Segundo a nutróloga Dra. Liliane Oppermann, a sister sofre de um problema conhecido como Síndrome do Comer Noturno, uma alteração mista entre transtorno do sono e transtorno do humor.
Ela é caracterizada pela ingestão exagerada de alimentos durante a noite, geralmente mais de 50% do total de calorias consumido durante o dia. Segundo a especialista, algumas pessoas chegam a acordar mais de uma vez por noite para comer e só conseguem pegar no sono depois de bem satisfeitas. Em outros casos raros, os episódios acontecem em um estado sonambúlico, fazendo com que o paciente não se lembre do que fez no dia seguinte.
“O quadro pode ser desencadeado por uma baixa de serotonina, muitas vezes causada pelo hábito inadequado de ficar muitas horas em jejum. Além disso, as dietas radicais podem gerar um quadro de ansiedade tal que leva o paciente a comer neste período”, explica Dra. Liliane. De acordo com ela, o que leva a pessoa a comer de madrugada não é a vergonha de ser visto pelos outros, mas sim um hábito compulsivo. O fato de o paciente comer demasiadamente de madrugada pode levar à falta de fome pela manhã, o que o coloca em um ciclo vicioso, agravando o quadro.
A família deve ficar atenta aos sinais e se dispor a ajudar, mas nunca julgar. É necessário atentar para as mudanças de humor, principalmente à noite, e sinais de ansiedade ao longo do dia.
O tratamento deve ser feito junto a um médico nutrólogo, que irá sugerir uma dieta equilibrada com diversas refeições divididas ao longo do dia, o que evita que o paciente sinta um pico de fome em determinado período. Também são recomendadas atividades físicas, que melhoram a qualidade do sono, e, em alguns casos, medicamentos para insônia e estabilizadores de humor.
Fatores emocionais
Para a psicóloga Marilice Rubbo de Carvalho, especialista em terapia comportamental-cognitiva e transtornos alimentares, a Síndrome do Comer Noturno não necessariamente está ligada à má alimentação durante o dia. “A fome noturna pode ser desencadeada por fatores emocionais decorrentes de estresse e problemas diversos, em que o relaxamento noturno acaba ocorrendo após a pessoa comer em excesso”, explica.
Segundo ela, a “fome emocional” não tem nada a ver com a fome fisiológica e gera culpa, tristeza e sensação de empanturramento. “As emoções possuem grande influência neste comportamento, pois o alimento traz prazer imediato e está disponível diariamente. É difícil não usá-lo para alívio das emoções negativas. Mas também podemos comer diante de emoções positivas, para comemorar”, alerta.
Ainda de acordo com a psicóloga, algumas atitudes podem ajudar no controle da situação:
- Se sentir muita fome à noite, ligue para um amigo e coloque o papo em dia;
- Antes de ir jantar, tome um banho e tente descansar por alguns minutos;
- Nunca chegue faminto em casa, coma algo no carro;
- Tente não comer em frente à TV, pois, quando estamos distraídos, não prestamos atenção na quantidade que comemos;
- Tenha em casa somente alimentos leves e saudáveis, o que a especialista chama de “controle dos estímulos”;
- Organize armários e gavetas ou faça qualquer atividade que ocupe a mente;
- Faça uma atividade leve, como uma caminhada curta, ou leve o cachorro para passear.
Fonte - Bolsa de Mulher