Terça, 27 Outubro 2015 14:43

Cirurgias de reconstrução de mama mais que quintuplicam em cinco anos

Em pleno Outubro Rosa, chega uma notícia boa para as mulheres: de 2009 a 2014, o número de cirurgias de reconstrução de mama saltou de 18 mil para 103 mil, elevando de 3% para 8,4% do número total de cirurgias plásticas desse tipo realizadas no País.

 

Os dados são resultado de um levantamento inédito feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) envolvendo 5.800 médicos e membros da entidade. 

 

Classificada como reparadora, essa cirurgia restaura a forma, a aparência e o tamanho dos seios em mulheres submetidas à mastectomia devido ao câncer de mama, segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e com maior incidência no sexo feminino, respondendo por 22% dos novos casos a cada ano, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). 

 

Coberta pelo sistema público de saúde (lei 12.802/2013), a reconstrução mamária feita por um cirurgião plástico, simultaneamente ao tratamento do câncer, traz diversos benefícios às mulheres. "A cirurgia reconstrutiva da mama promove melhor percepção da autoimagem, recuperando a autoestima e a qualidade de vida da paciente, além de aumentar a adesão ao tratamento e retorno mais breve às atividades diárias", esclarece João de Moraes Prado Neto, presidente da SBCP. 

 

Esse aumento de 85 mil novas reconstruções mamárias nos últimos cinco anos revela um avanço no tratamento do câncer de mama e valorização da cirurgia plástica reparadora. Isso porque demonstra que hoje a comunidade em geral reconhece que é necessário um trabalho multidisciplinar para combater a doença e alcançar resultados melhores. Também reforça a importância das intervenções reparadoras, muitas vezes subestimadas e equivocadamente vistas apenas com funções estéticas. 

Segundo o cirurgião plástico Alexandre Fonseca, um dos coordenadores da pesquisa e membro titular da SBCP, em muitos casos, a cirurgia reparadora pode significar a diferença entre querer viver ou não. "Os seios são símbolos de feminilidade, a retirada sem reconstrução pode significar muito sofrimento, casos sérios de depressão, além de problemas de relacionamento social e familiar. Não à toa a reconstrução é um direito conquistado pelas brasileiras e vista atualmente como uma das etapas indispensáveis do tratamento", avalia. 

 

Esse crescimento ainda envolve maior número de centros médicos disponíveis para realizar reconstruções mamárias e de cirurgiões plásticos capacitados. E, por fim, indica que as mulheres estão mais conscientes sobre a importância da intervenção para o seu próprio bem-estar. 

 

"Somado a esse quadro é importante ressaltar a evolução técnica da cirurgia reparadora da mama nos últimos dez anos", complementa o cirurgião plástico Luiz Henrique Ishida, que integra a diretoria da SBCP. "Há técnicas distintas de se reconstruir a mama, adaptadas a cada caso. Usamos, por exemplo, enxertos de tecidos de outras áreas do corpo, como abdômen, costas e glúteos, possibilitando maior refinamento estético. Também temos disponíveis diferentes tipos de próteses e expansores. Em suma, temos opções variadas para oferecer às mulheres resultados mais satisfatórios, reduzindo impactos físicos e psicológicos", informa o médico.(Com Bonde)

 

 

 

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