Com R$ 34 milhões de multas do Procon, Paraná reforça ações na saúde e assistência social

Mais de R$ 34 milhões arrecadados por infrações ao Código de Defesa do Consumidor serão revertidos em investimentos nas áreas da saúde e assistência social. A transferência foi autorizada nesta quarta-feira (14) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, e é fruto da Lei 20.532/2021, que autoriza a transferência de 95% dos recursos do Fundo Estadual de Defesa do Consumidor (Fecon) para as duas áreas até o fim da pandemia no Paraná.

 

A lei prevê que 70% do montante do Fecon vá para o Fundo Estadual de Saúde (Funsaúde), e 25% para o Fundo Estadual da Assistência Social (FEAS). No total, foram R$ 25.114.353,08 repassados ao Funsaúde e R$ 8.969.411,82 ao FEAS, totalizando R$ 34.083.764,90.

 

Na saúde, o valor será investido no combate à Covid-19 e na retomada das cirurgias eletivas, pausadas durante alguns períodos da pandemia para desafogar o sistema de saúde. Já na assistência social, vinculada à Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), o montante será destinado a ações em prol de famílias em situação de vulnerabilidade.

 

“Esse é um recurso importantíssimo vindo do fundo do Procon, das multas aplicadas em empresas que não atendem bem o consumidor e que não prestam um bom serviço dentro daquilo que é sua obrigação. Grande parte do valor vai ser aplicada não apenas para o combate ao Covid-19, mas também para as cirurgias eletivas, que devido à pandemia sofrem um acúmulo grande”, afirmou o governador.

 

O secretário estadual da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, explica que o valor é destinado às duas áreas que mais sofrem com a pandemia. “A assistência social porque tem pessoas que estão sem ter o que comer, tendo que recorrer à ajuda de vizinhos, amigos, instituições beneficentes. E a saúde, além da Covid-19, tem um novo problema que precisa enfrentar: conforme diminui a pandemia, os hospitais precisam retomar as cirurgias eletivas”, pontuou.

 

A aplicação dos recursos no setor foi reforçada pelo secretário estadual da Saúde, Beto Preto, que relatou ser grande o número de procedimentos cirúrgicos eletivos que não foram realizados no período. “Tenho certeza que esses recursos vão abrir a porta do hospital, do centro cirúrgico, da equipe médica para que muitos paranaenses possam ser atendidos. Isso é resultado das multas do Procon, revertidas em cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde no pós-pandemia”, afirmou o secretário.

 

NOVA LEI – Sancionada em 14 de abril, a Lei 20.532/2021 foi elaborada por recomendação do Ministério Público do Paraná. A ideia foi concebida pelo MPPR e pelo Procon ao analisar como o valor do fundo poderia ser aplicado para beneficiar a população durante o período da pandemia.

 

“A ideia surgiu de um diálogo: como destinar um dinheiro significativo em um momento tão delicado para algo que de fato resolva a vida das pessoas, melhorando sua saúde?”, contou a diretora do Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Paraná (Procon-PR), Claudia Silvano.

 

O promotor do MPPR que auxiliou na concepção da ideia, Maximiliano Ribeiro Deliberador, endossa que a ideia inicial era destinar o valor integral do fundo ao combate à pandemia, mas que outras necessidades foram diagnosticadas ao longo da elaboração do projeto.

 

“Esse era um dinheiro disponível que não estava sendo gasto. Inicialmente, decidimos destiná-lo para o combate à pandemia. Estamos em uma guerra e nessa guerra precisamos buscar todas as armas possíveis para combater o inimigo”, explicou.

 

A recomendação do MPPR foi então enviada às secretarias estaduais de Justiça, Família e Trabalho e da Saúde para discussão. “Nesse contexto, o secretário Ney Leprevost disse que as pessoas também estão morrendo de fome, e não só de Covid-19. A doença gerou um problema social muito grande, e por isso permitimos que esse dinheiro fosse enviado também à assistência social”, complementou o promotor.

 

Em março, o texto foi encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) sob a forma do Projeto de Lei 95/2021 e, em abril, foi aprovado.

 

NOVOS REPASSES – Silvano estima que o valor acumulado no Fecon seja resultado de dez anos de multas aplicadas pelo Procon e ações judiciais e de termos de ajustamento de conduta (TACs) firmados pelo MPPR. “As multas são oriundas de fornecedores que lesaram o consumidor de alguma forma, que foram multados por terem infringido o Código de Defesa do Consumidor”, detalhou.

 

Como a lei prevê que os recursos sejam repassados até o fim da pandemia, novos valores podem novamente ser encaminhados às secretarias. “Vai depender da arrecadação. Eventualmente, algum processo pode render uma arrecadação grande. De qualquer maneira, 95% do fundo vai ser destinado à saúde e à assistência social até o fim da pandemia”, destacou o promotor do MPPR.

 

Leprevost reforça que o valor é resultado de um trabalho sério realizado no Procon. “Esse montante mostra a credibilidade do Procon do Paraná, que não se curva a empresas que querem lesar o consumidor. Agora esse dinheiro volta em benefício do consumidor na forma de mais saúde e assistência social para as famílias em situação de vulnerabilidade”, disse.

 

PRESENÇAS – Estiveram presentes na reunião o procurador Paulo Sérgio Markowicz; o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado estadual Hussein Bakri; e o deputado estadual e presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Alep, Marcio Pacheco. (Com AEN)

 

 

 

Em nova operação, PCPR mira cartorário e ex-cartorários com esquema de R$ 30 milhões

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou nesta terça-feira (13) uma ação para apurar fraudes em cartórios cometidas por uma organização criminosa que agia nos Cartórios dos Serviços Distritais de Lindoeste e Santa Tereza do Oeste, no Oeste. Estima-se que o prejuízo às vítimas seja superior a R$ 30 milhões.

 

A PCPR cumpriu oito mandados de busca e apreensão. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos durante a ação.

 

O inquérito policial foi instaurado em junho de 2020, após requisição da 7ª Promotoria de Justiça de Cascavel, visando apurar crimes de falsificação de documento púbico, falsidade ideológica e relacionados.

 

Um dos alvos é um ex-funcionário do Serviço Distrital de Lindoeste que foi afastado do cartório por decisão judicial. Os outros envolvidos são empresários da região e o titular do cartório.

 

Durante as investigações, a PCPR também apurou que o cartório do município de Lindoeste teria sido vendido irregularmente pelo titular por R$ 200 mil, mais R$ 15 mil mensais pagos de forma vitalícia.

 

Essa é a segunda fase da operação, que teve a primeira ação deflagrada em outubro de 2020. Na ocasião, cinco suspeitos foram presos, além da apreensão de carros, computadores, documentos e celulares.

 

GOLPES – Segundo a PCPR, a prática consistia em transferências fraudulentas de veículos e imóveis, lavagem de dinheiro, certidões de óbito e nascimentos falsas para extinguir a punibilidade de criminosos em processos criminais, além da fabricação de RGs falsos.

 

A PCPR ainda apurou que esses documentos eram utilizados para aplicação de golpes no Paraná e em outros estados.

 

Os indivíduos ostentavam um padrão de vida não condizente com o trabalho que realizavam nos serviços distritais, com posse de veículos de alto padrão e moradia em condomínios caros.

 

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CONTINUAÇÃO – As investigações da Divisão Estadual de Combate à Corrupção de Cascavel (Deccor) continuam com a análise do material apreendido, que pode revelar novos detalhes dos crimes, bem como outros envolvidos. (Com AEN)

 

 

 

Com aval do Ministério da Saúde, Paraná receberá lote extra com 90 mil vacinas para região da fronteira

O Ministério da Saúde sinalizou positivamente para o pedido do Paraná de receber um lote adicional de vacinas contra a Covid-19 para atender as regiões de fronteira com Argentina e Paraguai, repetindo o protocolo usado em relação ao Mato Grosso do Sul. A confirmação foi feita pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta terça-feira (13), no Palácio Iguaçu, durante reunião virtual do Fórum Nacional de Governadores. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, também participaram do encontro.

 

A remessa extra será de cerca de 90 mil doses e permitirá completar a imunização com a primeira dose de todas as pessoas com mais de 18 anos dos municípios de Foz do Iguaçu, Barracão, Guaíra e Santo Antônio do Sudoeste. A expectativa da Secretaria de Estado da Saúde é que as vacinas complementares estejam à disposição da população paranaense ainda em julho – o Ministério da Saúde planeja distribuir 41 milhões de doses neste mês.

 

“Levamos este pedido ao governo federal na perspectiva de auxiliar na imunização da região de fronteira, justamente pela circulação de pessoas de outros países. Eles entenderam a necessidade e concordaram com o nosso pedido. Isso vai nos permitir avançar ainda mais na vacinação”, afirmou Ratinho Junior. “Sem contar também a possibilidade de entrada de novas variantes do coronavírus, como a delta, justamente por essas regiões. Precisamos estar muito atentos”.

 

Levantamento feito pelo Consulado do Paraguai em Foz do Iguaçu, na Região Oeste, indica que pelo menos 98 mil brasileiros moram no país vizinho, com trânsito intenso pela Ponte da Amizade – a município tem a fronteira mais movimentada do País.

 

“Fizemos uma provocação ao Ministério para que seja seguida a mesma linha do que foi feito no Mato Grosso do Sul e o órgão respondeu que pode sim nos atender. Medida que também será adotada em outras fronteiras secas do Brasil. Vai ajudar a coibir a expansão da variante delta”, destacou Beto Preto.

 

CRONOGRAMA – Durante a reunião, o Ministério da Saúde apresentou o novo cronograma de chegada e distribuição de vacinas contra a Covid-19 para este trimeste iniciado em julho. Além das 41 milhões de doses previstas para esse mês, a estimativa da pasta aponta para 68 milhões em agosto e 71 milhões em setembro. “Trabalhamos ainda com a possibilidade de algumas antecipações, como dos contratos relacionados à CoronaVac e à Janssen”, disse o ministro.

 

A ideia, a partir deste mês, é de apresentar aos estados um calendário semanal de previsão de novas doses. Atualmente a distribuição é feita a partir de notas técnicas já definitivas do Ministério da Saúde, sem antecipação das informações.

 

Também durante o encontro, o ministro reforçou o posicionamento contrário em relação à intercambialidade de vacinas em gestantes – aplicação de produtos desenvolvidos por laboratórios diferentes durante as duas doses. O assunto veio à tona após o uso da vacina da AstraZeneca em gestantes e puérperas com comorbidades ter sido suspenso pelo Ministério da Saúde no início de maio em decorrência de uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O mesmo pedido vale para o imunizante da Janssen.

 

A decisão veio após a morte de uma gestante que havia recebido o imunizante no Rio de Janeiro, que posteriormente se confirmou como decorrente de uma reação da vacina de origem anglo-sueca. “Ficou muito claro para todos. Por isso aqui no Paraná adotamos como metodologia a vacinação das gestantes com Pfizer e CoronaVac”, destacou Beto Preto.

 

 

ADOLESCENTES – Outros pontos definidos durante o encontro é que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vai estudar e definir uma nota técnica única sobre o início da imunização de adolescentes, entre 12 e 17 anos, em todo o País. Atualmente, apenas o medicamento da Pfizer foi liberado pela Anvisa para ser aplicado nesta faixa etária.

 

O mesmo grupo aprofundará ainda os estudos sobre a diminuição do período de intervalo entre a aplicação das duas doses das vacinas da Pfizer e AstraZeneca. Os governadores decidiram que em ambos os casos seguirão um caminho único, em consenso com a determinação do PNI.

 

PRESENÇAS – Participaram da reunião governadores e representantes das 27 unidades federativas do País, sendo 26 estados e o Distrito Federal. (Com AEN)

 

 

 

Taxa de transmissão chega ao menor índice do ano; ocupação das UTIs diminui para 81%

A taxa de reprodução (Rt) do coronavírus chegou ao menor índice do ano no Paraná nesta segunda-feira (12), segundo a plataforma Loft.Science, que mede, em todo o País, o número médio de contágios causados por uma pessoa infectada. O Rt médio do Paraná está em 0,70 – o mais baixo entre todas as unidades da federação. Isso significa que cada 100 pessoas com Covid-19 podem contaminar outras 70, o que mostra que há remissão da pandemia no Estado.

 

O Rt indica a média de pessoas que serão infectadas pelo Sars-CoV-2 a partir de uma pessoa doente. Quando o Rt for igual a 1, a doença está estável. Quando é maior, há um crescimento no número de casos. Quando a taxa está abaixo de 1, há redução nos contágios. Segundo a plataforma, que atualiza os dados diariamente, a taxa no Estado varia de 0,64 a 0,74.

 

Desde o último pico, em 24 de junho, quando o Rt do Paraná estava em 1,48 (cada 100 pessoas contaminavam outras 148), a transmissão no Estado só reduziu, e desde 1 de julho está abaixo de 1. No Brasil, o Rt médio nesta segunda-feira era de 0,83, com todos os estados com índice igual ou abaixo de 1.

 

"É uma amostra de que as medidas de controle que ainda adotamos a nível estadual e os municípios impõem localmente funcionam, além do aumento da vacinação, que tem melhorado todos os indicadores da pandemia. Aos poucos começamos a ver um cenário mais equilibrado e com tendência de queda", disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. "Precisamos imunizar o máximo de paranaenses e manter as regras básicas de convívio social da pandemia. Só assim, coletivamente, vamos vencer a doença".

 

Mais indicadores também demonstram que há uma tendência de arrefecimento da pandemia de Covid-19 no Estado. Outra plataforma que mede a taxa Rt, com dados compilados pelo Laboratório de Estatística e GeoInformação da Universidade Federal do Paraná (LEG/UFPR), mostra que, ao longo da última semana, o Paraná chegou aos menores índices desde o início da pandemia, em março de 2020.

 

O menor valor registrado na plataforma foi na quarta-feira (7), quando o Rt chegou a 0,50, sendo que a taxa ficou na casa dos 0,5 nos últimos dias. Nesta segunda-feira, o índice Rt estava em 0,62.

 

UTI – Ao mesmo tempo houve a redução na taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que atendem exclusivamente pacientes com Covid-19. Nesta segunda-feira, o índice de ocupação das UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 81%, a mais baixa desde 14 de fevereiro, período em que uma nova onda da doença iniciou no Estado. Faz exatamente uma semana que essa taxa é menor que 90%.

 

De acordo com a Central de Regulação de Leitos da Secretaria de Estado da Saúde, o sistema hospitalar do Paraná conta com 2.011 leitos de UTI Covid adulto e pediátrica, sendo que 1.621 estão ocupados e 390 livres. Somente entre as UTI adulto, são 1.989 existentes, com 1.613 ocupadas e 376 livres.

 

Levando em conta todos os leitos disponíveis para os pacientes da doença, incluindo também os clínicos, a taxa de ocupação no Estado é de 63%. Dos 4.775 existentes, 2.990 estão ocupados e 1.785 livres. Já o índice de ocupação dos leitos de enfermaria está em 50% – dos 2.764 disponíveis, 1.369 estão sendo usados e 1.395 estão desocupados.

 

As macrorregiões Leste e Oeste têm a menor taxa de ocupação de UTIs: 79%. A primeira reúne as Regionais de Saúde de Paranaguá, Metropolitana (Curitiba), Ponta Grossa, Irati, Guarapuava, União da Vitória e Telêmaco Borba e conta com 1.053 leitos, dos quais 223 estão livres. Na Norte (Apucarana, Londrina, Cornélio Procópio, Jacarezinho e Ivaiporã), são 315 leitos disponíveis, com 67 desocupados.

Na macrorregião Noroeste (Campo Mourão, Umuarama, Cianorte, Paranavaí e Maringá), a taxa de ocupação é de 82%; e na Oeste (Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo), de 86%. (Com AEN)

 

 

 

Por intermédio do Estado, TCE destina R$ 18 milhões para apoiar vacina da UFPR

Uma parceria entre o Governo do Paraná e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai garantir R$ 18 milhões para auxiliar a pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no desenvolvimento de um novo imunizante contra a Covid-19. Com o recurso, a universidade poderá dar continuidade aos testes pré-clínicos da vacina, com a estruturação dos laboratórios onde serão feitas as próximas fases do estudo.

 

O repasse foi acordado nesta segunda-feira (12) em reunião entre o governador Carlos Massa Ratinho Junior; o presidente do TCE, Fabio Camargo; e o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca.

 

O valor é fruto de economias nas despesas do TCE no atual exercício. O órgão vai antecipar a devolução do recurso superavitário ao Tesouro Estadual, o que seria feito no final do ano, para que o Governo do Estado faça o repasse imediato à UFPR. A previsão é que o pagamento já ocorra na semana que vem.

 

O Governo do Estado já tinha destinado, em abril, R$ 700 mil para apoiar o desenvolvimento da vacina da UFPR. O recurso, da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), vinculada à Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), ajudou nos estudos pré-clínicos do imunizante, com o pagamento das bolsas e aquisição de insumos.

 

“Provavelmente, a vacinação contra a Covid-19 será semelhante à da gripe, com o trabalho de imunização feito todos os anos. E a UFPR, uma universidade centenária que é grande parceira do Estado, tem avançado na pesquisa de uma vacina paranaense”, disse o governador. “O Governo do Estado, junto com o Tribunal de Contas e a Universidade Federal, traz novos investimentos para auxiliar essa pesquisa dos professores e cientistas”.

 

Ratinho Junior também lembrou que o trabalho de fiscalização do TCE atestam a seriedade do Estado no combate à pandemia. “Além de sua função de fiscalização e auditagem, que contribui para dar mais transparência ao Estado no enfrentamento à pandemia, o Tribunal de Contas também mantém essa parceria solidária para combater a pandemia e buscar a solução através das vacinas”, ressaltou.

 

O presidente do TCE disse que houve um esforço dentro do órgão para reduzir os gastos, o que já tinha permitido um repasse de R$ 20 milhões ao Governo do Estado em abril, para ampliar as ações de enfrentamento à Covid-19. No ano passado, o TCE também chegou a destinar recursos para a área, juntando-se aos repasses feitos pela Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público e por outros órgãos e empresas paranaenses.

 

“Nossa orientação, desde o início da pandemia, é maximizar o uso dos recursos financeiros, para economizar e contingenciar o máximo possível as despesas”, disse Camargo. “Fizemos um compromisso com a vida. Sabemos desse trabalho sério da UFPR e resolvemos utilizar o valor economizado para apoiar a pesquisa da vacina paranaense. É um compromisso que já tem data para acontecer, não precisamos esperar o ano acabar”.

 

IMUNIZANTE – Os pesquisadores da UFPR usaram um polímero bacteriano chamado polidroxibutirato (PHB), que utiliza a proteína spike da Covid-19, responsável por ligar o coronavírus às células humanas e de outros mamíferos. As partículas do PHB são recobertas com a proteína do Sars-CoV-2, induzindo o organismo a uma forte resposta imune. Esse fato já foi demonstrado em camundongos.

 

A universidade precisa agora dar continuidade à pesquisa, que está na fase pré-clínica, com testes em animais. O valor de R$ 18 milhões vai permitir a criação de uma infraestrutura laboratorial com base nas certificações exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o desenvolvimento do imunizante. “A vacina é promissora e, além de paranaense, vai ter baixo custo e usará insumos nacionais”, afirmou Fonseca.

 

“Esse recurso vai viabilizar, dentro da universidade, a estipulação de alguns laboratórios que tenham capacidade técnica de desenvolver os imunizantes. É uma etapa fundamental desse processo, que é tão sensível e regrado, e também muito custoso”, explicou o reitor. “A vacina tem potencial para imunizar contra a Covid, que é a grande emergência atual, mas também há a possibilidade de a tecnologia ser usada no combate a outras doenças a médio e longo prazo”.

 

A tecnologia que está sendo aplicada no desenvolvimento do imunizante, destacou ele, já é estudada há bastante tempo pelo setor de Ciências Biológicas da UFPR. “Isso mostra que o investimento consistente e contínuo em ciência e tecnologia sempre capacita melhor as sociedades enfrentarem emergências sanitárias como a que vivemos agora”, acrescentou.

 

Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, todo investimento em ciência é bem-vindo, porque a pesquisa atual pode contribuir com a erradicação de outras doenças transmissíveis no futuro. “Precisaremos ter mais conhecimento para, quem sabe, também, iniciar a produção de vacinas no Estado com mais força”, disse o secretário.

 

Força-tarefa começa a coletar informações na investigação sobre a delta
“Somando todo o conhecimento acumulado pela UFPR, com seus pesquisadores, cientistas e professores, juntamente com os recursos do TCE, podemos dar um pontapé inicial para ter uma vacina paranaense contra a Covid-19, além de fortalecer o sistema de pesquisa do Estado, inclusive com a participação do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar)”, ressaltou.

 

PRESENÇAS – Participaram da solenidade o vice-governador Darci Piana; a vice-reitora da UFPR, Graciela Bolzon de Muniz; o professor Helton José Alves; e os conselheiros Ivan Bonilha, vice-presidente do TCE; e Fernando Guimarães. (Com AEN)

 

 

 

Paraná é o 3º estado que mais aplicou vacinas contra a Covid-19 na população em geral

Segundo os dados do Vacinômetro Nacional, os municípios paranaenses já aplicaram 1.646.438 vacinas contra a Covid-19 na população em geral de 18 a 59 anos. São pessoas que não estão em nenhum grupo prioritário e fazem parte da estratégia do Governo do Paraná adotada desde 2 de junho de aplicar as doses de maneira escalonada em todos os adultos.

 

Somando também o público prioritário, o Estado já aplicou mais de 6,5 milhões de doses, ou seja, a população em geral representa 25% do todo até o momento.

 

Até esta segunda-feira (12), foram 1.528.717 primeiras doses e 117.721 segundas doses ou dose única (imunização completa) para esse grupo de paranaenses. Os números passaram a aparecer no relatório nacional do SUS apenas nesta semana.

 

A Secretaria de Estado da Saúde estima que o Paraná tenha 3.804.025 pessoas acima de 18 anos fora dos grupos prioritários, ou seja, 43% desse público já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19: 1.643.591 pessoas (D1 ou dose única). Se for considerada toda a população vacinável, inclusive prioritários, o número já ultrapassa 60%.

 

Também é a primeira vez que é possível fazer um comparativo com os outros estados, o que antes só era possível em determinados grupos, como trabalhadores da saúde ou idosos.

 

Os números colocam o Paraná como o primeiro estado do Sul na vacinação da população em geral e o terceiro do País em números absolutos, atrás do Rio de Janeiro (1.694.876 doses aplicadas) e São Paulo (7.700.565), nessa ordem. Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão e Bahia estão na sequência. Foram, ao todo, mais de 22 milhões de aplicações em todo o Brasil.

 

O perfil da faixa etária da aplicação na população em geral respeita a escadinha populacional do calendário estadual de vacinação. A maioria é de 50 a 54 anos (439.643 doses), seguida de 45 a 49 anos (417.188), 55 a 59 anos (397.617) e 40 a 44 (298.650). São mais homens (825 mil) do que mulheres (820 mil).

 

"É um número representativo de paranaenses vacinados. Estamos acelerando a imunização. É fundamental que os municípios continuem nos ajudando, colocando rapidamente a vacina no braço dos paranaenses. Se a primeira dose é importante, a segunda é fundamental. Por isso, as pessoas devem ficar atentas para fechar o esquema vacinal. Mais gente vacinada, mais gente protegida para superarmos logo essa pandemia", afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.


DOSES – O Governo do Estado iniciou a imunização da população geral em junho, com o envio inicial de 151.530 doses da 22ª Remessa, orientando a aplicação escalonada de forma sucessiva e decrescente, iniciando na faixa etária de 59 a 58 anos. Desde então, mais de 1 milhão de vacinas foram destinadas à população em geral nas 22 Regionais de Saúde, sendo 118.760 de dose única.

 

Além disso, municípios que possuíam doses em estoque de grupos prioritários que não procuraram pela imunização, também utilizaram esse quantitativo, possibilitando a ampliação da faixa etária.

 

CALENDÁRIO – Segundo o calendário de imunização do Paraná, a expectativa é de aplicar a primeira dose ou a dose única em todos que têm 18 anos ou mais até o final de setembro - com meta de 80% até o final de agosto. Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde mostra que os municípios estão mais ou menos dentro da mesma faixa populacional, respeitando o calendário proposto. Há expectativa de um novo lote de doses nesta semana. (Com AEN)

 

 

 

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