Com número alto de produtores certificados, Paraná colhe frutos do incentivo aos orgânicos

O Paraná é um dos estados com maior número de agricultores orgânicos certificados.

Os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de fevereiro, apontam para 3.860 unidades de produção orgânica, o que representa 14,5% das 26.546 credenciadas no País. O Paraná fica atrás apenas do Rio Grande do Sul, que tem 3.966.

De acordo com André Luis Miguel, coordenador estadual do programa Agroecologia, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), o crescimento no número de unidades certificadas vinha sendo uma constante no Brasil, em um ritmo de 15% ao ano.

Os dados do Mapa mostram que, em maio de 2018, havia no Estado 2.268 unidades certificadas. Em novembro de 2019, o número tinha subido para 3.490. A pandemia provocou uma desaceleração a partir de março de 2020 e, em novembro desse ano, eram 3.447, que evoluíram para 3.752 em dezembro de 2021.

A pandemia foi a causa da redução nos números de 2020 porque no Paraná o principal sistema de certificação é o Participativo de Garantia, que exige reuniões de grupos nas propriedades. Com a recomendação de se evitar aglomerações, elas foram reduzidas. Somente agora o Estado retoma o patamar do início de 2020. Os números atuais indicam 3.860 unidades credenciadas.

Se por um lado a pandemia freou o ritmo de credenciamento de propriedades com produção orgânica, por outro acentuou a importância desses produtos na alimentação diária.

“As pessoas ficaram mais em casa e passaram a privilegiar alimentos mais saudáveis, com origem conhecida”, analisou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Ao mesmo tempo, o Estado encaminhou políticas públicas para aumentar a produção de orgânicos e passou a compensar com pagamento maior ou pontuação diferenciada a quem oferecesse esses produtos para programas sociais”.

Segundo o secretário, o Paraná é uma terra privilegiada, com vasta extensão agricultável e, onde há dificuldades de infraestrutura, a visão empreendedora dos agricultores e a dedicação dos servidores do Sistema de Agricultura conseguem fazer brotar a planta mesmo em situações não tão favoráveis. “A posição geográfica e a boa distribuição de chuvas em períodos de normalidade climática permitem um invejável potencial de diversidade em culturas agropecuárias”, afirmou Ortigara.

MERCADO MUNDIAL – Os agricultores têm se mostrado atentos às exigências do mercado mundial, que cada vez busca mais produtos cultivados de forma sustentável, e aos princípios emanados de fóruns mundiais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio+20), realizada em 2012, a Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP-15), de 2021, além do cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos em 2015, com prazo até 2030 para serem implementados.

De acordo com Ortigara, a histórica aptidão dos paranaenses para bem cultivar a terra faz com que as novidades sejam absorvidas dia a dia, entre elas o desejo de entregar um alimento cada vez mais puro. É aí que se enquadra a produção orgânica e agroecológica. Ao Estado coube, durante os anos, preparar uma legislação que auxiliasse o exercício vocacional do agricultor e elaborar políticas públicas que favorecessem o escoamento da produção orgânica, possibilitando acesso à alimentação saudável para as classes menos favorecidas.

O presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, destacou o trabalho um pouco mais exigente para os produtores de orgânicos, o que resulta em preço um pouco mais alto dos produtos. Em razão disso, o instituto trabalha para ajudar a reduzir o custo de produção. Recentemente, por exemplo, foi assinado termo de cooperação técnica com a Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (AOPA), com vistas a levar assistência técnica a produtores de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral.

“É uma grande oportunidade para fortalecer, principalmente, a comercialização da produção orgânica”, disse o presidente do IDR Paraná. Temos o entendimento que podemos fazer algo melhor. Um ganha-ganha, em que o agricultor ganha mais pela produção e o consumidor com um produto de mais qualidade”, disse.

Avance acrescentou que essa iniciativa é mais um passo no desafio de fornecer 100% de orgânicos na alimentação escolar até 2030. “Esse é um esforço que pode ajudar o Estado a caminhar nesta direção”, afirmou.

SÉRIE – Esta matéria integra uma série de reportagens em que o Sistema de Agricultura do Paraná vai apresentar algumas ações adotadas nos últimos anos com vistas a difundir a prática de base agroecológica e o cultivo de orgânicos entre os produtores rurais para garantir que o máximo de pessoas possam se beneficiar da produção.

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

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Bolsas de pesquisa da Unioeste movimentam inovação no Oeste e Sudoeste do Estado

Além de gerar conhecimentos, desenvolvimento tecnológico e inovações para as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, as bolsas de pesquisa e pós-graduação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) contribuem para a movimentação na economia das regiões que os cinco câmpus estão situados (Cascavel, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon e Toledo).

Em 2021, as bolsas de pesquisa e pós-graduação de pesquisadores da instituição somaram R$ 14.770.573,00. Ao todo foram distribuídas 1.229 bolsas, sendo 219 de doutorado, atingindo R$ 5.781.600,00, 290 de mestrado (R$ 5.220.000,00), 182 de residências da área da saúde (R$ 657.373,00), 61 de produtividade e pesquisa (R$ 805.200,00), duas de pesquisa e inovação (R$ 26.400,00) e 475 de Iniciação Científica – PIBIC (R$ 2.280.000,00).

Gabriel Nardi Fraga é bolsista de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Química, no campus de Toledo. Para ele, a bolsa permitiu se dedicar aos estudos e à pesquisa, além de possibilitar a participação em eventos e compra materiais.

“A bolsa de mestrado é muito mais que uma forma de incentivo para continuar os estudos. Para mim, é como um salário, pois é dela que utilizo para pagar minhas contas, como aluguel, luz, internet e alimentação. Assim como eu muitos outros alunos de mestrado são de fora e estão morando longe de suas famílias. Esse dinheiro é uma forma para arcar com as despesas, permitindo me manter estudando e desenvolvendo minhas pesquisas. Sem a bolsa muito provavelmente eu teria saído em busca de um emprego, o que teria feito eu desistir do mestrado”, comenta.

Para o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da Unioeste, Alex Paludo, bolsista MAI/DAI, o auxílio possibilita o fortalecimento das parcerias com empresas da região. “A minha bolsa é do projeto MAI/DAI, permite o sustento durante a duração do curso de pós-graduação, já a parceria com empresas da região permite entender a dinâmica das empresas e o mercado de trabalho”, aponta.

Para o professor Samuel Nelson Melegari de Souza, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Energia na Agricultura e bolsista de produtividade nível 1A do CNPq, a bolsa ajuda o pesquisador a se dedicar integralmente. “Por exemplo no caso da minha bolsa de produtividade, eu tenho uma taxa de bancada, então eu recebo a bolsa que é um auxílio mensal e com esse dinheiro eu posso comprar materiais de consumo e até equipamentos para manter a minha pesquisa”, destaca.

Segundo a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Unioeste, Sanimar Busse, as bolsas viabilizam a dedicação de alunos e docentes às atividades de pesquisa e potencializam a produção científica, tecnológica e de inovação. "A abrangência das bolsas, contemplando alunos da Graduação, da Pós-Graduação e docentes, amplia a formação de pesquisadores e a qualificação de recursos humanos nas diferentes áreas do conhecimento, impactando na economia e no desenvolvimento social das regiões Oeste e Sudoeste”, explica.

A Unioeste tem cerca de 13 mil alunos. São quase 2 mil apenas no Doutorado e Mestrado.

 

 

 

 

 

 

 

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Saúde e Força Nacional do SUS promovem treinamento para incidentes com múltiplas vítimas

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a equipe da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) iniciam nesta quarta-feira (23) a capacitação inédita de profissionais de diversos órgãos para atuarem em situações de emergência em desastres, calamidades e avaliação de risco.

O curso “Incidente com Múltiplas Vítimas no Estado do Paraná” acontece até sexta-feira (25), em Curitiba e Pinhais, e visa fortalecer o preparo de gestores e profissionais que operam em período de calamidade.

Durante os três dias, cerca de 230 pessoas, entre médicos, enfermeiros, socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), bombeiros, funcionários da Defesa Civil, trabalhadores de órgãos de trânsito e segurança farão parte das equipes de treinamento.

Além do curso, a equipe nacional alinha com a Sesa a criação da Força Estadual de Saúde do Paraná. O programa de cooperação terá configuração nos mesmos moldes estabelecidos na Força Nacional do SUS, que prevê equipes similares nos estados e municípios. A criação do grupo estadual será voltada à execução de medidas de assistência e repressão de situações epidemiológicas, de desastres (natural ou humano), eventos de massa ou desassistência. 

CURSO – A abertura oficial será nesta quarta-feira, às 8h30, em Curitiba, com início das atividades, módulos teóricos e debates, até quinta-feira. Na sexta, durante a manhã, serão feitas várias simulações de atendimento integrado com simulado nas dependências do antigo autódromo de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O local está em processo de demolição e servirá como cenário para a simulação realística. Dois helicópteros, oito ambulâncias e um caminhão Auto Bomba Tanque Resgate (ABTR) serão usados durante no treinamento.

É a primeira vez que a equipe do Ministério da Saúde realiza o curso no Paraná, com exercícios de cena de situações prováveis tanto do cotidiano quanto para atendimentos de eventuais tragédias no Estado. Instrutores especialistas da Força Nacional do SUS, com participação do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Secretaria da Saúde, pretendem repassar conteúdos e experiências aos participantes que auxiliem para o êxito no resgate, preservando a vida do cidadão.

 “A iniciativa e participação das forças emergenciais nesse treinamento demonstram o quanto o Governo do Estado se preocupa em qualificar seus profissionais, nas diversas instituições e municípios. Inundações como as que ocorreram na Bahia, ou desabamento como o de Petrópolis, no Rio de Janeiro, são alguns exemplos. Não queremos de forma alguma que esse tipo de desastre ocorra em nosso Estado, mas nossos profissionais precisam estar preparados”, ressaltou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

PARCERIAS – São parceiros da iniciativa Corpo de Bombeiros do Paraná, Polícia Militar, polícias rodoviária Estadual e Federal, Defesa Civil, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192).

De acordo com o coordenador da Força Nacional do SUS, coronel Moura Filho, a ideia é que os três níveis de gestão, federal, estadual e municipal, atuem de forma coordenada e imediata em caso de incidentes e múltiplas vítimas. “Nosso objetivo é demonstrar a teoria e a prática nesse curso, para que as forças trabalhem integradas. Uma força-tarefa que levamos aos estados para que possamos treinar e capacitar”, disse.

FN-SUS – A Força Nacional do SUS é um programa federal voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população, acionado quando esgotada a capacidade de resposta do estado ou município frente a tais eventos.

As equipes da FN-SUS fazem orientações técnicas para fortalecimento da rede assistencial, apoiam no planejamento das ações de resposta do setor saúde, auxiliam em atendimentos aos pacientes, além de ajudar na reorganização da rede pública local.

 

 

 

 

 

Por - AEN

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