Segunda, 01 Setembro 2014 09:54

Polícia Civil deve ouvir 100 pessoas sobre rebelião em penitenciária de Cascavel

A Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar os crimes que foram cometidos durante a rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), no oeste do Paraná. 

 

Nesta sexta, dia 29, os delegados que comandam as investigações disseram em entrevista coletiva que esperam ouvir mais de 100 depoimentos durante as investigações.

 

“Nós estaremos requisitando, no momento adequado, imagens da imprensa que pode nos auxiliar na identificação das pessoas que teriam participado direta e indiretamente dessa situação de homicídio, cárcere privado, tortura, dano ao patrimônio público e outras condutas que possam surgir nessa situação”, explica o delegado Pedro Fernandes de Oliveira. 

 

De acordo com a delegada de homicídios, Mariana Vieira, 15 pessoas já foram ouvidas e mais de 30 entrevistas preliminares foram feitas. “O objetivo da investigação é apurar a responsabilidade por esses crimes. Além das cinco mortes, existe entre 25 e 30 presos feridos, um deles em estado grave. Será definido a quais crimes essas pessoas vão responder”, diz a delegada.

 

Um grupo de investigadores da delegacia de homicídios e outra equipe do Grupo de Diligências Especiais (GDE) trabalham exclusivamente no caso. Os agentes que foram mantidos reféns e alguns presos fizeram exame de perícia, conforme os delegados.

 

No decorrer das investigações, as equipes policiais devem ir até as penitenciárias para onde os detentos foram transferidos para ouvir os depoimentos.

A secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, também determinou a abertura de Sindicância para apurar as circunstâncias que levaram à rebelião. A comissão tem prazo de 15 dias para apresentar as conclusões.

 

Motim

 

A rebelião na PEC começou por volta das 6:30 hrs do domingo, dia 24, e teve início no momento em que o café da manhã era entregue aos detentos, de acordo com o advogado dos agentes penitenciários, Jairo Ferreira. Para sair da primeira cela, durante a madrugada, os presos serraram uma das trancas e, em seguida, abriram as demais celas. Segundo a nota divulgada nesta quinta-feira pela Seju, 15 agentes penitenciários estavam trabalhando na unidade quando começou a rebelião.

 

Após saírem das celas, os detentos invadiram o telhado da prisão, queimaram colchões e hastearam a bandeira de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios no país.

 

Segundo a Seju, os presos reclamavam da estrutura, alimentação e higiene da unidade. Também pediam relaxamento nas visitas e mais diálogo com a direção da unidade.

 

As negociações para o fim da rebelião começaram no domingo, mas foram interrompidas às 20h e retomadas às 7h55 da segunda, dia 25.

 

Em nota divulgada na quinta, dia 28, pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), 1.037 presos estavam na PEC no dia da rebelião. Ao todo, 800 presos foram para outras prisões do estado.

 

Uma comissão técnica de engenharia da secretaria de estado de infraestrutura e logística  avalia as partes da unidade que foram danificadas pelos presos e, em 15 dias, deve apresentar um balanço com o custo estimado para a recuperação da PEC.

 

 

 

 

Com informações, G1.

 

 

 

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