Comer alho em jejum ajuda a emagrecer? Especialista explica os benefícios e riscos
Depois da dieta do limão, paleolítico e jejum intermitente, vem aí o alho amassado.
O novo método, compartilhado por famosas como Carol Peixinho, se tornou um aliado para quem buscar perder peso de forma rápida... Mas será que isso funciona mesmo ou é mais um mito da internet?
A resposta é: sim, consumir o alimento em jejum, de fato, traz este benefício, mas ele não faz milagres sozinho. A nutricionista e personal trainer Aline Becker explica que ele deve ser considerado um “a mais”:
“Você precisa incluir na rotina os exercícios físicos, de preferência contra resistência – como musculação ou funcional –, para aumentar sua massa muscular corporal, acelerando seu metabolismo e garantindo benefícios a saúde, junto com uma dieta anti-inflamatória e hipocalórica para acontecer a queima de gordura.”
Explicando as dietas..
- A anti-inflamatória, na verdade, é uma estratégia alimentar que inclui alimentos considerando variedade de cores, nutrientes e minerais para que esta oferta nutricional melhore o funcionamento do corpo, de modo geral, na produção de hormônios, no funcionamento do intestino, na melhora da imunidade e nas respostas da dieta.
- A hipocalórica consiste em uma restrição calórica, ou seja, consumir menos calorias do que você gasta por dia: “Essa é a matemática que a gente tem que pensar na hora do emagrecimento. Ele não é o único fator para o emagrecimento, mas é um fator determinante”.
Como funciona a dieta?
Segundo a nutricionista, há estudos que comprovam que alho consumido em jejum pode ajudar a reduzir a glicemia, ou seja, o nível de glicose no sangue, “fazendo com que o indivíduo sinta menos fome e vontade de doce ao longo do dia e, consequentemente, ingerindo menos calorias e toxidade ao organismo”.
Para aproveitar suas vantagens, o alimento deve ser consumido em jejum e cru: até mesmo aquecê-lo no micro-ondas pode fazer com ele perca alguns componentes importantes, como a alicina. “Ele é o principal ativo responsável pelas propriedades medicinais do alho, que potencializa seus efeitos antioxidantes no organismo e garante os resultados”. Outra dica é amassar o alho e esperar 10 minutos para que este ativo seja liberado e, assim, garantir as vantagens.
Outros benefícios
Associado a um estilo de vida saudável, a especialista afirma que o alho também atua na melhora da saúde cardiovascular e redução da pressão arterial. Além disso, ele possui efeito antioxidante, o que ajuda a melhorar a saúde da microbiota intestinal e, portanto, potencializa a queima de gordura. E ele tem mais vantagens, como:
- Melhora do perfil lipídico (exame que analisa os níveis de colesterol e triglicerídeos)
- Níveis de glicemia de jejum
- Qualidade da saúde intestinal
- Reduz o colesterol LDL (o chamado “colesterol ruim”) e total
- Previne doenças como câncer, Alzheimer e Parkinson
- Minimiza o risco de AVC, trombose e doenças neurodegenerativas!
- Melhora a imunidade, diminuindo riscos de gripes e resfriados
Riscos e cuidados
Mas, como qualquer método de emagrecimento, este também apresenta riscos, não pode ser consumido por qualquer pessoa e nem em quantidade ilimitada. Aqui, Aline Becker lista alguns mitos e verdades sobre o consumo do alho amassado em jejum:
Consumir alho amassado e cru em jejum garante maiores resultados?Verdade! Como dito anteriormente, quando aquecido, o alimento perde alguns nutrientes.
Alho ajuda a reduzir os efeitos da TPM? Verdade! Isso acontece porque ele tem efeito anti-inflamatório e melhora a microbiota intestinal: “Deixando-a saudável, a pessoa tem melhor produção de serotonina (neurotransmissor da alegria) e, consequentemente, uma melhora no humor durante esse período”.
O alho deve ser consumido em quantidade limitada? Verdade! A nutricionista explica que, em excesso, o alimento “pode irritar a mucosa, causando desconforto e irritação gástrica”. A recomendação é incluir 3 dentes de alho por dia na rotina, sendo 6 o limite diário.
Qualquer um pode entrar nesta dieta? Mito! A expert destaca que pessoas com refluxo gastresofágico e gastrite não toleram o alho em grandes quantidades, pois as substâncias podem ter efeito irritativo na mucosa: “Pessoas com intolerância ao FODMAP também devem evitar, pois pode ocasionar distensão abdominal, constipação ou até diarreia, levando a uma inflamação”.
- FODMAP é uma sigla em inglês para oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. O termo se refere aos carboidratos que fermentam as bactérias do intestino e que tendem a causar mais desconforto abdominal, além de ter uma “probabilidade maior de distensão abdominal, excesso de gases, constipação intestinal ou até mesmo de diarreia – justamente por causa dessa rápida fermentação que acontece nas bactérias do intestino”, explica Aline.