Segundo o norte-americano Martin Seligman, trata-se da equação para ser feliz.
O método está descrito no livro Authentic happiness, em que o psicólogo tenta oferecer postulados para a bonança. Para começar, Seligman defende que o primeiro fator encontra-se em nosso DNA. Isso significa que cada um herda certo nível de felicidade, ou seja, não seremos nem mais nem menos felizes do que a carga genética deixada pelos nossos pais “permitir”.
Enquanto a primeira variável da equação relaciona-se às determinações dos genes, a próxima está ligada às heranças culturais e ambientais. Por exemplo, quem nunca ouviu brasileiros dizerem que foram para Londres e ficaram deprimidos com uma cidade tão cinza? Ou em como alguém se divertiria se ganhasse na loteria?
Clima, nível econômico, vida social e até religião formam as chamadas “circunstâncias externas”. Ou seja, tudo aquilo que não depende nem faz parte de você, mas que age diretamente na sua maneira de ver e sentir o mundo.
Então quer dizer que a felicidade é como a sorte: adquirida? Não, pois o restante da equação contemplaa motivação do indivíduo e tudo o que ele pode fazer para alcançar a sua própria satisfação. Para isso, Seligman, como bom autor de autoajuda, propõe uma série de exercícios: o pensamento positivo, a eliminação dos rancores e até o autoelogio.
Ranking da felicidade
Recentemente, a ONU publicou um estudo que lista os países mais felizes do mundo. O Brasil está em 25º lugar. No topo do ranking estão Dinamarca, Noruega, Finlândia e Holanda, enquanto Togo, Benin, Serra Leoa e República Centro-Africana figuram no fim da lista.
O que também chama a atenção é o fato de que o abismo social se reproduziu inclusive em termos emocionais. Isso seria um indício de que dinheiro realmente traz felicidade?
Para o blogueiro Daniel Duclos, brasileiro que está vivendo na alegre Amsterdã há quatro anos, o material não encerra totalmente a questão. "Viver em um país rico é mais importante do que ser rico", defende.
Daniel diz que a Holanda oferece ao cidadão toda a infraestrutura de que ele precisa para viver: saúde pública, leis trabalhistas, baixa corrupção. A partir daí, fica mais fácil conquistar um bom emprego, ter uma família e fazer coisas que dão prazer. "É mais difícil ser feliz se sua vida está ameaçada", conclui o blogueiro.
Alcançando a felicidade
A terapeuta Denise Passos sente-se incomodada com a chamada fórmula da felicidade. Não por discordar da influência que a genética, o ambiente e a motivação têm no espírito das pessoas. O problema estaria na tentativa de engessar algo que é totalmente volátil.
"Felicidade é um processo – inclusive no tempo. Não dá para ser formulável, porque ela não é permanente nem como conceito", afirma Denise. Basta refletir: o que uma mulher contemporânea deseja alcançar não é a mesma coisa que gostaria a mulher nos anos 1960 e, provavelmente, isso será diferente daqui a algumas décadas.
Então, por que há tantos especialistas, livros e estudos prometendo a felicidade? Para Denise, essa oferta é apenas uma consequência do tempo em que vivemos: "Debate-se felicidade como se fosse a compra de um produto. A princípio, nossa sociedade nos deixa inseguros e complexados para, depois, fazer uma fórmula e tentar vender o segredo para ser feliz – algo que já é naturalmente nosso".
O caminho é você
A felicidade pode ser insólita, mas existe, e não só em momentos de pequenos prazeres, como ao comer um chocolate ou receber um beijo de quem você ama.
Denise acredita que alcançar a plenitude acontece justamente quando a alegria se torna o caminho, e não o objetivo. Para isso, é necessário lidar com o oposto: a frustração.
"Não dá para se livrar do sofrimento, mas é possível gerenciá-lo e caminhar com ele", explica a terapeuta. Ou seja, chegar ao fim do ano sem ter conquistado o objetivo que havia traçado não pode ser motivo para desânimo. Simplesmente compreenda por que não conseguiu realizá-lo, acolha a frustração e, no próximo de ano, comece de novo!
Fonte - Portal Vital