Os pesquisadores só não sabem dizer se é o cigarro a causa deste fenômeno ou se o estado de desemprego induz as pessoas a fumarem.
Mas uma coisa está certa: fumantes que estão em busca de emprego tem uma maior dificuldade de se inserir novamente no mercado de trabalho do que os não fumantes.
Foi o que descobriram pesquisadores da Universidade Stanford, que acompanharam fumantes e não fumantes que procuravam emprego durante um ano.
Depois de acompanhar 217 pessoas que perderam o emprego, os pesquisadores chegaram à conclusão de que quem não fuma tem uma chance 30% maior de conseguir um novo trabalho do que os fumantes.
Depois, eles consideraram outros fatores que também afetam na empregabilidade, como gênero, antecedentes criminais e moradia estável. Mesmo descontando essas fatores, o uso do cigarro ainda tornava 24% mais difícil arranjar um novo emprego.
Os fumantes não só ficam mais tempo desempregados, como ganham menos. Quem fumava e voltou a trabalhar ganha em média 5 dólares a menos por cada hora trabalhada do que seus colegas não fumantes - em um ano, são mais de 8 mil dólares de prejuízo.
É possível que a dificuldade dos fumantes no mercado de trabalho seja explicada em parte pelo alto custo que eles podem representar para os empregadores. O hábito de fumar é associado a maiores gastos com saúde, improdutividade e absenteísmo (aquela saidinha para fumar durante o horário de trabalho). Mas é bem provável que ela reflita também um crescimento na intolerância com esse hábito.
As histórias contadas por quem fuma durante o estudo também mostram que o mercado não emprega os fumantes, mas também não está muito disposto a ajudar. Quase metade dos voluntários disseram que já foram encorajados a fumar por um chefe. 35% relatam que já foram criticados por um chefe por fumar e 8,4% já foram demitidos por esse motivo, enquanto que só em 6,9% dos casos eles foram apoiados e estimulados no ambiente de trabalho para largarem o cigarro. (com SuperInteressante)