de planos de viagem. A vacina indicada para combate ao sarampo é a tríplice viral, que protege ainda contra a rubéola e a caxumba.
O esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde é composto por duas doses para pessoas com idade entre 12 meses e 29 anos; uma dose para pessoas de 30 a 59 anos; e duas doses para profissionais de saúde, independentemente da idade.
Dados da secretaria indicam que, neste momento, a cobertura vacinal contra o sarampo no Distrito Federal, em crianças menores de 2 anos, é de 97,2% para a primeira dose e de 88,3% para a segunda dose. A meta, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é alcançar 95% em abas as doses.
A dose é contraindicada para gestantes, para pessoas com comprometimento imunológico em razão de doenças ou medicamentos e para indivíduos com histórico de reações alérgicas graves a doses anteriores ou a componentes da vacina. Além disso, a gravidez deve ser evitada por 30 dias após a aplicação do imunizante.
Doença infecciosa
O ministério alerta que o sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o mundo.
Apesar dos avanços significativos no controle e na prevenção, por meio da vacinação, a doença ainda representa um desafio para a saúde pública, sobretudo em regiões com baixas taxas de imunização.
"Caracterizado por sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças virais, o sarampo exige atenção e conhecimento para ser identificado e tratado adequadamente", destacou a pasta.
Os principais sinais e sintomas da doença são manchas vermelhas pelo corpo, conhecidas como exantema, e febre alta, acima de 38,5 graus Celsius (°C), ambas acompanhadas de um ou mais dos seguintes sintomas:
- tosse seca;
- irritação nos olhos (conjuntivite);
- nariz escorrendo ou entupido; e
- mal-estar intenso.
No período de três a cinco dias, é comum aparecerem manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo restante do corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade do quadro, principalmente em crianças menores de 5 anos.
A transmissão do vírus acontece de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar: "o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes".
Europa e Ásia Central
A Europa e a Ásia Central registraram, ao longo de 2024, um total de 127.350 casos de sarampo – o dobro do que havia sido contabilizado em 2023 e o maior número desde 1997.
Os dados foram divulgados na semana passada pelo escritório da OMS na Europa e pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef).
Em nota conjunta, as entidades alertam que crianças menores de 5 anos respondem por 40% dos casos reportados na região. Em mais da metade desses casos, foi necessário hospitalizar o paciente. Além disso, 38 mortes pela doença foram reportadas com base em dados preliminares recebidos até 5 de março.
De acordo com a OMS, os casos de sarampo na Europa e na Ásia Central vinham caindo desde 2017. As infecções, entretanto, voltaram a subir de 2018 para 2019, quando foram identificados 89 mil e 106 mil casos, respectivamente.
"Após um retrocesso na cobertura vacinal durante a pandemia de covid-19, os casos de sarampo voltaram a subir significativamente em 2023 e 2024. As taxas de vacinação em diversos países ainda não retornaram aos níveis pré-pandêmicos, aumentando o risco de surtos”, alertou a nota.
Ainda segundo o comunicado, Europa e Ásia Central respondem, atualmente, por um terço do total de casos de sarampo registrados no planeta. Apenas em 2023, 500 mil crianças que vivem na regiam não receberam a primeira dose contra a doença, que deveria ser aplicada por meio de serviços de imunização de rotina.
“O sarampo é um dos vírus mais contagiosos que afetam pessoas. Além do risco de hospitalização e morte causado por complicações como pneumonia, encefalite, diarreia e desidratação, a doença pode causar problemas de saúde debilitantes, como a cegueira.”
“O sarampo também pode danificar o sistema imunológico ao ‘apagar’ de sua memória como combater infecções, deixando os sobreviventes vulneráveis a outras doenças. A vacinação é a melhor linha de defesa contra o vírus”, reforçaram OMS e Unicef.
As entidades alertam que países que atualmente não registram surtos de sarampo devem se preparar, inclusive para identificar e sanar lacunas de imunização, “construindo e sustentando a confiança pública nas vacinas e mantendo sistemas de saúde fortes”.
Por - Agência Brasil
A Europa e a Ásia Central registraram, ao longo de 2024, um total de 127.350 casos de sarampo – o dobro do que havia sido contabilizado em 2023 e o maior número desde 1997. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) pelo escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef).
Em nota conjunta, as entidades alertam que crianças menores de 5 anos respondem por 40% dos casos de sarampo reportados na região. Em mais da metade desses casos, segundo o comunicado, foi necessário hospitalizar o paciente. Ao todo, 38 mortes pela doença foram reportadas com base em dados preliminares recebidos até 5 de março.
De acordo com a OMS, os casos de sarampo na Europa e na Ásia Central vinham caindo desde 2017, quando 216 mil novas infecções foram contabilizadas.
Em 2016, o menor número de casos foi registrado: 4.440. As infecções, entretanto, voltaram a subir de 2018 para 2019, quando foram identificados 89 mil e 106 mil casos, respectivamente.
“Após um retrocesso na cobertura vacinal durante a pandemia de covid-19, os casos de sarampo voltaram a subir significativamente em 2023 e 2024. As taxas de vacinação em diversos países ainda não retornaram aos níveis pré-pandêmicos, aumentando o risco de surtos”, alertou a nota.
Ainda de acordo com o comunicado, Europa e Ásia Central respondem, atualmente, por um terço do total de casos de sarampo registrados no planeta. Apenas em 2023, 500 mil crianças que vivem na regiam não receberam a primeira dose do esquema vacinal contra a doença, que deveria ser aplicada por meio de serviços de imunização de rotina.
“O sarampo é um dos vírus mais contagiosos que afetam pessoas. Além do risco de hospitalização e morte causado por complicações como pneumonia, encefalite, diarreia e desidratação, a doença pode causar problemas de saúde debilitantes, como a cegueira.”
“O sarampo também pode danificar o sistema imunológico ao ‘apagar’ de sua memória como combater infecções, deixando os sobreviventes vulneráveis a outras doenças. A vacinação é a melhor linha de defesa contra o vírus”, reforçaram a OMS e o Unicef.
As entidades alertam ainda que países que atualmente não registram surtos de sarampo devem se preparar, inclusive para identificar e sanar lacunas de imunização, “construindo e sustentando a confiança pública nas vacinas e mantendo sistemas de saúde fortes”.
Transmissão e sintomas
O sarampo é classificado por autoridades sanitárias como uma doença infecciosa grave e que pode levar à morte.A transmissão acontece quando alguém infectado tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas.
Os principais sinais do sarampo são:
- Manchas vermelhas no corpo
- Febre alta, acima de 38,5°
- Tosse seca
- Irritação nos olhos (conjuntivite)
- Nariz escorrendo ou entupido
- Mal-estar intenso
Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.
Por - Agência Brasil
Quanto você estaria disposto a pagar por uma escova de dentes?
Por incrível que pareça, há alguns anos a marca Reinast lançou uma opção manual com design inovador e feita de titânio, que custava cerca de US$ 4.000 (algo como R$ 23 mil).
Nada a ver, é claro, com as escovas de dentes rudimentares feitas de eucalipto e ramos de oliveira que os babilônios fabricavam em 3.500 a.C., já preocupados com a saúde de suas bocas.
O modelo de cerdas que usamos hoje foi, provavelmente, inventado na China durante a Dinastia Tang (618-907). As cerdas eram, na verdade, pelos duros e ásperos retirados da nuca de um porco e presos a cabos feitos de osso ou bambu.
O uso de pelo de javali foi adotado até 1938, quando a multinacional Dupont de Nemours introduziu as cerdas de nylon, que não só eram mais flexíveis e resistentes, limpavam melhor, secavam mais rápido e sofriam menos contaminação bacteriana. A escova de dentes média atual contém cerca de 2.500 cerdas feitas de fibras sintéticas.
Abaixe a tampa do vaso sanitário
Escovar os dentes é extremamente benéfico: reduz o acúmulo de placa bacteriana e mantém a cavidade oral saudável, prevenindo condições como cáries dentárias, doenças periodontais, lesões endodônticas, alveolite ou halitose.
Mas, e se a própria escova estiver contaminada? Afinal, estamos falando de um ambiente particularmente predisposto a hospedar microrganismos, pois entra em contato com a boca e a água diariamente.
Na verdade, as escovas de dentes usadas abrigam comunidades microbianas mistas, que vêm tanto de seres humanos quanto de todo o resto ao redor de onde são armazenadas - que, geralmente, é o banheiro, lugar, sem dúvida, cheio de germes.
Uma escova de dentes contaminada pode reter e transmitir microrganismos patogênicos dos gêneros Streptococcus, Staphylococcus, Pseudomonas, Poryphromonas, Parvimonas, Candida, Lactobacillus, Klebsiella, Fusobacterium, Clostridium, Escherichia e Enterococcus.
E isso pode ser prejudicial à saúde bucal e sistêmica por causar cáries, gengivite e até endocardite infecciosa. O que é um paradoxo, já que as escovas de dentes foram criadas para manter a boca limpa e livre de germes.
Elas também podem ser contaminadas, principalmente, pela má higiene bucal, pelo uso com as mãos sujas ou pela escolha de um local de armazenamento inadequado.
A presença de enterobactérias e coliformes fecais em escovas dentárias está associada ao contato com aerossóis gerados durante a descarga do vaso sanitário. Por esse motivo, é sempre uma boa ideia manter a tampa do vaso sanitário abaixada.
Não se deve compartilhar escovas de dentes
Uma escova de dentes limpa também pode ser contaminada pelo contato direto com outras de membros da família, residência, colegas de trabalho, ou por colocá-la em recipientes geralmente úmidos na pia ou nos armários do banheiro.
Além disso, a escovação dentária sem supervisão em creches, jardins de infância e outras instalações que abrigam crianças pequenas, onde as escovas de dentes podem ser compartilhadas ou trocadas involuntariamente, é considerada uma fonte potencial de transmissão de micróbios entre crianças.
Em geral, não é uma boa ideia compartilhar este instrumento de higiene oral porque ele pode ser, por exemplo, uma via de transmissão não convencional da hepatite C ou do herpes simples.
Substitua as escovas a cada 3 meses
Mais de 800 tipos de microrganismos, incluindo fungos, vírus, arqueas, protozoários e bactérias, colonizam a cavidade oral humana. Embora haja sobreposição considerável em espécies detectadas em todas as partes da cavidade oral, como certas espécies de Streptococcus, Gemella, Granulicatella, Neisseria e Prevotella, geralmente há especificidades locais.
Por exemplo, as espécies de Rothia geralmente colonizam a língua ou as superfícies dos dentes, Simonsiella coloniza apenas o palato duro, Streptococcus salivarius está presente, principalmente, na língua, e treponemas, em geral, são restritos ao sulco subgengival. Todos esses microrganismos podem ficar presos entre as cerdas depois da escovação.
Entre as bactérias orais comuns está o Streptococcus mutans, que é um componente comum da microbiota oral e um dos principais constituintes da placa dentária, além de ser a principal causa de cáries.
Escovas de dentes gastas são menos eficazes na remoção de placa bacteriana e no controle da gengivite. E mais: diversos estudos sugerem que essas escovas têm maior probabilidade de abrigar Streptococcus mutans. Portanto, é aconselhável substituir as escovas a cada três ou quatro meses, ou com maior frequência se as cerdas estiverem visivelmente deformadas, emaranhadas ou desfiadas.
Entretanto, mesmo após uma fase de uso de apenas 24 horas, foi demonstrado que as escovas de dentes estavam amplamente contaminadas com Streptococcus mutans.
Enxágue bem a escova e deixe-a secar ao ar
Algumas dicas simples para prevenir ou dificultar a contaminação microbiana incluem enxaguar bem as escovas após cada uso para remover qualquer resíduo de pasta de dente e de orgânicos, armazená-las na vertical e deixá-las secar ao ar. Após o uso, guardar uma escova de dentes molhada em um recipiente fechado promove mais o crescimento microbiano do que deixá-la exposta ao ar livre.
Para evitar infecções, é claro, a escovação é obrigatória. Mas a higiene bucal não será ótima se não nos preocuparmos em manter nossa escova de dentes ventilada, limpa e descontaminada.
Por - G1
De janeiro a março deste ano, o Brasil registrou 502.317 casos prováveis de dengue.
Durante o período, foram confirmadas 235 mortes pela doença, enquanto 491 óbitos permanecem em investigação. O coeficiente de incidência no país, neste momento, é de 236,3 casos de dengue para cada 100 mil habitantes.
Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde. De acordo com a plataforma, 55% dos casos prováveis de dengue registrados este ano foram entre mulheres e 45%, entre homens. As faixas etárias que mais concentram casos são de 20 a 29 anos, de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos.
São Paulo lidera o ranking de estados, com 291.423 casos prováveis. Em seguida estão Minas Gerais (57.348), Paraná (31.786) e Goiás (27.081). Em relação ao coeficiente de incidência, o Acre aparece em primeiro lugar, com 760,9 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por São Paulo (633,9), Mato Grosso (470,2) e Goiás (368,4).
Por - Agência Brasil
Entidades médicas apresentaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um parecer defendendo a mamografia de rastreio para todas as mulheres entre 40 e 74 anos. O documento tenta mudar o critério a ser usado pela ANS para certificar planos de saúde em seu novo programa de valorização às boas práticas no tratamento do câncer.
Em dezembro do ano passado, a Agência lançou uma consulta pública para receber contribuições sobre o programa, e divulgou a cartilha preliminar com orientações e critérios para os planos de saúde que desejarem obter a certificação. Mas acabou sendo alvo de protestos.
Um dos principais critérios é a realização de rastreamento organizado, ou seja, a convocação das usuárias para realizarem exames regularmente, mesmo sem sintomas. No caso do câncer de mama, a cartilha seguiu o protocolo do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca): mamografias a cada dois anos para as mulheres com idades entre 50 e 69 anos.
Mas para as entidades médicas, essa faixa etária exclui uma parcela importante da população. Após os protestos, a ANS concedeu um prazo de um mês para que as organizações apresentassem um parecer com evidências científicas, o que foi feito na semana passada.
Aumento de casos
Elaborado em conjunto pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Sociedade Brasileira de Mastologia e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, o parecer argumenta que em 2024, 22% das mulheres que morreram por câncer de mama no Brasil tinham menos de 50 anos, e 34% tinham mais de 70.
Os estudos reunidos no documento também apontam que houve crescimento de casos de câncer em mulheres mais jovens, e que esses tumores geralmente são mais agressivos e tem mais risco de metástase.
Para as entidades médicas, a mamografia deve incluir essas pessoas, porque o diagnóstico de câncer em pessoas assintomáticas, a partir de exames de imagem, demanda tratamentos que impactam menos a qualidade de vida da paciente, e tem menos risco de recidivas, metástases e mortalidade.
“No grupo do rastreamento, o tumor é detectado no estágio inicial e apresenta características biológicas menos agressivas, permitindo maior número de cirurgias conservadoras da mama. Essas pacientes também possuem menos indicação de quimioterapia, consequentemente com menores efeitos colaterais do tratamento” diz o parecer.
E as entidades complementam: “o diagnóstico precoce também é custo-efetivo e se associa a benefícios econômicos, porque reduz os custos do tratamento, ao evitar terapias caras para cânceres em estágios avançados”.
Efetividade
Mas de acordo com o diretor-geral do Inca, Roberto Gil, não há discussão sobre os benefícios do diagnóstico precoce, mas sim sobre a efetividade de aumentar a idade dos exames de rastreamento, que devem ser feitos por todas as mulheres, quando não há sintomas ou suspeita.
"Nossa questão não está baseada na incidência da doença abaixo dos 50 anos, mas nas fortes evidências de que o rastreamento abaixo de 50 anos não tem sensibilidade, aumentando o risco de sobrediagnóstico e de maior número de intervenções, sobrecarregando todo o sistema de Saúde”, afirmou Gil na quinta-feira (27).
Em entrevista anterior à Agência Brasil, Gil enfatizou: "A informação científica que temos hoje não é da opinião de um especialista, é da literatura médica, avaliada com o nível de evidência 1, meta-análise e estudo randomizado, que é o maior nível de evidência que se tem. Grande parte dos trabalhos não conseguiu mostrar nenhum aumento de sobrevida na faixa dos 40 aos 50 anos. Só houve aumento de sobrevida na faixa de 50 a 69 anos.”
De acordo com ele, isso se explica pela maior densidade da mama de mulheres mais jovens, o que aumenta as chances de um resultado falso positivo, que precisará ser descartado por exames adicionais, ou até por cirurgias desnecessárias.
<<Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS
Cobertura
Mas tanto o Inca quanto as entidades médicas defendem o rastreamento organizado, apontado como um dos principais responsáveis pela queda nos casos de câncer em alguns países desenvolvidos.
No Brasil, a cobertura da mamografia ainda é um desafio. A última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, mostrou que menos de 60% das mulheres de 50 a 69 anos tinham feito mamografia há menos de dois anos da data da entrevista.
Para Roberto Gil, esse é mais um argumento contra o aumento da faixa etária, porque a inclusão de mais pacientes pode dificultar o acesso das mulheres que já estão cobertas pelo protocolo: "Se eu estivesse fazendo um salto em altura, eu botei o meu sarrafo em 2 metros e não estou conseguindo pular. A minha próxima medida vai ser tentar melhorar e treinar muito para pular os 2 metros, ou elevar o sarrafo para 2,50?"
Mas as sociedades médicas temem que, se o protocolo do Inca for mantido como critério pelo programa de acreditação da ANS, os planos de saúde passem a negar exames de rotina em pacientes fora da faixa etária, ainda que eles estejam cobertos pelo rol obrigatório.
O parecer ressalta que o cenário do rastreamento é melhor na rede privada, onde "53% dos tumores são detectados pela mamografia, em pacientes assintomáticas, e 40,6% são diagnosticados no estágio I (menos agressivo)", logo não há risco de prejuízo para as usuárias que já têm indicação, caso mais mulheres sejam incluídas.
A ANS informou que recebeu o documento no dia 26 de fevereiro. "Neste momento, a proposta do Manual de Certificação de Boas Práticas em Atenção Oncológica passa pela análise das mais de 60 mil contribuições recebidas durante a Consulta Pública 144, sem previsão de conclusão", disse a ANS em nota.
A agência complementou que as análises vão embasar a proposta final de Certificação Oncológica, que será objeto de nova audiência pública.
Por - Agência Brasil
Aproximadamente um a cada três brasileiros, 31%, vive com obesidade e essa porcentagem tende a crescer nos próximos cinco anos.
No país cerca da metade da população adulta, entre 40% e 50%, não pratica atividade física na frequência e intensidade recomendadas.
Os dados são do Atlas Mundial da Obesidade 2025 (World Obesity Atlas 2024), da Federação Mundial da Obesidade (World Obesity Federation – WOF), lançado nessa segunda-feira (3).
O relatório mostra que, no Brasil, 68% da população tem excesso de peso e, dessas, 31% tem obesidade e 37% tem sobrepeso. O Atlas traz ainda uma projeção de que o número de homens com obesidade até 2030 pode aumentar em 33,4%. Entre as mulheres, essa porcentagem pode crescer 46,2%.
O sobrepeso e a obesidade podem trazer riscos. Segundo o Atlas, 60,9 mil mortes prematuras no Brasil podem ser atribuídas as doenças crônicas não transmissíveis devido ao sobrepeso e obesidade, como diabetes tipo 2 e Acidente Vascular Cerebral (AVC) – a informação é baseada em dados de 2021.
Diante desse cenário, o endocrinologista Marcio Mancini, diretor do Departamento de Tratamento Farmacológico da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), diz que o Brasil precisa tratar o sobrepeso e a obesidade com uma questão de saúde pública.
“É um problema de saúde pública, não dá mais para responsabilizar um indivíduo. Não dá para falar para aquela pessoa que sai às 5h da manhã de casa e chega em casa às 21h, que passa várias horas em transporte público, para comer mais frutas e legumes e ir para academia fazer exercício”, defende. “O problema de saúde pública tem que ser enfrentado com medidas de saúde pública”, enfatiza.
Ele cita exemplos de medidas como aumentar as taxas de bebidas açucaradas como formas de conscientizar a população e colocar avisos nos rótulos dos alimentos de que aquele produto possui altas taxas de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. Mas reforça que ainda são necessárias outras ações, como reduzir os preços de alimentos saudáveis e campanhas permanentes nas escolas.
“Tem um dia por ano que se fala de alimentação saudável na escola. Isso não adianta absolutamente nada. Ninguém vai mudar a sua alimentação por escutar uma vez do ano alguma coisa sobre a alimentação saudável. Tem muito a ser feito”, diz o médico.
Ele acrescenta que até mesmo medidas de segurança pública e urbanismo podem incentivar e permitir que a população tenha uma melhor qualidade de vida.
“Até mesmo violência urbana, iluminação urbana [têm impacto] porque as pessoas têm medo de andar na rua. As pessoas poderiam usar menos o carro e usar transporte público, se o transporte público fosse de qualidade”, diz. “Ter parques em todas as regiões da cidade, não só em regiões privilegiadas, ter calçadas adequadas para as pessoas caminharem. Vai muito além de só falar para a pessoa, olha, coma direito e vá se movimentar”.
Situação no mundo
De acordo com o Atlas, atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com obesidade. Projeções indicam que esse número pode ultrapassar 1,5 bilhão até 2030, caso medidas efetivas não sejam implementadas.
O relatório mostra que dois terços dos países estão despreparados para lidar com o aumento dos níveis de obesidade, com apenas 7% tendo sistemas de saúde adequadamente preparados.
A obesidade está ligada a 1,6 milhão de mortes prematuras anuais por doenças não transmissíveis, superando as fatalidades em acidentes de trânsito. A Federação Mundial da Obesidade calcula um possível aumento de 115% na obesidade entre 2010 e 2030, e pede que a questão seja tratada por “toda a sociedade", com políticas como rotulagem de alimentos, tributação e promoção da atividade física.
O relatório mostra que os índices brasileiros são melhores que os dos Estados Unidos, por exemplo, com 75% da população com excesso de peso e, dentro desse grupo, 44% das pessoas com obesidade. Mas, na outra ponta, são piores que países como a China, com 41% da população com excesso de peso e, desses, 9% com obesidade.
“Apesar de a alimentação do brasileiro estar piorando ano a ano, cada vez se come menos arroz e feijão e se come mais esses alimentos processados, o Brasil não come tanto ultraprocessado como os Estados Unidos, por exemplo. É o momento de tentar reverter esse cenário”, defende Mancini.
Mudar o Mundo Pela Saúde
Diante desses dados, a campanha Mudar o Mundo Pela Saúde busca mobilizar governos, organizações de saúde e toda a sociedade para promover mudanças. Esta terça-feira (4) é o Dia Mundial da Obesidade, que buscar conscientizar população e governos sobre a obesidade.
Como parte da campanha no Brasil, a Abeso, em parceria com a Sociedade SBEM, lança o e-bookgratuito Mudar o Mundo Pela Nossa Saúde, que tem como objetivo analisar e propor mudanças em políticas públicas, iniciativas privadas e diversos setores para criar sistemas mais eficazes na prevenção e tratamento da obesidade.
por - Agência Brasil