Paraná

Com apoio dos profissionais da saúde, Paraná reforça combate à violência contra mulheres idosas

 Com apoio dos profissionais da saúde, Paraná reforça combate à violência contra mulheres idosas

No cenário das violências contra as mulheres, com atenção especial às idosas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a urgência de ações de enfrentamento a esse crime.

Os profissionais da área, que atuam no atendimento pelo SUS, participam ativamente, em várias frentes: notificação, atendimento e direcionamento destas vítimas. 

Em 2024, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) no Paraná, 2.385 registros de violência foram de mulheres idosas. As notificações envolvem principalmente violência física (40,2%), negligência ou abandono (37,5%) e violência psicológica/moral (31,8%). Também são registradas violência financeira ou patrimonial (12,3%), autoprovocada (11,0%), violência sexual (2,2%) e tortura (1,8%).

Além desses tipos, os atos de preconceito contra a idade, conhecidos como idadismo também se configuram como um tipo de violência contra a pessoa idosa. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente uma em cada seis pessoas idosas (cerca de 16,7%) sofre algum tipo de abuso em todo o mundo, e a mulher idosa é mais atingida.

"A violência contra a mulher, especialmente contra idosas, é uma realidade que precisa ser enfrentada com firmeza e responsabilidade", afirma o secretário estadual da Saúde Beto Preto. “No Paraná, temos atuado de forma integrada com os profissionais da saúde para garantir acolhimento, escuta qualificada e encaminhamentos seguros às mulheres. Fortalecer a rede de proteção e ampliar o conhecimento sobre os sinais de violência são passos essenciais para prevenir e romper ciclos de agressão”.

Kelly Helena Klein, chefe da Divisão de Promoção da Cultura de Paz e Ações Intersetoriais da Sesa, explica que quando uma mulher idosa chega ao serviço de saúde com sinais de violência, como hematomas, tem faltas frequentes nos atendimentos ou múltiplas queixas, por exemplo, é fundamental que a equipe faça o acolhimento com escuta qualificada.

Em casos suspeitos ou confirmados, a conduta das equipes de saúde deve ser clara: notificar no Sinan, encaminhar à rede de proteção do município, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Conselho da Pessoa Idosa e Ministério Público. “Quando necessário, também deve ser acionada a segurança pública. Além de garantir o acompanhamento dos casos e a continuidade do cuidado”, complementa Kelly.

REFORÇO PERMANENTE – Com o intuito de fortalecer as estratégias de prevenção e orientação, a Sesa lançou, em 2024, a cartilha “Violência contra as mulheres – Informe-se: saiba o que fazer e como prevenir”, elaborada pela Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde, em parceria com a Universidade Federal do Paraná.

A cartilha foi desenvolvida para apoiar profissionais da área, integrantes da rede de proteção e todas as mulheres paranaenses, incentivando a identificação precoce, a notificação e a denúncia de casos suspeitos ou confirmados. Trata-se de mais uma ferramenta que reforça o compromisso com o cuidado e respeito à vida.

Nela, podem ser encontrados 15 números de telefone que socorrem, auxiliam, direcionam e apoiam as mulheres em situação de violência doméstica e familiar, além de orientações práticas. “No caso das mulheres idosas, a vulnerabilidade é ainda maior devido ao vínculo com o agressor e às dificuldades para denunciar, o que favorece a subnotificação e dificulta a identificação e o enfrentamento da violência nessa faixa etária”, alerta a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, Giseli da Rocha.

Além da cartilha, eventos de capacitação e ações comunitárias sobre o tema são realizados em todas as Regionais de Saúde do Estado, mobilizando profissionais e a população para enfrentar o problema.

CASAS DA MULHER – Na semana passada, o Governo do Paraná divulgou os 30 primeiros municípios contemplados com as Casas da Mulher Paranaenses. A Secretária da Mulher Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, lembrou que, neste contexto, as casas serão espaços para, também, realizar ações de combate à violência contra  as mulheres. “Os espaços serão multifuncionais, com qualificação profissional, apoio ao empreendedorismo e atendimento multidisciplinar, além de ações integradas de proteção e prevenção à violência contra a mulher, para que ela tenha esse amparo”, afirmou.

O material está disponível em formato digital no site da Secretaria da Saúde.

 

 

 

 

Por -AEN

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