Mais preocupante, porém, são as dificuldades que as escolas ainda enfrentam na hora de encarar o problema. É o que relata Fernanda Musardo, mãe de um menino de oito anos que estuda na Escola Municipal Caramuru, no bairro Cabral, em Curitiba.
Desde o ano passado o filho dela é agredido por um colega, sendo que neste ano as agressões se tornaram mais frequentes e violentas, o que a levou a procurar a direção da escola. “Foram feitas reuniões e a criança agressora foi encaminhada para um psicólogo”, relata Fernanda, que chegou a pedir a mudança de turma do filho ou então de turno do agressor.
Como nada mudou, a solução encontrada pela mãe e seu marido foi conversar com o pai do outro menino. Foi quando descobriram o que seria a raiz do problema. “Procuramos o pai dele na saída da escola e ele veio para cima da gente com gritos e ameaças. Aí que nos demos conta que a situação era bem mais grave do que acreditávamos.”
A pesquisa
Frequência com que os colegas o trataram bem e/ou foram prestativos
Nenhuma vez: 7,5%
Raramente ou às vezes: 27,2%
Na maior parte do tempo ou sempre: 65,2%
Alunos que se sentiram humilhados por provocações dos colegas
Nenhuma vez 51,5%
Raramente ou às vezes 39,7%
Na maior parte do tempo ou sempre 8,8%
Motivos
Cor ou raça 5,8%
Religião 2,9%
Aparência do rosto 10,2%
Aparência do corpo 16%
Orientação sexual 1%
Região de origem 1,1%
Outros motivos/causas 62,8%
Escola diz que tomou providências
A diretoria da Escola Municipal Caramuru encaminhou à reportagem uma nota se posicionando sobre a reclamação de Fernanda Musardo. Nela, afirma ter tomado todas as providências e feito as orientações necessárias “desde o primeiro contato da família”, esclarecendo ainda que o pedido da mãe para a transferência de turno ainda não foi atendido porque não há vagas.
Além de uma conversa com os próprios estudantes e a família do rapaz que seria o motivador do conflito com o filho de Fernanda, os professores e funcionários da escola também teriam passado a observar com mais cuidado o comportamento do grupo. Por fim, afirma ainda que, caso a mãe tenha interesse, poderá levar o assunto para análise da equipe de rede de proteção do Núcleo Regional de Ensino da Regional Matriz, na Rua da Cidadania da Praça Rui Barbosa.
Outros
Ao longo dos últimos meses, então, vieram à tona novos casos de agressão envolvendo o mesmo menino. Agora, diversos pais cogitam, juntos, tomar uma medida diante do que eles consideram uma passividade da escola para com a situação.“Estamos conversando com outros pais e vamos juntos acionar judicialmente a escola para responsabilizá-la pelas agressões sofridas pelos nossos filhos”.
Copel
Na semana passada a Copel lançou um projeto piloto em escolas da rede estadual chamado Internet Sem Bullying. Estudos mostram que 20% dos estudantes já praticaram bullying no ambiente escolar. Ainda, 42% dos estudantes sofreram alguma forma de bullying enquanto estavam online. Um em cada 4 sofreram mais de uma vez. (Com Bem Paraná)