Manter contato com ex-parceiros nas redes sociais, por exemplo, é um bom caminho para torná-los conhecidos ao atual parceiro. No entanto, claro que tal apresentação requer cuidado e planejamento para o companheiro não pensar de que se trata de um déjà vu de sentimentos.
Helen Fisher, que atua como conselheira do site de relacionamentos Match.com, por exemplo, defende que o sofrimento das relações anteriores treina o cérebro para evitar novas frustrações e discutir isso promete apenas benefícios.
"O cérebro lembra das dores que sumiram com os anos e serve também para relembrar o que não funcionou para que você faça melhor na próxima vez", explicou a pesquisadora em entrevista ao The Huffington Post.
Além de melhorar o modo de encarar os novos desafios amorosos, falar sobre o passado pode mostrar ao parceiro quem você realmente é, incentiva a comunicação e fortalece a confiança do casal. Para a Associação Americana de Psicologia (APA, em inglês) a prática a ajuda a encontrar os aspectos positivos do rompimento e elimina possíveis tabus em torno do passado do outro.
Superexposição
Todas as profissionais concordam que é preciso saber o que compartilhar e quando inserir o assunto na vida do casal. É consenso entre elas, por exemplo, que não se deve discutir o passado amoroso logo no início do relacionamento porque pode assustar. Evite citar erros com o ex-namorado no primeiro encontro, por exemplo, isso pode ser letal.
O Delas procurou profissionais brasileiros para discutir o tema e, para eles, a superexposição dos relacionamentos anteriores pode ser perigoso porque alimenta comparação e novas frustrações ao não superar novas expectativas.
"Fale o essencial ao dividir a sua vida emocional, evite detalhes sexuais e grandes discursos. Agradeça a confiança, mas viva o presente", recomenda a terapeuta Erica Aidar.
As experiências adquiridas devem ser implementadas silenciosamente no novo relacionamento porque naturalmente precisamos ser pessoas melhores. A opinião é do pesquisador Jô Furlan, especializada em neurociência do comportamento. Para ele, não é necessário trazer tais informações quando se está construindo algo novo.
"Conheço casais que mesmo após décadas de convívio ainda tem um ou outro segredo. Não se trata de mentir, mas algumas experiências vividas podem chocar e causar desconforto".
Furlan defende ainda que o maior amor é aquele vivido no agora porque é real e não imaginário. Além disso, o profissional sugere cautela e cita que é necessário respeitar a intimidade do próprio ex, que também dividiu o passado e talvez não queira ter os seus segredos revelados. (Com Delas)