Quinta, 23 Julho 2015 13:45

Diabete mata 11 pessoas por dia no Paraná

Considerada uma epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes tem feito cada vez mais vítimas.

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 10 anos o número de mortes devido a complicações causadas pela doença registrou alta de 59,2% no Paraná. Os números apontam ainda que o problema, provocado por fatores hereditários, obesidade e falta de exercícios, já é a sétima principal causa de morte entre paranaenses. 

 

Em 2013, último dado disponível, a média foi de 11 óbitos por dia, recorde da série histórica iniciada em 1996. Até 2008, o estado nunca havia registrado mais de 3 mil mortes em um ano. Desde 2009, porém, o índice vem acumulando alta e hoje está batendo na casa dos 4 mil óbitos por ano. As mulheres são as principais vítimas, respondendo por 55,9% dos casos registrados entre 2004 e 2013. Já a faixa etária com o maior número de mortes é entre os 70 e 79 anos de idade (13.855 óbitos no período).

 

Para a endocrinologista Juliana Filus Coelho, do Hospital Santa Cruz, os números são alarmantes, mas não chegam a surpreender. Ela ainda aponta que a tendência é que a situação se agrave mais nos próximos anos. “Vemos muitas pessoas se alimentando em fast food e cada vez menos se alimentando saudavelmente em casa, com um prato mais balanceado. Para piorar, a taxa de sedentarismo está cada vez maior. Então (essa alta no número de mortes) já era esperada, e vai piorar ainda mais”, alerta.

 

Atualmente, o Brasil ocupa o quarto lugar no número de diabéticos, atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos, respectivamente. São 13,4 milhões de pessoas com a doença no país, das quais 740 mil estão no Paraná. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), a tendência é que esse número aumente ainda mais nas próximas décadas. Hoje, existem em todo o planeta 380 milhões de diabéticos. A estimativa é que em duas décadas esse número salte para quase 600 milhões.

 

Rotina de insulina 2 vezes ao dia

Quando tinha 30 anos e estava grávida de seu primeiro filho, Luiz Mauricio, Oslini Freitas descobriu que tinha um problema. “Eu descobri na gestação, após fazer exames de rotina, que o nível de glicose estava anormal. Na época, achei que seria uma alteração por causa da gravidez”, conta.

 

De fato, após o nascimento do filho, o nível de glicose voltou ao normal. É que a mulher ainda não tinha diabetes, uma doença crônica e sem cura, mas o pré-diabetes, que é um estágio anterior da doença em que ainda há como reverter o quadro. ”[Isso] ocorre quando os níveis de açúcar no sangue já estão acima do considerado normal, mas a reversão do quadro ainda é possível, por meio de mudanças no estilo de vida, o que inclui adotar uma alimentação mais saudável, deixar de fumar e praticar exercícios físicos de forma regular”, explicou em entrevista à Agência Brasil a gerente científica do Negócio Nutricional da Abbott, Patrícia Ruffo.

 

O alerta e a sorte de descobrir o problema precocemente, porém, não foi o suficiente para evitar o pior. É que há cerca de 12 anos, a doença voltou a se manifestar, e desta vez de forma mais grave. Desde então, a vida de Oslini se transformou por completo“Depois que descobri a doença, mudou tudo para mim. Não é fácil. Primeiro tentei medicamentos, mas meu organismo não se adequou e o remédio não reagiu como deveria. Tive então de começar a tomar insulina”, relata.

 

Hoje, Oslini toma insulina duas vezes por dia, além da medicação via oral (comprimidos hipoglicemiantes), também de manhã e de noite. Ela também teve de cortar alimentos como doces e massas. E não esconde: mesmo uma década depois de ter descoberto a doença, ainda não conseguiu se adaptar.

“Tenho de admitir que ainda estou me adaptando, porque não sou uma pessoa que está com a diabetes controlada. Como ainda não consegui controlar a alimentação, minha diabetes está alta. O ideal também é começar a praticar atividades físicas, que ajudam na ação da insulin”, comenta. (Com Bem Paraná)

 

 

 

 

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