Renata tinha muitos amigos e era bastante ativa nas redes sociais. A página da atleta no Facebook sempre mostrava Renata em fotos na academia, mostrando o corpo escultural. Os seguidores e pessoas próximas afirmam que ela defendia um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e muito exercício, e não acreditam que ela tenha causado a própria morte.
Uma das melhores amigas de Renata, Janaína Ferreira, que é campeã mundial na mesma categoria de fisiculturismo, afirma que ela vivia em situação de violência doméstica, além de tortura psicológica: ” desconfio que muitas vezes nem era ela falando comigo nas redes sociais, e sim um monstro que não a permitia ter vida. Esperamos que ele seja punido, ao menos pelas agressões”.
Em entrevista ao site Paraná Portal, o ex-namorado, Daniel Abdul, conta que ela vinha perdendo muito peso e aparecia com marcas roxas na academia em que era personal trainer: “ela vinha sofrendo agressões e chegou a falar que tinha batido o carro para justificar as marcas”. “Não sabemos exatamente o que aconteceu, só sei que a Renata que eu namorei não pularia da sacada. Não posso afirmar que ela foi jogada. Ela pode até ter se suicidado, mas por desespero, para fugir das agressões”, desabafou. Daniel revelou ainda que já havia sido ameaçado pelo atual companheiro da atleta, em fevereiro deste ano, em outra mensagem nas redes sociais com o seguinte aviso:”cuidado que teu peito não é de aço”, afirmou.
O advogado criminalista Cláudio Dalledone revelou nesta segunda dia 14, que ela teria pedido socorro dias antes da morte. Na mensagem enviada pelo Facebook ao advogado, que na ocasião ainda não a conhecia, ela denunciou que vinha sendo agredida e enviou fotos que mostram marcar roxas e o nariz quebrado em uma briga com o companheiro. O conteúdo foi entregue à delegacia de homicídios.
O mistério também ronda as últimas postagens da atleta no Facebook. Uma mensagem reforça a versão de suicídio: “aviso a todos que me seguem que hoje é meu último dia de vida, depois de sofrer três dias agressões e, por amar a pessoa que estava hoje, me suicido feliz e em paz”. A polícia investiga se a mensagem foi mesmo escrita por ela e em que data foi postada. Há uma semana a Polícia Militar atendeu outra ocorrência envolvendo a atleta. Ela tomou uma overdose de Paracetamol em outra suposta tentativa de suicídio.
Uma testemunha, que prefere não se identificar, fala da briga ocorrida uma semana antes da morte: “eles se trancaram lá e a polícia teve que invadir o apartamento”. “Ela estava muito diferente, muito magra. Eu via todo dia ela indo com os cachorrinhos passear, seca, seca, cadavérica”.
Foi tentado um contato com o namorado de Renata, que é médico endocrinologista e estava no local da morte, mas até esta terça não teve resposta. Momentos depois da queda ele afirmou à polícia que a segurou por duas vezes para evitar que ela se jogasse. Mas depois, enquanto estava em outro cômodo, ela teria conseguido pular. Ele contou ainda que Renata estava em depressão e fazia tratamento psiquiátrico.
A Polícia aguarda o resultado de exames de dosagem alcoólica e toxicológica, exames embaixo da unha e coleta de impressões digitais para perícia dar sequência à investigação. (Com Paraná Portal)