Quinta, 20 Junho 2013 21:49

Existe uma frequência considerada normal para o sexo?

Toda pessoa em idade adulta, em algum momento da vida, já deve ter se perguntado se tem uma vida sexual normal; se está dentro dos padrões do que se considera normalidade.

 

Esta é uma preocupação comum entre as pessoas.

 

Um leitor da coluna enviou um e-mail dizendo que se relacionava sexualmente com sua mulher três, quatro vezes ao dia, ou o quanto ela suportasse e, mesmo assim, não se sentia satisfeito, sempre queria mais e isso o deixava frustrado e insatisfeito. 

 

Mas, afinal, o que é normalidade em se tratando de atividade sexual? Bom, na medicina o termo normal é sempre tratado de forma quantitativa. Por exemplo: uma gravidez de gêmeos ou trigêmeos não é normal, porém não é doença. Esse tipo de gravidez foge do padrão quantitativo de normalidade, mas não há nada de errado com isso. É saudável. 

 

Outro exemplo. A psiquiatra Carmita Abdo coordenou uma pesquisa patrocinada por um laboratório americano sobre a sexualidade brasileira para o Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo. Foram entrevistados três mil homens e mulheres com idade entre 17 e 70 anos, de todas classes sociais.

 

Descobriu-se que a média de relações do brasileiro é de três vezes por semana. Ou seja, um homem brasileiro com 60 anos, que tenha relações sexuais todos os dias, pode ser considerado não normal levando-se em conta os padrões estatísticos sobre a sexualidade. Porém ele não necessariamente será uma pessoa doente. Nem sempre o que não é normal não é saudável.

 

Se a pessoa faz sexo uma vez por semana ou uma vez por mês e se sente bem e satisfeita, não há qualquer problema. O critério é sempre íntimo e relativo. Podemos dizer que o que não é normal é o que causa transtorno, traz frustração e sofrimento patológico.

 

Além do critério estatístico, é importante ter um componente mórbido, que traz sofrimento e dor, seja física ou emocional. A qualidade e a frequência da atividade sexual são consideradas sadias quando satisfazem quem dela participa.

 

Se não está havendo satisfação, aí sim, é o momento de ficar preocupado, de fazer questionamentos e buscar uma solução com acompanhamento especializado. 

 

 

Por Márcio Dantas de Menezes, médico

 

 

 

 

 

Fonte - Folha de Londrina

 

 

 

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