Mineirinho chegou ao Havaí dependendo apenas de si para terminar com o título, e foi dessa maneira que conquistou o WCT. Com uma campanha irretocável em Pipeline, no Havaí - foi melhor que Mick Fanning, Filipe Toledo e Julian Wilson - o brasileiro leva o segundo troféu consecutivo para o Brasil e chega à final contra Medina para tentar coroar o triunfo com chave de ouro.
Contra Mason Ho, algoz de Filipe Toledo e sobrinho do campeão mundial Derek Ho, Mineirinho não teve muitas dificuldades para vencer a bateria e garantir o título. Com ondas fracas, o brasileiro liderou durante todo combate e, com um somatório maior (6,83 x 4,70), avançou à final e pode comemorar com a torcida verde-amarela nas areias de Pipeline, considerada a Meca do surfe mundial.
"Queria agradecer muito Deus por esse momento, fui muito abençoado por ele. Dedico esse troféu ao Ricardo dos Santos. Fiz uma tatuagem para ele e, por isso, estará comigo para sempre. Sei que está lá em cima olhando por mim. Agradeço também ao meu irmão, que comprou uma prancha de R$ 30 para mim quando era criança e hoje estou no topo do mundo. Muito obrigado! Eu te amo e amo toda minha família", disse Mineirinho, com lágrimas nos olhos após sair do mar.
Ricardinho morreu no dia 20 de janeiro deste ano, um dia depois de ter tomado três tiros do policial Luis Paulo Mota Brentano, que estava de folga na ocasião. O surfista de 24 anos teria se desentendido com o assassino em frente a sua casa, na Guarda do Embaú, em Palhoça, Santa Catarina.
Mineirinho terminou o ranking geral com 57.700 pontos. O vice-campeonato ficou com o australiano Mick Fanning, com 54.650. Gabriel Medina fechou o pódio com 51.600 no terceiro lugar. Filipe Toledo, que sonha com o título em Pipeline, foi quarto, com 50.950.