Sexta, 19 Fevereiro 2016 16:03

Como 'enganar' o cérebro e controlar a fome?

Por puro instinto de sobrevivência, nosso cérebro diz que estamos com fome para procurarmos comida.

 

O resultado da leitura cerebral é a mudança nos níveis de hormônios e nutrientes no sangue.

 

Nossa reação a esse sentimento pode nos levar a ingerir alimentos pouco recomendáveis ou em excesso. Mas, ao entender nossa fome, é possível controlá-la melhor? 

 

Por que não me sinto satisfeito? 

O sistema digestivo humano envolve uma interação complexa entre órgãos. A maneira como nos sentimos é influenciada pelo que comemos. Se não nos sentimos cheios, nossos cérebros continuarão desejando que busquemos alimentos. 

 

Diferentes tipos de comida afetam o cérebro de várias maneiras. As gorduras, por exemplo, enganam o cérebro indicando a ingestão de menos calorias, o que nos leva a comer mais. 

Isso ocorre porque tais alimentos, como manteiga ou frituras, estão densamente carregados de energia. 

 

As fibras, por outro lado, provocam a liberação de hormônios intestinais que promovem sensação de saciedade. Uma dieta com poucas fibras, com pouco ou nenhum alimento integral ou frutas e vegetais, pode fazer com que fiquemos sempre com fome. 

 

Alimentos com baixo índice glicêmico (IG), como nozes, vegetais e grãos, liberam energia mais lentamente do que aqueles com IG alto, como pão branco e açúcar. Por isso, ingerir alimentos de baixo IG controla o apetite, ao aumentar os níveis de hormônios intestinais que nos fazem sentir saciedade. 

 

É culpa do meu organismo? 

Os hormônios, moléculas que regulam processos biológicos e atuam como sinais químicos entre os órgãos, podem ter efeito poderoso nas dietas. Dois hormônios, o hormônio peptídico intestinal (PYY) e o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), enviam mensagens desde o intestino ao cérebro para avisar quando estamos satisfeitos. 

 

Seus níveis aumentam após as refeições, mas existem pessoas com baixas quantidades desses hormônios. Nesse caso, é preciso ter mais cautela ao comer, pois há menor chance de sentir saciedade após a ingestão de uma porção normal de comida. 

 

Outros hormônios influenciam a fome. A leptina e a grelina, por exemplo, marcam a diferença entre fome e satisfação. A leptina é liberada por células que formam o tecido adiposo do corpo, que todos temos, e controlam o apetite. A grelina faz o estômago roncar, para nos lembrar que é preciso comer. 

 

Obesos costumam desenvolver resistência aos efeitos da leptina, pois o organismo dessas pessoas acaba se acostumando a altos níveis desse hormônio, o que diminui seu efeito. 

Quando uma pessoa com sobrepeso faz dieta, a redução de leptina que acompanha qualquer queda de reservas de gordura pode provocar a sensação de estar "morrendo de fome". 

 

Há comidas ou bebidas que ajudam a reduzir a fome? 

Há várias coisas que teriam a capacidade de ajudar a reduzir o apetite. Confira alguns exemplos. 

 

Chá verde 

Em 2011, um estudo mostrou que o extrato de chá verde reduzia o aumento de peso em ratos obesos. O extrato diminuiu a capacidade de absorção de gordura dos ratos, mas não o apetite dos roedores. 

 

Medicamentos 

Em geral, são prescritas apenas a pessoas com problemas de obesidade. Existem remédios para ajudar a reduzir o apetite ou impulsionar a perda de peso. Mas pode haver efeitos colaterais desagradáveis. 

 

Amêndoas 

Amêndoas contêm muitas fibras, bem como vitaminas e minerais. Um lanche formado por uma porção de amêndoas pode conter a fome por cerca de 30 minutos. (com BBC)

 

 

 

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