Ele entrou em contado com a diretoria do sindicato pedindo o adiamento alegando mudança na chefia no setor de Recursos Humanos da secretaria e do levantamento das informações para tratar do porte das escolas, um dos principais temas a serem tratados na reunião. A APP-Sindicato também faz levantamento do números.
Uma comissão composta por integrantes da direção estadual e do comando de greve estadual participarão do debate que acontecerá no Palácio Iguaçu.
A reunião de ontem, apesar de avanços na negociação, terminou sem um acordo definitivo, e os professores decidiram manter a greve da categoria, que já dura onze dias. Em que pese o governo ter cedido em alguns pontos, como o não reenvio dos projetos que alteram carreiras dos servidores, os professores decidiram manter a paralisação pelo menos até esta sexta, dia 20, quando acontece a nova reunião. A expectativa do governo é chegar a um consenso para garantir o início das aulas já para a próxima segunda, dia 23. Após a nova reunião hoje, a categoria deve se reunir em assembleia amanhã para decidir se mantém ou não a greve, que afeta quase um milhão de alunos da rede estadual.
No encontro de ontem, que durou mais de três horas e foi acompanhada do lado de fora do Palácio Iguaçu por cerca de 3 mil professores, o governo confirmou a decisão de retirar do pacote de corte de gastos medidas como o fim das gratificações por tempo de serviço – os chamados quinquênios e anuênios -; do vale-transporte para servidores afastados do trabalho; e mudanças nas regras para progressões e promoções de professores. Também reafirmou a intenção de pagar, na semana que vem, R$ 82 milhões referentes às rescisões de contratos de 29 mil professores temporários. Confirmou ainda a proposta de pagar o abono de férias devido a todos os servidores desde dezembro em três parcelas, a partir deste mês. Seriam R$ 12 milhões em fevereiro, e o restante em março e abril, em duas parcelas iguais de R$ 72 milhões.
“Há compromisso do governo em não encaminhar nenhum projeto que altere direitos e benefícios do funcionalismo”, afirmou o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra. Ele também destacou que qualquer proposta de mudança no sistema de previdência do funcionalismo será debatida antecipadamente com os servidores.
A APP Sindicato, porém, manteve como condição para o fim da greve outras reivindicações como o pagamento imediato do terço de férias e do auxílio alimentação – atrasados desde o final do ano; além da reabertura de turmas canceladas e a nomeação de todos os concursados. A categoria também mantém posição contrária à proposta do governo de mudanças na previdência dos servidores estaduais.
Na semana passada, o governo retirou de pauta o pacote de corte de gastos depois que a Assembleia foi invadida por manifestantes e professores contrários às medidas, que entraram em confronto com a polícia. Na ocasião, o Executivo se comprometeu a reestudar o pacote, desistindo da votação dos projetos em comissão geral para acelerar a tramitação.
Na quinta, o governo confirmou a intenção de reenviar os projetos à Assembleia na semana que vem, separados por assuntos, e sem regime de urgência ou comissão geral para a votação, garantido a discussão das propostas. A principal polêmica que persiste é sobre a extinção do fundo previdenciário do Paraná Previdência – que tem em caixa R$ 8 bilhões – destinados originalmente ao pagamento de futuras aposentadorias do funcionalismo. Pelo projeto, ele seria incorporado ao fundo financeiro, e usado para pagar os atuais servidores inativos, liberando R$ 250 milhões mensais gastos atualmente com aposentadorias para outras despesas.
Otimismo
Participaram do encontro ontem nove representantes da APP Sindicato pelos professores. Pelo governo, além de Sciarra; participaram o secretário da Educação, Fernando Xavier Ferreira; da Administração, Dinorah Nogara; e o líder do governo na Assembleia deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), representando o Executivo. Apesar de não ter havido um acordo final, Sciarra demonstrou otimismo com as negociações que seguirão hoje. “São temas administrativos e que, no nosso entender, podem ter o avanço necessário para que os professores, enfim, o comando de greve possa se reunir e decidir pelo fim da greve”, explicou o chefe da Casa Civil. (Com Bem Paraná)