Mesmo assim, com tanta facilidade, segundo pesquisa realizada pela Michigan State University, nos Estados Unidos, nem mesmo 5% da população mundial higienizam as mãos corretamente.
O estudo foi feito em 2013 e observou cerca de 4 mil pessoas ao usarem o banheiro. Em média, as pessoas lavam as mãos por apenas 6 segundos, quando o tempo necessário para eliminar bactérias é de 40 a 60 segundos.
Se na vida cotidiana o tempo indicado é este, nos estabelecimentos de saúde e hospitais, o fator determinante não é só o tempo, mas também a qualidade da higienização.
Para isso, existem três modos de higienização das mãos no ambiente hospitalar: simples; fricção antisséptica e antisséptica cirúrgica. “Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas, indicamos a higienização com água e sabonete.
Quando as mãos não estão visivelmente sujas, aí sim entra o álcool gel e nos casos pré cirúrgicos, o indicado é o uso de outros produtos que combate as bactérias multirresistentes”, explica a enfermeira Marisa Cristina Preifz, uma das responsáveis pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Uopeccan em Cascavel.
Nesse sentido, para as higienizações cotidianas dentro do Hospital, a OMS, Organização Mundial da Saúde, estabelece metas. Uma delas diz respeito à utilização de álcool gel: para cada paciente, o indicado é usar pelo menos 20 mL por dia.
Na Uopeccan Cascavel, no entanto, nos primeiros 4 meses de 2017, a média foi além da meta. “Entre janeiro e abril deste ano, o Hospital alcançou a média de 41,65 mL por dia para cada paciente”, quantifica Marisa.
Com este processo, o risco de infecções hospitalares diminui cerca de 70% e no Hospital Uopeccan, os resultados têm sido cada vez mais positivos.
“Nos primeiros meses deste ano (janeiro a março) tivemos uma taxa de sucesso de 97,77% quando se trata de infecções relacionadas a assistência a saúde (IRAS).
Se não fosse a correta higienização, esse número poderia ser muito maior, provocando danos aos pacientes e ainda mais desgaste para quem os acompanha”, explica a enfermeira.
Dessa forma, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar implanta a ideia da real importância da correta higienização das mãos – e isso não só para médicos, enfermeiros e farmacêuticos, mas também para visitas e acompanhantes que entram em contato com o Hospital.
Afinal, antes de chegarem ao Hospital, as mãos já percorreram maçanetas, celulares, portas, objetos e muita sujeira. “Em toda a estrutura, temos vários adesivos informando sobre a correta higienização das mãos tanto com água e sabonete como com álcool gel e também para os casos mais específicos.
Além disso, também temos como base os cinco momentos em que é necessário higienizar as mãos, sendo eles: antes de tocar o paciente; antes de realizar procedimento limpo/asséptico; após o risco de exposição a fluidos corporais; após tocar o paciente e depois de tocar superfícies próximas ao paciente”, enumera a enfermeira.
Com tantos momentos, dados e processos, a memorização entra como uma aliada.
“A Organização Mundial da Saúde instituiu o dia 5 de maio como o Dia Internacional da Higienização das Mãos. No Hospital, é um dia em que lembramos todos os colaboradores sobre a importância desse ato.
Fora do Hospital, é uma data em que podemos reforçar que a higienização vai além da nossa estrutura: com as mãos limpas, a saúde está mais segura”, aconselha Marisa.
Como higienizar
Considerando os vários tipos de higienização e o tempo indicado para que esse processo seja completo, é preciso destacar algumas orientações.
A OMS recomenda que a higienização com fricção antisséptica das mãos deve ser realizada da seguinte maneira: colocar uma quantidade de álcool gel na palma das mãos (suficiente para atingir todas as superfícies), esfregar bem o dorso, a palma, os dedos, o vão dos dedos e os polegares.
Também é preciso se atentar às pontas dos dedos e as unhas. Quando a higienização é feita com água e sabonete, a orientação é molhar as mãos e os pulsos com água.
Depois, passar sabonete até cobrir toda a superfície e esfregar cada palma sobre o dorso da outra mão, entre os dedos e, por fim, as palmas. Então, deixar as mãos ensaboadas durante 15 segundos e as enxaguar com bastante água corrente.
Se atentando a esses detalhes, as mãos deixarão de ser uma porta de entrada de doenças para assumirem o papel de verdadeiras barreiras de vírus e bactérias. (Com CGN)