O projeto é uma extensão do Balé Municipal, oferecido à comunidade escolar nos anos 2012 e 2013, porém com algumas alterações. "Antes tínhamos apenas quatro turmas, com cerca de 20 alunos cada, e as aulas eram ministradas apenas um dia na semana. Uma oferta muito pequena diante da demanda de interessados", comentou a coordenadora, professora Celina Campos da Silva.
MODIFICAÇÕES
Para o ano de 2014, as aulas passaram a ser oferecidas cinco dias na semana em seis escolas de Pinhão. Atualmente, são 230 crianças entre meninas e meninos, num total de 12 turmas. Outra modificação é que o participante pode frequentar as aulas de balé em uma escola municipal próxima à sua residência, não somente na escola onde estuda. As aulas são realizadas no contra turno, ou seja, o aluno que estuda no período da manhã faz aula à tarde e vice-versa.
Para participar do projeto algumas regras devem ser seguidas. A disciplina é fundamental, e isso reflete na sala de aula e em casa, assim como a assiduidade, respeito com colegas e professores. Compromisso e dedicação também são cobrados para que a aluno permaneça no projeto. "A participação e motivação dos pais é grande e os alunos estão comprometidos", afirma a coordenadora.
Os alunos de pré-escola não foram incluídos, porque as turmas têm idades heterogeneas e para esse público é necessário uma classe com mais profissionais auxiliando a coordenadora, mas futuramente serão inclusos.
PONTINHA DOS PÉS
O grupo Pontinha dos Pés também surgiu em 2014. É formado por 12 meninas que já frequentavam o balé em anos anteriores e outras que se destacaram esse ano. "Estamos realizado apresentações dentro e fora do município, a última foi em Foz do Jordão. È um grupo à parte, pois elas ensaiam de modo diferente, trabalham com coreografia de balé clássico para apresentações", contou Celina.
MENINOS
No início, a coordenadora tinha nove meninos que frequentavam as aulas, mas só três deram continuidade. Quando percebeu que os alunos estavam desistindo, a professora Celina foi investigar o que estava acontecendo e constatou que alguns sofreram bulling na escola, inclusive de meninas. Outros, o pai não gostou muito da participação do filho nas aulas. Mas, felizmente, a situação começou a ser revertida com o Desfile Cívico realizado no último dia 11 de setembro. "Fiz questão de colocá-los na frente do grupo. Todos puderam apreciar a arte do balé. A partir de então, mais interessados começaram a aparecer. Agora contamos com mais quatro integrantes. E quando chego às escolas, muitos vem perguntar como são as aulas".
DEMANDA
O projeto pretende ampliar o número de aulas ofertadas. Segundo a coordenadora, uma das dificuldades é que não há profissionais que se identifiquem em ministrar aulas dentro da metodologia do balé clássico. "Quando iniciamos o projeto não esperávamos uma repercussão tão grande", justifica.
RESULTADOS EXCELENTES
A diretora da Escola Municipal Maristela Tussi, professora Margarete de Fátima Mendes Machado, conta que após o Desfile Cívico mais meninas procuraram a direção para iniciar as aulas. "As alunas estão indo muito bem. Melhorou a disciplina. Seguem as normas e as orientações sem problemas e algumas até estão comparecendo nas aulas de apoio. A participação dos pais também aumentou, eles sentem prazer de trazê-las na escola e é uma oportunidade para conhecerem as demais atividades da escola, assim, passam a participar mais", avalia.
SONHO DE MENINA
Para a pedagoga Geni de Almeida Ribas, da Escola Municipal Nossa Senhora da Glória, esse é um dos melhores projetos do Município. "A professora Celina é uma excelente profissional. As crianças não faltam. Depois do desfile a procura aumentou consideravelmente. As mães se sentem realizadas vendo suas filhas participando do balé, incentivam e veem nelas o sonho de menina que não puderam realizar".
SATISFAÇÃO
A secretária de Educação, Noriam Coelho Basílio, lembrou que ao assumir a pasta o projeto já existia, mas com outro formato. Porém, a única reclamação das mães é que não havia um local definido para as aulas. "A Celina era professora de Educação Física concursada e, após conversa, resolvemos que ela deveria ficar somente ministrando as aulas do projeto. Assim, foi possível realizar algumas alterações e logo percebemos a empolgação das crianças, o empenho dos pais e a melhora no desempenho das apresentações".
Os resultados são tão expressivos que a secretária proporcionou uma melhor qualificação à professora de balé, através de cursos de aperfeiçoamento. "Ela se identifica com o projeto, se empenha nas aulas. Temos planos de ampliar o projeto além da rede municipal. Devemos avaliar alguns fatores como tempo da professora, horários, entre outros. Diretores e professores comentam que os alunos que participam estão demonstrando reflexos positivos em sala de aula", declarou Noriam. (Com Jornal Fatos do Iguaçu)