Com objetivo de oferecer ao mercado consumidor um produto com garantias de qualidade, pesquisadores do Paraná elaboraram um protocolo com orientações aos produtores de pinhão. A cartilha determina boas práticas na coleta, transporte, beneficiamento, identificação e rastreabilidade dos pinhões.
O documento foi elaborado por pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Embrapa, Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Curitiba, Instituto Federal do Paraná (IFPR) e Senar, que integram o Programa de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Curitiba (Pró-Metrópole).
Além de orientar sobre as melhores maneiras de manejo e comercialização para um produto com maior valor agregado, o protocolo também cria métodos que podem ser usados para a criação de um selo de Indicação Geográfica (IG) do pinhão paranaense no futuro.
"É um protocolo simples que orienta algumas coisas básicas para o produtor conseguir oferecer um pinhão de maior qualidade, que se diferencie no mercado. Isso fortalece a araucária como uma espécie rentável e economicamente sustentável", afirma o extensionista do IDR-PR, Jonas Bianchin.
Além de ser um produto importante do ponto de vista cultural, o pinhão também tem um papel relevante na economia regional. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, o Paraná produz cerca de 4 mil toneladas de pinhão por ano, o que representa praticamente um terço de toda a produção nacional do produto. O valor da produção paranaense de pinhão é de cerca de R$ 20 milhões.
ORIENTAÇÕES – A cartilha foi desenvolvida pensando nos produtores que querem incorporar práticas que ajudem a oferecer um produto com garantias de qualidade ao consumidor final. "O consumidor quando vai ao mercado consegue diferenciar uma cebola que é selecionada de um produto comum, por exemplo. Seja pelo aspecto visual ou pelas informações de rastreabilidade da embalagem. Queremos fomentar essa prática entre os produtores de pinhão", explicou a pesquisadora da Embrapa Florestas, Rossana Godoy.
O documento, por exemplo, orienta que o pinhão maduro é melhor de ser comercializado do que o pinhão ainda verde, porque tem mais sabor e uma textura mais agradável. No entanto, quanto antes este pinhão maduro chegar ao mercado, maior vai ser a qualidade dele.
Se a coleta for feita com varas ou por escalada das árvores, o ideal é que as pinhas estejam maduras fisiologicamente, ou seja, estejam verdes, mas com pontos escuros. Nestes casos, a pinha vai se abrir naturalmente entre 7 e 15 dias de armazenamento.
A cartilha orienta que o beneficiamento das sementes separe os pinhões com abertura nas cascas, que podem ter sofrido ataque de brocas ou outros animais. Caso haja uma alta incidência de brocas nas sementes, uma dica é fazer a chamada prova de Schenkel, que é colocar os pinhões em um recipiente cheio de água. Os pinhões que ficarem submersos podem ser aproveitados, enquanto os que flutuam devem ser descartados, porque indicam que apresentam algum dano. Após o teste, é fundamental secar os pinhões.
Outra recomendação do protocolo se refere à identificação dos produtos. O guia informa que é importante ter uma embalagem padronizada, com informações de rastreabilidade e lotes identificados. Os produtores também podem separar os pinhões por tamanho, entre pequenos, médios e grandes, caso seja de interesse comercial.
Por ser uma iniciativa pioneira, o protocolo ainda pode ser atualizado ou ajustado conforme a demanda dos produtores.
EXPECTATIVA – Duas cooperativas da Região Metropolitana de Curitiba participaram do processo de elaboração da cartilha e pretendem adotar as práticas recomendadas no protocolo a partir da próxima temporada de colheita do produto, em 2025. Umas delas é a Cooperativa Nascente, de Campina Grande do Sul. Dos mais de 100 cooperados que trabalham com produtos diversos de agricultura familiar, 17 coletam pinhão.
De acordo com a integrante da diretoria-executiva da cooperativa, Fernanda Arcie, muitos produtores do grupo já adotam várias das medidas descritas no protocolo, mas o objetivo é de que todos os procedimentos sejam sistematizados para as próximas colheitas. "Este é um mercado em expansão, mas que ainda está muito ligado a uma cultura extrativista e sazonal. Acreditamos que estes processos vão ajudar a agregar valor aos produtos, abrir mercado e valorizar os produtores que adotarem estas práticas", afirma.
Entre as principais mudanças que serão adotadas estão o registro, por parte dos produtores, das datas de coleta e envase, para que o consumidor final tenha a garantia de que está comprando um produto fresco e de qualidade. "Estimamos que teremos um primeiro ano de adaptação e que em 2026 já tenhamos o reconhecimento do mercado", explica.
INDICAÇÃO GEOGRÁFICA – A adoção de procedimentos que atestam a qualidade e a rastreabilidade de um produto característico de uma determinada região é um dos primeiros passos para que ele receba um selo de Indicação Geográfica (IG).
Este reconhecimento é dado pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) a cidades ou regiões que são referência em alguns produtos ou serviços. Ele também é usado como um atestado de qualidade para a comercialização destes produtos.
Para a pesquisadora da Embrapa Florestas, Rossana Godoy, o protocolo com as orientações é um primeiro passo para que produtores paranaenses reivindiquem o selo futuramente. “Com esse protocolo, criamos uma cultura de valorização da rastreabilidade e formamos um grupo que vai acumulando um histórico de boas práticas. Isso faz a diferença quando o pedido da Indicação Geográfica é protocolado”, destaca.
Atualmente, o Paraná é o terceiro estado com mais produtos com o selo de Indicação Geográfica em todo o Brasil, com 14 selos concedidos pelo INPI, como por exemplo, a cachaça de Morretes, os cafés especiais do Norte Pioneiro, a bala de banana de Antonina e a erva mate de São Mateus do Sul, entre outros . Ao todo, em todo o País existem 112 produtos registrados com indicações de procedência ou com denominação de origem.
Por- AEN
A parceria estabelecida entre o Governo do Estado e o Banco do Brasil, principalmente no programa Banco do Agricultor Paranaense, foi destacada durante a apresentação dos resultados do Plano Safra 2023/24 operacionalizado pelo banco estatal no Paraná.
Em reunião transmitida para todo o Estado nesta terça-feira (09), a direção do banco também apresentou as propostas para o novo ciclo.
Somente no Banco do Brasil, aproximadamente 4 mil produtores foram beneficiados até agora pelo Banco do Agricultor Paranaense. Pelo programa, o Estado, por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico, operacionalizado pela Fomento Paraná, se responsabiliza por parte ou pela totalidade dos juros.
De acordo com o superintendente do Banco do Brasil no Paraná, Mano Biazibetti, esses produtores rurais foram responsáveis pela liberação de R$ 532 milhões com subvenção de R$ 181 milhões pelo Estado. Desse volume, cerca de 60% foram destinados à agricultura familiar. Das linhas do Banco do Agricultor Paranaense, a mais acessada foi a de energia renovável, com 84% das operações.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, acompanhou o evento em Curitiba. “O Banco do Agricultor Paranaense é importante porque sinaliza onde devemos ajudar, principalmente o pequeno agricultor”, disse. “Quando o juro não cai tanto, o Estado precisa colocar um pouco mais, e existe disposição para pensar e ajudar naquilo que interessa”.
No total nacional, o Banco do Brasil colocou R$ 230 bilhões à disposição dos produtores no Plano Safra 2023/24. No Paraná, a carteira agro aportou R$ 31 bilhões. Foram desembolsados R$ 17,6 bilhões em cerca de 85,2 mil operações, das quais 52% foram concentradas na agricultura familiar. Para o novo ano-safra, o banco pretende investir R$ 260 bilhões, o que daria 54,6% dos R$ 475,5 bilhões anunciados pelo governo federal.
Serão R$ 144 bilhões para a agricultura empresarial, R$ 24 bilhões para médios produtores, R$ 26 bilhões para a agricultura familiar e R$ 66 bilhões em títulos agro e cadeia de valor. Dentro das modalidades de investimento, a estimativa é financiar R$ 120 bilhões para custeio, R$ 44 bilhões para investimento, R$ 30 bilhões em comercialização e industrialização, além dos R$ 66 bilhões em títulos agro e cadeia de valor.
“Ficamos felizes por ver essa expressividade, principalmente da agricultura familiar no crédito. A gente tem uma percepção de que assistência técnica, crédito rural e apoio à comercialização mudam a vida das pessoas”, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento. “O Paraná é tido como supermercado do mundo pelo trabalho que faz, pela capacidade que tem de produzir e de ter produtividade. Pode ser melhor e o crédito rural tem papel importante nisso”.
O superintendente do Banco do Brasil acentuou que Governo do Estado é parceiro em todas as frentes, mas em especial no agronegócio. “No Banco do Agricultor Paranaense somos grande agente operador, é um programa que nasceu no governo, mas foi uma construção conjunta, e o banco continua sendo parceiro”, disse. “Estamos dispostos a ajudar não apenas para construir, mas para operacionalizar e fazer acontecer as políticas do Governo do Paraná”, disse Biazibetti.
Por - AEN
Atuante na cidade de Vera Cruz do Oeste através das atividades de Supermercado e Casa do Produtor, a Primato se mantém atenta as necessidades do seu cooperado.
Com isso, a Cooperativa anunciou nesta segunda-feira, dia 08, a expansão da sua atuação na região com a construção de uma Nova Unidade de Recebimento de Grãos para próxima safra de verão.
A nova estrutura deve contar com uma unidade de recebimento de grãos ampla e moderna que tem como foco levar agilidade na entrega dos grãos dos cooperados da região. Em anexo a unidade de recebimento de grãos, a Cooperativa terá ainda a Casa do Produtor, que hoje está em anexo ao Supermercado e que neste novo formato ficará no complexo da nova unidade.
“O principal objetivo dessa Unidade é estar mais próximo do nosso cooperado trazendo a ele facilidades na hora de comprar, receber, bem como entregar seus grãos com a confiança de quem já conhece a Primato”, explicou o presidente da Primato, Anderson Leo Sabadin.
Localizada na PR 488 sentido a Diamante D’Oeste, a nova unidade terá capacidade estática de 300 mil sacas e a expectativa é que seja inaugurada em fevereiro de 2025.
Por - Assessoria
O Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), aplicou R$ 63,7 milhões em multas por desmatamento ilegal no Paraná no primeiro semestre de 2024, um incremento de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 56,1 milhões).
Os danos à flora, especialmente à Mata Atlântica, equivalem a 65% do total de punições administrativas emitidas pelo órgão no período em razão de danos ambientais (R$ 97,7 milhões).
O valor recolhido pelo Estado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000. No primeiro semestre deste ano, o montante recebido pelo Instituto em multas de anos anteriores soma R$ 16.949.224,95.
Os dados do IAT revelam ainda que de janeiro a junho deste ano foram lavrados 2.715 Autos de Infração Ambiental (AIA) por supressão vegetal ante 2.138 no primeiro seis meses de 2023, uma elevação de 27%.
No geral, incluindo outras punições como à fauna, o número de multas subiu 20,5%, de 3.996 AIAs para 4.815. As regionais de Guarapuava (236), Francisco Beltrão (220), Curitiba (201), Ponta Grossa (107), Ivaiporã (105) e União da Vitória (101) lideram o ranking das advertências.
“Os nossos fiscais estão sempre atentos, atuando no combate às mais diversas práticas de danos ambientais que acontecem no Paraná. Com o apoio de ferramentas tecnológicas, conseguimos identificar e punir os infratores com uma maior rapidez. Isso nos possibilita realizar operações de rotina e também planejadas, atuando por terra, água e também com apoio aéreo”, destacou o gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro Cesar de Goes.
É justamente o rigor no serviço de fiscalização, reforçou ele, um dos pilares da redução do desflorestamento e de outros crimes ambientais no Estado, como a pesca predatória e a ocupação irregular do solo.
Por meio da vigilância, o Paraná conseguiu reduzir em 70,7% a supressão ilegal da Mata Atlântica ao longo do ano passado. A área desmatada no Estado passou de 4.035 hectares em 2022 para 1.180 hectares em 2023, segundo levantamento da Plataforma MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima.
“Fica muito claro que o crime ambiental no Paraná não compensa, todos serão punidos com o rigor da lei. O combate ao desmatamento é incansável, não vamos parar”, afirmou o gerente.
Paralelamente, segundo levantamento organizado pelo IAT, também com base em dados de 2021 do MapBiomas, o Paraná teve um aumento significativo de cobertura florestal natural nos últimos anos. Passou de 54.856 km² em 2017 para 55.061 km² em 2022, uma diferença de 205 km², o equivalente a uma área de 20,5 mil campos de futebol.
O Paraná foi o único estado do Sul do País com aumento de cobertura vegetal no período. Santa Catarina reduziu a vegetação de 40,4 mil km² para 39,6 mil km² de 2017 a 2021. Já no Rio Grande do Sul passou de 27,9 mil km² para 27,7 mil km² no mesmo período. Em Santa Catarina houve um declínio constante da área verde desde 1985, com aumento entre 2010 e 2015, mesma realidade do Rio Grande do Sul, que observou uma pequena mudança de cenário entre 2012 e 2018.
COMO AJUDAR – A denúncia é a melhor forma de contribuir para minimizar cada vez mais os crimes contra a flora e a fauna silvestres. Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6.514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente). O responsável também pode responder a processo por crime ambiental.
O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181, o qual possibilita que seja feita uma análise e verificação in loco de todas as informações recebidas do cidadão.
No IAT, a denúncia deve ser registrada junto ao serviço de Ouvidoria, disponível no Fale Conosco, ou nos escritórios regionais. É importante informar a localização e os acontecimentos de forma objetiva e precisa. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem realizar o atendimento.
Por - AEN
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou nesta terça-feira (9) o novo boletim epidemiológico semanal da dengue.
O Paraná registrou mais 13.811 notificações, 18.306 novos casos da doença e 15 óbitos. Ao todo, desde o início deste período sazonal, em 30 de julho de 2023, o Estado contabiliza 912.908 notificações, 565.657 casos e 526 mortes em decorrência da doença.
Os 15 novos óbitos ocorreram entre 15 de fevereiro e 4 de junho. São seis homens e nove mulheres com idades entre 37 e 91 anos. As mortes foram registradas em Sulina (1), Foz do Iguaçu (2), Serranópolis do Iguaçu (1), Janiópolis (1), Santa Isabel do Ivaí (1), Arapongas (4), São Pedro do Ivaí (1), Jaguapitã (1), Londrina (1), Cornélio Procópio (1) e Ivaiporã (1).
A Regional de Saúde (RS) de Londrina é a que tem mais casos confirmados em números absolutos, com 74.114 diagnósticos, seguida da 10ª RS de Cascavel, com 65.946, e de Francisco Beltrão, com 60.636.
Com relação aos óbitos, a Regional de Saúde de Londrina registra o maior número, com 95 mortes. Depois vêm a Regional de Cascavel, com 75 mortes, e a de Francisco Beltrão, com 71.
ZIKA E CHIKUNGUNYA - As informações sobre chikungunya e zika, também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, constam no mesmo documento. Neste período houve o registro de 12 novos casos de chikungunya, somando 189 confirmações e 1.906 notificações da doença no Estado. Não há casos confirmados de zika vírus – o boletim soma 143 notificações no Paraná.
Confira o informe semanal AQUI. Mais informações sobre a dengue estão neste LINK.
Por - AEN
Com quedas mais significativas em feijão-preto (-8,33%), cebola (-5,88%) e feijão-carioca (-5,52%), e altas nos preços da batata-inglesa (11,78%), leite integral (9,10%) e queijo muçarela (6,94%), o Índice de Preços Regional Alimentos e Bebidas do Paraná variou, em junho, 1,86%.
O resultado atual do IPR-Alimentos e Bebidas, calculado pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), foi 0,83 ponto percentual superior ao observado durante o mês de maio (1,03%) e foi mais sentido em Cascavel (2,76%), seguido por Maringá, 2,10%, Ponta Grossa, 1,82%, Londrina,1,81%, Curitiba, 1,40% e Foz do Iguaçu, 1,28%.
A queda no preço do feijão-preto foi de -11,76% em Foz do Iguaçu, de -11,28% em Londrina, de -8,00% em Maringá, de -7,85% em Ponta Grossa, de -6,85% em Cascavel e -3,99% em Curitiba. “Leguminosas como feijões-pretos e carioca tiveram quedas pelo abastecimento aquecido e uma produtividade satisfatória da última colheita”, explicou o diretor de Estatística do Ipardes, Marcelo Antonio.
Por outro lado, o aumento nos preços da batata-inglesa se deveu à transição das safras e à consequente restrição de oferta do produto, com maior variação em Cascavel (15,32%), seguida por Curitiba (13,57%), Maringá (13,53%), Ponta Grossa (10,26%), Foz do Iguaçu (9,88%) e Londrina (8,30%).
Entretanto, o resultado positivo de junho teve como característica mais destacada a forte influência do aumento do leite integral que, isoladamente, foi responsável por 0,80 ponto na variação mensal, seguido por queijo muçarela, café e batata-inglesa.
“Apenas o leite, isoladamente, foi responsável por 43% do resultado mensal. Entre os fatores que contribuíram estão a sazonalidade, marcada pela entressafra do inverno, o desestímulo à importação do leite e o agravamento da produção leiteira no Rio Grande do Sul, pelas fortes chuvas do segundo trimestre. O aumento no preço do leite também tem como consequência a elevação de preços de derivados, como foi o caso do queijo muçarela”, disse Antonio.
PRIMEIRO SEMESTRE – O primeiro semestre de 2024 fecha com o IPR-Alimentos e Bebidas apresentando resultado acumulado de 7,35%, influenciado, principalmente, pelo avanço em leite integral, café, batata-inglesa, queijo muçarela, alho e tomate, que juntos somaram variação semestral de 5,95%.
O custo dos alimentos em 2024, explica o diretor do Ipardes, é reflexo de fenômenos climáticos extremos como a elevação da temperatura, chuvas intensas e períodos de seca que influenciaram a produção agrícola, gerando quebra de safras e menor produtividade. Com isso, parte da demanda interna foi suprida por importados em um cenário de desvalorização cambial.
As safras satisfatórias e o ciclo pecuário favorável ampliaram a disponibilidade de feijão-preto, feijão-carioca e de carnes no mercado interno, contribuindo para a queda no preço desses itens neste intervalo semestral.
De janeiro a junho, 21 dos 35 produtos avaliados no IPR-Alimentos e Bebidas apresentaram alta. Os principais destaques foram batata-inglesa (50,76%), alho (43,75%) e leite integral (32,54%). Já os itens com preços menores foram a banana-caturra (-19,21%), feijão-preto (-12,96%), feijão-carioca (-11,78%), margarina (-6,49%) e contrafilé (-4,79%).
VARIAÇÃO DE 12 MESES – Em relação ao índice acumulado nos últimos 12 meses no Paraná, a variação ficou em 7,17%. Regionalmente, o índice acumulado entre julho de 2023 a junho de 2024 foi maior em Cascavel (8,69%), acompanhado por Foz do Iguaçu (7,41%), Londrina (7,32%), Ponta Grossa (7,16%), Maringá (7,02%) e Curitiba (5,40%).
As quedas mais relevantes nesse período ocorreram em margarina (-12,80%), farinha de trigo (-9,03%) e costela bovina (-8,29%), favorecido pelo ciclo pecuário e maior disponibilidade interna. A margarina apresentou a maior retração em Curitiba (-14,19%), Cascavel (-13,96%), Foz do Iguaçu (-12,44%), Londrina (-12,33%), Maringá (-12,13%) e Ponta Grossa (-11,73%).
Os aumentos acumulados foram registrados em cebola (76,59%), batata-inglesa (68,02%) e laranja-pera (58,48%), reflexos de queda na produção e aumento da importação em cenário de dólar valorizado. A cebola, em Londrina, teve aumento de 87,73%, seguida por Maringá (82,84%), Ponta Grossa (81,77%), Foz do Iguaçu (71,03%), Curitiba (68,84%) e Cascavel (68,33%).
“Nos últimos 12 meses, fatores climáticos impactaram a produção da cebola, da batata-inglesa e da laranja. Isso gerou uma queda na produção interna. Por sua vez, o ciclo pecuário contribuiu para a disponibilidade da carne no mercado interno, resultando em queda nos cortes bovinos pesquisados pelo IPR”, explica Antonio.
Por - AEN