No Brasil, 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são enviados para esse processo, índice muito abaixo de países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA).
“Nós estamos quatro vezes menos que esses países. Temos que acelerar”, afirmou o presidente da instituição, Carlos Silva Filho, que também é diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Em relação aos países desenvolvidos, o caminho a percorrer é ainda mais longo. Na Alemanha, por exemplo, o índice de reciclagem alcança 67%. “O Brasil está 20 anos atrasado em relação a esses países”, afirmou Silva Filho.
Embora o país tenha grande potencial para aumentar a reciclagem, diversos fatores mantêm esses índices estagnados, a começar pela falta de conscientização e de engajamento do consumidor na separação e descarte seletivo de resíduos. Também é preciso destacar a falta de infraestrutura das prefeituras para permitir que esses materiais retornem para o ciclo produtivo, com potencial de recuperação.
“Faltam unidades para descarte separado, coleta seletiva; faltam unidades de triagem; e, por fim, eu diria que falta uma estrutura fiscal tributária para permitir que esse material reciclável seja atrativo para a indústria”, explicou Silva Filho.
O Dia Nacional da Reciclagem, lembrado neste domingo (5), visa a conscientizar a população sobre a relevância da coleta seletiva, que faz a separação e destinação de materiais para reciclagem e reaproveitamento, de modo a diminuir os impactos causados ao meio ambiente pelo descarte incorreto de produtos.
Secos e orgânicos
Os materiais recicláveis secos representaram 33,6% do total de 82,5 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos durante o período da pandemia da covid-19, nos anos de 2020 e 2021. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos 2021, divulgado pela Abrelpe, o Brasil contabilizou 27,7 milhões de toneladas anuais de resíduos recicláveis.
Embora os materiais recicláveis secos tenham ampliado sua participação no total de resíduos sólidos urbanos (saindo de 31,7% em 2012 para 33,6% na última pesquisa), a fração orgânica permanece predominando como principal componente, com 45,3%, o que representa pouco mais de 37 milhões toneladas/ano.
De acordo com a pesquisa, os resíduos recicláveis secos são compostos principalmente pelos plásticos (16,8%, com 13,8 milhões de toneladas por ano), papel e papelão (10,4%, ou 8,57 milhões de toneladas anuais), vidros (2,7%), metais (2,3%) e embalagens multicamadas (1,4%). Os rejeitos, por sua vez, correspondem a 14,1% do total e contemplam, em especial, os materiais sanitários, não recicláveis. Em relação às demais frações, a sondagem mostra que os resíduos têxteis, couros e borrachas detêm 5,6% e outros resíduos, 1,4%.
A pesquisa da Abrelpe sinaliza que iniciativas de coleta seletiva foram registradas em mais de 74% dos municípios brasileiros, mas ainda de forma incipiente em muitos locais, o que reflete na sobrecarga do sistema de destinação final e na extração de recursos naturais, muitos já próximos do esgotamento. O levantamento mostra que quase 1.500 municípios não contam com nenhuma iniciativa de coleta seletiva.
Material | Quantidade (t/ano) | Quantidade (t/dia) |
Plásticos | 37.962,12 | |
Papel e Papelão | 23.500,36 | |
Vidro | 6.101,06 | |
Metais | 5.197,20 | |
Embalagens multicamadas | 3.163,51 |
Perdas
A falta de reciclagem adequada do lixo tem gerado uma perda econômica significativa para o país. Levantamento feito pela Abrelpe em 2019 mostrou que somente os recicláveis que vão para lixões levam a uma perda de R$ 14 bilhões anualmente, que poderiam gerar receita e renda para uma camada de população que trabalha com essa atividade.
“Além do que deixariam de ir para os lixões e, portanto, não causariam os problemas ambientais que os lixões causam”, destacou Carlos Silva Filho.
O presidente da Abrelpe afirmou que, nos últimos anos, houve um movimento positivo de regulação do setor por parte do Poder Público. Em abril deste ano, por exemplo, foi publicado decreto federal que criou o Programa Recicla+, de créditos para a reciclagem e de estímulo a esse mercado.
Ele lembrou ainda da aprovação, em abril passado, do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que trouxe metas para os próximos 20 anos para a reciclagem de materiais, valorização, aproveitamento de resíduos. “Acho que, agora, a gente tem o arcabouço completo para esse setor avançar. Precisamos, realmente, fazer disso uma realidade, transformar tudo isso que está à disposição do mercado em números que venham refletir a reciclagem”, afirmou Silva Filho.
O Planares determina o aumento crescente da recuperação de resíduos e estabelece meta de 50% de aproveitamento, em 20 anos. Assim, metade do lixo gerado passará a ser valorizado por meio da reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética.
Já o Certificado de Crédito de Reciclagem (Programa Recicla+) é uma parceria entre os ministérios do Meio Ambiente e Economia e visa fomentar injeção de investimentos privados na reciclagem de produtos e embalagens descartados pelo consumidor.
Por - Agência Brasil
O trauma naturalmente causado por uma pandemia acaba por deixar muitas pessoas preocupadas quando veem, logo em seguida, alertas sobre o surgimento de uma doença em locais onde antes ela não era detectada.
É o que ocorreu após notícias de que humanos se contaminaram com a chamada varíola dos macacos, doença que é endêmica em países africanos. Mas sua disseminação para países não endêmicos, como na Europa e nos Estados Unidos, causou apreensão. Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente.
Diante dessa situação, a Agência Brasil consultou fontes e especialistas para elucidarem eventuais dúvidas sobre o que é a varíola dos macacos, bem como sobre sintomas, riscos, formas de contágio e sobre o histórico dessa doença que recentemente tem causado tanta preocupação nas pessoas.
Médico infectologista do Hospital Universitário de Brasúlia (UnB), André Bon trata de tranquilizar os mais preocupados. “De maneira pouco frequente essa doença é grave. A maior gravidade foi observada em casos de surtos na África, onde a população tinha um percentual de pacientes desnutridos e uma população com HIV descontrolado bastante importante”, explica o especialista.
Segundo ele, no início dos anos 2000 houve um surto da doença nos Estados Unidos. “O número de óbitos foi zero, mostrando que, talvez, com uma assistência adequada, identificação precoce e manejo adequado em uma população saudável, não tenhamos grandes repercussões em termos de gravidade”.
O grupo que corre maior risco são as crianças. Quando a contaminação abrange grávidas, o risco de complicações é maior, podendo chegar a varíola congênita ou até mesmo à morte do bebê.
Uma publicação do Instituto Butantan ajuda a esclarecer e detalhar o que vem a ser a varíola dos macacos. De acordo com o material, a varíola dos macacos é uma “zoonose silvestre” que, apesar de em geral ocorrer em florestas africanas, teve também relatos de ocorrência na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e, mais recentemente, na Argentina.
Histórico e ocorrências
A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no |Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
“A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente”, complementa a publicação recentemente divulgada pelo instituto.
Segundo o instituto, entre 2018 e 2021 foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. “Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens”.
Casos recentes
Portugal confirmou mais de 20 casos, enquanto a Espanha relatou pelo menos 30. Há também pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Bélgica, na França e na Austrália, segundo a imprensa e os governos locais, conforme informado pelo Butantan.
“Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5 de maio, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12 de maio. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30 de abril, e a doença foi confirmada em 13 de maio”, informou o Butantan.
Mais quatro casos foram confirmados pelo governo britânico no dia 15 de maio, e, no dia 18, mais dois casos foram informados – nenhum deles envolvendo alguém que tivesse viajado ou tido contado com pessoas que viajaram, o que indica possível transmissão comunitária da doença.
Dois tipos
De acordo com o instituto, esse tipo de varíola é causada por um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos. “Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento)”, explica o instituto.
André Bon descreve essa varíola como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana. “O paciente pode ter febre, dor no corpo e, dias depois, apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] ate formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco]”.
De acordo com o Butantan, é comum também dor de cabeça, nos músculos e nas costas. As lesões na pele se desenvolvem inicialmente no rosto para, depois, se espalhar para outras partes do corpo, inclusive genitais. “Parecem as lesões da catapora ou da sífilis, até formarem uma crosta, que depois cai”, detalha. Casos mais leves podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa.
Transmissão e prevenção
No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan. Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.
O médico infectologista do HUB diz que a principal forma de prevenção dessa doença – enquanto ainda apresenta “poucos casos no mundo” e está “sem necessidade de alarde” – tem como protagonistas autoridades de saúde. “Elas precisam estar em alerta para a identificação de casos, isolamento desses casos e para o rastreamento dos contatos”, disse.
“Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da covid-19 por ser doença de transição respiratória por gotículas e evitar contato com lesões infectadas é o mais importante nesse contexto”, enfatiza Bon ao explicar que a varíola dos macacos é menos transmissível do que a versão comum.
O Butantan ressalta que residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas). Devem também “abster-se de comer ou manusear caça selvagem”.
O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
Vacinas
André Bon explica que as vacinas contra varíola comum protegem também contra a varíola dos macacos. Ele, no entanto, destaca que não há vacinas disponíveis no mercado neste momento.
“Há apenas cepas guardadas para se for necessário voltarem a ser reproduzidas. Vale lembrar que a forma como a vacina da varíola era feita antigamente não é mais utilizada no mundo. Era uma metodologia um pouco mais antiga e atrasada. Hoje temos formas mais tecnológicas e seguras de se fazer a vacina, caso venha a ser necessário”, disse o médico infectologista.
Bon descarta a imediata necessidade de vacina no atual momento, uma vez que não há número de casos que justifiquem pressa. “O importante agora é fazer a observação de casos suspeitos”, disse.
O Butantan confirma que a vacinação contra a varíola comum tem se mostrado bastante eficiente contra a varíola dos macacos. “Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis”.
“Populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas”, informou o instituto.
Por - Agência Brasil
Chamado de Ross 508 b, exoplaneta tem 4 vezes a massa terrestre e está a 36,5 anos-luz de distância de sua estrela
Representação artística de uma Super-Terra orbitando uma estrela anã vermelha (Foto: Gabriel Pérez Díaz, SMM/IAC)
Uma superterra foi detectada orbitando uma estrela anã vermelha perto de uma zona habitável, a 36,5 anos-luz de distância. O registro é um resultado inédito de uma pesquisa com o Telescópio Subaru do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), localizado no Havaí.
A descoberta, que ainda deve ser revisada por pares, foi disponibilizada na terça-feira (24) na plataforma de pré-print arxiv.org. Segundo a Nasa, uma superterra é um planeta mais massivo do que a Terra, porém mais leve que os gigantes de gelo do sistema solar, Netuno e Urano.
Ross 508b
O exoplaneta identificado no novo estudo se chama Ross 508 b e tem 4 vezes a massa terrestre. Isso sugere que o planeta é provavelmente rochoso e não gasoso. Ross 508 b está perto de uma zona habitável, isto é, está quase que em uma distância da estrela na qual a água líquida poderia existir em sua superfície. Ainda assim, continua improvável que essa superterra possa abrigar a vida como conhecemos.
A descoberta já demonstra, contudo, a eficácia das técnicas usadas para localizar pequenos planetas em torno de estrelas fracas — como é o caso da anã vermelha Ross 508. Esses métodos costumam funcionar melhor em gigantes gasosos, orbitando a distâncias muito próximas e quentes demais para água líquida.
A pesquisa reforça a ideia de que é possível encontrar outros tipos de mundos, ainda que isso seja mais difícil. O projeto começou em 2019, quando uma equipe internacional de astrônomos liderada pelo NAOJ usou o Telescópio Subaru para procurar estrelas anãs vermelhas fracas e seus exoplanetas.
A superterra Ross 508 b, que orbita sua estrela a cada 10,75 dias, é o primeiro planeta a ser identificado pela iniciativa. Para tal, o grupo utilizou o método Doppler, uma técnica menos comum que o método de trânsito, que mede quedas na luz das estrelas. Essa metologia, em vez do enfraquecimento da luminosidade, avalia o deslocamento da luz estelar que atinge a Terra, permitindo detectar planetas menores com órbitas mais amplas.
Graças ao Doppler, o projeto conseguiu descobrir mais de 3,8 mil exoplanetas. Quanto maior a curva de luz estelar causada por planetas maiores, mais fácil é a detecção deles. No caso da estrela Ross 508, seu brilho é muito menor e mais fraco que o Sol. A radiação da anã vermelha que atinge a superterra é apenas 1,4 vezes a que afeta a Terra.
De acordo com o site Science Alert, Ross 508, com 18% da massa do Sol, é uma das estrelas menores e mais fracas já descoberta em órbita usando velocidade radial. No futuro, pesquisas com o uso dessa velocidade em comprimentos de onda infravermelhos poderão revelar um vasto tesouro de exoplanetas orbitando estrelas fracas.
O monitoramento de uma estrela vermelha tão fraca requer uma grande abertura de telescópio e um espectrógrafo de alta precisão. “Pesquisas futuras com o método Doppler e outros espectrógrafos no infravermelho próximo de alta precisão permitirão a descoberta de planetas em torno de mais estrelas como Ross 508, e estabelecerá a diversidade de seus sistemas planetários”, eles escreveram, no estudo.
Por - Revista Galileu
Japonês encomendou a roupa de uma indústria de trajes especiais
No Japão, um homem diz ter realizado seu sonho de se fantasiar como um cachorro da forma mais realista possível. Identificado como @toco_eevee no Twitter, ele postou um vídeo de si mesmo vestindo a roupa que imita um cão da raça collie e parece muito um animal de verdade. As imagens viralizaram e o filme teve mais de 1 milhão de visualizações desde meados de abril.
No tweet, o rapaz agradece à empresa Zeppet, que produziu a peça. Ele escreveu: "Encomendei uma fantasia! Graças a vocês, consegui realizar meu sonho de me tornar um animal!". No site da marca, criada em 2010, há uma descrição dos serviços e produtos que desenvolve na área de fantasias, modelagem, trajes e maquiagens especiais.
Segundo a empresa, o pedido feito sob medida para o homem foi executado na forma de macacão. O modelo, inspirado na raça collie, permite que a pessoa se sinta confortável para se movimentar livremente, rolando e brincando como um cachorro. Um exemplar similar custa a partir de 2 milhões de ienes (cerca de R$ 75 mil), de acordo com a Zeppet.
Por - Revista PEGN
Os ministérios da Justiça e do Turismo lançaram hoje (25) uma cartilha que pretende ajudar os turistas, enquanto consumidores, que fazem uso do transporte rodoviário para fazerem suas viagens.
A publicação, uma nova edição da revista eletrônica Consumidor Turista, faz parte das atividades comemorativas dos 10 anos da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon).
Intitulada Consumidor Turista – Viajando de Carro, esta edição se junta às três edições anteriores, todas voltadas ao transporte aéreo: uma sobre os direitos que devem ser observados antes da viagem, e as outras duas relativas aos direitos durante a viagem e durante a chegada ao destino.
Para acessar todas as publicações, clique aqui.
De acordo com a Senacon, a cartilha lançada hoje apresenta informações que vão desde os melhores pontos turísticos brasileiros até onde encontrar uma oficina de confiança, principalmente nos trajetos de curta distância, uma tendência da retomada do consumo turístico.
“O objetivo é oferecer dicas e orientações que melhorem as relações de consumo no setor. Além de disponibilizar uma lista com números e contatos das rodovias federais sob concessão, a cartilha chega como um guia de bolso para os consumidores turistas”, explicou o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Anderson Torres, ao destacar a importância de os motoristas não dirigirem alcoolizados e de respeitarem os limites de velocidade e as sinalizações das vias.
Entre as dicas apresentadas na cartilha está a de fazer uma revisão no carro, em oficina mecânica de confiança, com especial atenção para pneus, freios e suspensão. Alerta também as documentações, tanto do veículo como do motorista, que devem estar sempre em dia.
“A publicação também se propõe a esclarecer dúvidas sobre diferenças e o que muda ao trafegar por rodovias federais e estaduais, além daquelas concedidas à iniciativa privada. Estas últimas contam, por exemplo, com serviços de combate a incêndios, apreensão de animais na pista, socorro médico e mecânico, como guincho, troca de pneus e atendimento a veículos acidentados”, detalhou a Senacon.
Por - AEN
Há mais de 80 anos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Harvard investigam o desenvolvimento da vida humana, por meio do estudo de milhares de casos, rastreamento genético, exames médicos, entrevistas e observação.
E uma das grandes e surpreendentes conclusões é: quem é feliz vive mais. Não existe, porém, uma fórmula mágica para a felicidade, disse o psiquiatra Robert Waldinger, um dos líderes do Harvard Study of Adult Development (Estudo de Harvard sobre Desenvolvimento de Adultos), realizado desde 1938 nos Estados Unidos. O que se sabe, afirmou, é que as relações interpessoais são fundamentais nesse processo.
A forma como as pessoas se relacionam impacta o bem-estar?
O que vimos em nossa pesquisa é que quando as pessoas estão mais conectadas umas com as outras, isso não apenas as deixa mais felizes, mas as mantém mais saudáveis. E, em média, elas também vivem mais. Essa conexão pode ser [intensificada] encontrando mais pessoas durante um tempo ou estabelecendo relações mais próximas e calorosas com uma ou algumas pessoas que você sente realmente que irão apoiá-lo se você precisar.
O senhor disse que as pessoas conectadas são mais felizes. A solidão tem então implicações para a saúde humana?
A solidão é uma fonte de estresse. Não fomos feitos para viver sozinhos. Quando estamos sozinhos, os níveis de estresse do corpo aumentam e isso nos leva a um estado de resposta de luta ou fuga, que acontece quando você está com medo de algo, sua frequência cardíaca e pressão arterial aumentam e você se prepara para enfrentar um desafio. Mas a solidão é um desafio que não tem fim. Assim seu corpo permanece nesse estado com níveis mais altos de hormônios do estresse, inflamação crônica, e isso contribui para destruir o corpo e a saúde.
Existe uma fórmula mágica para uma vida feliz?
Não existe, e é bom que as pessoas saibam disso. Às vezes pensamos que as outras pessoas são felizes o tempo todo, enquanto nós não sabemos o que estamos fazendo, mas nenhuma vida é feliz 24 horas por dia, sete dias na semana. Por outro lado, há certas coisas que podemos fazer que nos tornam mais propensos a nos sentirmos bem na maior parte do tempo. Isso inclui cuidar da nossa saúde, cuidar do nosso corpo, comer bem, fazer exercícios regulares, não abusar de drogas ou álcool e ter senso de propósito, além de estarmos mais conectados com outras pessoas.
É possível prever o quão bem uma pessoa chegará à velhice analisando seus índices de felicidade?
Não, porque na vida acontecem coisas que não podemos prever. Eu poderia fazer de tudo para cuidar de mim, da minha saúde, ter bons relacionamentos, e ainda assim ter câncer. E não é minha culpa, simplesmente acontece. Então, quando olhamos para qualquer pessoa, não podemos dizer com certeza como será sua vida, não importa o que ela faça. Mas quando olhamos para milhares de pessoas, ao longo de muitos e muitos anos, podemos dizer que essas são as coisas que tornam mais provável que você permaneça saudável e feliz.
A felicidade tem impactos neurológicos também? Ela pode modificar nosso cérebro?
Sim pode. Sabemos que a felicidade pode nos manter mais afiados por mais tempo, ao passo que a solidão e a infelicidade podem contribuir para um declínio cognitivo precoce.
A primeira geração dos estudos foi feita apenas com homens. Apesar disso, podemos generalizar suas conclusões?
Essa é uma boa pergunta. Começamos a estudar as mulheres há 20 anos, quando eu entrei no estudo. E você está absolutamente certa. Não podemos presumir que o que é verdade para os homens também é verdade para as mulheres. Assim como não podemos presumir que o que é verdade para as pessoas nos Estados Unidos é verdade para as pessoas no Brasil. Mas estamos sempre procurando outros estudos e tentamos compartilhar particularmente as descobertas que outros estudos confirmam.
O que o estudo já descobriu sobre as mulheres?
Bem, sabemos que há muito mais semelhanças entre mulheres e homens do que diferenças, ao contrário do que se pensava. Vou te dar um exemplo. Recentemente, revisamos a literatura sobre padrões de amizade, porque há vários estudos sobre as mulheres serem muito mais conectadas a outras pessoas e valorizarem a amizade muito mais do que os homens. Acontece que as diferenças não são muito grandes entre homens e mulheres quando você analisa com cuidado os dados de bons estudos. É importante olhar para as diferenças de gênero e estar aberto ao que encontramos, às vezes destruindo nossos estereótipos.
A pandemia de Covid-19 teve impactos na percepção de felicidade das pessoas e na forma com que elas se relacionam?
Ainda estamos no começo das análises, mas já sabemos que a pandemia fez as pessoas refletirem sobre o que realmente importa para elas. Muitas decidiram que era hora de pedir demissão e procurar um novo emprego; ou que queriam trabalhar de forma diferente, talvez trabalhar menos e passar mais tempo com as pessoas que eram importantes para elas; ou seguir um tipo diferente de carreira, desenvolver novos interesses. A Covid interrompeu nossos padrões habituais de trabalho, vida doméstica, convívio, então claro que teve muitos efeitos negativos: mais depressão, ansiedade. Mas também houve esse efeito, provavelmente positivo, que nos fez parar para avaliar nossas vidas e dizer o que é realmente importante para mim agora.
Diversos especialistas afirmam que a tecnologia e as redes sociais tornaram as relações humanas mais frágeis e superficiais. Seu estudo confirma isso?
Esse também é um assunto que estamos começando a investigar.. Mas outras pesquisas sugerem que muito depende de como usamos as mídias sociais. Se usarmos apenas para percorrer o feed do Instagram de alguém, ou Tik Tok, e olharmos para a vida de outras pessoas que eles nos mostram, ficamos mais deprimidos, sentimos que estamos perdendo. Isso diminui nossa auto-estima. Mas se usarmos as mídias sociais mais ativamente, para nos conectarmos uns com os outros, talvez para reunir grupos de velhos amigos de escola que não conversam há anos, isso pode ser uma força muito positiva em nossas vidas. Portanto, não é que a mídia social seja boa ou ruim. É como a usamos.
Chega um momento em que é tarde demais para se buscar a felicidade?
O que descobrimos em nosso estudo é que nunca é tarde demais para fazer mudanças em sua vida que o ajudarão a ser mais feliz. Algumas pessoas pensam, “Oh, é tarde demais para mim”, “Estou muito enferrujado”, “As coisas simplesmente não deram certo para mim”. E o que descobrimos quando acompanhamos a vida dessas pessoas por décadas é que, de fato, muitas pessoas, mesmo no final da vida, fazem grandes mudanças que podem ajudá-las a serem muito mais felizes.
Por - O Globo