Sábado, 16 Maio 2015 13:23

Documentário sobre trajetória de Amy Winehouse relata que pai negligenciou vício da filha

"Amy", o novo documentário sobre a trajetória da cantora Amy Winehouse, que morreu em 2011 aos 27 anos, chegou a Cannes embrulhado de polêmica. No final de abril, um porta-voz da família da cantora emitiu um comunicado afirmando que o filme contém "alegações contra a família e agentes que são infundadas e tendenciosas". 

 

Exibido neste sábado, dia 16, no festival, o documentário pega pesado sobre o papel do pai de Amy, Mitch, relatando a ausência durante toda a infância e a aproximação dela com o sucesso. 

 

A afirmação mais contundente do filme é a de que, durante a primeira crise de overdose de Amy, aos 23 anos, Mitch insistiu para que ela não fosse internada numa clínica de reabilitação (a "Rehab" de sua música mais famosa) para que fizesse a primeira turnê pelos EUA. 

 

A melhor amiga da cantora conta que pediu ao pai que confiscasse o seu passaporte, devido Amy não ter condições de viajar, mas ele se negou (porém mesmo contra a vontade de Mitch, os shows foram cancelados). 

 

Seu primeiro agente e produtor, Nick Shymansky, diz uma das frases mais pungentes do filme: "Acho que ali se perdeu a grande chance de Amy se reabilitar antes da fama. OK, poderíamos ter posto a perder o álbum ´Back to Black´. Mas Amy talvez tivesse uma chance antes que mundo quisesse um pedaço dela." 

 

A cena mais forte do pai (não inédita) mostra uma viagem de férias com a família para a praia, já quando Amy está afundada em drogas. O pai leva uma equipe para filmá-la o tempo todo. Ela tira a contragosto uma foto com um casal de turistas. Quando termina, o pai lhe dá uma bronca porque ela não atende aos pedidos dos fãs. 

 

O diretor britânico Asif Kapadia (o mesmo do documentário sobre Ayrton Senna) fez mais de cem entrevistas para o longa. "Amy", o filme, não traz nenhuma grande informação sobre a vida ou o abuso de drogas da cantora que já não tenha sido explorada pela mídia. Seu forte são imagens de arquivo de amigos e colegas músicos que só agora resolveram divulgá-las. 

 

O documentário inicia com uma imagem caseira de Amy em casa com uns 14 anos, cantando um simples "parabéns a você" para uma amiga, já mostrando o talento vocal. Outro momento se passa em 2008, logo após começar rehab, Amy assiste de Londres à transmissão do Grammy em Los Angeles. 

 

Ouve perplexa os apresentadores anunciarem o prêmio de melhor gravação do ano, derrotando Rihanna, Beyoncé e Justin Timberlake. Os colegas comemoram com ela. De repente, a câmera a flagra desabafando para uma amiga: "isso tudo é tao chato sem drogas". Em outra cena, pede para repetir várias vezes um dueto em estúdio com Tony Bennett porque acha que está cantando muito mal. 

 

A meia hora final faz um apanhado doloroso do massacre que Amy sofreu da mídia e dos papparazzi. Para a última turnê internacional, um dos colegas revela que ela foi levada ao aeroporto dormindo e embarcada assim num jato particular. As cenas do show na Sérvia, um mês antes da morte, mostram Amy no palco totalmente drogada e recebendo fortes vaias - o dinheiro do ingresso foi devolvido depois. 

 

Ao fim, "Amy" não deixa de ser sensacionalista: uma jovem com muito talento, comparada a Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald, porém incapaz de escapar do vício e dos seus problemas emocionais, devorada pela mídia. 

 

 

 

 

(Com informações UOL)

 

 

 

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