“O governo comprometeu-se a não apresentar qualquer projeto de lei que suprima direitos dos servidores públicos e, em particular, dos educadores” (Termo de Compromisso do Paraná com a Educação Pública, p. 1). Mesmo sendo ilegal, tomou posse do dinheiro da aposentadoria dos servidores (Paraná Previdência). 

Foram lamentáveis os episódios de violência em Curitiba no dia 29 de abril. Isso demonstra que estamos diante de um governo autoritário que, por não estar aberto ao diálogo, despreza a essência da democracia. Não podemos aceitar a banalização da violência e da falta de respeito para com o cidadão, seja ele qual for. Percebe-se uma inversão de prioridades por parte do governo: educação é prioridade! Assim como também é a saúde, a segurança pública etc.

A greve dos trabalhadores da educação é uma greve de resistência, para não se perder direitos adquiridos através de muitos anos de luta, é uma greve por condições dignas de trabalho, é uma greve pela melhoria das escolas de maneira geral. É um grito de basta para aquele que está tirando das escolas o que é de extrema importância para ela.

Todo ano, por Lei, o salário mínimo é reajustado e todos os empregadores (comerciantes, pequenos empresários etc.) são obrigados a conceder este reajuste aos seus funcionários. Pois bem, o Estado também tem a obrigação de fazer a correção dos salários por causa das perdas com a inflação. É Lei! E isso deve acontecer uma vez por ano, porém, o Governo do Paraná insiste em não fazer tal correção no salário de professores e funcionários. A Lei do Piso do Magistério também não é respeitada.

O que os Trabalhadores da Educação estão cobrando do Governo? - Queremos que nossos alunos tenham condições dignas para estudar. Não concordamos com turmas superlotadas, pois isso prejudica de maneira direta a aprendizagem. 

- Queremos que cada escola tenha funcionário suficiente para fazer a merenda, a limpeza da escola, para atender alunos, pais e toda a comunidade (Porte de Escola).

- Queremos que os educadores tenham atendimento à saúde (SAS). 

- Assim como todo paranaense, não queremos pagar a conta de uma administração que endividou o Paraná - IPVA mais caro (reajuste de 40%), reajuste do imposto (ICMS) de 95 mil produtos (incluindo remédios, itens da cesta básica e gás de cozinha), conta de luz (36,8%), conta de água (12,5%).

- Queremos um governo sério que honre os compromissos firmados, estamos fartos de promessas. Queremos um governo que não use a mídia para jogar a comunidade contra os trabalhadores da educação. 

- Queremos respeito! Não aceitamos ser lesados em nossos direitos enquanto milhões são gastos com publicidade, auxílio moradia para juízes, aumento de salário para o governador, deputados e pessoas que ocupam cargos de “confiança”.

- Queremos o direito a uma aposentadoria digna. A Paraná Previdência deve ser respeitada.

- Queremos que os senhores Deputados Estaduais lembrem que foram eleitos para defender os interesses do povo, não para votar contra a educação e a favor do aumento abusivo dos impostos.

- Queremos mais respeito! Não aceitamos ser vítimas de ameaças (Assédio Moral) de qualquer natureza ou pessoa. A greve é amparada por Lei! Nosso Sindicato (APP Sindicato), existe há quase 70 anos, é forte e nos representa.

- Queremos defender nossas Universidades Estaduais! Elas também estão em greve, pois estão passando por grandes dificuldades e podem até ser fechadas. Nossos alunos terão que pagar para cursar uma universidade? 

Ganhos com a greve

A primeira greve deste ano trouxe de volta as Aulas de Reforço para os alunos (Português e Matemática), a volta de alguns Projetos de Contraturno (Educação Física, Ciências e Português/Literatura), com a revisão do Porte das Escolas, trouxe de volta alguns funcionários que haviam sido demitidos. A greve trouxe muitas outras coisas de volta! A segunda greve deste ano também já trouxe benefícios! Ela conseguiu, por exemplo, a retirada do Artigo 6º do Projeto de Lei do governo que representava o fim da carreira dos servidores, permitiu a negociação da Data-base (correção da inflação) e outros itens estão em negociação.

Esclarecimento 1

Fazer panfletagem na cidade, nas esquinas da escola ou até mesmo no portão da escola para dialogar com pais e alunos é uma atitude comum e permitida em tempos de greve. Nenhum grevista pode ser impedido de visitar a escola, pois esta ação fere o artigo 8º, Inciso III da Constituição Federal, bem como o Artigo 6º, Inciso I da Lei 7.783/89. Outra ação permitida em tempos de greve é o uso do carro de som para enviar mensagens para a comunidade.

Esclarecimento 2

Muitos pais nos perguntam: Está tendo aula normal? Sabemos que, com a maioria dos professores em greve, as coisas não acontecem dentro da normalidade dentro das escolas. Então, as escolas fazem horários especiais para que os professores não-grevistas possam dar aulas. “Horário Especial” não significa funcionamento normal da escola, pois apenas algumas turmas são convocadas. Respeitamos o posicionamento de cada professor e funcionário, uma vez que vivemos em uma democracia onde cada cidadão é livre para fazer suas escolhas. Mas as escolas não estão funcionando dentro da normalidade!

Esclarecimento 3

Professores, funcionários e diretores em greve estão sendo vítimas de ameaças de corte de salário, perda do emprego, ações prejudiciais no plano de carreira, processos administrativos, dentre outros. Alguns recebem até mesmo ligações indesejadas!

A APP Sindicato orienta que, se alguém for vítima de Assédio Moral, que formalize sua denúncia juntamente ao Sindicato que possui formulário próprio para isso. Alguns contracheques de professores estão sendo colocados nas redes sociais com valores totalmente errados! Esta é uma atitude maldosa, desonesta que tem como objetivo jogar a comunidade contra professores e funcionários em greve. O governo fez a sua proposta para a categoria, não era o que esperávamos, pois ela ainda nos fere em nossos direitos! Porém, tal proposta será avaliada em Assembléia marcada para terça, dia 09. O retorno às aulas acontecerá se esta for a decisão da maioria dos professores e funcionários, através do voto, para decidir se a greve termina ou continua.

Mães, pais e toda a comunidade, neste momento precisamos de vocês para nos ajudar nesta caminhada! As reposições de aulas serão feitas! Nenhum aluno irá perder o ano letivo por causa da greve! 

Pedimos a compreensão de todos neste momento! Esta é uma luta que deve ser de todos e todas! Agradecemos pela atenção e pelo apoio que vocês mães e pais tem nos dado! Obrigado! ( Com PR Centro Sul)