A imagem gerada por essa configuração de câmera proporciona um ponto de vista pessoal, e dessa maneira o público sente como se participasse do que ocorre na tela.
Em outra situação pode-se colocar o espectador no lugar de alguém que observa os acontecimentos e ou fazer com que alguém na cena olhe diretamente para a câmera, criando uma relação olho no olho entre ator e público.
Em resumo, os personagens vão interagir com uma câmera, como se estivessem falando com Santo. O olhar do agricultor será sob o ponto de vista deste equipamento.
Esta foi a solução encontrada para Santo continuar vivo em "Velho Chico". Ao contrário do que aconteceu em outras vezes quando um ator faleceu durante uma novela, o personagem não vai morrer nem viajar ou ser substituído.
Por meio de comunicado divulgado neste sábado, a emissora informou que "a direção de Velho Chico montou uma estratégia para continuar contando a história como estava planejado, sem criar uma trama diferente da prevista para o personagem. Santo dos Anjos estará presente em todas as suas cenas e o seu olhar será visto por todos os que assistem à novela".
É aí que entra a câmera subjetiva, mas, para que isto seja possível, o autor Bruno Barbosa Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa, ainda vai reescrever algumas cenas, sem tirar Santo da trama.
Antes de definir essa linha de trabalho, Luperi teve o cuidado de conversar com Luciana Lima, viúva de Montagner, porque a direção da Globo não queria fazer nada sem consultá-la, também em respeito ao luto da família. Luciana concordou de imediato com a proposta da emissora.
Como faltavam poucas cenas para o ator gravar, entendeu-se que essa era a melhor forma de todos agradecerem a ele pelo grande ator e ser humano que foi, e também homenageá-lo.
As gravações de "Velho Chico" deverão ser retomadas neste domingo dia 18. (Com UOL)