Conforme o responsável pelas investigações, Reginaldo Salomão, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), a suspeita de roubo estava dentro de ônibus coletivo, que faz a linha Aero Rancho, quando puxou conversa com uma senhora de 74 anos.
Com a desculpa de que era vendedora da Natura e que tinha cobrança para fazer na região, desceu no mesmo ponto que a idosa. “A mulher, então, foi recebida pela vítima, dentro da própria casa, pediu um copo de água e as duas ficaram amigas”, explicou o delegado.
No dia do crime, as duas saíram a pé para comprar sorvete e, quando retornaram para casa, Donata colocou gotas do anti-depressivo chamado clonazepan na taça da mulher e do marido, de 77 anos, que também estava no local.
“Com o remédio, o casal ficou sonolento e a suspeita roubou R$ 110 da bolsa da idosa, as alianças do casal e ainda fez ligações do celular da vítima, o qual ela roubou também, além da chave da casa”, ressaltou Salomão.
A partir do boletim de ocorrência registrado na data do último crime, investigadores identificaram Donata por meio das câmeras de segurança da sorveteria onde vítima e suspeita compraram o sorvete.
Ao checar ficha criminal da mulher, a polícia descobriu que ela já tem passagem por estelionato e cumpriu pena de nove meses em Cuiabá, onde aplicou o mesmo golpe.
Mais golpes
Há dois anos Donata aplicou o mesmo golpe no Bairro Caiobá. Na ocasião, a suspeita colocou o mesmo remédio para outra vítima, desta vez, com necessidades especiais. “Ela se ofereceu para cuidar da pessoa e colocou o remédio em um copo com água. Roubou R$ 8 mil em dinheiro e, com o cartão da vítima, fez saques que totalizaram R$ 18 mil”, informou a autoridade policial.
Depois de ser reconhecida, a mulher foi detida e o delegado pediu prisão dela, que ainda não foi expedida pela Justiça. Apesar de Donata ter confessado o crime, será liberada, já que não houve flagrante. “Na casa da mulher a polícia apreendeu três frascos do remédio, que, segundo ela, foram comprados em Ponta Porã com a finalidade de cometer os golpes”, informou o delegado que investiga se a criminosa cometeu golpes em São Paulo e também no Paraná.
Parecer médico
De acordo com Reginaldo Salomão, o medicamento utilizado pela golpista pode matar. “Dependendo da pessoa, de 15 a 30 gotas da droga pode matar, é muito perigoso”, ponderou.
Além do golpe “boa noite cinderela”, conforme o delegado, a mulher usava nome falso. “Ela usava documento das irmãs, na igreja, por exemplo, ela era conhecida como Renata, e por aí, como Clara”, esclareceu o Salomão. (Com Correio do Estado)