Nasa entra na coroa solar pela primeira vez

A sonda espacial Parker Solar Probe, da Nasa, a agência espacial norte-americana, voou na atmosfera superior do Sol e captou amostras de partículas e campos magnéticos. Ao tocar a matéria de que o Sol é feito, Parker contribui para novas descobertas da ciência solar.

"A sonda solar Parker tocando o Sol é um momento monumental para a ciência solar e um feito verdadeiramente notável", afirmou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas na sede da Nasa, em Washington.

"Esse marco, não só nos fornece percepções mais aprofundadas sobre a evolução do Sol e seus impactos no sistema solar, como também tudo o que aprendemos sobre a nossa própria estrela - ensina-nos mais sobre outras estrelas no resto do universo", acrescentou.

Foi durante a oitava aproximação da sonda, em 28 de abril, que Parker voou pela primeira vez pela coroa solar. Essa camada apresenta campos magnéticos muito fortes que dominam o movimento das partículas elétricas. De acordo com os cientistas, demorou alguns meses para se obter os dados registrados pela sonda e mais alguns meses para confirmá-los.

Mais perto do que nunca

Quanto mais perto a sonda solar viajar pela atmosfera da estrela, mais a ciência espacial fará descobertas sobre as explosões solares.

Uma das investigações passa por analisar o vento solar. Esse fluxo de partículas do Sol pode influenciar a Terra e em 2019, a sonda Parker já tinha registrado que estruturas magnéticas em zigue-zague no vento solar eram abundantes perto do Sol.

Continua, porém, desconhecido como e onde esses fluxos magnéticos se formavam.

Como o Sol carece de uma superfície sólida, ao contrário da Terra, só mergulhando na área magneticamente intensa é que se pode encontrar respostas

A estrela tem uma atmosfera superaquecida, feita de material solar que se liga entre si pela gravidade e forças magnéticas.

Ao reduzir à metade a distância ao Sol, pela primeira vez na história do estudo solar, a circulação da sonda Parker permitiu estar perto o suficiente para identificar onde se originam os ventos: a superfície solar.

"Voando tão perto do Sol, a sonda solar Parker agora detecta detalhes na camada magnética da atmosfera solar - a coroa - que nunca podíamos antes" disse Nour Raouafi, cientista do projeto Parker no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins em Laurel, Maryland.

"Por estarmos na coroa, conseguimos obter evidências em dados de campo magnético, dados do vento solar e visualmente em imagens. Na verdade, podemos ver a nave espacial a voar por meio de estruturas da coroa que podem ser observadas durante um eclipse solar total" explicou Raouafi.

A sonda estava a cerca de 13 quilômetros acima da superfície do Sol quando cruzou pela primeira vez o ponto conhecido por superfície crítica de Alfvén, que corresponde à transição entre a atmosfera solar e o vento solar. Nessa área, a nave atravessou para dentro e para fora da coroa pelo menos três vezes.

Durante a passagem pela coroa, a nave circulou por estruturas chamadas serpentinas da coroa. Essas estruturas podem ser vistas como correntes brilhantes.

Essa perspectiva só foi possível porque a nave voou acima e abaixo das serpentinas, dentro da coroa. Até agora, as serpentinas só tinham sido vistas de longe. Normalmente, essas linhas ondulantes de luz são visíveis da Terra durante eclipses solares totais.

O tamanho da coroa também depende da atividade solar. À medida que o ciclo de atividade do Sol de 11 anos - o ciclo solar - aumenta, a borda externa da coroa expande-se, dando à Parker Solar Probe maior possibilidade de permanecer dentro da corona por longos períodos de tempo, sustentaram os cientistas.

"É uma região realmente importante para entrar, porque achamos que todos os tipos de física podem ser lá ativados", disse Justin Kasper, investigador e professor da Universidade de Michigan. "É muito empolgante que já tenhamos alcançado. E agora, que estamos entrando nessa região, com sorte começaremos a ver alguns desses fenômeno físicos".

Obter pistas sobre os zigue-zagues luminosos e outros mistérios solares permitirão aos cientistas "o vislumbre de uma região que é crítica para superaquecer a coroa e empurrar o vento solar a velocidades supersônicas". Essas medições da coroa serão importantes "para a compreensão e previsão de eventos climáticos espaciais extremos que podem interromper as telecomunicações e danificar satélites ao redor da Terra" argumenta a comunidade científica.

Esta primeira passagem pela coroa solar, que durou apenas algumas horas, é uma das muitas missões planeadas para a sonda Parker, que já investiga a estrela desde 2018.

Em janeiro de 2022, os cientistas esperam ver a sonda viajar cada vez mais perto do Sol.

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Hashtag: |
ONU valida temperatura recorde de 38º em junho de 2020 no Ártico

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) validou hoje (14) a temperatura recorde de 38° Celsius no Ártico, registrada na cidade russa de Verkhoyansk em 20 de junho de 2020, um novo "sinal de aviso sobre as alterações climáticas".

"Este novo registro ártico é uma das observações transmitidas ao arquivo de climas extremos da OMM, agência da ONU que está ligando o alarme sobre as mudanças sofridas pelo clima", disse o secretário-geral da organização, Petteri Taalas, observando que no mesmo ano a Antártica também registou recorde de 18,3°C.

Verkhoyansk situa-se cerca de 115 quilômetros ao norte do Círculo Ártico, e as temperaturas têm sido medidas desde 1885.

Essa região da Sibéria Oriental tem clima continental muito seco, resultando em invernos muito frios e verões muito quentes.

Os pesquisadores da OMM tentam "verificar uma temperatura de 54,4°C registrada em 2020 e 2021 no local mais quente da terra, o Vale da Morte na Califórnia, e também validar um novo recorde europeu de calor de 48,8°C estabelecido na Sicília neste verão", disse Taalas. "Este inquérito destaca o aumento das temperaturas numa região que é importante para o resto do mundo em termos de clima". É importante monitorá-la continuamente, acrescentou o relator da OMM sobre clima e extremos climáticos, Randall Cerveny.

Aproveitando as consequências do fato de o Ártico ser uma das regiões com aumento rápido das temperaturas, a OMM criou uma nova categoria, a da temperatura mais alta no ou ao norte do círculo.

O grupo de peritos responsáveis pela certificação desses registos examina a validade dos instrumentos utilizados para medição e a coerência com a meteorologia atual.

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Fiocruz lança cartilha com orientações para natal e réveillon seguros

O Observatório Covid-19 Fiocruz alertou hoje (13) que, embora o Brasil registre atualmente queda nos principais indicadores da doença, em função da campanha de imunização, a pandemia ainda não acabou.

Assim como no fim do ano passado surgiu a Delta, a descoberta da nova variante, Ômicron, representa um alerta sobre a pandemia e os cuidados necessários durante as festas de fim de ano.

Por isso, o Observatório diz que é fundamental avançar na vacinação e manter as medidas adicionais de proteção. Com esse objetivo, o observatório lançou nesta segunda-feira uma nova cartilha, que engloba um conjunto de orientações sobre formas mais seguras de passar o natal e o réveillon e diminuir os riscos de transmissão da covid-19 no período.

As recomendações contidas na cartilha também serão divulgadas em formato de cards informativos para compartilhamento pelo WhatsApp e outras redes sociais, bem como por uma enquete nas redes, que simula um jogo para a pessoa que deseja ir a um encontro de fim de ano da maneira mais segura possível. 

Mensagem principal

Esta é a segunda edição da cartilha, cuja mensagem principal é a vacinação como forma mais importante de proteção. Algumas das recomendações formuladas na edição do ano passado continuam valendo, especialmente para aquelas pessoas que não sabem se todos os que estarão presentes nos encontros e eventos de fim de ano foram vacinados, se são do grupo de risco, ou mais vulneráveis, como os idosos, ou se há crianças na família que ainda não se vacinaram.

A cartilha traz orientações sobre a participação em eventos familiares e pequenos encontros entre amigos, já que as aglomerações ainda devem ser evitadas.

Segundo os pesquisadores do observatório, as recomendações sugeridas podem e devem ser compartilhadas e discutidas em família, grupos de amigos, nos locais de trabalho, nas comunidades e em outros coletivos. O objetivo é esclarecer, dialogar e pactuar estratégias solidárias e conscientes para que as pessoas possam manter as festas cuidando umas das outras, e também incentivar parentes, amigos e colegas de trabalho não imunizados a se vacinar.

A última edição do Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz enfatiza que a proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares, além do aquecimento do turismo, aumenta a circulação de pessoas nas ruas e impõe especial atenção sobre o monitoramento da intensidade dessa movimentação.

Segundo o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Carlos Machado, o cenário atual é mais favorável do que o do ano passado, mas ainda é preciso  manter-se alerta, especialmente diante das incertezas relacionadas à nova variante do coronavírus e à intensidade de circulação de pessoas nesse período do ano.

“Por isso, reforçamos que o principal cuidado neste fim de 2021 é garantir que todos estejam vacinados com o esquema completo, incluindo a dose de reforço, caso a pessoa já tenha essa indicação. Para quem ainda não está com o esquema completo, recomendamos que vá ao posto de saúde 14 dias antes do evento para que possa estar protegido e ajudar a proteger os outros também”, disse Machado. Estar vacinado é o melhor presente neste fim de ano e aconselhou, afirmou Machado, aconselhando: “Proteja você e sua família.”

 

 

 

Por - Agência Brasil

Hashtag:
Vendas de livros no país até novembro já superam as de 2020

O 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil, realizado pela Nielsen BookScan e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), mostra que as vendas do setor cresceram 33,03% em volume e 31,14% em valor no acumulado de janeiro a novembro deste ano, em comparação a igual período de 2020. 

O resultado supera o desempenho de todo o ano passado, quando foram vendidos 41,9 milhões de exemplares, com receita de R$ 1,74 bilhão. No acumulado até agora, o varejo registrou 43,9 milhões de livros comercializados em 2021, com faturamento de R$ 1,83 bilhão, contra 32,99 milhões de unidades vendidas no mesmo período de 2020, gerando receita de R$ 1,39 bilhão.

Para o presidente do SNEL, Marcos da Veiga Pereira, o estudo representa o otimismo que os mercados brasileiro e mundial estão vivendo. Segundo Pereira, o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus favoreceu o encontro dos leitores com a literatura e impulsionou as vendas deste ano, confirmando que o mercado se encontra em expansão.

Marcos Pereira enfatizou que o resultado obtido até o momento “é espetacular''. “A gente não tinha ideia que fosse conseguir manter o crescimento ao longo do ano, nesses meses agora, em que a gente estava vendendo muito livro no ano passado. E continuamos vendendo mais do que no passado, com uma previsão de fechar 2021 perto de 25%”. Ele acredita que a curva continuará ascendente em 2022, mas não nesse nível. “Mas se a gente conseguir continuar crescendo a taxas mais parecidas com algo entre 5% a 10%, eu vou estar muito feliz, porque a gente vai estar em um mercado robusto que continua a crescer”, comenta.

Resiliência

De acordo com o levantamento, a elevada variação apurada este ano, até novembro, resulta de dois momentos diferentes do mercado livreiro: em 2020, um mercado atingido pelas medidas restritivas para conter a transmissão da covid-19 e, em 2021, um setor livreiro mais consolidado e resiliente.

O presidente do SNEL lembrou que no primeiro semestre deste ano, ocorreu uma segunda onda forte da covid, que levou várias lojas ainda a fecharem. “Eu não acho que isso vai acontecer em 2022”. Ao mesmo tempo, assinalou que há uma grande incógnita, ou indefinição, sobre o quanto as eleições e o cenário geral brasileiro podem contribuir negativamente para o setor, de alguma maneira. “Então, eu acredito que a gente precisa continuar a gerar boas notícias, para que a leitura continue em alta e as pessoas continuem interessadas em ler”.

O preço médio por exemplar praticado nos primeiros 11 meses deste ano, da ordem de R$ 41,64, apresentou redução de 1,42% em relação ao valor médio registrado de janeiro a novembro de 2020 (R$ 42,24).

Os dados do Painel são coletados diretamente do “caixa” das livrarias, 'e-commerce' e varejistas colaboradores. As informações são recebidas eletronicamente em formato de banco de dados e, após o processamento, os dados são enviados 'online' e atualizados semanalmente. O Nielsen BookScan é o primeiro serviço de monitoramento de vendas de livros no mundo, atua em dez países, e o resultado de seu trabalho contribui para a tomada de decisão das editoras. O SNEL divulga o Painel das Vendas de Livros no Brasil a cada quatro semanas.

 

 

 

Por - Agência Brasil

Hashtag:
Projeto de estudantes busca meios de conter elevação do nível do mar

Alunos da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e da Universidade de Ciências Aplicadas de Roterdã, na Holanda, uniram-se para pensar soluções para proteger o Rio de Janeiro da elevação do nível do mar provocada pelas mudanças climáticas.

Os estudantes projetaram uma barragem de 9,5 quilômetros de extensão por 11 metros de altura, a ser implantada na Ponte Rio-Niterói, que ajudaria a evitar a inundação de parte dos municípios do Rio de Janeiro, incluindo o Aeroporto Internacional Tom Jobim-Riogaleão, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo.

O projeto é baseado em modelagem elaborada pelo Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, e prevê um cenário crítico de mudanças climáticas, com aumento de 3 metros do nível do mar.

A UVA foi a única universidade brasileira a participar do desafio Protecting Delta Cities: International Student Challenge, promovido pela universidade holandesa. A iniciativa teve por objetivo estimular jovens pesquisadores de nove países a pensar em alternativas para proteger cidades localizadas em deltas e regiões litorâneas de um aumento de 3 metros do nível do mar. A lista das cidades potencialmente atingidas incluía o Rio de Janeiro; Nova Iorque, nos Estados Unidos; Durban, na África do Sul; e Taipei, na ilha de Taiwan.

Segundo Viviane Japiassú, professora dos cursos de graduação em Engenharia Ambiental e Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida e coordenadora do projeto Que Chuva É Essa?, na Holanda, a Universidade de Roterdã selecionou grupos de alunos para trabalhar sobre cada cidade. Estes uniram-se aos alunos da UVA em reuniões semanais, durante um mês, para elaborar uma proposta para a Baía de Guanabara.

As soluções formuladas pelos grupos foram apresentadas em um seminário realizado em novembro deste ano.

Viabilização

“A ideia é dar continuidade à colaboração, para ver como viabilizar a proposta e adequar algumas limitações que possam aparecer”, disse Viviane. Na semana que vem, o grupo da UVA terá uma reunião com representantes da prefeitura do Rio para falar sobre a proposta e os caminhos para viabilizar ou readequar o projeto.

De acordo com a professora, as cidades que estão na área costeira brasileira vão sofrer muito com o aumento do nível do mar.

Os alunos da Veiga de Almeida focaram o projeto na Baía de Guanabara, levando em conta a grande expertise da Holanda na construção de barragens marítimas. Todos os estudantes holandeses que participaram do desafio cursam engenharia civil, enquanto a maioria dos alunos da UVA estudam engenharia ambiental e apenas um, engenharia elétrica. O grupo teve ainda participação de estudante do mestrado profissional em ciências do meio ambiente, que integra o projeto de pesquisa e extensão Que Chuva É Essa?, que desenvolve estudos e ações voltados para a redução de riscos de desastres associados a chuvas extremas no Rio.

“O tempo todo a gente focou na importância socioambiental da Baía de Guanabara”, disse Viviane. A professora explicou que a solução não poderia se restringir a fechar a Baía de Guanabara. A opção pela implantação de uma barragem na ponte, e não na entrada da baía, objetivou permitir a circulação de navios no Porto do Rio, facilitando o tráfego marítimo de grandes embarcações, além de preservar o ecossistema local, que tem importância socioeconômica para comunidades do entorno, como a de pescadores artesanais.

“Uma vez que a gente consiga reter a elevação nesse ponto, protegerá também os municípios e o Aeroporto do Galeão, que seria inundado com esses 3 metros de elevação do mar”, explicou a professora.

Energia

O projeto dos estudantes prevê ainda a instalação de painéis solares na barragem capazes de gerar mais de 80 megawatts/hora de energia por dia, o suficiente para abastecer mais de 14 mil residências da região ou para bombear mais de 2 mil litros de água da baía de volta para o mar. Outro potencial de geração de energia descrito no projeto viria do aproveitamento da vibração gerada pelos veículos ao passarem na Ponte Rio-Niterói.

Dois rapazes e cinco mulheres formavam o grupo da Universidade Veiga de Almeida, e a turma holandesa tinha somente rapazes. No total, a equipe contou com dez participantes.

Uma das estudantes cariocas que integram o grupo é Larissa Stankevicius, que cursa o 8º período de engenharia ambiental. Após o choque cultural inicial, o grupo passou a se encontrar toda semana, para desenvolver a solução, contou Larissa. Ela disse que é preciso dar continuidade ao projeto, para que este venha a ajudar de alguma maneira, se for possível.

O projeto de barragem criado por alunos da UVA e da Holanda pode ser visto no YouTube.

 

 

 

Por - Agência Brasil

Hashtag:
feed-image
SICREDI 02