O júri popular deveria ter ocorrido em março do ano passado em Guaraniaçu, mas os réus e os advogados deles não apareceram. Sem a presença dos réus o julgamento até poderia ocorrer, mas sem os defensores precisou ser remarcado. Os sem-terra são suspeitos de matarem os policiais Vicente de Freitas, Algacir José Bebber e Adelino Arconti, que, por trabalharem no serviço reservado da PM, estavam sem os uniformes da corporação no momento em que foram até a área invadida. Eles foram até a fazenda para acompanhar a retirada de máquinas, mas acabaram confundidos com jagunços.
O julgamento foi transferido para Curitiba porque os réus alegaram que em Guaraniaçu poderia haver risco à ordem pública em razão da animosidade existente entre a Polícia Militar e integrantes do MST. O júri popular é presidido pela juíza Michelle Pacheco Cintra e tem como promotor Marcelo Balzer Correia, que já atuou em Cascavel.
O caso teve repercussão internacional porque cinco dias após as mortes dos policiais o líder sem-terra Diniz Bento da Silva, conhecido como Teixeirinha, foi morto por 14 policiais militares numa suposta vingança. A execução de Teixeirinha rendeu ao Brasil uma condenação na Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação ao direito à vida. Após passar cinco dias foragido e sendo cassado pela polícia, Teixeirinha foi encontrado e morto a tiros. (Com AEN)