Domingo, 16 Julho 2017 17:39

Entenda como funcionam métodos contraceptivos seguros

No dia 11 de julho de 1987, a população mundial chegou a 5 bilhões de pessoas.

 

O marco histórico motivou o Conselho Diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) a criar, dois anos depois, o Dia Mundial da População (World Population Day).

 

A data, lembrada na última terça dia 11, chama a atenção internacional para a gravidade das questões populacionais. 

 

O tema deste ano, "Planejamento Familiar: Empoderando Pessoas, Nações em Desenvolvimento" (Family Planning: Empowering People, Developing Nations), destaca a importância do acesso a métodos seguros de contracepção, pois cerca de 225 milhões de mulheres em países em desenvolvimento fazem uso incorreto ou não contínuo de métodos para evitar a gravidez, segundo dados da Federação Internacional de Planejamento Familiar/Região do Hemisfério Ocidental (IPPF/RHO). 

 

Além de ser fundamental para o estabelecimento de igualdade de gênero e empoderamento feminino, o controle da fertilidade reduz a mortalidade materna e infantil e é um fator econômico de grande impacto na redução da pobreza, como defende a socióloga Jaqueline Pitanguy. "Quando as mulheres planejam a sua reprodução, tendo acesso a meios seguros de contracepção, há a possibilidade de escolhas de acordo com projetos de vida e orçamento", avalia. A socióloga destaca que o Brasil passa por um momento de "bônus demográfico", com uma taxa de natalidade baixa, de 1.8, e, ao mesmo tempo, uma parcela grande da população está na idade produtiva. "Esses fatores estão diretamente ligados a um projeto de desenvolvimento do país. É uma estratégia de desenvolvimento", explica Pitanguy.

 

 

Escolhendo o método 

 

A escolha do método contraceptivo deve ser feita conjuntamente com o médico, considerando as particularidades de cada mulher e respeitando as indicações, alerta a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) . Para quem não pode usar os métodos hormonais, há ainda os de barreira (preservativo, diafragma, DIU de Cobre), os métodos naturais (coito interrompido, tabelinha, métodos de observação da fertilidade) e os definitivos ou cirúrgicos (vasectomia ou laqueadura). 

 

 

Métodos hormonais com uso combinado de estrogênio e progestagênio 

 

Pílulas combinadas de estrogênio e progestagênio: As pílulas combinadas de hormônios sintéticos impedem a ovulação e dificultam a passagem dos espermatozóides para o interior do útero. Via: Oral ou vaginal. 

 

Adesivo: Semelhante ao uso das pílulas combinadas. Via: Dérmico. 

 

Anel vaginal: Semelhante ao uso das pílulas combinadas. Via: Vaginal. 

 

Injeção mensal: Hormônios combinados. O mecanismo de ação é o bloqueio ovulatório. Via: Intramuscular. 

 

 

Métodos hormonais com uso de progestagênio 

 

Pílula de progesterona ou minipílula: Impede a ovulação, torna o muco cervical mais espesso (o que dificulta a passagem dos espermatozóides) e afina a parede do útero, dificultado a implantação de um possível óvulo fecundado. Via: Oral. 

 

Injeção trimestral: O mecanismo de ação é o bloqueio ovulatório. Via: intramuscular. 

 

Implante: Bastão de 4 cm de comprimento por 2 mm de diâmetro. Contém hormônios sintéticos para inibir a ovulação e modificar o muco cervical. Via: Subdérmico. 

 

Pílula do dia seguinte: Impedindo ou retardando a ovulação e diminuindo a capacidade dos espermatozóides de fecundarem o óvulo. Via: Oral. 

 

DIU com levonorgestrel: Impede a fecundação porque torna mais difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduzindo a possibilidade de fertilização. Via: Intrauterino. 

 

 

Métodos não hormonais 

 

Preservativo: Cria uma barreira de contato entre o pênis e a vagina, retendo assim o esperma. Via: Cobertura do órgão sexual. 

 

Diafragma: Anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozóides. Via: Intravaginal. 

 

Espermicida: Imobiliza e mata os espermatozoides. Via: Pode ser em forma de cremes, geleias, comprimidos, tabletes e espuma. 

 

DIU de Cobre: Inativa ou mata os espermatozoides, impedindo seu encontro com o óvulo. Via: Intrauterina. 

 

Métodos não hormonais – Naturais ou Comportamentais 

 

Coito interrompido: O homem retira o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação. 

 

Tabelinha: O ciclo varia de 25 a 30 dias. Entre eles, ocorre o período fértil, quando o óvulo chega nas trompas para seguir até o útero e ser fecundado. Fase dura cerca de uma semana e nesses dias é necessário evitar a relação ou utilizar um método extra. 

 

Métodos de observação da fertilidade: Há vários: muco-cervical (Billings), temperatura basal, sintotérmico, do colar, Ogino-Knaus. São técnicas para evitar a gravidez mediante a auto-observação de sinais do organismo feminino. Com a identificação do período fértil da mulher, o casal pode abster-se de relações. 

 

 

Métodos definitivos ou cirúrgicos 

 

Laqueadura tubária: Há diferentes técnicas. Necessário anestesia geral ou local e internação de horas até dois dias. Trompas podem ser cortadas e amarradas, cauterizadas, ou fechadas com grampos ou anéis. 

 

Vasectomia: Os canais deferentes são cortados e amarrados, cauterizados, ou fechados com grampos. Cirurgia simples, que pode ser feita em ambulatório, com anestesia local, sem internação. (Com Agência Brasil)

 

 

 

Veja também:

  • Tire suas dúvidas sobre a pílula do dia seguinte

    A pílula do dia seguinte é um meio hormonal usado pela mulher para evitar a gravidez em situações emergenciais, depois de uma relação desprotegida, e é oficialmente chamada de contracepção de emergência.

     

    Muitas meninas apelam desesperadamente para a pílula do dia seguinte depois de a camisinha estourar, por exemplo, mas poucas sabem os reais riscos e efeitos de usá-la.

  • Mitos e verdades da pílula do dia seguinte; entenda seu funcionamento

    Em situações emergenciais, quando ocorre uma relação sexual desprotegida, como quando a camisinha estoura ou é esquecida, assim como também esquecer de ingerir a pílula anticoncepcional, uma maneira de evitar a gravidez indesejada é a anticoncepção de emergência, popularmente chamada de "pílula do dia seguinte". 

     

    Porém, muitas dúvidas cercam o uso do medicamento. Por isso, o ginecologista e obstetra Gustavo de Paula Pereira, comentou alguns mitos e verdades sobre esse assunto. Confira: 

  • Brasileiras são as que mais esquecem de tomar pílula anticoncepcional

    Multitarefa é um adjetivo que define bem os millennials - geração composta por jovens adultos na faixa entre os 20 e 35 anos.

     

    A capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo e ter conhecimento sobre os mais variados assuntos faz com que esses jovens estejam sempre antenados e por dentro de tudo o que acontece. 

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