Nesta quinta-feira (11), mais uma superlua poderá ser observada no céu de todo o Brasil, se as condições climáticas forem favoráveis, claro.
Essa será a terceira e última superlua do ano. Esse é um termo que não é muito utlizado por astrônomos, mas na prática significa que a Lua aparecerá maior e mais brilhante do que o normal, já que ela estará próxima ao seu perigeu, o ponto mais próximo da Terra durante sua órbita.
Esta superlua de agosto é conhecida como “Superlua de esturjão”. O nome está relacionado à época em que o peixe é encontrado em bastante quantidade nos Grandes Lagos da América do Norte, um conjunto imenso de lagos de água doce entre o Canadá e os Estados Unidos.
Essa é a terceira vez que temos uma superlua em 2022, de acordo com a Nasa, a agência espacial norte-americana. A primeira foi a Superlua de Morango, em junho, e a segunda foi a 'Superlua dos Cervos', em julho.
A Nasa explica que para a aproximação do nosso satélite natural ser considerada uma superlua, é preciso que uma lua nova ou uma lua cheia esteja acima do limite de 90% do perigeu.
"Como não podemos ver superluas novas (exceto quando a Lua passa na frente do Sol e causa um eclipse), o que chama a atenção do público são as superluas cheias, pois são as maiores e mais brilhantes luas cheias do ano", diz a agência.
Para avistar a superlua, não é preciso usar nenhum equipamento especial. Basta que as condições climáticas estejam favoráveis, sem nuvens. Uma sugestão é olhar para o céu logo após a Lua surgir, horário que varia dependendo da sua região e fuso horário.
Em São Paulo, por exemplo, a Lua irá nascer amanhã às 17h29. Já no Recife será às 17h06. Em Porto Velho, o fenômeno poderá ser visto 18h06 no horário local.
O termo "superlua" surgiu em 1979 e não é o que poderíamos chamar de um "conceito astronômico". Ele é usado fora do meio acadêmico para fazer referência à união do perigeu com a Lua cheia. Não é uma situação rara de apreciar, mas é uma excelente oportunidade para quem quer começar a observar o céu.
Perseidas: chuva de meteoros
Nessa mesma semana da Superlua de Esturjão, a chuva de meteoros Perseidas, que acontece todos os anos, alcançará seu pico nos dias 12 e 13 de agosto.
Segundo a Nasa, observadores no hemisfério norte poderão ver o fenômeno, que geralmente resulta em 50 a 100 “estrelas cadentes” (meteoros) por hora no seu auge. Esse ano, porém, justamente por causa da Lua, a chuva de meteoros terá sua intensidade reduzida, com a expectativa de no máximo 20 a cada hora.
Isso ocorre porque o brilho da lua cheia, que ocorre até o próximo sábado (13), ofuscará a visão de espectadores.
No hemisfério sul, que inclui o Brasil, a Perseidas será melhor visível em cidades do Norte e Nordeste do país.
Para assistir o fenômeno também não é necessário equipamento espacial, mas um ambiente escuro facilita a observação.
Por - G1
O Dia Mundial da Superdotação é lembrado nesta quarta-feira (10), e o Brasil ultrapassa 2 mil pessoas superinteligentes identificadas por uma entidade global.
De acordo com a Mensa, uma organização que reúne pessoas com altas capacidades intelectuais, o estado de São Paulo lidera o ranking, com 984 pessoas identificadas com alto QI.
O Rio de Janeiro vem sem segundo lugar, com 229 pessoas identificadas e o Distrito Federal em terceiro, com 134 pessoas (veja mais abaixo todas as cidades pesquisadas). No entanto, esse número deve ser muito maior, aponta Rodrigo Lopes Sauaia, presidente da Mensa Brasil. Para ele, "o país é uma potência intelectual ainda adormecida e subaproveitada".
Conforme a Associação Mensa Brasil, 70% dos identificados com altas habilidades ou superdotação, no país, têm entre 19 e 36 anos. O brasileiro mais velho, mapeado, tem 72 anos.
As pessoas entre 13 e 18 anos correspondem a 10%, mesmo índice verificado na faixa etária entre 37 e 45 anos. "Apenas 5% possuem atualmente mais de 45 anos de idade", diz a Mensa.
O que é superdotação?
Em média, a população do Brasil apresenta um QI de 100 pontos, com uma variação de 15 pontos para mais ou para menos – 85 a 115. Superdotados, ou superinteligentes, tem um QI muito acima desta média e representam apenas 2% da população do planeta.
Para ser considerada uma pessoa com superdotação, pela Mensa, é preciso obter 131 pontos ou mais. A associação quer ampliar a identificação de pessoas com muito QI acima da média, por meio de testes.

Menino de 8 anos é o brasileiro mais novo a ser aceito em 'clube internacional de gênios'
Priscila Zaia, psicóloga especialista em superdotação e supervisora nacional da Mensa Brasil, aponta que essas pessoas "possuem um olhar diferenciado para o mundo, fazendo com que apresentem comportamentos e/ou pensamentos diferentes da maioria". Por isso, segundo ela, é preciso multiplicar as informações sobre altas habilidades."Isso [QI muito acima da média] pode gerar rótulos, estigmas e incompreensão, fazendo que eles possam ser cobrados demais (precisando ser bons em tudo, por exemplo) ou possam não ser aceitos nos grupos em geral por causa do seu modo de pensar e agir", diz a psicóloga.
Aptidões consideradas pela psicologia na avaliação de inteligência:
- Raciocínio rápido para resolver problemas e pensar em soluções (o cérebro de pessoas com altas habilidades processa rapidamente o que deve ser feito);
- Boa memória operacional (capacidade de executar uma tarefa enquanto manipula outro tipo de informação);
- Facilidade para discriminar sons ou visualizar detalhes de imagens;
- Atenção elevada ao ambiente;
- Memória de longo prazo.
O que é a Mensa Brasil?
Fundada em 2002, a Associação Mensa Brasil é a afiliada brasileira oficial da Mensa Internacional, a maior, mais antiga e mais prestigiada organização de alto quociente de inteligência (QI) do mundo. Ela congrega pessoas com altas capacidades intelectuais, tendo como único requisito de ingresso possuir QI acima de 98% da população em geral, comprovado por teste referendado de inteligência.
"Para contribuir na ampliação desse mapeamento, a Associação Mensa Brasil está comprometida em aumentar o conhecimento da sociedade sobre a superinteligência. Além disso, pretendemos ampliar a identificação de pessoas com muito QI acima da média, por meio das nossas rodadas de testes, bem como criar um ambiente positivo e estimulante para que estas pessoas possam interagir e evoluir", diz o presidente da organização, Rodrigo Lopes Sauaia.
A entidade coordena, representa e mobiliza os associados, com foco em três objetivos principais:
- Identificar e promover a inteligência humana em benefício da humanidade
- Estimular pesquisas sobre a natureza, características e usos da inteligência
- Prover um ambiente intelectual e socialmente estimulante para seus associados
Por - G1
A Meta, dona do Facebook, e a Amazon Web Services (AWS), plataforma de computação em nuvem da Amazon, estão oferecendo capacitações gratuitos de tecnologia.
São treinamentos com foco em três áreas: realidade aumentada, nuvem e marketing digital.
Em uma segunda etapa, os participantes poderão participar de um processo seletivo que vai distribuir 2 mil vagas em um curso gratuito de introdução à programação. Nessa fase, o programa chamado de Portal Tech vai priorizar mulheres, pessoas negras e pessoas da comunidade LGBTQIA+.
Segundo as empresas, o objetivo é promover a diversidade, a equidade e a inclusão desses grupos no setor de tecnologia. As inscrições no Portal Tech podem ser feitas neste link.
Quais são os cursos oferecidos?
Na primeira fase do programa, a Meta e a AWS oferecem capacitações de algumas horas para dar uma introdução sobre os temas. As empresas oferecem os seguintes cursos:
- Realidade aumentada (7 horas): treinamento em Spark AR, ferramenta da Meta para criar efeitos como filtros de redes sociais;
- Computação em nuvem (4 horas): introdução sobre infraestrutura e características da Amazon Web Services oferecida pela Ka Solution, parceira da AWS;
- Marketing digital (cerca de 3 horas): dicas de como usar os serviços da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) para expandir negócios.
Os cursos em realidade aumentada e marketing digital podem ser feitos no ritmo dos participantes por meio da plataforma de treinamentos da Meta. Já a introdução em computação na nuvem AWS será feita em uma sessão ao vivo no Zoom marcada para 20 de agosto, às 9h.
Os alunos que fizerem os cursos da primeira fase poderão se inscrever em um processo seletivo com as 2 mil vagas para o curso profissionalizante de programação. Neste caso, as aulas serão oferecidas pela escola profissional Proz Educação e terão quatro meses de duração.
As inscrições para o curso profissionalizante poderão ser feitas entre 1º de setembro e 31 de outubro.
Quem pode se candidatar?
Os treinamentos da Meta e da AWS podem ser feitos por qualquer pessoa. Para realizar a inscrição, basta acessar a página do Portal Tech neste link e clicar nos botões para o site de cada empresa.
A Meta, com os cursos de realidade aumentada e marketing digital, e a AWS, com o treinamento em computação em nuvem, esperam capacitar, cada uma, 25 mil pessoas até 2023.
O curso profissionalizante de programação destinará todas as vagas para quem tem mais de 18 anos e realizou o ensino médio em escola pública. A seleção vai priorizar mulheres, pessoas negras e da comunidade LGBTQIA+.
A Proz Educação oferece laboratórios de informática para quem não tem acesso a computador. Essa opção está disponível para quem mora em uma das cidades em que a escola tem unidades físicas ou parceiros.
Por - G1
Uma enorme cratera circular de 32 metros de largura e 64 metros de profundidade surgiu no meio de uma estrada que atravessa um terreno de propriedade de uma mineradora.
Uma semana depois, o buraco aumentou: seu diâmetro agora é de 36,5 metros, de acordo com as últimas medições de satélite.
O Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile (Sernageomin) ordenou que a companhia de mineração Candelaria interrompesse todas as suas operações na área.
Como surgiu
Geólogos consultados pela BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, explicaram que há vários eventos naturais ou resultado da atividade humana que podem causar um sumidouro deste tipo.
Mas consideraram principalmente dois: o primeiro estaria relacionado às chuvas intensas que caíram na região no mês de julho.
"Você tem várias camadas no solo, e há várias maneiras pelas quais a água pode erodir", afirma o geofísico chileno Cristian Farías, diretor de construção civil e geologia da Universidade Católica de Temuco, no Chile.
Ele explicou que "quando cai muita água da chuva em solos com alto teor de gesso, a água percola e corrói toda a parte inferior por vários dias, o que tira a sustentabilidade da parte superior e acaba gerando um colapso".
A segunda hipótese aponta para a influência da atividade mineradora na área.
A companhia de mineração Candelaria explora uma jazida de cobre em Tierra Amarilla, e as galerias de sua mina penetram no subsolo, tanto no entorno do buraco quanto abaixo dele a uma profundidade muito maior.
"As informações preliminares que circulam apontam para a intervenção da mineradora que realizou uma exploração excessiva de minerais naquela área", afirma Cristóbal Muñoz, diretor da ONG informativa Red Geocientífica de Chile.
Ele destaca que a empresa "tinha uma projeção prevista para extrair 38 mil toneladas de minério, mas extraiu cerca de 138 mil toneladas, mais que o triplo" naquela jazida.
A intervenção da mineração pode ter desestabilizado o solo, segundo ele, desviando as águas subterrâneas do seu curso natural e esvaziando os aquíferos, gerando espaços que favorecem o terreno a ceder e cair devido ao seu próprio peso, formando a cratera.
A Candelaria reconhece, por sua vez, a superexploração de minerais, mas garante que foi totalmente legal.
"Em relação à extração excessiva, isso foi informado pela própria empresa às autoridades", declarou o gerente de relações públicas da empresa, Edwin Hidalgo.
Uma fonte do setor explicou à BBC News Mundo que é comum que mineradoras de cobre extraiam mais material do que o estimado devido à detonação de explosivos, entre outros motivos.
O representante da empresa alegou que é cedo para tirar conclusões e destacou que "estão sendo investigados os diferentes fatos que podem ter causado o sumidouro, entre os quais se destaca a precipitação registrada no mês de julho".
Os moradores de Tierra Amarilla organizaram um protesto no domingo, e o prefeito, Cristóbal Zúñiga, pediu à mineradora que assuma sua responsabilidade, embora não a tenha apontado diretamente como culpada, enquanto aguarda as conclusões da investigação.
A ministra de Minas do Chile, Marcela Hernando, prometeu, por sua vez, ir "até as últimas consequências" para punir os responsáveis uma vez que forem identificados.
Quanto mais o buraco vai aumentar
Os deslizamentos de terra nas paredes do sumidouro têm sido constantes nos últimos dias, a ponto de aumentar seu diâmetro em 450 cm até os atuais 36,5 metros.
"Primeiro começou a alargar na parte de baixo; depois começou a criar uma forma assimétrica, e o que está em cima não tem suporte, então começa a cair e vai se alargando de forma lenta mas dramaticamente até chegar à forma de cilindro", observou Farías, autor do livro Volcanes y terremotos ("Vulcões e terremotos", em tradução literal).
Sendo assim, a previsão é de que o buraco continue a crescer pelo menos até que o diâmetro na superfície se iguale ao do fundo, que é de 48 metros.
Muñoz acredita, no entanto, que pode aumentar ainda mais se houver novas desestabilizações no terreno.
"De qualquer forma, não poderia ser mais de 200 ou 300 metros, que é o que importa para nós, porque o povoado mais próximo fica a 600 metros", declarou.
Ele não descartou, no entanto, que este fenômeno seja reproduzido em outras áreas da região.
"As áreas que seriam mais suscetíveis à ocorrência de outros sumidouros também estão sendo estudadas", afirmou.
Não é a primeira vez que um fenômeno do tipo acontece em Tierra Amarilla.
Em novembro de 2013, uma cratera de 20 metros de comprimento e 30 metros de largura com 30 metros de profundidade apareceu após o colapso de uma estrutura subterrânea de uma operação de mineração.
Por que é circular
Também chamou a atenção que a cratera forme um círculo quase perfeito.
"A aparência redonda de tal buraco se deve à forma do colapso", afirmou Cristian Farías.
O geofísico explicou que o colapso "começa em um ponto e se vai se estendendo de forma simétrica, ou seja, para todos os lados, radialmente, e isso faz com que tudo que colapsa o faça em círculo e pare em algum momento, quando encontra estabilidade.
"Muitas estruturas de colapsos na natureza ocorrem dessa maneira. Quando os vulcões, por exemplo, desmoronam porque o edifício vulcânico cai devido ao seu próprio peso, ou porque havia fluidos que não estão mais lá, a estrutura que é gerada costuma ser bastante circular; às vezes, um pouco mais oval, mas mais frequentemente circular".
O que vai acontecer com a cratera
Ainda não se sabe também o que o futuro reserva para o inesperado sumidouro de Tierra Amarilla. O buraco será tapado ou ficará à mercê das intempéries?
"A capacidade volumétrica que este sumidouro tem é bastante grande. Para ser honesto, não pode ser tapado facilmente, então uma solução seria cercar esse perímetro e colocar barreiras de segurança", avalia o diretor da Red Geocientífica de Chile.
Para Muñoz, é importante "garantir que as pessoas não se aproximem para tirar fotos", pois podem ocorrer acidentes.
Ele afirmou ainda que, mesmo que se tentasse tapá-lo, poderia ser em vão devido à própria natureza do buraco.
"Tem que pensar que parte da terra que caiu não está mais embaixo, porque tem um fluido que é a água. Quando caiu, foi como por um rio."
O gerente de relações públicas da mineradora assegurou, por sua vez, que grande parte dos sedimentos teria se acumulado no fundo do buraco, reduzindo sua profundidade de 64 para 62 metros, segundo suas últimas medições.
Por - BBC News
Um menino piauiense de 4 anos, chamado Daniel, é uma das nove crianças diagnosticadas no Brasil com uma doença rara ligada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo o único paciente no Nordeste.
A mãe de Daniel, a médica oftalmologista Kassandra Costa, ao receber o diagnóstico do filho, se uniu as outras mães para angariar fundos e financiar pesquisas em busca de tratamento e cura para a doença.
Segundo Kassandra, o DEAF1 é uma falha genética muito rara e que foi descoberta no filho durante a pandemia, após a regressão no tratamento que já fazia para o TEA. Ainda segundo Kassandra, apenas 200 crianças no mundo receberam o diagnóstico para a doença.
“Decidimos fazer esse estudo genético até para entender melhor. O exame genético deu uma alteração rara ligada ao autismo, mas que têm estudos para cura e tratamento. As pessoas têm que entender é que o DEAF1 é uma alteração genética rara, nós só temos 9 casos no Brasil, 200 no mundo, e o Danielzinho faz parte desses 9, é o único do nordeste”, explicou Kassandra.
Após ter dimensão da raridade do caso do filho, Kassandra se juntou a outras mães que receberam o mesmo diagnóstico em busca de fundos para financiar pesquisas para ajudar no tratamento.
“Quando eu tive o diagnóstico do Danielzinho eu não tinha noção da raridade. O laboratório me falou que era raro, mas eu foquei em terapia, em trabalhar, porque tem um custo, tem tempo. Só que essas mães me encontraram e explicaram a raridade que são os nossos filhos e queriam uma ajuda para gente buscar essas pesquisas fora, que têm um custo muito alto. Mas o importante é que isso é futuro para cura e tratamento de muitas crianças no mundo todo”, ressaltou ela.
Exames genéticos
A geneticista Patrícia Braga explicou que a dificuldade para realização de estudos genéticos está no alto preço cobrados para realização desse tipo de exame.
“Os exames genéticos ainda são bastante caros. Não são exames que estão à disposição livre e total das pessoas, às vezes a gente também depende da questão de ser disposto particular ou pelo plano de saúde para gente conseguir um diagnóstico desses pacientes. Infelizmente as doenças raras hoje em dia têm ainda poucos tratamentos, tem crescido bastante com a indústria farmacêutica, com várias tecnologias que estão sendo usadas, com várias pesquisas que estão sendo feitas, mas infelizmente ainda são poucas aquelas que nós conseguimos tratar realmente", lamentou a geneticista.
Fundos para pesquisa
Ana Karine Bittencourt, jornalista e publicitária, fundou em 2020 o Instituto Mariano de Apoio à Pesquisa em DEAF1/DAND em Brasília (DF), após receber o diagnóstico da doença para o filho Rafael, de 14 anos. Segundo ela, o Instituto acolhe pessoas de todo o Brasil e de vários países da América Latina.
"O instituto foi fundado por uma mãe com o apoio de outra mãe que ajudou no conselho fiscal. Eram duas mães, mas aos poucos foram chegando outras, e hoje somos oito famílias e nove crianças, pois uma família tem gêmeos. O objetivo do Instituto é arrecadar fundos, acompanhar, financiar e realizar as pesquisas" explicou Ana.
Segundo Ana, será firmado um convênio com a Universidade de Campinas para acompanhar as pesquisas que já existem, com o objetivo de organizar o material já estudado e continuar estudando o DEAF1 no Brasil e no mundo.
Por - G1
Quando a mãe permite que outra mulher amamente o seu bebê, o chamado aleitamento cruzado, ela está colocando em risco a saúde da criança, pois algumas doenças podem ser transmitidas através do leite materno.
No passado, os bebês costumavam ser amamentados pelas "amas de leite", mas há tempos foi comprovado, cientificamente, que isso é errado. Para se ter ideia, uma portaria do Ministério da Saúde, publicada em 1993, já abordava o assunto orientando que "as equipes de saúde deviam proibir que as mães amamentassem outros recém-nascidos que não os seus. O mesmo posicionamento adota a Rede de Bancos de Leite Humano.
Valdenise Tuma Calil, pediatra neonatologista e coordenadora-médica do Banco de Leite Humano do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), explica o aleitamento cruzado passou a ser contraindicado após o advento do HIV, por volta da década de 1980, porque a doença também é transmitida através do leite materno.
"Existe uma janela imunológica, então, às vezes, mesmo que a gestante tenha feito exames, eles podem ainda não estar detectando a infecção, porque ela não tem a quantidade de anticorpos suficientes, por exemplo", explica Calil, reforçando que essa prática é muito arriscada, inclusive, para a mulher, visto que, embora seja menos comum, ela também pode ser infectada pelo bebê, já que a amamentação é um contato extremamente íntimo.
Eveline Campos Monteiro de Castro, pediatra e chefe da unidade de neonatologia da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará (MEAC-UFC), vinculada à Rede Ebserh acrescenta que, em algumas regiões do país, onde o acompanhamento do pré-natal é mais escasso, os riscos são ainda maiores. "A realidade é mais difícil em alguns hospitais públicos onde as mães não conseguem fazer o pré-natal de forma correta", comenta a médica.
E além do risco iminente de infecção pelo HIV, causador da Aids, outras doenças também podem ser transmitidas para o bebê através do leite materno, como hepatites, HTLVs (vírus da mesma família do HIV), mononucleose (ou doença do beijo), citomegalovírus (da família do vírus herpes).
Doação de leite é indicada e extremamente importante
Se a mulher precisa de leite materno ou quer doar, ela pode procurar um dos 220 postos de coleta dos Bancos de Leite Humano (BLHs) espalhados pelo país. "Grande parte dos bancos tem o serviço de coleta externa. Eles vão buscar o leite na residência da doadora, e isso já viabiliza, porque muitas vezes a mulher está amamentando o seu bebê e não consegue se deslocar para doar", ressalta Ana Zélia Pristo de Medeiros Oliveira, enfermeira e coordenadora do banco de leite da Maternidade Escola Januário Cicco, vinculada à Rede Ebserh, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN).
Nesse contexto é muito importante frisar que a doação para um banco de leite não é a mesma coisa que o aleitamento cruzado, porque o leite doado, antes de ser entregue a um bebê, é pasteurizado.
"A pasteurização é um aquecimento do leite a 62,5°C por trinta minutos, e depois um resfriamento rápido a mais ou menos 4°C para evitar que o leite perca muitas propriedades imunológicas", descreve Calil. "Com isso, existe uma inativação de 100% dos vírus e bactérias patogênicas, por isso ele pode ser utilizado para outros bebês que não são daquela mãe", esclarece a especialista, que também é professora colaboradora da disciplina de neonatologia da Universidade de São Paulo.
O leite materno é essencial para o bom desenvolvimento do bebê. Mas não raro é difundida a ideia de que, dependendo da cor ou da textura, ele é mais forte ou mais fraco. No entanto, isso não passa de um mito.
Segundo os especialistas, não existe leite fraco, independente da aparência, ele tem sempre a quantidade de nutrientes adequada para cada fase do bebê, a não ser que a mãe tenha uma desnutrição muito severa (exceções), então o leite pode ter uma quantidade de gordura um pouco menor.
O que acontece, na verdade, é que algumas mulheres produzem leite com um maior teor de gordura, dependendo da sua alimentação, o que não significa que o leite de outras seja fraco, tampouco que a nutrição do bebê será prejudicada.
"As mães que têm restrição alimentar por não ter condições de se alimentar adequadamente durante a gravidez, também tem um leite muito bom, porque o organismo tira tudo que ela tem de melhor para alimentar o bebê", reforça Castro, pediatra e chefe da unidade de neonatologia da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand.
A especialista ainda ressalta que a natureza é tão perfeita que o leite da mãe de um bebê prematuro é diferente de outro que nasceu na época certa. "A quantidade de nutrientes é exatamente a ideal para aquele bebê, a gente nem entende essa perfeição do corpo", comenta Castro.
Benefícios do aleitamento materno
Não é segredo para ninguém que o leite materno é muito importante para o desenvolvimento do bebê. Mas você sabe exatamente por quê? Veja a seguir alguns dos principais motivos:
- As proteínas do leite materno têm uma qualidade muito melhor se comparados com a fórmula, como já mostram diversos estudos;
- O leite materno tem as quantidades de nutrientes exatas para o recém-nascido e para cada fase posterior;
- Reduz o risco de mortalidade infantil;
- Tem uma digestão mais rápida e melhor, além de o bebê ter menos incidência de refluxo e diarreia;
- Protege contra a desnutrição e obesidade, já que possui uma quantidade muito mais equilibrada de nutrientes;
- Diminui o risco de diabetes;
- O leite materno tem fatores de defesa imunológicos que protegem, em especial, contra infecções digestivas e respiratórias;
- Estudos apontam que o leite materno diminui o risco de transtornos mentais na infância e adolescência;
- Bebês que mamam no peito correm menos risco de serem internados;
- Favorece o desenvolvimento motor-oral, que inclui a da arcada dentária, mandíbula, lábios, língua, mandíbula, maxila, bochechas, etc;
- Previne a má oclusão dental;
- Protege contra doenças intestinais com origens imunológicas;
- Previne contra doenças alérgicas e crônicas, como colesterol, cardiopatias, alguns tipos de cânceres e leucemia;
- O aleitamento materno é muito mais prático, está sempre pronto e na temperatura ideal;
- A amamentação fortalece muito os vínculos afetivos entre mãe e filho.
E os benefícios não param por aí. Diversas pesquisas, incluindo uma brasileira e publicada na prestigiada revista médica The Lancet, mostram que o aleitamento materno também melhora a cognição, ou seja, bebês que mamam no peito tendem a ser mais inteligentes, com um QI mais elevado.
- E as mães também são beneficiadas, visto que o leite materno:
- Diminui o risco do câncer de mama, de ovário e protege contra a diabetes tipo 2, como já demonstrado em estudos;
- Ajuda na recuperação do pós-parto com a liberação de ocitocina, que contrai o útero para que ele volte ao normal mais rápido, independentemente do tipo de parto;
- Auxilia na perda do peso;
- Diminui o risco de depressão pós-parto.
Além disso, segundo os especialistas, a amamentação ainda tem um efeito anticoncepcional. A mulher que amamenta com intervalos regulares tende a demorar mais para engravidar novamente, pois a produção hormonal inibe uma nova gestação.
Contudo, há alguns casos que impedem que a mulher amamente o seu bebê, como o uso de alguns medicamentos para câncer ou doenças imunológicas, quimioterapias, entre outros.
Algumas mães podem sofrer com mastite — uma inflamação que deixa o seio vermelho e bastante dolorido, e que requer medicação. Outras têm fissuras, que costumam surgir ainda no início da amamentação. Isso ocorre, principalmente, porque a criança ainda está aprendendo a sugar o leite. De qualquer forma é preciso ir ao médico para avaliação, que pode, por exemplo, receitar pomadas para um tratamento eficaz, sem precisar cessar a amamentação.
Caso o seio esteja muito machucado, atualmente, existem profissionais que fazem aplicação de laser para cicatrização, mas não é barato, por isso a técnica é inviável para a maioria da população.
"A mãe pode deixar a mama machucada em repouso, passar a pomada receitada e retirar o leite para não empedrar. Não pode deixar cheia de leite e dura, porque isso predispõe a mastite", alerta Cali, professora da USP e membro do departamento de aleitamento materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
A especialista comenta também que algumas mães, ao terem o seio machucado gostam de passar o próprio leite na região, o que faz bastante sentido. "Porque o leite materno tem propriedades cicatrizantes, então, ela pode passar o leite e deixá-lo secar, que isso também vai ajudar na cicatrização", ensina Calil.
Segundo ela, a maior parte das mães não precisa parar de amamentar por esses motivos, a não ser que haja, por exemplo, um abscesso mamário (infecção com saída de pus). Nesse caso, ela deve cessar a amamentação e esperar melhorar. Depois, caso queira, pode voltar a amamentar o bebê.
Vale dizer que, às vezes, só um seio inflama e, nesse caso, a mãe pode seguir a amamentação apenas com o outro, provisoriamente.
Como forma preventiva, os especialistas reforçam que as mães precisam ser acompanhadas e muito bem orientadas por um pediatra ou uma consultora de lactação. Nos próprios Bancos de Leite Humano, a mulher pode receber orientações sobre como amamentar o seu filho corretamente.
A amamentação é tão importante que entre os dias 1 e 7 de agosto ocorre a 31ª semana mundial de aleitamento materno. No Brasil, esse mês é conhecido como Agosto Dourado, porque simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha a manutenção do aleitamento materno por dois anos ou mais, e, de forma exclusiva, por 6 meses.
Por - BBCNews