O que dona Vera quer saber é se a dipirona aplicada na veia do seu filho, horas antes dele morrer, foi a causa do óbito. “Meu filho era alérgico ao medicamento e isso estava na ficha médica dele. Mesmo assim o médico que o atendeu no Hospital São Lucas mandou a enfermeira aplicar. Horas depois ele [o filho] foi para o oxigênio e morreu”.
De acordo com a mãe, Edoir começou a sentir fortes dores no lado direito da cabeça, teve vômito, febra alta e perda de apetite. “Eu levava ele no posto de saúde quase todos os dias. Ele tomava injeção benzetacil para baixar a febre, melhorava um pouco e a gente voltava para casa, mas as dores voltavam em seguida”. Segundo dona Vera, o estado de saúde de Edoir se agravou até chegar ao internamento e à morte, no domingo dia 12.
A dor pela perda do filho se mistura agora à preocupação e receio. Um dos cinco filhos de Vera e Eloir, de 13 anos de idade, está com os mesmos sintomas do irmão falecido. “Os médicos estão fazendo todos os exames, mas se soubéssemos a causa da morte do meu outro filho, seria mais fácil tratar. Precisamos saber se a morte foi por causa da dipirona, mas até agora nenhuma autoridade deu resposta sobre a exumação”.
O delegado chefe da 2ª Subdivisão Policial de Laranjeiras do Sul, Helder Lauria, disse na tarde desta quarta dia 22, que ainda não recebeu nenhuma determinação do Ministério Público, mas que a exumação será realizada somente em último caso. “A atividade é muita invasiva à família e essa será a última coisa que vou pedir”.
Segundo o delegado, a Saúde Pública investiga a possibilidade da morte ter sido causada por neurocisticercose. “Se houver a confirmação, a suspeita da dipirona cai por terra”.
Foi entrado contato com Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Laranjeiras na manhã e na tarde desta quarta dia 22, para saber a posição da Secretaria Municipal de Saúde. A resposta é que será divulgada Nota Oficial sobre caso. (Com Rede Sul)