Olhos fixos no horizonte, latidos sem direção, saltos em objetos invíveis e comportamentos sobrenaturais.
Esses são alguns hábitos que ajudam a reforçar a teoria de que animais são capazes de enxergar espíritos e interagir com o além. O assunto pode até assustar alguns tutores, mas outros têm sede em entender mais sobre a mediunidade de seus pets. Por isso o Vida de Bicho foi atrás de especialistas para desvendar esse tema curioso!
Para a ciência, a habilidade de ver e ouvir fantasmas não passa de uma invenção do nosso cérebro. Entretanto, para seguidores de algumas religiões e doutrinas, o comportamento é considerado um dom natural que pode ser aprimorado com estudo e dedicação. No espiritismo, animais são considerados seres espirituais em evolução - ainda não possuem consciência de si.
Apesar de não possuírem entendimento claro do mundo à sua volta, a interação com desencarnados ainda pode acontecer. O livro dos médiuns, de Allan Kardec, um dos principais guias para quem segue a doutrina, diz que “espíritos podem se tornar visíveis e tangíveis para os animais [...] O pavor súbito que os toma, e que parece sem motivo [na visão dos tutores], é causado pela visão de um ou muitos destes seres, às vezes, mal-intencionados para com indivíduos presentes ou aos seus donos”.
Sabina Scardua, médica-veterinária comportamentalista e colunista do Vida de Bicho, esclarece que essa interação acontece através de campos energéticos, por desdobramento, por meio de sua multidimensionalidade e de forma telepática.
“Nem todos são capazes de enxergar espíritos. Assim como os humanos, não dá para generalizar entre os animais. Inclusive, muitos não lidam bem com isso e ficam assustados, ansiosos e inseguros”, alerta.
É difícil definir uma razão para que esta mediunidade aflore. A religião espírita acredita que todas as habilidades cumprem diferentes funções para cada indivíduo - para uns, uma lição, para outros, um presente, e, para os mais endurecidos, uma provação. O mesmo ocorre entre os cães, gatos e outras espécies.
Cassio Cañete, responsável pelo grupo jovem da Fraternidade Espírita Discípulos de Jesus, explica que, diferentemente dos humanos, animais possuem percepções mediúnicas restritas. Apesar de não conseguirem se comunicar diretamente com as almas, são capazes de sentir sua presença, vê-las e ouvi-las.
“Eles reagem a partir desse estímulo. Assim como acontece com os médiuns, a linguagem e a transmissão entre os planos físico e espiritual ocorre conforme a noção espiritual de quem as absorve”, comenta.
Um exemplo de reação citado por Sabina acontece quando o animal decide ficar em um mesmo cômodo sozinho por horas - seja na porta, dentro do ambiente ou impedindo a passagem de seu tutor. Como forma de proteção e na tentativa de realizar a guarda do espaço, alguns animais tentam “encurralar” espectros ou espíritos.
Entre os gatos, a sensibilidade do lado espiritual é capaz de curar seus tutores. Isso acontece porque os felinos possuem maior facilidade de absorver dos fluidos. Não à toa, é uma espécie conhecida por deitar em seus tutores em locais ‘doentes’ para curá-los. Logo depois, o peludo se lambe para realizar a limpeza, a proteção astral e descansa para repor seus fluidos.
Mas relaxe: nem sempre essas interações aleatórias representam a presença de espíritos na casa. Como relembra Sabina, os bichos possuem o espectro de visão, audição e olfato muito diferente do nosso. Não é toda vez que olham para a parede fixamente ou 'para o nada' que estão vendo espíritos, pode ser que estejam apenas se concentrando em uma informação olfativa mais distante.
Por - Casa e Jardim
Apelidados pelo atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, de “embaixadores avançados da democracia”, cerca de 2 milhões de mesários - convocados e voluntários - devem trabalhar nas eleições de outubro próximo.
O prazo para que juízes façam a nomeação de eleitores que vão integrar as mesas receptoras de votos e de justificativas e o pessoal de apoio logístico dos locais de votação para o primeiro e eventual segundo turnos da eleição começou no último dia 5 e termina no dia 3 de agosto.
Quem pode
Eleitores maiores de 18 anos, em situação regular com a Justiça Eleitoral podem ser mesários.
Quem não pode
Eleitores menores de 18 anos, candidatos e respectivos parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau (irmãos, cunhados, filhos, pais, genros, noras, sogros, netos, avós), inclusive, e cônjuge, integrantes de diretórios de partido político ou federação de partidos que exerçam função executiva, autoridades e agentes policiais, bem como funcionárias ou funcionários que exercem cargos de confiança do Poder Executivo, os que trabalham na Justiça Eleitoral.
Convocados e voluntários
Segundo a Justiça Eleitoral, a diferença está no próprio nome. Há eleitores que são convocados para prestar serviços em uma eleição; já o mesário voluntário é a pessoa que se oferece para os trabalhos eleitorais nas mesas receptoras de votos ou de justificativas.
Inscrições
A inscrição pode ser feita pelo aplicativo (app) e-Título, na página Canal do Mesário, do Portal do TSE, ou nos sites dos tribunais regionais.
O app pode ser baixado para smartphone ou tablet, nas plataformas iOS ou Android, nas lojas Google Play e Apple Store. Para se cadastrar, é necessário informar o número do título ou do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o nome completo, a data de nascimento e os nomes dos pais. Feito isso, o interessado poderá ser nomeado para participar das eleições como mesário voluntário pelo juiz eleitoral responsável, que segue critérios definidos em lei.
Outra opção para os interessados é entrar em contato com o cartório eleitoral em que for eleitor.
“Não há um prazo final para a inscrição, pois ela pode ser feita de forma permanente. Mas, como o prazo da comunicação da convocação da Justiça Eleitoral para as eleições deste ano vai até 3 de agosto, essa data acaba sendo um marco temporal para trabalhar nas próximas eleições”, informou o TSE.
Convocação
Quem for convocado para os trabalhos eleitorais recebe uma comunicação oficial da Justiça Eleitoral (carta de convocação), fisicamente ou em formato eletrônico por e-mail ou por WhatsApp ou de forma física. A forma fica a cargo de cada Tribunal Regional Eleitoral nos estados e no Distrito Federal.
Segundo o TSE, em caso de impossibilidade de participar, o convocado tem prazo máximo de cinco dias, a contar do recebimento da convocação, para apresentar as razões de seu impedimento. O pedido de dispensa deve ser enviado ao juiz da zona eleitoral em que o convocado está inscrito, com a comprovação da impossibilidade de trabalhar. O pedido será avaliado pelo juiz, que poderá aceitar ou não a justificativa.
Em caso de não comparecimento sem justa causa apresentada ao juiz eleitoral até 30 dias após a eleição, o mesário pagará multa. Se o faltoso for servidor público, a pena será de suspensão de até 15 dias. Caso a mesa fique impedida de funcionar pelo não comparecimento do mesário, as penalidades serão aplicadas em dobro.
Benefícios para o mesário
O trabalho como mesário pode contar como horas complementares em cursos universitários (consulte o TRE do seu estado); em caso de empate em concurso público, pode ter vantagem para o desempate (se estiver previsto no edital); no dia da eleição, recebe auxílio-alimentação no valor máximo de R$ 45 (Portaria TSE nº 399, de 27 de abril de 2002; e tem direito a dois dias de folga por cada dia trabalhado e, ao concluir o treinamento, sem perder o salário. É importante destacar que as folgas devem ser negociadas com a empresa, o órgão ou a instituição na qual a mesária ou o mesário trabalha.
Treinamento
Os selecionados são capacitados por meio de uma plataforma de ensino a distância (EaD) ou por meio do aplicativo Mesário. No treinamento, os futuros colaboradores se informarão sobre fluxo de votação, procedimentos a serem adotados na seção eleitoral e soluções para eventuais problemas. Também receberão um checklist de início do trabalho e do encerramento do dia de votação. Alguns cartórios eleitorais podem oferecer, também, capacitação presencial.
Eleições
No dia 2 de outubro, cerca de 150 milhões de eleitores irão às urnas em todo o Brasil para escolher os ocupantes dos cargos de deputado federal, deputado estadual (ou distrital), senador, governador e presidente da República. Para os cargos em que houver disputa de segundo turno, a votação será no dia 30 de outubro.
Por - Agência Brasil
Colocar duas fotos no perfil do WhatsApp é possível a partir de um truque simples. Por padrão, o mensageiro só permite adicionar uma imagem no perfil por vez.
Porém, o usuário pode fazer uma montagem em um app de edição e transformar as duas fotos em uma só. O procedimento é útil principalmente para quem está em dúvida entre qual imagem adicionar no mensageiro. Por isso, veja, a seguir, como colocar duas fotos no perfil do WhatsApp. Vale destacar que a colagem foi realizada no app PicsArt, disponível para Android e iPhone (iOS).
Como colocar duas fotos no perfil do WhatsApp
Passo 1. Abra o aplicativo PicsArt e, na área de Colagens, toque em "Grades". Feito isso, procure na galeria duas fotos que deseja juntar e toque sobre elas;
App Picsart possui modelos de colagem prontos — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 2. Depois, note que na parte de cima da tela aparecerão alguns modelos de colagens prontas, então, arraste o dedo para o lado para visualizar as opções de montagem. Lembre-se que a imagem do perfil do WhatsApp apresenta um formato quadrado. Por isso, vale escolher um modelo nessas dimensões para que o enquadramento fique correto no mensageiro. Então, após selecionar uma opção, vá em "Próximo". Na ferramenta de edição, toque sobre uma das fotos para ajustar a imagem;
Ação para selecionar duas imagens para fazer a montagem — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 3. Toque na parte verde que aparece na tela e arraste a imagem no sentido vertical ou horizontal para fazer o ajuste. Em seguida, vá em "Bordas", caso queira afinar ou engrossar a moldura da montagem;
Ação para ajustar imagens no app PicsArt — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 4. Agora, arraste a bola branca no sentido da esquerda (para afinar) ou no sentido da direita (para engrossar) a borda. Após editar a imagem, aperte no ícone da seta. Feito isso, toque em "Salvar";
Ação para ajustar a grossura da borda da montagem — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 5. Toque em "Salvar" novamente para guardar a imagem em seu dispositivo. Agora, abra o WhatsApp e, na tela inicial, toque nos três pontos localizado na parte de cima da tela;
Ação para salvar montagem feita no PicsArt — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 6. Depois, vá em "Configurações". Feito isso, toque na sua atual foto de perfil;
Ação para acessar as configurações do WhatsApp — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 7. Pressione novamente na sua foto de perfil e vá em "Galeria";
Ação para escolher a nova foto de perfil do WhatsApp na galeria — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Passo 8. Selecione a pasta em que a montagem está localizada e, em seguida, aperte na imagem que deseja colocar no perfil do WhatsApp. Feito isso, toque em "OK" para concluir a ação.
Ação para colocar duas fotos no perfil do WhatsApp — Foto: Reprodução/Marcela Franco
Pronto! Aproveite as dicas do tutorial para colocar duas fotos de perfil no WhatsApp.
Por - TechTudo
Você acredita em magia ou superpoderes? Sabemos que super-heróis e bruxos, como o Capitão América e o Harry Potter, são personagens de ficção, mas existem criaturas com habilidades surpreendentes que podem parecer poderes sobrenaturais na vida real.
Acredite ou não, há animais que podem se multiplicar ou se transformar em outro. Confira alguns exemplos!
1. Sapo criogenado
O sapo-da-floresta (Rana sylvatica), nas estações mais frias, pode congelar a água de seu corpo, enquanto o líquido dentro de suas células permanece viscoso. É como se ele estivesse morto, os órgãos não funcionam e ele não respira. Quando chega a primavera, o sapo derrete e seu sangue começa a circular, não havendo sem nenhum dano.
2. Wolverine anfíbio
O Trichobatrachus robustus, também conhecido como sapo peludo, curiosamente possui garras. No entanto, elas não são feitas de queratina, como as unhas de cães e gatos, e sim compostas de osso e, para empurrá-las para fora, o animal precisa romper a pele e quebrar os dedos.
3. Teias gigantes
A aranha-da-casca-de-Darwin (Caerostris darwini) possui maravilhosas habilidades de construção. Essa espécie pode tecer enormes teias, que se estendem por corpos d'água, com fios de até 25 m de comprimento. Cientistas testaram a resistência dessa seda e descobriram que os fios eram duas vezes mais resistentes do que qualquer outra teia já estudada.
4. Super-herói microscópico
Os tardígrados, também conhecidos como ursos d'água, são pequenos animais roliços, com cerca de 0,5 mm. Porém, apesar de seu minúsculo tamanho, eles se adaptam facilmente a ambientes extremos. A espécie pode sobreviver a pressões mais de seis vezes maiores do que aquelas encontradas no oceano mais profundo e resistem a temperaturas de até 149 ºC.
Esses bichos ainda podem sobreviver no espaço, porque possuem uma habilidade chamada criptobiose, que os permite viver por anos com pouca função metabólica. Quando em contato com a água, eles se reidratam e voltam à vida.
5. Verme que se multiplica
A planária (família Planariidae) é um platelminto que vive em corpos d'água ao redor do mundo. Ela possui a capacidade de se multiplicar. Caso seja partida ao meio ou mesmo cortada em pedaços, cada parte se regenera em uma planária totalmente nova. É possível até separar uma única célula e ela se desenvolverá em um verme inteiro.
6. Peixe atirador de elite
O peixes-arqueiro (família Toxotidae) pode mirar e caçar um inimigo com grande precisão. Sua arma é um fluxo fino de água cuspido em direção às presas, incluindo insetos fora d'água.
7. O animal mais forte do mundo é um inseto
O besouro Onthophagus Taurus é considerado proporcionalmente o animal mais forte do mundo. O inseto é capaz de levantar 1.140 vezes seu próprio peso corporal.
8. Polvo cosplayer
Muitos polvos são capazes de mudar de cor ou até de textura de pele para afastar predadores e caçar. Mas somente o polvo-mímico (Thaumoctopus mimicus) pode realmente imitar outras espécies de animais, assumindo a forma de um peixe-leão, cobras, enguias e outras criaturas marinhas aparentemente perigosas.
9. Rato anti-câncer
O rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber) possui um sistema imunológico superpoderoso. Cientistas apontam que a espécie parece ser imune ao câncer, o que tem instigado pesquisadores, que esperam entender mais sobre a doença e como ela afeta os humanos.
Cientistas descobriram que esses animais possuem uma forte substância hialurônica entre os tecidos que impedem o desenvolvimento de tumores e parecem sintetizar proteínas muito bem, fatores que podem justificar sua longevidade, cerca de 30 anos, nove vezes maior que de camundongos.
O fóssil de um dinossauro ancestral das aves deve ser repatriado para o Brasil. Atualmente, o exemplar, que viveu entre 110 e 115 milhões de anos atrás, está em um museu de história natural na Alemanha e, de acordo com um jornal alemão, deve ser devolvido ao país de origem.
As circunstâncias da exportação e importação do fóssil Ubirajara jubatus não são claras e existem dúvidas quanto à legalidade da aquisição.
O Ubirajara jubatus é o dinossauro mais antigo da Bacia do Araripe, na divisa de Ceará, Piauí e Pernambuco, e considerado uma espécie que antecedeu as aves. O fóssil foi retirado ilegalmente do Brasil nos anos 1990.
Em 2021, o movimento #UbirajaraBelongsToBR teve bastante repercussão nas redes sociais e exigia a repatriação do fóssil. Em setembro do ano passado, o museu afirmou que a peça era propriedade do governo alemão. E que havia adquirido o dinossauro antes da entrada em vigor da Convenção da Unesco, que regula a transferência de propriedade de bens culturais, de 1970.
Mas, de acordo com a imprensa, o Museu de História Natural já admitiu ter feito declarações falsas sobre a origem do fóssil. Por motivos de proteção de dados pessoais, não foi informado se houve processo disciplinar ou criminal sobre o caso.
A negociação entre o governo brasileiro e alemão incluiu a apresentação de documentos comprobatórios sobre o Ubirajara e também sobre outros fósseis já identificados. Allyson Pinheiro, professor da Universidade Regional do Cariri, diz que a repercussão do caso foi mundial.
Em comunicado à imprensa alemã, o Museu Nacional do Rio de Janeiro foi citado como futuro local que abrigará o fóssil do dinossauro. A princípio, o material poderia ser encaminhado ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, no Ceará. De acordo com Allyson, o mais importante é a repatriação dos fósseis para o Brasil.
Desde 1942, a legislação brasileira exige a autorização prévia para qualquer extração de fósseis e a fiscalização feita por instância federal. O tráfico desses materiais tem sido um problema, principalmente na bacia do Araripe. Nos últimos três anos, o Ministério Público Federal já atuou no repatriamento de dezenas de outros fósseis que estavam na Europa, no Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica, ou que eram comercializados em sites de leilões na Itália e França.
Museu Nacional
Em comunicado, o direção do Museu Nacional diz que vem acompanhando a divulgação na imprensa sobre a possibilidade do fóssil "tão emblemático para a ciência devido a conscientização internacional sobre o que representa a perda do patrimônio cultural paleontológico brasileiro para o país" fazer parte do acervo da instituição. Segundo a instituição, ainda não houve uma confirmação desta movimentação.
"É importante frisar que a vinda desse exemplar é uma enorme vitória da comunidade cientifica brasileira e que por isso deve ser muito celebrada. Também parabenizamos as autoridades da Alemanha desta importante decisão que muito colabora nas relações entre os dois países. Como todos sabem, o Museu Nacional/UFRJ tem uma parceria de longa data com a Universidade Regional do Cariri e com o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, que têm atuado nesse caso. Qualquer situação que envolva este ou outros materiais será discutida entre os parceiros. Naturalmente, a vinda de uma peça tão emblemática seria uma ação extremamente importante é simbólica no processo de reconstrução da nossa instituição. Vamos aguardar!", diz o comunicado.
Por - Agência Brasil
Uma mulher inglesa de 22 anos não fazia ideia de que estava grávida até dar à luz a sua bebê sentada no vaso sanitário da casa dos seus pais.
Lucy Jones disse que tomava pílula anticoncepcional e continuou menstruando regularmente, por isso, nem chegou a suspeitar da gestação. Além disso, ela havia feito dois testes de gravidez recentemente como parte de um processo para se qualificar como comissária de bordo – e os dois deram negativo.
Por não saber na gravidez, Lucy continuou vivendo a vida normalmente. Ela trabalhava 70 horas semanais e ia a festas e clubes com os amigos. Um mês antes de dar à luz, ela foi aprovada em um teste de aptidão física para trabalhar a mais de 10 mil km de altura como comissária de bordo. Dez dias antes de Ruby nascer, trabalhou por longas horas como gerente de um bar e, no sábado anterior, tinha ido à uma festa.
“Eu costumava sair para beber duas a três vezes por mês. Fui a boates provavelmente de 10 a 15 vezes quando estava grávida. Eu fui à uma balada no sábado antes de dar à luz. Eu não tinha barriga, não fiquei enjoada e menstruava todos os meses. Eu fiz dois testes de gravidez que deram negativo por causa do meu novo trabalho de comissária de bordo”, ela explica. “Eu estava grávida de oito meses quando fui ao médico e fiz os testes. O médico me examinou, pressionando meu estômago e não suspeitou de nada. Eu ainda estava tomando a pílula. Eu tomava todos os dias há seis ou sete anos”, afirma.
Lucy deu à luz a Ruby em março de 2022, sentada no vaso sanitário do banheiro da casa dos pais. Ela conta que sentiu dores na barriga e nas costas um dia antes, mas assumiu que se tratavam que cólicas menstruais já que seu período estava próximo. No dia seguinte, ela acordou, tomou um banho e se deitou na cama novamente. Ela disse que cerca de 45 minutos depois, sentiu o seu estômago “virar” e correu para o banheiro. Lá, ela ouviu um barulho e, quando olhou para baixo, viu dois pequenos pés saindo para fora. “Eu não senti nenhuma dor. Ninguém podia acreditar nisso. Senti uma dor nas costas e na barriga, mas não senti nenhuma dor quando eu estava fisicamente empurrando o que eu achava que era um cocô”, contou Lucy.
Depois que a bebê nasceu, ela enrolou a recém-nascida em uma toalha, a colocou sobre a pia da cozinha e ligou para os seus pais, que não estavam em casa no momento. Eles chegaram cerca de 10 minutos depois e ligaram para uma ambulância. Lucy diz que os pais ficaram confusos com a notícia e acharam que ela havia sofrido um aborto. “Eu estava gritando histericamente ‘há um bebê’, e eles imaginaram que fosse um aborto, não que havia um bebê de 3 kg de tamanho normal na pia na cozinha”, brincou.
Ela diz que não consegue se lembrar do momento em que seus pais chegaram em casa, e a sua única memória depois disso é de estar no hospital com a sua bebê. “Papai descreveu como encontrou a cozinha: parecia uma cena de assassinato, porque quando eu corri do banheiro para a cozinha para pegar meu telefone, o cordão estourou e o sangue começou a vazar. Tinha sangue pelas paredes, na porta, na geladeira e no freezer”, ela diz.
Apesar da surpresa, Lucy garante que está feliz com a bebê, e insiste que não mudaria nada, mesmo se pudesse. Ela diz que logo a notícia se espalhou pela família, e ninguém podia acreditar no que tinha acontecido. “Meu pai ligou para a família e, quando ele contou, havia silêncio no telefone. Ninguém podia acreditar. Mesmo agora com a família ainda não conseguimos entender o que aconteceu. Ainda há momentos em que ficamos tipo ‘uau’”, diz.
Agora, Lucy quer aumentar a conscientização sobre as gestações enigmáticas, que acontecem quando as mulheres não sabem que estão esperando um bebê. “Essa é uma dessas histórias sobre as quais você lê, mas você nunca pensa que seria você, seu amigo ou alguém que você conhece”, ela diz. “Você não acredita e tem vergonha de outras pessoas pensarem ‘como elas não sabiam que estavam grávidas?’ Considerando que agora eu realmente vivi isso, eu meio que me arrependo de pensar assim, pois agora sei o que outras pessoas passaram. É uma coisa real, acontece”, conclui.
Gravidez enigmática
A gravidez enigmática acontece quando a mulher não sabe que está grávida, e só descobre a gestação nas semanas finais ou quando já está em trabalho de parto. De acordo com o ginecologista e obstetra Gabriel Costa, da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a menstruação irregular é um dos pontos que pode dificultar a identificação da gravidez, já que a falta dela não costuma causar desconfiança.
Também há casos em que a mãe não sente o bebê mexer, principalmente quando ela nega, psicologicamente, a gravidez. “Existem casos em que ela até sente, mas atribui isso a outros fatores, como um movimento do intestino, por exemplo”, explica o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, do Hospital Sírio Libanês (SP).
Cristiana Julianelli, psicóloga e psicanalista especializada no atendimento de gestantes (SP) explica que a negação é um mecanismo de defesa totalmente inconsciente. É uma resposta àquela situação com a qual a mulher não consegue lidar naquele momento. Na tentativa de fugir desse conflito, ela acaba interpretando a realidade de um jeito distinto. Tudo o que possa levar a uma confirmação da gravidez é negado, rejeitado, relevado”, diz.
Por conta disso, especialistas orientam que a mãe receba acompanhamento psicológico depois do parto, já que ela precisa lidar com muitas informações ao mesmo tempo. Muitas delas se preocupam com a saúde do bebê e se culpam pela ausência do pré-natal e por terem seguido uma vida sem restrições, muitas vezes consumindo álcool e tabaco – assim como Lucy.
Ainda assim, o médico Gabriel Costa tranquiliza, e afirma que na grande maioria das vezes mães e bebês evoluem de forma saudável. “O pré-natal realmente previne uma série de complicações e reconhece situações de risco. Não fazê-lo, assim como não ter seguido as orientações médicas, pode ser muito grave para mãe e filho, mas, felizmente, a maioria dos casos evolui bem”, revela.
Por - Crescer