Desmatamento ilegal da Mata Atlântica reduz 64% no Paraná em 2023

O Paraná segue se destacando no controle ao desmatamento ilegal da Mata Atlântica. Um relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com a Arcplan e o MapBiomas revela que o Estado reduziu em 64% a supressão vegetal entre janeiro e agosto deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado. Passou de 2.763 hectares para 992 hectares desflorestados.

O índice é o segundo melhor do País, atrás apenas de Santa Catarina (66%), e superior à média nacional (59%).

O estudo também aponta que o total de eventos relacionados ao desmatamento reduziu de 4.414 para 2.386, assim com a área média desmatada, de 4,4 hectares para 3,4 hectares. 

O desempenho corrobora os números divulgados em julho pelo menos grupo de pesquisadores do bioma nacional. Na ocasião, o Paraná apresentou queda de 54% nos primeiros cinco meses de 2023, novamente no mesmo intervalo de tempo em 2022. O desmatamento também já tinha diminuído 42% entre 2021 e 2022 no Paraná.

Para Everton Souza, diretor-presidente do IAT, a redução está diretamente ligada à política de meio ambiente implementada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior a partir de 2019. Segundo ele, as ações estão direcionadas para fiscalização, repressão, educação e incentivo ao uso da tecnologia como aliada à técnica e experiência dos profissionais do IAT.

“É resultado de um trabalho muito sério. O Paraná fez do combate ao desmatamento ilegal uma obsessão, se tornou ainda mais vigilante, e assim conseguimos salvar muitas florestas. Essa redução reforça que o planejamento implementado pelo governador Ratinho Junior está surtindo o efeito desejado”, destacou. “Mas não estamos completamente satisfeitos. Queremos e vamos melhorar ainda mais esses números. Aqui no Paraná a tolerância com o desmatamento é zero”.

O diretor-presidente do órgão ambiental lembrou que o combate ao desmatamento se tornou muito mais intenso nos últimos anos no Paraná e é realizado diariamente por cerca de 600 pessoas em todo o Estado. De 2018 até a primeira quinzena de novembro de 2023 foram expedidos 16.282 Autos de Infração Ambiental (AIA), com multas que somam R$ 362 milhões. Desse montante, 3.319 AIA e R$ 102,7 milhões em multas são deste ano. “Há uma fiscalização intensa, 24 horas por dia, via satélite. Quem teimar em andar fora de lei, será descoberto”, afirmou Souza.

O valor arrecadado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000.

TECNOLOGIA – O cuidado com o bioma natural paranaense ganhou apoio significativo da tecnologia nos últimos anos. O instituto ambiental do Estado passou a fiscalizar supressões de floresta natural a partir de alertas gerados por imagens de satélite.

Os Alertas MapBiomas são publicados na Plataforma MapBiomas Alerta e, a partir deles, o NGI analisa as imagens mais recentes, que tem um "delay" de cerca de um mês. Essa investigação resulta na elaboração de laudos técnicos com a delimitação da área do desmatamento, os possíveis autos de infração e áreas embargadas.

Além disso, a tecnologia permite verificar o licenciamento dos imóveis e também sua sobreposição com Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Os laudos são enviados diretamente para as regionais do IAT para serem tomadas as devidas providências.

Esse núcleo de inteligência iniciou recentemente a análise de alertas de desmatamento detectados nos últimos cinco dias, via Plataforma Global Forest Watch. Ela integra alertas de desmatamento GLAD, criados pelo laboratório Global Land Analysis and Discovery (GLAD) da Universidade de Maryland, dos Estados Unidos.

Agora, está em andamento a contratação de um sistema próprio de detecção de mudança de uso e ocupação do solo. A plataforma busca identificar desmatamentos e movimentações de solo ilegais no Paraná utilizando imagens de alta resolução (3 metros), o que permite a detecção de áreas menores que 1 hectare, e praticamente em tempo real, o que pode levar policiais e fiscais a áreas sensíveis cada vez mais cedo.

O Estado também está investindo na implementação do Sistema de Fiscalização e Controle Ambiental (FICA) e outras aplicações geoespaciais. O FICA deve começar a funcionar em 2024 e modernizará todo o processo de gestão dos autos de infração, incorporando controle de todas as fases processuais em um ambiente web, integrando todos os sistemas do IAT, como o licenciamento ambiental, a outorga do uso da água e o de monitoramento. Assim possibilitará a elaboração de estratégias de fiscalização mais preditivas, proativas e com melhor embasamento técnico.

Um dos componentes do FICA é o APP Auto de Infração Ambiental Eletrônico – AIA-e, aplicativo para uso em dispositivos móveis, que permite o cadastro das autuações das infrações ambientais em campo. O AIA-e já está em fase de implantação e é baseado no uso da geotecnologia permitindo georreferenciar a ocorrência.

ÁREA VERDE EM CRESCIMENTO – Um levantamento preparado pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do IAT, com base em dados de 2021 do MapBiomas, também revela que o Paraná teve um aumento significativo de cobertura florestal natural nos últimos anos. Passou de 54.856 km² em 2017 para 55.061 km² em 2022, uma diferença de 205 km², o equivalente a uma área de 20,5 mil campos de futebol.

O Paraná foi o único estado do Sul do País com aumento de cobertura vegetal no período. Santa Catarina reduziu a vegetação de 40,4 mil km² para 39,6 mil km² de 2017 a 2021. Já no Rio Grande do Sul passou de 27,9 mil km² para 27,7 mil km² no mesmo período. Em Santa Catarina houve um declínio constante da área verde desde 1985, com aumento entre 2010 e 2015, mesma realidade do Rio Grande do Sul, que observou uma pequena mudança de cenário entre 2012 e 2018.

COMO AJUDAR – A denúncia é a melhor forma de contribuir para minimizar cada vez mais os crimes contra a flora silvestre. O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181, o qual possibilita que seja feita uma análise e verificação in loco de todas as informações recebidas do cidadão. Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente).

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Estado formata plano para estudar e proteger território das onças

O Instituto Água e Terra (IAT) deu início nesta semana à formatação do Plano Estadual para a Conservação de Grandes Felinos.

A iniciativa integra o Programa de Conservação de Grandes Felinos no Estado, lei 21.306/2022 sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior no fim do ano passado. Essa é uma das ações do Governo do Paraná para celebrar o Dia Internacional da Onça-Pintada, comemorado nesta quarta-feira (29). A outra é o lançamento do e-book “Casos de suspeita de ataque por onças: como proceder?, Guia orientativo para agentes públicos do Estado do Paraná”, também disponível no site do órgão ambiental.

Biólogo da Divisão de Estratégias de Conservação do IAT, Mauro Britto explica que o plano estadual propõe como medidas iniciais o levantamento da existência de onças-pardas (Puma concolor) e onças-pintadas (Panthera onca) no território paranaense, assim como o monitoramento desses animais. De acordo com o Livro Vermelho da Fauna Paranaense, ambas as espécies correm risco de extinção em decorrência do desmatamento, caça e atropelamentos. Todas as proposições precisam ser colocadas em prática em um intervalo de até cinco anos.

“Procuramos tratar nesse plano todos os problemas na tentativa de reduzir essas ameaças, descobrir novas informações sobre as populações e quais as ações de incentivo podem gerar novos conhecimentos, a fim de proteger melhor os grandes felinos”, diz o biólogo.

A elaboração e execução do plano está sob responsabilidade do IAT, mas conta com a parceria do Projeto Onças do Iguaçu, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (ICMBio/CENAP), Grupo Especialista em Planejamento de Conservação (CPSG), Itaipu Binacional, Programa Mamíferos da Serra do Mar, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.

A região de fronteira do País com Paraguai e Argentina, no Oeste do Estado, e a Serra do Mar são os locais selecionados para o estudo por possuírem grandes áreas florestadas com remanescentes de Mata Atlântica e também pela existência confirmada de onças.

“Como não há mais muitas florestas, a onça-parda jovem fica perdida e tem de demarcar um território, mas como não existem presas, falta habitat, acaba indo parar nas cidades. Já a pintada tem uma preferência muito forte por áreas de florestas, dificilmente vai parar na cidade. Mas como ela é muito caçada, e sofre com atropelamentos também, isso acaba afetando as populações”, ressalta Britto.

Os monitoramentos serão executados tanto por armadilhas fotográficas quanto pela captura desses animais para obter informações para abastecer um robusto banco de dados. A captura consiste em uma armadilha para prender o animal para que biólogos e veterinários possam anestesiar a onça e coletar o sangue e o pelo, por exemplo. Essa informações serão usadas na formatação de um banco genético.

Logo após os estudos, as onças são devolvidas ao habitat natural, sem nenhum risco para a saúde dos animais.

E-BOOK – O IAT lançou, também nesta quarta-feira (29), o informativo “Casos de suspeita de ataque por onças: como proceder? Guia orientativo para agentes públicos do Estado do Paraná”. Ele é resultado de um trabalho de conclusão de curso do residente técnico do IAT, Bruno Reis Martins. A primeira versão foi elaborada entre os anos de 2021 e 2022. O trabalho que foi retomado em 2023 pela gerência de biodiversidade do órgão ambiental.

O material tem por objetivo orientar o quadro de funcionários do instituto para atender, de forma padronizada, as suspeitas de ataques de onças em propriedades agrícolas e residências mais afastadas, a fim de preservar a vida dos animais.

Nesse sentido, o documento busca evidenciar também a importância da coexistência pacífica entre as pessoas e os grandes felinos. “De forma geral, mortes de animais de rebanho costumam ser atribuídas às onças. Nessas situações, os escritórios do IAT costumam ser um dos primeiros locais nos quais a população busca ajuda, mas, devido à falta de padronização neste tipo de atendimento, e ao desconhecimento de parte das equipes técnicas, podem ocorrer atendimentos equivocados e orientações errôneas. Isso pode colocar em risco tanto as onças quanto a população”, explica a bióloga da Divisão de Estratégias de Conservação da Diretoria de Patrimônio Natural do IAT, Tauane Ingrid Ribeiro.

“Além disso, a capacitação técnica oferecida aos servidores do IAT amplia as competências profissionais de cada um, proporcionando atualização do conhecimento e melhoria na qualidade do serviço prestado pelo instituto”, acrescenta.

PROGRAMA – O Programa de Conservação de Grandes Felinos tem como linhas de ação a elaboração de políticas públicas e legislação; proteção, conservação, restauração e conexão de habitats; pesquisa científica e extensão; monitoramento e manejo populacional; saúde única; fiscalização; gestão de conflitos; educação ambiental; e comunicação e engajamento.

O programa também prevê a criação de um banco de dados de ocorrências envolvendo esses animais dentro do território paranaense, o que ajudará a mapear a quantidade, onde eles vivem e os níveis de ameaça contra a fauna.

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 Após três anos, programa de robótica da rede estadual alcança 1,6 mil escolas

A Secretaria de Estado da Educação (SEED/PR) promove até sexta-feira (1º), em Curitiba, a Semana de Robótica, Conectando Mentes, evento especial de encerramento da jornada 2023, com 200 professores de robótica da rede estadual de ensino.

Realizada por meio da Diretoria de Tecnologia e Inovação, por meio da Coordenação de Tecnologias Educacionais (CTE), as atividades iniciaram na terça (27).

A programação é dedicada à valorização dos professores e práticas pedagógicas que tornam o programa de robótica da SEED uma referência nacional de ensino e aprendizagem. Em 2023, ele completa três anos, propiciando o desenvolvimento de novas habilidades, com estímulos à criatividade e ao trabalho em equipe, com ênfase no domínio dessa tecnologia para tornar o aprendizado mais interativo e dinâmico.

Em 2021, no início da implantação do ensino de robótica, a primeira ação da Secretaria de Estado da Educação foi a aquisição de 2.577 kits, distribuídos a 277 escolas, para iniciarem a oferta das aulas naquele mesmo ano. Em 2023, já são 1.672 escolas e 20.555 estudantes atendidos com mais de 18 mil kits distribuídos.

Na abertura, o secretário da Educação do Paraná, Roni Miranda, destacou alguns desafios que a Secretaria tem ultrapassado para proporcionar um ensino de qualidade para os milhares de alunos que têm aulas de robótica. “Os desafios são grandes. Trabalhamos com educação pública em 399 municípios, onde encontramos adversidades, como as relacionadas à localização geográfica de cada escola e à conexão com a internet, mas, gradativamente, estamos superando. No início, a internet era via satélite, hoje é por fibra ótica, incluindo as escolas indígenas”, lembrou.

De acordo com o secretário, neste ano a SEED adquiriu mais de 120 mil equipamentos de informática, investindo em computadores, tablets e chromebooks, que foram distribuídos para todas as escolas estaduais do Paraná.

“A qualidade do ensino no Paraná é reconhecida em todo o Brasil. Nada disso aconteceria se o professor e a professora não encampassem nossas propostas de ensino, inclusive a do programa de robótica. Os professores presenciam e testemunham o que os nossos meninos e meninas podem fazer, usando a criatividade, a resiliência e a persistência em buscar e realizar trabalhos de qualidade”, ressaltou.

Segundo o coordenador de Tecnologias Educacionais da Pasta, Marcelo Gasparin, está planejada uma nova expansão da robótica para o ano de 2024. O programa deve contemplar até 200 novas escolas da Educação em Tempo Integral e novos Colégios Cívico-Militares.

“Vamos seguir com o atendimento e possível expansão das turmas de ensino médio das escolas optantes pelo itinerário formativo de Matemática e Ciências da Natureza. Assim, a SEED pretende aumentar o seu quantitativo de novos kits educacionais de robótica livre em 10 dez mil unidades”, afirmou.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA – As atividades da Semana de Robótica incluem oficinas, palestras e apresentações com a participação de professores de robótica de toda a rede. São cinco oficinas inéditas, que acontecem nesta quinta-feira (30), sobre temas lúdicos como a folclórica busca pelo tesouro do pirata Zulmiro, unindo a robótica a histórias de Curitiba, com fatos históricos e gamificação.

“Os participantes dessa atividade usam os conhecimentos de robótica para superar desafios em um mapa de túneis subterrâneos para encontrar o suposto tesouro do pirata Zulmiro. Uma nova forma de trabalhar com robôs seguidores de linha e trabalho em equipe”, explicou o coordenador.

Há, ainda, oficinas sobre construção e programação de robôs controlados por meio de rede sem fio por dispositivos móveis, com direito à “dança dos robôs”, baseada na famosa brincadeira da “dança das cadeiras”; e de competições de sumô, por meio de robôs, colocando à prova a engenhosidade e habilidades de engenharia dos participantes.

“Nesta competição, pequenos robôs projetados e construídos pelos participantes devem competir em um ringue, com o objetivo de empurrar o adversário para fora ou desativá-lo. A disputa promove a aprendizagem de eletrônica, programação e estratégia, enquanto oferece uma experiência prática e divertida no mundo da robótica”, ressaltou.

Outras duas oficinas estão programadas para o grupo: uma delas para organizar projetos de robótica educacional, com a proposta de conceitos de aprendizado por storytelling, resolução de problemas e gamificação, juntando teoria e prática. Na outra, os professores serão desafiados a construir um protótipo para o ensino de eletrônica básica, tomando como base o formato de um programa televisivo, o "Masterchef", combinando componentes eletrônicos (ingredientes), para criar conexões modulares (tempero), com o objetivo de apresentar o protótipo final (prato).

Os participantes deverão adaptar o protótipo para eventuais necessidades especiais dos alunos (cegueira, surdez, TDAH, autismo, altas habilidades). Essa atividade será realizada em parceria com o Departamento de Educação Inclusiva (DEIN) da SEED.

 

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

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