Quando ela expôs ao seu pai a oferta que tinha recebido para fazer o primeiro filme pornô, o pragmatismo dele a surpreendeu:
“Transar você já vai de qualquer maneira. Melhor fazer isso ganhando dinheiro e sustentar suas filhas do que fazer de graça e passar fome”. A primeira oportunidade para trabalhar num filme pornô surgiu em 2001. “Fiquei feliz por saber que ele e minha mãe me apoiavam”, disse.
Márcia com as filhas: sem nada a esconder
Teste de Fidelidade
Mas foi a TV que abriu as portas para Márcia Imperador ao mundo artístico. A beleza e a ótima forma corporal também ajudaram bastante. Em 1999, ela havia acabado de se mudar para São Paulo para se livrar de um relacionamento possessivo. E uma amiga apresentou-a à produção do programa Eu vi na TV, do apresentador João Kléber.
Pelas belas formas, Márcia foi logo escalada para o quadro Teste de Fidelidade. O sucesso veio rápido, mas a grana era muito pouca. “Quando chegava o pagamento, era uma tristeza só: cerca de R$ 1.000 por mês. Quando completei um ano no programa, fiquei muito conhecida e não podia mais fazer o quadro. Por isso, fui dispensada. Passei a fazer shows de strip-tease pelo Brasil até encontrar um empresário que me convidou para fazer um filme pornô”, explicou.
Muito uísque para fazer o primeiro filme
Atualmente, Márcia não faz mais filmes pornôs. Beleza continua sendo um ponto forte da atriz./Foto: Reprodução/Instagram
Na época, a oferta era de cerca de R$ 30 mil por meia hora de filme. “Encarei aquilo como uma oportunidade de sair do sufoco e dar às minhas três filhas uma condição melhor de vida do que eu tinha tido na infância, trabalhando na roça e passando necessidade. Todo mundo faz sexo. Qual o problema de as pessoas me verem fazendo?”, avaliou.
Apesar de já ser confiante em cenas de nudez, Márcia confessou que tremeu na base no set filmagem. “Fiquei supernervosa e não consegui me soltar. Aí, o diretor pediu para que só quem era imprescindível ficasse no set e me deu um pouco de uísque. No final, bebi quase a garrafa toda! Fiquei tão à vontade que atingi o orgasmo no fim da gravação!”, disse.
“É um trabalho como outro qualquer”
Ao todo, Márcia fez 14 filmes pornôs de sucesso, contracenou com gente famosa como Alexandre Frota e atores pornôs internacionais. Ele parou de atuar em 2007 e atualmente se dedica a fazer shows de strip tease em casas noturnas. “Não fiquei rica, mas dá pra viver com dignidade. Não me arrependo de nada do que fiz e acredito que ninguém tem o direito de me julgar”, comenta.
Ela não se envergonha do passado de atriz pornô e diz que sempre agiu com muita naturalidade e que isso nunca trouxe constrangimento para as suas filhas.
“Queria que as pessoas entendessem que um filme pornô é uma arte e um trabalho como qualquer outro. Sei que o que fiz ajudou a inspirar outras mulheres na cama, pois muitas já me disseram que buscaram conhecer seu corpo e ter mais prazer”, cita. (Com Tribuna)