O acidente com a balsa aconteceu no dia 21 deste mês. A embarcação virou ao tentar transportar um caminhão carregado com milho de uma margem a outra do rio. Nesta segunda, a balsa ainda permanecia submersa, enquanto uma equipe trabalhava para tentar retirá-la da água.
"Os proprietários já falaram que não vão mais recolocar em funcionamento, porque aqui é uma rodovia estadual, porque o DER (Departamento de Estradas e Rodagem) ou alguém tem que vir aqui e colocar uma balsa, fazer uma ponte, tomar uma decisão", diz o gerente da fazenda, Elisvaldo Silva.
Sem a balsa, os moradores das duas cidades estão sofrendo para fazer a travessia pelo rio. Não há outra estrada que ligue as duas cidades. "A gente usa a balsa todos os dias, para ir ao médico, supermercado, sempre, lazer também. A gente está completamente isolado de tudo", conta a auxiliar de limpeza Carmen da Silva Dias.
O comércio também sofre sem a balsa. "Tem uma clientela bem grande, daquele lado da balsa, que pertence ao município de Guaraniaçu. Na cidade, tem umas 30 ou 40 famílias que compram todo mês", afirma o empresário João Batista, dono de um supermercado em Campina da Lagoa.
Quem mora em uma cidade e trabalha na outra já teme perder o emprego, por não poder cruzar os 150 metros entre as margens do rio. Com a falta da balsa, a única forma de ir de uma cidade a outra é fazer um desvio por terra, de quase 200 quilômetros.
Até o operador da balsa, Edson Nascimento Dias, sente medo de ficar desempregado. "A gente não sabe o que vai ser, porque eu me criei nisso. Estou há 19 anos aqui", lamenta.
Procurado, o DER disse que o investimento para construir uma ponte na PR-471 e asfaltar a rodovia, que hoje é de chão batido, pode chegar a R$ 100 milhões. Segundo o órgão, não há projetos para que a obra seja executada, já que a estrada tem pouco tráfego de veículos. (Com G1)