O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, revelou nesta quinta dia 20, no Parlamento do país que imagens feitas por um satélite australiano detectaram dois objetos ao sul do Oceano Índico que podem ser do avião desaparecido da Malaysia Airlines. As imagens, divulgadas posteriormente, não permitem distinguir com clareza se os objetos são possíveis destroços da aeronave, mas em um dos casos chama a atenção o comprimento de um dos detritos: cerca de 24 metros de extensão.
Segundo Abbott, a Agência de Segurança Marítima da Austrália – órgão que tem entre suas atribuições operações de busca e resgate em alto mar – recebeu "novas informações baseadas em imagens de satélite de objetos possivelmente relacionados às buscas", que já duram 13 dias. A aeronave da empresa malaia desapareceu em 8 de março com 239 pessoas a bordo.
O premiê afirmou que um avião da Força Aérea Australiana foi enviado para averiguar a área onde os objetos foram localizados, a cerca de 2.300 quilômetros da cidade de Perth, na costa oeste da Austrália. As imagens de satélite foram analisadas e identificadas por especialistas, acrescentou Abbott, que declarou ainda já ter informado o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, sobre a descoberta.
Em entrevista coletiva na madrugada desta quinta (manhã em Canberra), o diretor-geral da divisão de respostas de emergência da agência marítima australiana, John Young, revelou que o maior dos dois objetos detectados tem 24 metros de extensão. "O que nós buscamos é a confirmação de que os objetos pertencem à aeronave ou não", disse Young. Ele ressaltou, contudo, que uma resposta ainda pode demorar, pois a distância entre a Austrália e a área em foco é relativamente grande e a visibilidade é pequena.
Questionado se portas ou outras partes da fuselagem puderam ser identificadas, Young afirmou que as imagens feitas pelo satélite não eram detalhadas o suficiente para esse tipo de conclusão. Além da aeronave da Força Área já a caminho da área onde os objetos foram avistados, outros três aviões australianos também se deslocarão até o local para "uma busca mais intensa", segundo o primeiro-ministro Tony Abbott. Mas ele advertiu que a tarefa é "extremamente difícil" e que existe a possibilidade dos objetos não terem relação com o avião desaparecido, como já ocorreu em outras oportunidades – a China capturou imagens semelhantes, depois descartadas.
Para reforçar a a operação de busca no Índico, Nova Zelândia, Estados Unidos e Malásia também decidiram enviar aviões e navios ao local. Segundo o ministro dos Transportes em exercício da Malásia, Hishammuddin Hussein, ao todo 29 aeronaves e 18 embarcações foram desdobradas para tentar confirmar se os possíveis detritos são do voo MH370.
O anúncio australiano ocorre em um momento no qual as autoridades dos 26 países envolvidos nas buscas pelo Boeing 777 da Malaysia Airlines tentam reduzir a vasta área das operações, ao norte e sul do Oceano Índico, enquanto familiares dos passageiros reforçam as críticas ao governo malaio pela falta de informações.
Papel dos EUA – Nesta quarta, a Malásia solicitou a ajuda do FBI (polícia federal americana) para recuperar dados deletados do simulador de voo encontrado na casa do piloto da aeronave. O FBI deverá fazer cópias do disco rígido do simulador e transmitir o conteúdo para especialistas em recuperação de arquivos, afirma reportagem do jornal The New York Times.
Segundo o chefe da polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, dados foram apagados do simulador no dia 3 de fevereiro, pouco mais de um mês antes do desaparecimento da aeronave, durante o voo que saiu de Kuala Lumpur em direção a Pequim e mudou de rota no meio do trajeto.
Não está claro se o governo da Malásia pediu a participação americana em outras partes da investigação. Alguns parlamentares em Washington reclamam que o FBI deveria ter tido um papel mais efetivo na investigação desde o início. Uma pequena equipe de agentes da polícia americana na Malásia recebe informações sobre a investigação, mas não foi solicitada a ajudar nos trabalhos, afirmou o NYT.
Com Informações, agências Reuters, EFE e Revista Veja)