Nos últimos anos, diversos estudos não encontraram relação direta entre câncer e o consumo de café, tendo encontrado, inclusive, alguns benefícios em relação a alguns tipos da doença.
A reviravolta na OMS vem na esteira da revisão, pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês), de mais de mil estudos que não indicavam o café como causador de câncer, conforme detalhes concedidos ao The Wall Street Journal. Pesquisadores da IARC concluíram que "não há qualquer evidência de risco cancerígeno oferecido pelo consumo de café".
O cientistas constataram que diversos estudos mostravam que o consumo da bebida não oferecia efeitos cancerígenos no pâncreas, mamas e próstata, além de "observar a redução de riscos no câncer de fígado e endométrio uterino".
Na média, os norte-americanos consomem três copos de café por dia, movimentando US$ 74,2 bilhões no ano passado, conforme a Associação Nacional do Café dos EUA (NCA, na sigla em inglês). O produto é a bebida mais consumida no país, superando inclusive água de torneira, afirma a NCA.
Desde 2011, o consumo global tem crescido em média 2,5% ao ano. Mais de 150 milhões de sacas de 60 quilos foram consumidas globalmente em 2014, de acordo com dados da Organização Internacional do Café (ICO).
A IARC, entretanto, passou a apontar o consumo de bebidas muito quentes como "provavelmente cancerígenas". A Agência não especificou o que pode ser considerado "muito quente" e determinou a classificação com base em "evidências limitadas" de estudos sobre o câncer de esôfago na Ásia e América do Sul, onde bebidas são consumidas numa temperatura média de 70 graus Celsius.
O Insituto Norte-Americano de Pesquisa do Câncer, por sua vez, lista o café como produto que combate o câncer, diante da variedade de fitoquímicos e compostos biologicamente ativos presentes na bebida.
Um estudo realizado pelo Instituto Dana-Farber de Câncer, publicado no ano passado, apontou que o consumo regular de cafeína pode prevenir a reincidência do câncer de cólon após o tratamento e aumenta as chances de cura. (Com Agência Estado)