Infelizmente, em Pinhão a procura por um urologista quase nunca é por prevenção. De acordo com a enfermeira Marlene Ovinski, o homem procura atendimento quando já está com os sintomas. "Ele procura o médico em último caso, ao contrário da mulher, que faz o seu preventivo todo ano".
O preconceito e o desconhecimento da doença são as causas, em muitos casos, de um diagnóstico tardio. "A cultura do povo e do sexo masculino, o preconceito o impede. O homem acha que com ele sempre está tudo bem. Se surge algum problema se automedica".
NÚMEROS
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), informam que no ano passado foram identificados mais de 60 mil novos casos da doença no Brasil. O instituto considera câncer de próstata uma doença da terceira idade, porque cerca de três quartos dos casos no mundo surgem a partir dos 65 anos. De acordo com Eduardo Ribeiro, uro-oncologista do Hospital Santa Lúcia em Brasília, os homens estão mais conscientes, "não tanto quanto as mulheres, que vão ao ginecologista desde adolescentes, mas a gente não vê mais tanta resistência".
A próstata é uma glândula presente nos homens, localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. O câncer pode ser descoberto inicialmente no exame clínico, um toque retal, exame que enfrenta a resistência de muitos homens, combinado com o resultado de um exame de sangue. Se detectado o tumor, só a biópsia é capaz de confirmar a presença de um câncer.
RISCOS
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quando descoberto no início, 90% dos casos de câncer de próstata são curáveis. Homens que têm casos de câncer de próstata na família, obesas, e negras têm mais risco de desenvolver a doença.
Segundo o Inca, no Brasil o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás do câncer de pele. Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando 10% do total de cânceres.
SINTOMAS
Na fase inicial, o câncer da próstata não costuma apresentar sintomas. Quando surgem são parecidos com os do crescimento benigno da próstata: dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Na fase avançada, a doença pode provocar dor nos ossos, problemas para urinar e, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
O tratamento vai depender do estágio da doença, e pode ser feito com cirurgia, radioterapia, tratamento hormonal e algumas vezes apenas observação médica.
EM PINHÃO
A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza aos cidadãos um urologista. Há dois anos o médico Carlos Paredes clinica em Pinhão. No momento, atende todas as quintas-feiras as consultas pré-agendadas no Postão. "Antes era encaminhado para o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS), em Guarapuava. Facilitou bastante".
Segundo a enfermeira Marlene Ovinski, o urologista realiza de 100 a 150 consultas mensais. O médico dos homens avalia caso a caso e pede exames. "O primeiro passo é a consulta com um clínico geral, dependendo do caso é encaminhado ao urologista, que pede exames rotineiros. Se der alguma alteração, faz o tratamento com ele, mas, em caso de câncer de próstata é encaminhado para a Oncologia em Guarapuava, que, em alguns casos, seguem para Curitiba".
Em Pinhão, a grande maioria dos homens atendidos pelo urologista tem mais de 45 anos. "Não podemos afirmar o número exato, mas existem pinhãoenses em tratamento devido ao câncer de próstata", observa a enfermeira.
Com informações do Jornal Fatos do Iguaçu