“Era uma célula amadora, sem nenhum preparo planejado. Uma célula organizada não tentaria comprar uma arma pela internet. É uma célula desorganizada”, acrescentou.
Moraes informou que, além do juramento pela internet, conhecido como “batismo”, não houve contato direito dos brasileiros com o Estado Islâmico por email ou pessoalmente. Também não há indícios de que eles recebiam financiamento do Estado Islâmico. Os homens foram presos em dez diferentes estados, durante a Operação Hashtag, da Polícia Federal (PF).
O ministro explicou que o grupo de brasileiros considerava inicialmente que o Brasil seria um espaço neutro em relação a rota de ataques do Estado Islâmico, mas passou a entender que, com a proximidade dos Jogos Olímpicos, entraria na rota de atuação do grupo, já que vai receber grande quantidade de turistas e atletas estrangeiros.
“Houve contato com o Estado Islâmico via internet, além de atos preparatórios. Esse grupo deixou de entender que o Brasil seria um estado neutro e, com as Olimpíadas, poderia se tornar um alvo”, esclareceu o ministro da Justiça.
A Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo em redes sociais como Telegram e Whathsapp e descobriu ações preparatórias como planejamento para início de treinamento de artes marciais e o contato feito com um site de armas clandestinas no Paraguai para a compra de um fuzil.
De acordo com Alexandre de Moraes, não há confirmação de que a compra tenha sido concretizada. As mensagens foram monitoradas com autorização judicial pela Divisão Antiterrorismo da PF. Moraes destacou que essa é a primeira prisão com base na lei antiterrorismo.
Investigações
“Não vamos esperar um milímetro de qualquer ato preparatório, por mais insignificante que possa ser. Qualquer ato terá uma reação rápida, dura e certeira do Poder Público”, completou Moraes. O ministro disse ainda que é “mínima a probabilidade de que haja algum ato terrorista no Brasil durante a Olimpíada”.
Os homens foram presos nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
As investigações tiveram início em abril e a operação cumpre dez mandados de prisão temporárias, duas conduções coercitivas e 19 buscas e apreensões. De acordo com a Polícia Federal, os envolvidos participavam de um grupo virtual denominado Defensores de Sharia. (Com Agência Brasil)