Segunda, 21 Março 2016 14:05

Vale a pena pagar pelo ovo de Páscoa? Especialista diz que não

A cada Páscoa que chega é notável o aumento do preço dos ovos de chocolate.

 

Os “motivos” dos fabricantes são diversos: desde a forma utilizada para a fabricação até o cuidado com o transporte dos produtos. Isso pode explicar em parte o valor praticado, mas, no final das contas, o consumidor é que tem que se fazer a pergunta: vale a pena?

 

Um comparativo que é simples de se fazer é checar quando custa uma barra de chocolate e um ovo, ambos da mesma marca, avaliando bem a quantidade de produto que vem em cada um. A diferença, dependendo do caso, pode chegar a mais de 400%, o que é uma quantia significativa até mesmo na compra de apenas uma unidade, quanto mais na compra de vários.

 

Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, o que conta é o desejo versus a capacidade financeira. “É hora de pararmos de agir por impulso, de sermos levados pela ‘magia da Páscoa’ que o comércio nos transmite. Se eu quero uma marca específica, porque tem algum diferencial, e eu tenho dinheiro para isso, ótimo. Caso contrário, esse é o momento de começarmos a ser mais conscientes e buscarmos alternativas mais econômicas”.

 

Domingos reforça a ideia de que é preciso combater os abusos e excessos praticados no mercado e ficar muito atento para uma data comemorativa não ser a causadora de um desequilíbrio financeiro familiar. “A proposta não é acabar com a tradicional troca de chocolates na Páscoa, mas sim e refletir sobre a situação como um todo. Imagina ficar meses pagando por um produto que é perecível e só representa um único dia? Não podemos causar um dano desse às nossas finanças, sem ter consciência dos atos e das consequências”.

 

Muitas vezes, podemos fazer algo diferente para fugir dos altíssimos preços cobrados, seja comprar a opção caseira de ovos de chocolate – que são de ótima qualidade e não tem o status das marcas para encarecer – ou quem sabe propor algo diferente para se comemorar o momento, como um passeio. “Mas uma ótima opção para quem não quer deixar de presentear com chocolates é fazer algo coletivo. Por exemplo, se em uma casa tem cinco pessoas, em vez de cada uma comprar um ovo para dar à outra, podem combinar de fazer uma cesta com diversos produtos feitos de chocolate para todos. Com certeza sairá bem mais em conta”, explica o educador financeiro.

 

Domingos, que também é autor do livro “Mesada não é só dinheiro” (Editora DSOP), ressalta que, em caso de uma situação financeira muito complicada, com endividamento, as crianças devem ser prioridade. “A data é legal para todos, mas em especial para os pequenos, que ficam esperando não somente o ovo, como também o brinquedo que costuma vir. Eles devem ser instruídos para não se tornarem consumistas, mas é importante que recebam algo nessa data, assim como as outras crianças, e aos poucos sejam educados nesse sentido”.

 

Chocolate em demasia não faz bem para a saúde financeira nem para a física. Combater o consumo exacerbado faz bem em qualquer sentido e é dever de todos nós. É válido lembrar que o sentido da Páscoa é algo bem mais complexo e espiritual.(Com Bem Paraná)

 

 

 

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    O patamar de boa gestão foi alcançado por 88 municípios, apenas um quarto (24,6%) das prefeituras paranaenses. Os dados são da nova edição do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), com base em dados oficiais declarados pelas prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

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    De janeiro a julho deste ano a instituição registrou um total de 59.196 atendimentos, o que representa uma média de 290 atendimentos por dia. É o maior número registrado nos últimos quatro anos, com uma alta de 21,94% na comparação com 2014. 

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