Todos os 337 modelos diferentes de berços registrados deverão passar por ajustes. Em fevereiro deste ano, um bebê de 6 meses morreu asfixiado entre o vão lateral de um berço portátil e o seu colchão.
Por causa do acidente, a fabricante teve que fazer um recall. A empresa divulgou, em junho, um comunicado para mais de 250 mil usuários do modelo recomendando a suspensão do uso até a instalação de um kit adicional enviado aos clientes.
Este recall chamou a atenção dos pais e alertou aqueles que ainda não tinham conhecimento: os berços podem oferecer muito perigo se não apresentarem normas rígidas de segurança. "O berço é o local onde o bebê passa muitas horas e existem muitos perigos ocultos nesse ambiente", comenta a empresária e consultora de enxoval de bebês, Paula Laffront. "Um berço de qualidade, com certificações e parâmetros de segurança é fundamental. E existe muita diferença de uma marca para outra", diz.
Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas características são obrigatórias e o Brasil está atrasado nesse sentido. As marcas mais seguras têm o colchão mais pesado e fixo que protege o bebê e impede a passagem dele garantindo proteção, inclusive contra asfixia.
"Além disso, a estrutura do berço precisa estar firme e ele não pode dobrar facilmente ou criar um V nas dobradiças quando aberto. Também, é preciso que tenha o pé estrutural central para evitar que tombe e que nenhuma parte dele - principalmente os cantos - esteja rachada, lascada ou quebrada. Isso evita que o bebê se machuque em quinas ou engula partes e lascas do material", explica.
O lugar mais indicado para o bebê dormir é o berço - seja ele fixo ou portátil - ou então um moisés com colchão reto e plano. Não se deve usar cobertor, travesseiro, bicho de pelúcia ou nada que seja solto no berço. "O lençol deve ser apenas aquele com elástico, que fica bem esticado e preso ao colchão. Aqui nos Estados Unidos, não existe o lençol de cima, usado no Brasil, pois ele também oferece riscos". Para proteger a criança em noites mais frias recomenda-se o uso de sacos de dormir, que vestem o bebê. Essa é a melhor forma de manter o bebê aquecido no berço sem a necessidade de um cobertor.
Referência na consultoria de enxoval para crianças, Paula Laffront explica que os protetores de berço, no Brasil, são muito fofos e volumosos, por isso, muitas vezes os pediatras são contra o uso. "É importante frisar que esse também é um item que deve ser levado em consideração quando o assunto é a segurança do berço, já que os modelos menos volumosos diminuem bastante o risco de asfixia. O nosso papel, como consultoras, é justamente esse: orientar e indicar as opções do mercado que oferecem segurança, independente da marca, etiqueta e moda", comenta Paula.
Entre todas as mudanças da nova regulamentação do Inmetro, três são as mais importantes: a inclusão na certificação de berços pendulares, de berços de balanço e de modelos com menos de 90 centímetros de comprimento. Com isso, esses produtos precisariam seguir uma série de exigências para serem comercializados. O Inmetro acredita que a nova regulamentação deve ser publicada até o fim do ano. (Com Bonde)