Lula mantém disposição para o diálogo, mas critica recusa de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (24), durante evento no Vale do Jequitinhonha (MG), que o Brasil está pronto para negociar com os Estados Unidos sobre as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. Mas, segundo ele, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tem interesse em conversar.

“Ele não quer conversar. Se ele quisesse conversar, ele pegava o telefone e me ligava. Eu conversei com o Clinton, conversei com o Obama, conversei com o Bush, conversei com o Biden, conversei com o Xi Jinping, conversei com a Índia, conversei com o Canadá, ontem eu conversei 40 minutos com a presidente do México , eu conversei com o Paraguai, com a Bolívia, com a Malásia, com a Indonésia, com todo mundo eu converso, mas ele não quis conversar”, disse Lula. 

As falas de Lula foram feitas durante o I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste, que envolve iniciativas interministeriais nas áreas de educação, igualdade racial, direitos humanos e povos indígenas.

Em tom de brincadeira, o presidente brasileiro ironizou a estratégia de Donald Trump de atacar e depois voltar atrás ou interromper as negociações.

“Eu não sou mineiro, mas eu sou bom de truco, e se ele estiver trucando, ele vai tomar um seis. Primeiro, porque o Brasil está acostumado a negociar. Nós íamos negociando, já tínhamos feito dez reuniões com os Estados Unidos. Dia 16 de maio, mandamos uma carta para eles pedindo explicação das propostas que já tínhamos feito. Dia 16 de maio não responderam, o que responderam foi o site”. 

Lula já declarou anteriormente que vai adotar a Lei da Reciprocidade, caso o Brasil seja taxado.

O presidente brasileiro também criticou a fala do líder norte-americano de que a Justiça brasileira está fazendo uma “caça às bruxas” no julgamento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por liderar uma tentativa de golpe de Estado.

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 Alckmin conversa com secretário de Comércio dos EUA sobre tarifaço

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, revelou nesta quinta-feira (24) ter mantido uma conversa telefônica com o secretário de Comércio dos Estados Unidos (EUA), Howard Lutnick, sobre a imposição de tarifas de importação contra produtos brasileiros.

A conversa ocorreu, segundo Alckmin, no último sábado (19). Esta foi a primeira conversa entre altos integrantes dos dois governos desde o anúncio da taxações ao Brasil pelo presidente dos EUA, Donald Trump, há duas semanas.

"Nós tivemos uma conversa com o secretário de comércio, Howard Lutnick, uma conversa até longa, que entendo importante, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação", relatou.

"O presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política, nem ideológica, mas centrar na busca de solução para a questão comercial. E, ao invés de ter um perde e perde com inflação nos Estados Unidos e diminuição das nossas exportações para o mercado americano, nós invertermos isso, resolvermos problemas, aumentarmos a complementaridade econômica, a integração produtiva, investimentos recíprocos, discutimos não bitributação, enfim, avançamos numa agenda extremamente positiva", acrescentou o vice-presidente.

Questionado por repórteres sobre como o secretário norte-americano reagiu à conversa, Alckmin preferiu não entrar em detalhes, mas classificou o diálogo como positivo. "A conversa foi boa, tanto foi boa que foi quase 50 minutos e foi proveitosa. Agora, vamos aguardar, são conversas institucionais, devem ser reservadas, mas tivemos sim um contato e essa é a disposição do governo brasileiro", reforçou.

O vice-presidente coordena o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais criado pelo governo federal para fazer frente à tarifa imposta pelos EUA, prevista para entrar em vigor daqui a uma semana, no dia 1º de agosto. Desde a semana passada, Geraldo Alckmin tem se reunido com diferentes setores que estão entre os mais afetados pelo tarifaço, da indústria ao agronegócio.

Mais cedo, nesta quinta, ele se reuniu com representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), da empresa Taurus Armas e da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM). O setor é um grande exportador para o mercado norte-americano. Alckmin também se reuniu com o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).

Em uma reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo brasileiro afirmou que sanções comerciais não podem ser usadas para afetar a soberania dos países. No carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 9 de julho, Trump também justificou a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado; ele pede a anistia a Bolsonaro.

Em diferentes ocasiões, o presidente Lula disse que o Brasil vai adotar medidas de reciprocidade contra as tarifas unilaterais dos EUA, caso elas se confirmem e se mantenham. Até o momento, no entanto, nenhuma decisão específica foi adotada. A expectativa é que qualquer anúncio só ocorra a partir da entrada em vigor das tarifas.

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 Financeiras poderão exercer atividade de fintech de crédito

A partir de setembro, as financeiras poderão exercer atividades de fintechs (empresas de tecnologia financeira) de crédito e de instituições de pagamento (que movimentam pagamentos, mas não oferecem empréstimos). O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (24) uma resolução que moderniza as regras das financeiras e permite a incorporação de uma série de serviços, regulamentados por outras normas.

As financeiras também poderão atuar como credenciador, instituição de pagamento que faz a ponte entre comerciantes e as bandeiras de cartão de crédito e débito. Elas também poderão participar no capital social de outras sociedades de crédito.

Em nota, o Banco Central (BC) informou que as novas regras melhoram a competitividade e criam incentivos para que as fintechs de crédito e as instituições de pagamento se tornem financeiras, conforme expandam seus negócios, num “segmento mais compatível com suas estratégias, operações e clientes”.

O CMN esclareceu que as financeiras podem emitir letras de crédito imobiliário (LCI) e certificados de operações estruturadas (COE), também podendo podem captar recursos no exterior. Elas já podiam fazer esse tipo de operação com base nos respectivos marcos legais e normativos, mas as regras, distribuídas em diversos atos, foram incorporadas ao texto único.

Consulta pública

A resolução consolida as regras das sociedades de crédito, financiamento e investimento, conhecidas popularmente como financeiras. Segundo o BC, as novas regras resultam de uma consulta pública aberta em 2024, que teve a participação de 33 respondentes, entre associações representativas de instituições autorizadas a funcionar pelo BC, financeiras, escritórios de advocacia e até pessoas físicas.

Além de consolidar normas que estavam dispersas pela legislação, a resolução revogou regras obsoletas em vigor desde 1959. Segundo o Banco Central, o ato normativo incorpora todas as operações atualmente permitidas às financeiras, considerando seu foco no mercado de crédito, e inclui atividades de instituições mais recentes, como instituições de pagamento e fintechs de crédito, potencialmente ampliando a competitividade do segmento.

Em nota, o BC explicou que a nova resolução traz mais segurança jurídica, ao unificar as normas, e busca “posicionar adequadamente as sociedades de crédito, financiamento e investimento em relação a instituições com escopo mais limitado de atuação”.

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 FGTS distribuirá quase R$ 13 bi do lucro de 2024

Cerca de 134 milhões de trabalhadores receberão R$ 12,929 do lucro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 2024. O valor equivale a 95% do lucro de R$ 13,61 bilhões registrado no ano passado.

O Conselho Curador do FGTS aprovou nesta quinta-feira (24), em Brasília, o balanço do fundo no ano passado. Tradicionalmente votada em agosto, a distribuição dos lucros também foi definida na reunião de julho. Após um lucro recorde de R$ 23,4 bilhões em 2023, o FGTS lucrou quase R$ 10 bilhões a menos em 2024.

Com a partilha dos lucros, o FGTS terá rentabilidade de 6,05% em 2024, acima da inflação oficial de 4,83% no ano passado.

No ano passado, o FGTS distribuiu 65% dos lucros aos cotistas. O percentual ficou em 99% em 2023 e em 2022. Em 2021, 96% do resultado positivo foram partilhados.

A queda no lucro em 2024 ocorreu porque, em 2023, o FGTS obteve um lucro extra de R$ 6,6 bilhões da reestruturação do fundo que financia a reconstrução do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O restante da queda decorreu das enchentes no Rio Grande do Sul, que impulsionaram os saques no FGTS no ano passado.

No ano passado, tanto a arrecadação quanto os saques no FGTS bateram recorde. Em 2024, o fundo arrecadou R$ 192 bilhões, alta de 9% em relação aos R$ 175,4 bilhões em 2023. Isso decorre da queda no desemprego e do aumento da formalização no mercado de trabalho.

Ao mesmo tempo, os saques somaram R$ 163,3 bilhões, com alta de 15%. De acordo com a Caixa Econômica Federal, administradora do FGTS, as inundações no Rio Grande do Sul elevaram as retiradas.

Prazo para pagamento

Como um trabalhador pode ter mais de uma conta no FGTS, os R$ 12,969 bilhões serão repartidos entre 235 milhões de contas. O dinheiro é distribuído proporcionalmente ao saldo em cada conta em nome do trabalhador em 31 de dezembro do ano anterior.

A Caixa Econômica Federal tem até 31 de agosto para creditar a parcela dos lucros do FGTS repartida entre os cotistas.

Pela legislação, o FGTS rende 3% ao ano mais a taxa referencial (TR). No entanto, a distribuição dos lucros - existente desde 2017 - melhora o rendimento do fundo. O crédito - rendimento tradicional mais a distribuição do lucro - é incorporado ao saldo da conta.

Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Fundodeverá ter correção mínima pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas a correção não é retroativa sobre o estoque das contas e só vale a partir da publicação do resultado do julgamento.

Se o resultado da distribuição do lucro por trabalhador e do rendimento de 3% ao ano mais a TR ficar menor que a inflação, o Conselho Curador é obrigado a definir uma forma de compensação para que a correção alcance o IPCA.

Como consultar o saldo

O trabalhador pode verificar o saldo do FGTS por meio do aplicativo FGTS, disponível para os telefones com sistema Android e iOS.

Quem não puder fazer a consulta pela internet deve ir a qualquer agência da Caixa pedir o extrato no balcão de atendimento.

O banco também envia o extrato do FGTS em papel a cada dois meses, no endereço cadastrado.

Quem mudou de residência deve procurar uma agência da Caixa ou ligar para o número 0800-726-0101 e informar o novo endereço.

Posso sacar?

O dinheiro, porém, só poderá ser retirado de acordo com as regras de saque, como demissão sem justa causa, compra da casa própria, doenças graves ou saque-aniversário.

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 Consumo dos brasileiros cresce 2,63% no primeiro semestre

O Consumo nos Lares Brasileiros registrou alta de 2,63% no primeiro semestre de 2025, de acordo com balando divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), nesta quinta-feira (24).

Em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 2,83%. Já em relação a maio, o indicador avançou 1,07%. Todos os dados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) e abrangem todos os formatos de supermercados.

“O desempenho confirma a resiliência do consumo das famílias, mesmo diante da inflação ainda elevada no grupo de alimentos e bebidas, que acumulou alta de 3,69% no semestre, acima da inflação geral (+2,99%). Ao longo do semestre, o consumidor pesquisou preços, trocou marcas, mas não reduziu o consumo em volume”, disse o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Segundo Milan, o recorte de junho identificou alterações no perfil de consumo das famílias, na comparação com junho do ano passado, mostrando migração de itens de menor preço para opções intermediárias em algumas categorias. “A combinação entre a melhora do mercado de trabalho e a circulação de recursos extras na economia parece ter ampliado o espaço para escolhas menos restritivas por parte das famílias”, afirmou.

Abrasmercado

O Abrasmercado, indicador que mede a variação de preços de 35 produtos de largo consumo, registrou queda de 0,43% em junho, após nove altas mensais consecutivas. A última deflação ocorreu em agosto de 2024, quando a variação foi de -1,32%. Com o recuo, o valor da cesta passou de R$ 823,37 em maio para R$ 819,81 em junho. Apesar da redução no mês, os preços acumulam alta de 3,18% no semestre e de 9% no intervalo de 12 meses.

Entre as proteínas animais que mais contribuíram para a desaceleração no mês, destacam-se os ovos (-6,58%), a carne bovina – corte traseiro (-1,17%) e dianteiro (-0,64%) – e o frango congelado (-0,47%). A única alta foi registrada no pernil (+0,32%). No grupo dos produtos básicos, sobressaíram-se as quedas do arroz (-3,23%), da farinha de trigo (-0,66%), do óleo de soja (-0,59%), do feijão (-0,49%) e do leite longa vida (-0,25%).

No hortifrúti, a batata (-1,90%) e a cebola (-0,13%) registraram queda, enquanto o tomate apresentou aumento (+3,25%), o que pressionou o indicador. Em higiene e limpeza, o comportamento foi predominantemente de alta, com variações no creme dental (+0,09%), xampu (+0,55%), sabonete (+0,71%) e papel higiênico (+0,82%). Entre os itens voltados à limpeza doméstica, os aumentos foram registrados no desinfetante (+1,69%), sabão em pó (+0,85%) e detergente líquido para louças (+0,37%). Já o preço da água sanitária (-0,01%) ficou estável.

Quando analisadas as regiões, a maior queda foi registrada no Sudeste (-0,79%), onde a cesta passou de R$ 843,48 para R$ 836,85. Em seguida, aparecem o Centro-Oeste (-0,36%), com redução de R$ 774,85 para R$ 772,03; o Nordeste (-0,32%), com queda de R$ 733,36 para R$ 730,98; e o Sul (-0,25%), onde os preços recuaram de R$ 899,87 para R$ 897,63. No Norte (+0,04%), houve leve alta, e os preços subiram de R$ 888,15 para R$ 888,51.

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

 Ministério da Saúde lança edital para seleção de médicos

O Ministério da Saúde (MS) publicou hoje (24) no Diário Oficial da União (DOU) edital para a seleção de médicos especialistas para o programa Agora Tem Especialistas, voltado para enfrentar a escassez de profissionais na Atenção Especializada no Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa prevê mais de 1,7 mil vagas para aprimorar o conhecimento de médicos especialistas em áreas onde há carência de profissionais.

Especialistas

Desse total, 635 vagas terão início das atividades em setembro em estados e municípios que aderiram ao Agora Tem Especialistas. As demais serão para cadastro de reserva. As inscrições serão abertas no dia 28 de julho na plataforma da Universidade Aberta do SUS 

Os médicos selecionados contarão com uma bolsa-formação de cerca de R$ 10 mil. Para participar, eles precisam ser certificados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou titulados pela Associação Médica Brasileira (AMB) nas áreas em que serão aprimorados.

A estratégia tem como finalidade aprimorar, em serviço, médicos especialistas que atuam em equipes de atenção especializada, por meio da integração entre ensino, serviço e comunidade em regiões prioritárias para o SUS. O foco está na redução do tempo de espera, na ampliação do diagnóstico precoce e no fortalecimento das redes de atenção especializada à saúde.


Regras e atuação

Pelas regras do programa, os profissionais especialistas deverão atuar em hospitais e policlínicas da rede pública. Eles também passarão por formação em 16 cursos de aprimoramento ministrados em hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Propadi-SUS) e da Rede Ebserh.

Serão 16 horas semanais de prática assistencial e quatro horas semanais de atividades educacionais, como mentoria remota e imersões em serviços de referência em especialidades prioritárias para o SUS como atenção e cuidado a pessoas com deficiência, oncologia e ginecologia. Os cursos terão duração de 12 meses.

Segundo o Ministério da Saúde, o programa prevê ainda a expansão de residências em áreas profissionais da saúde, com a oferta de mil novas bolsas para perfis que incluem, por exemplo, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos.

 

 

 

 

 

 

 

Por = Agência Brasil

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