Quinta, 22 Setembro 2016 16:51

Professora é afastada de escola após chamar aluno negro de 'macaco'

Uma professora do Instituto de Educação Clécia Nanci, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, foi afastada de suas funções após chamar um aluno negro de "macaco" antes do início de uma aula.

 

As informações são da Agência Brasil. Em um vídeo que circula na internet, a professora, irritada com atitudes do jovem de 14 anos, afirma: "você olha para o seu rabo, seu macaco".

 

No momento da ofensa, alunos gravavam o ocorrido, o que possibilitou a divulgação do caso. Segundo a empregada doméstica Ana Paula Silva, mãe do jovem, a confusão começou quando a professora chegou para dar aula e encontrou os alunos jogando uma partida de pingue-pongue. "Eles sempre faziam isso enquanto a professora não chegava. Se não havia começado a aula, qual o problema de eles se distraírem?". De acordo com Ana Paula, a professora já chegou transtornada, gritando com toda a classe. "Meu filho a questionou sobre o motivo daquilo, e ela apenas se preocupou em ofendê-lo e agredi-lo verbalmente, e não em responder à pergunta. A gravação que caiu na internet mostra praticamente só o final da confusão", disse a mãe do estudante.

 

Ana Paula afirmou que a professora pediu perdão e negou ter chamado o menino de macaco. "Ela alegou que estava muito nervosa e me pediu perdão. Eu apenas a questionei dizendo que, se eu desse um soco nela, ela me perdoaria, pois foi assim que me senti. Agredida pela dor do meu filho. Quando disse isso, ela se retirou da sala e se negou a falar comigo novamente."

 

Segundo Ana Paula, o menino está transtornado e tem medo de retornar ao colégio. Ela ainda não sabe se vai retirá-lo dessa escola. "Hoje é feriado em homenagem à emancipação de São Gonçalo, e todo ano há um desfile por conta disso. Ele sempre participou. Adora estar presente, mas hoje ele não foi. Corta meu coração vê-lo assim, acuado, com medo. Ainda mais que o suporte que estou recebendo, seja do colégio, dos professores, do Ministério Público, da polícia, é zero. Ninguém me procurou para nada."

 

A Polícia Civil informou que foi instaurado um procedimento para apurar o crime, qualificado como injúria por preconceito. Outras diligências estão em andamento e a polícia vai ouvir as testemunhas para esclarecer o ocorrido. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de São Gonçalo. De acordo com a Secretaria do Estado da Educação, a professora foi afastada imediatamente de suas funções e passará a responder a sindicância. A secretaria ressaltou que repudia quaisquer formas de preconceito e discriminação. (Com Folhapress)

 

 

 

Veja também:

  • Professora é investigada por abuso de aluno de 13 anos

    A Polícia Civil de Campina Grande do Sul, na Região Metropoliana de Curitiba, investiga uma denúncia de abuso sexual de uma professora de 28 anos contra um aluno de 13.

     

    A mãe do estudante denunciou a mulher após encontrar uma troca de mensagens no celular do filho.

  • Homem com faca invade escola, ameaça professora e tenta agarrar alunos

    Um homem de 29 anos foi preso nesta quarta dia 25, após invadir uma escola em Angatuba (SP) com uma faca, ameaçar uma professora e tentar agarrar dois alunos, de 6 e 7 anos.

     

    O suspeito entrou na unidade de ensino alegando ser pai de alunos e tentou levar duas crianças.

  • Menina baleada por colega em escola está paraplégica, diz hospital

    Uma estudante de 14 anos, ferida pelo adolescente que abriu fogo contra colegas de sala de aula, perdeu o movimento das pernas e está paraplégica, confirma boletim médico divulgado na manhã desta quarta dia 25, pelo Hospital de Urgências de Goiânia, onde ela está internada na UTI desde a última sexta dia 20, dia da tragédia.

     

    A mãe da adolescente já havia adiantado sobre o risco de a filha ficar paraplégica, em entrevista à Folha de S.Paulo no domingo dia 22.

Entre para postar comentários