Sexta, 18 Setembro 2015 13:21

Pinhão - Prefeitura fará protesto no dia 21 de Setembro

Prefeituras de todas as regiões do Paraná vão protestar contra a crise enfrentada pelos municípios nesta segunda dia 21.

 

Liderada pela AMP (Associação dos Municípios do Paraná), com o apoio das 19 associações regionais de municípios do Estado, a manifestação será marcada por atos públicos nos municípios para pedir o apoio da população e das autoridades diante do problema.

 

Em decreto expedido pelo prefeito Dirceu de Oliveira, a prefeitura de Pinhão  terá suspenso  o atendimento ao público no Paço Municipal e nas Secretarias, sendo mantidos os serviços essenciais da Defesa Civil, Coleta de lixo e Secretaria Municipal de Saúde.

 

A paralisação tem como objetivo denunciar à população a grave crise financeira enfrentada pelos municípios e a queda de repasses de recursos federais do Fundo Participação dos Municípios (FPM).

 

Crise histórica

Para Marcel Micheletto, presidente da AMP e prefeito de Assis Chateaubriand, as prefeituras brasileiras passam por uma das maiores crises financeiras da sua história. “Mesmo sendo o local onde as pessoas vivem e pagam os tributos, recebemos apenas 17% de todos os impostos arrecadados no País (os municípios reivindicam pelo menos 30%). As prefeituras estão sangrando. Se essa distribuição de recursos não for redefinida por meio de um novo pacto federativo, os municípios serão inviáveis em pouco tempo. Isso causaria sérios impactos na qualidade de vida da população”, denuncia.

 

Além disso, os encargos dos municípios aumentam cada vez mais, sem a devida contrapartida de recursos, inclusive por força da não correção dos valores repassados pelos programas federais. Nos últimos dez anos, as despesas públicas dos municípios aumentaram, em média, de 14% para 23% do PIB (Produto Interno Público). A maioria dos 397 programas federais são subfinanciados. As prefeituras comprometem 10% de suas receitas com obrigações que são dos Estados e da União. No caso do Paraná, um desses casos é o do transporte escolar, que é feito pelas cidades, mas é obrigação do Estado.

 

Na saúde e na Educação, os problemas são maiores. Na Educação, por exemplo, as cidades recebem apenas R$ 0,30/aluno pela merenda escolar. Na saúde, o Programa Saúde da Família paga apenas R$ 9 mil per capita/ano, mas o ideal seriam R$ 30 mil. Outro problema são os aumentos das tarifas públicas (80% no caso da água e energia elétrica nos últimos e 18% do óleo diesel, no último ano), que oneram as cidades.

 

FPM em queda

Apenas no primeiro repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) de setembro, a queda de receita das prefeituras foi de 38%, na comparação com igual período de 2014. A perda acumulada em 2015 é de 3,92%, em termos reais. A crise do País agrava esse quadro, já que o FPM (composto basicamente pelo IPI-Imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto de Renda) é a principal fonte de receita de aproximadamente 70% dos municípios do Paraná.

 

Além disso, o Governo Federal não cumpriu seu compromisso de repassar 0,5% de aumento do FPM em 2015 e 0,5% em 2016; repassou apenas 0,25% nesse ano, mas mesmo assim sobre a arrecadação do período. Estimativa feita pela AMP revela que as 399 prefeituras do Estado deixaram de receber R$ 67,5 milhões com a decisão. “Sem a correção do FPM, 70% das nossas cidades se tornarão inviáveis porque não têm outras fontes de receita significativas”, denuncia Micheletto.

 

 

 

 

Por assessoria

 

 

 

Veja também:

Entre para postar comentários